domingo, 26 de abril de 2009

AS ENGRAÇADAS HISTÓRIAS DO RÁDIO

Oswaldo Lavrado

Vôo atribulado
***
Dentro de cada Radialista existe um inexplicável sentimento de dedicação e o interesse pelo que faz. Hoje, o rádio perdeu o espaço na sala para a televisão, mas não perdeu o seu lugar no coração de todos nós. O Radialista é um sonhador, um apaixonado que faz parte do cotidiano das pessoas. O rádio tem mesmo muitas histórias. Tantas e tão fantásticas que nunca se sabe ao certo se são ou não verdadeiras. Neste domingo escolhi uma delas para lhes contar. Eu havia assumido a chefia do Departamento de Esportes da Rádio Diário do Grande ABC em janeiro de 1984, no lugar de Rolando Marques que, no entanto, continuou como narrador da equipe. Nesse ano, a equipe do Santo André disputou a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro, fato inédito na história do ABC, que nunca teve um time incluído na divisão de elite do futebol nacional. A Rádio Diário 1.300, do grupo Diário do Grande ABC, realizava transmissões dos jogos de todos os times da região e, claro, mesmo com dificuldades iria acompanhar o Santo André no Brasileirão. E assim foi. A estréia do Ramalhão, apelido do Santo André, foi em 29 de janeiro na cidade de Alagoinhas, na Bahia, cerca de 120 quilômetros de Salvador. O jogo foi contra a Catuense, da cidade de Catu, próxima de Alagoinhas. Esta foi a primeira transmissão interestadual da Rádio Diário. Para lá embarcaram três integrantes da equipe “Os Craques do Rádio”: Rolando Marques (narrador), Oswaldo Lavrado (comentarista) e Jurandir Martins (repórter). A verba não permitia levar um operador de som (aquele que instala o equipamento eletrônico para as transmissões externas). Eu e o Rolando, que entendíamos um pouco da arte, executávamos o serviço. Estava batizada a equipe e a rádio em transmissões fora do Estado de São Paulo. O Santo André venceu por 1 a 0, gol de pênalti marcado pelo meia Rotta, à época a estrela do time. Depois vieram jogos em Recife, Porto Alegre, Natal, Curitiba, Campo Grande, Rio de Janeiro e Goiânia. Foi a caminho da capital do Rio Grande do Norte que aconteceu a história que estamos relatando aqui, no agitado blog do Edward de Souza, companheiro que participou de outras viagens e histórias engraçadas que serão contadas em outros capítulos. Nossas viagens aéreas eram sempre de madrugada por ser 20% mais em conta do que de dia e, como a verba da rádio era curta, não havia outra alternativa à equipe senão voar nesse horário. Embarcamos em Cumbica, eu e o Rolando, já que o repórter, também pela escassez de grana, foi dispensado. O avião deixou Guarulhos a meia noite de uma sexta-feira. Fez escala no Rio de Janeiro, em Salvador e em Recife. Até ai já eram quase três horas da madrugada do sábado. Na capital pernambucana houve baldeação de passageiros com outros destinos, tipo Fortaleza, Belém, Manaus etc. Uma tempestade atingia Recife na madrugada e para evitar transtornos, os passageiros do nosso vôo, um Airbus da Varig, teriam que deixar a aeronave direto para outro avião, sem passar pelo saguão do aeroporto dos Guararapes. Uma aeromoça, na porta do Airbus, entregava uma senha colorida, de plástico, que identificava o avião e o destino do passageiro. Eu recebi uma senha amarela e, devidamente escoltado por um funcionário do aeroporto com um enorme guarda-chuva, embarquei num avião bem menor que aquele que deixamos São Paulo. O Rolando, por sua vez, recebeu uma ficha verde e, também acompanhado do prestativo funcionário e sob outro guarda-chuva, seguiu em direção a uma aeronave.
Tive a nítida impressão que ele (Rolando) não havia entrado no mesmo avião que eu. No entanto, como chovia demais e havia muita gente na troca de aeronaves, pensei que poderia ter me enganado e Rolando, àquelas alturas, já estaria tranquilo, bem acomodado, numa poltrona no fundo do avião. O aparelho, que mais parecia uma chaleira fervendo, lotado, alçou vôo do Guararapes com destino a Natal, capital do Rio Grande do Norte. Então, levantei-me da poltrona e fui procurar o Rolando. Olhei, assuntei e nada do homem. Não achei, no avião, o nosso narrador. Pousamos no aeroporto de Natal e fiquei na recepção, onde passariam todos os passageiros, esperando pelo Rolando. O local ficou vazio e cadê o homem? Descolei um taxi e rumei para o hotel Reis Magos, na Praia do Meio, previamente reservado. E nada do Rolando aparecer. Fiquei preocupado, mais que isso, desesperado a ponto de pensar em acionar a polícia. Não sabia exatamente o que fazer. Por volta das 8h, já no sábado, um funcionário do hotel chega pra mim e pergunta: ”por favor, o senhor é Oswaldo Lavrado? Tem um telefonema a sua espera". Atendi sem atinar direito quem seria, preocupado que estava com o sumiço do Rolando. Mas, era ele.
- Onde diabos você se meteu? Disse eu, faiscando.
- Estou em Fortaleza, respondeu.
- E o que faz aí, se o jogo do Santo André é aqui em Natal? Como foi parar aí? Retruquei.
- Sei lá, disse ele - me deram uma senha verde em Recife e, pela cor, fui colocado num vôo para Fortaleza. Só percebi quando o avião taxiava pra levantar vôo e o comandante anunciou o destino, então já era tarde. Sugeri, ou determinei, já que era o chefe da equipe, que ele embarcasse rápido para a capital potiguar, onde seria realizada a transmissão do jogo. Felizmente deu tempo, uma vez que ainda era sábado e a partida só aconteceria no domingo. Ufa...
Em tempo: O Santo André venceu o América por 4 a 2. Rolando Marques morreu em 9 de julho de 1994. É importante ressaltar que a equipe de esportes da Rádio Diário sempre viajou por conta própria, dispensando convites de clubes, tornando-se mais respeitada pela sua independência.
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*Oswaldo Lavrado - jornalista e radialista - trabalhou no Diário do Grande ABC, rádio e jornal, e comandou a equipe de esportes da Rádio Diário. Atualmente é editor do semanário Folha do ABC.
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31 comentários:

  1. Olá Oswaldo Lavrado!
    Fico cá imaginando. Quantas histórias pra contar, não? Essa foi bem engraçada, mas deram sorte. Já imaginou se mandam seu narrador pro Japão? (rssssssss).

    Bom domingo,

    Karina - Campinas - SP.

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  2. Olá Lavrado,

    Como disse a Karina, no comentário anterior, você tem, sim, muitas histórias pra contar. E por favor traga-as aqui para abrilhantar o blog.
    É verdade que a equipe esportiva da Radio Diario foi uma das mais respeitadas na imprensa. E o Rolando Marques, com aquele corpão, era fácil de ser notado, não é? Aliás, muito engraçado nosso grande e saudoso Rolando. Estivemos juntos na Prefeitura de
    São Bernardo, entre 1978 e 1982 e ele chefiava o cerimonial. Com muita galhardia e zelo.
    O Jurandir Martins, Agapito, Sidnei Lima compunham, com você, um dos melhores "times", apropriadamente chamado de "Craques do Rádio".
    Bela história, Lavrado.
    Aguardamos as próximas.

    Abração,

    édison motta
    Santo André, SP

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  3. Ôi, pessoal,
    Eu tenho paixão por rádio. Aqui em Ribeirão Preto, na Unaerp, tem até um estúdio improvisado onde estudantes de jornalismo são testados. Disseram que eu tenho uma bela voz e me sairia bem como repórter de rádio ou TV. Quando me formar, vou tentar, não custa... Só não quero fazer futebol. Podem me esquecer no Himalia qualquer dia, cruzessssssssss...
    Beijinhos pra todos e adorei esse história sua Oswaldo, conta mais no blog, viu?
    Beijinhos......

    Ana Caroline - Ribeirão Preto - SP.

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  4. Olá, bom domingo a todos.
    Xenteee, a história contada pelo Oswaldo Lavrado é bem atrapalhada, onde já se viu? Vai ver estavam com medo de avião. Ele escreve que era a primeira vez que iam. Acabaram se perdendo um do outro, coitados (rssssssssssss).

    Bjos

    Tatiana - Santo André - SP.

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  5. Olá, amigos!

    Adoro rádio e respeito demais quem faz transmissão esportiva. Se agora já é difícil, imaginem na época em que foi narrada essa história! Quantas pessoas, equipamentos e recursos são envolvidos em cada transmissão! A equipe esportiva é realmente uma jóia para cada emissora.
    Ainda bem que o Oswaldo não perdeu o companheiro. Foram previdentes e se deslocaram com antecipação...

    Um abraço a todos e espero novas e deliciosas histórias. Parabéns!

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  6. Bom dia!
    Eu já disse, num e-mail anterior, que esse blog é diferenciado. Estou lendo a história do nobre radialista Oswaldo e percebi que um deles tem descendência lusitana. Dedução lógica. Se o Oswaldo Lavrado viu que estava com uma senha amarela nas mãos, seu companheiro não poderia estar com uma verde. Tudo indicava que algo estava errado, claro está. Passaram batido. Outra boa desse blog. O digníssimo Jornalista Édison Motta, que pilota uma moto tomando "hóstias" pelos butecos da vida está de volta, são e salvo, de acordo com um comentário que postou ontem. Ele conseguiu uma coisa inédita, que, divulgada, certamente terá milhares de adeptos. Imaginem só. O jornalista tem piloto automático em sua moto. Pode tomar "hóstias" à vontade. Só não pode é tomar as "hóstias" na igreja daquele padre maluco, o Euvidio. Podem conter trabalhos pesados de macumba. Falar no maluco do padre, expulsaram o coitado de novo?
    Um bom domingo e torçam para o meu coringão!

    Paolo Cabrero - Itu - SP.

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  7. Olá Lavrado

    Bom dia

    Estou esperando seu comentário.
    O leitor que faz insinuações sobre a descendência portuguesa deve ter acertado. Só que ele não se tocou que Lavrado, Souza, Saldanha, Motta, Morgado, todos tem a mesma origem. Todos nós aqui estamos a postar nossas más traçadas linhas... Estás Lá! Estou cá! De qualquer forma, somos todos oriundos da bela Península Ibérica.
    Paolo, você não conheceu o Rolando Marques, outro descendente. O que ele tinha de tamanho tinha o triplo de bondade. Tomara que esteja irradiando o jogo hoje, torcendo pelo Mosqueteiro!
    O Rolando era uma pessoa calma. Não deve ter se afobado. Quem se desesperou foi o Lavrado. Esse aqui está, nos brindando com essa história.
    BIS.

    J. Morgado

    Mongaguá - SP

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  8. Õi Lavrado....
    Talvez por estar me formando em jornalismo, todas essas histórias me interessam, mesmo engraçadas como a que acaba de relatar com muita propriedade. Mas você mexeu com meu coraçãozinho com a frase que iniciou seu texto. Vou repetir, para que todos desse blog leiam, lindo demais: "Dentro de cada Radialista existe um inexplicável sentimento de dedicação e o interesse pelo que faz. Hoje, o rádio perdeu o espaço na sala para a televisão, mas não perdeu o seu lugar no coração de todos nós. O Radialista é um sonhador, um apaixonado que faz parte do cotidiano das pessoas". Maravilhoso, recortei e guardei em meus favoritos.
    Parabéns pelo artigo que teve graça e sensibilidade.

    Daniela - São Paulo - SP.

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  9. Bom dia gente
    Ao amigo Paolo Cabrero, da super Itu. Apenas um esclarecimento. Entre nós dois, eu e o Rolando Marques, o de descedência luzitana sou eu, já que minha saudosa mãe era portuguesa de Trás-os-Montes. Não houve nenhuma confusão de nossa parte nesse atribulado vôo. Acontece que, a aeromoça, na porta do avião, entregava senhas coloridadas de acordo com o distino do passageiro. Pra mim entregou a cor amarela (Natal) e, confusa, afinal era de madrugada, chovia muito e o Airbus carregava umas 200 pessoas, ela deu ao Rolando Marques uma ficha verde, cuja cor indicava como destino a bela Fortalzea. Nem o Rolando, nem ninguém, tinha obrigação de saber o significado da cor da senha. Outro detalhe, esta não foi a primeira viagem aérea dos dois, já que o Rolando Marques havia viajado pouco antes para o Japão e eu para vários estados brasileiros em uma outra profissão que exercia. Mas, valeu, abraços e um excelente domingo, que terá somente nós corintianos torcendo para o Timão, o restante é contra, mas vamos vencer todos.
    Oswaldo Lavrado: SBCampo

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  10. Ôi Lavrado, adorei sua história, uma delícia. Que cena, dois amigos separados debaixo de um temporal, de madrugada e num lugar estranho. Sorte é que deu tempo do seu amigo Rolando voltar a tempo. Sou leiga em rádio apesar das noções que nos passam na Unifran. Aliás, a Unifran, aqui de Franca, tem até uma rádio FM e poderosa, uma das mais ouvidas da cidade. Por isso a pergunta: se o Rolando não voltasse, como vc faria para transmitir o jogo? O comentarista sabe também narrar ou é dificl?

    Maria Paula - Franca - SP.

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  11. Aqui, cada um tem seu radinho portátil para ouvir as belas narrações esportivas desses radialistas. É muito mais emoção!
    Paolo, aqui é tudo português. Se olhar pros lados, não sobra um:é Souza, Morgado, Lavrado, Motta, até o pe. Euvidio, tantas são as patuscadas que relatam.... rssss
    feliz domingo a todos.
    Isildinha- Osasco

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  12. Olá Lavrado!
    Olha, vc me deu uma ótima idéia para defender uma tese, na faculdade, sobre jornalismo esportivo de rádio. Nela vou sugerir que comentaristas e narradores, quando sairem para uma cobertura esportiva num lugar distante, passem a usar, obrigatoriamente, algemas. Dessa forma não correm o risco de se perderem, o que acha? Outra coisa que vai entristece-lo. Meu Santos ganha hoje de 3 x 0. Acho que ontem dei esse placar para o J. Morgado, no texto dele sobre futebol e violência. Nunca errei, sabia???
    Bjos,

    Thalita - Santos

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  13. Oi Lavrado, vou te confessar uma coisa: - Quando criança, mais ou menos uns dez anos de idade, eu fiquei encantado quando visitei pela primeira vez um estúdio de rádio aqui da minha cidade.
    Eu morava perto de uma serraria, juntei um monte de retalhos de madeira, e reproduzi o estúdio de rádio no quintal da minha casa. No meu ponto de vista era perfeito, e eu ficava horas falando naquele microfone de madeira, com fios de barbante, potenciômetros de tampinhas de xampu. Colocava long play de papelão, num toca disco feito de restos de vigas cuidadosamente recortadas e com o nome dos artistas. As músicas eram imaginárias, tocavam só na minha mente. Enfim, era uma viagem no desconhecido do subconsciente de uma criança criativa. O tempo passou e eu fiquei adulto, envolvi com MotoCross. Corri durante dez anos, e o ronco dos motores substituíram a minha paixão pelo rádio.
    O rádio perdeu para a televisão, é verdade. É verdade também que a televisão está perdendo audiência para o computador. Eu acho que propagandas enjoativas, repetitivas, e sem criatividade tiram os ânimos dos tele espectadores. Um grande abraço desse amigo fisicamente desconhecido, mas muito unido por afinidades.
    Valentim Miron - Franca SP.

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  14. Aqui na minha igreja tem um microfone igual esse ai da foto. Eu uso ele pra chamar os fiéis para a missa. Temos quatro alto falantes na torre da igreja. Todos os domingos das duas as quatro horas eu falo mensagens de auto ajuda para os transeuntes aqui das imediações da paróquia. Dizem que a minha voz é linda, doce e suave, por isso as pessoas sentam nos bancos da praça só para me ouvir. Essa suavidade da minha voz foi quebrada domingo passado, quando o frei Germano estava lavando a sacristia e eu estava descalço, sentado na cadeira com os pés para o alto. A hora que eu fui rezar a ave Maria sem querer coloquei os pés no chão, levei um choque danado. Imaginem o grito: - Áááááááááaáááááááááááááááááve Maria! A igreja encheu de gente para ver o que aconteceu. Padre! O que aconteceu? — sei não, acabei de chegar!

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  15. Ai, Meu Deus do céu!
    Esse padre Euvídio me mata de rir. Nunca vi coisa igual. Adoro esse blog e estou viciada, não tem jeito de ligar o computador e não entrar aqui. Adoro tudo que vocês escrevem. Essa do Oswaldo Lavrado de hoje é de morrer de rir. A do J. Morgado, ontem, uma beleza, Uma aula para se meditar e lutar contra a violência em campos de futebol. Olha, certamente esse blog vai ser premiado, em pouco tempo, como um dos melhores do Brasil. Já deu pra perceber, vocês são amigos, unidos e ótimos profissionais.
    Beijinhos pra todos e contem com minha admiração e respeito!

    Gabriela G. Jovanovik - Joinville -Santa Catarina

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  16. Gente...
    Maria Paula: Caso o narrador não aparecesse em Natal eu iria atras de algum colega de folga, nas rádios de Natal (sempre há um) para transmitir o jogo. Esse expediente é muito usado no Interior. Em rádio, prezada Maria Paula, narrador é narrador e comentarista é comentarista. O primeiro substitui o segundo, ao contrário é quase impossível É o meu caso. Um tanto complicado, nè ?
    Thalita: Se você já fez viagens aéreas sabe que tudo pode acontecer, principalmente extravio de tudo: pessoas, malas, maletas, malotes e o diabo. Em uma viagem para Campo Grande (MS), não sumiu nenhum integrante da equipe, mas desapareceu todo o equipamento técnico que foi parar em Dourados/MT. Nesse caso tivemos que pedir socorro aos colegas de rádio de Campo Grande para possibilitar a transmissão do jogo. Você tem razão, tratando-se de viagem aérea aqui no Brasil, é mesmo necessário o uso de algemas para unir as pessoas do mesmo grupo e, claro, bagagens e outros afins. Valeu garota.
    Valentim Miron: O rádio é isso mesmo, um sonho que brota muito cedo. Poucos, no entanto, são os que chegam aos microfones de rádio. Quando criança, a gente falava meio escondido em latinhas de massa de tomate ou de azeite, que apresentam um certo eco, sonhando um dia estar em uma rádio. Há mutas histórias, estórias e causos pra contar de nossa trajetoria de mais de 20 anos em rádio e que na medida do possível estaremos relatando aqui. Abraços.
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

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  17. Boa noite, pessoal!
    Será que a galinha carijó do padre desbotou? Também, pintar a pobrezinha de preta com tinta de cabelos, não daria certo mesmo. Deve ter chovido na terra dele e a pobrezinha perdeu a cor. Thalita, você tem mesmo dom da adivinhação. Poderia abrir uma sociedade com Muricy Ramalho, ficariam ricos muito cedo. Quase você acerta, menina! Disse 3 a 0. Foi 3 x 1. ao contrário.
    Abraços a todos que vou comer uma pizza de Itú com a família. São 10 pessoas e vai sobrar pizza. Ela (pizza) tem 10 metros de comprimento por 5 de largura. E a cerveja aqui é de 30 litros. Bem gelada!

    Até amanhã pra todos!

    Paolo Cabrero - Itú - SP.

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  18. Armando Penteadodomingo, 26 abril, 2009

    Senhor Oswaldo lavrado.
    Eu não trabalharia com o senhor de jeito nenhum. Tenho a impressão que és uma fera. Veja isso:
    "Sugeri, ou determinei, já que era o chefe da equipe, que ele embarcasse rápido para a capital potiguar, onde seria realizada a transmissão do jogo". E precisava disso? Ser autoritário só porque era o chefe? Ou ele não sabia que tinha que ir para Natal? Bah, tchê. Balela!

    Armando Penteado - Pelotas/RS

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  19. Ôi.... Que legal essas histórias de rádio. Meu pai conta que trabalhou mais de dois anos, quando jovem, na Rádio Dirceu de Marília, aqui na minha cidade. Por acaso vc conhece, Oswaldo? Mesmo depois de formado e Juiz de Direito, ele diz que nunca se esquece dos tempos que foi locutor de rádio. Pela conversa dele Apresentava programas de músicas e atendia ouvintes pelo telefone. Conta sempre isso.
    Gostei da sua história, bem engraçada, e do blog de vocês.
    Bom final de domingo!!!

    Vanessa - Marília/SP.

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  20. Padre Macumbeirodomingo, 26 abril, 2009

    Paolo Cabrero, o feitiço virou contra o feiticeiro. Padre macumbeiro nunca deu certo. Hoje eu tenho consciência de que a galinha tem que ser preta mesmo, embora ache que a culpa foi da tinta.
    Acabei de ler no rótulo, made in Paraguai. A bula diz para misturar “3” partes de tinta, para “1” parte de água. Só agora é que eu decifrei a mensagem cabalística do produto. 3 x 1. Fazer o que né.
    Olham só, três partes de tinta preta, negão, gavião, coríntias uai. Uma parte de água, peixe.
    A bíblia também errou no resultado, quando diz, Corintius um, versículos três.
    Padre Euvidio

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  21. Senhor Armando Penteado
    Longe, bem longe do autoritarismo. Apenas tensão do momento, já que as horas que anteceram nosso contato foram de incertezas. Para o senhor ter uma idéia, o narrador em questão dirigiu a equipe por 15 anos antes que eu assumisse e, por seu carisma e segurança nas decisões, era o guru de todos nós. Nos meus 10 anos à frente da equipe citada nunca houve um "chefe" e sim um organizador de trabalho que mais ouvia do que "determinava". O termo utilizado no relato da história foi apenas força de expressão para sinalizar a "angústia" do momento.
    Obrigado por sua observação, democrática, diga-se.
    abraços
    Oswaldo Lavrado: SBCampo

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  22. Agora já sabemos de quem é a culpa pela derrota do peixe: a galinha fajuta do padre. E,creio, criaram imunidade para o Ronalducho em relação às travestis que plantaram na concentração.
    Precisamos, padre, de um feitiço muito forte para reverter esse quadro no Pacaembu, domingo próximo. Missão quase impossível.
    Tem alguma idéia?

    Abração,

    édison motta
    Santo André, SP

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  23. ôi, Lavrado......
    Porque será que tem sempre alguém que vê alguma coisa ruim em tudo, não é? Caso desse senhor Penteado, de Pelotas. Chamá-lo de autoritário sem o conhecer. Eu jamais faria isso. Tanta coisa para comentar nesse seu texto, tanta coisa bonita e engraçada, o prezado senhor encontrou alguma coisa que o desagradou, para poder entrar aqui e destratá-lo. Um exemplo a Daniela, de São Paulo. Extraiu uma parte bonita do seu texto e postou. Esse senhor foi na cola dela, só pelo lado negativo. Saiba, Oswaldo Lavrado, que todas nós temos o maior respeito por você e não é um comentário desse tipo que deve desanimá-lo a prosseguir nos dando toda a alegria contida em seus artigos, como o de hoje, viu? Agora, permita-me: "Senhor Armando Penteado, vá lamber sabão!

    Martinha - SBC - SP.

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  24. Olá Oswaldo Lavrado!
    O Edward está parecendo um jornal diário (sic) que tem aqui em Santos. Aos domingos ele coloca no alto da primeira página o aviso: Domingo e segunda. Comunica que só volta na terça-feira. A única diferença em relação ao Edward é que ele não coloca o anúncio. Posta domingo e segue direto (rsssssssssssssssssss).
    Muito boa sua historinha, atrapalhada e gostosa de se ler para desopilar o fígado.
    Beijinhos e vamos aguardar o novo assunto.

    Lidiane (Metodista) SBC

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  25. Lidiane, o Edward está curtindo as "hóstias"" que tomou ontem, coitado. Só não sei se ele tem piloto automático. Veja o azar dele. Sãopaulino e vai torcer para o Santos. Deu no que deu, Coringão na cabeça, fácil, fácil. Um detalhe, pode me responder, Lidiane. Você mora em Santos ou São Bernardo, não entendi nada.
    Abraços.....
    Paolo Cabrero - Itú - SP.

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  26. Bela história. Quando surgiu a tv, muito se falou que o rádio ia acabar. Com a chegada da internet, falou-se também. Pois nada. o rádio está firme aí nas casas dos brasileiros. Em cima da geladeiras, no cantinho das camas, nos automóveis. O rádio não vai morrer nunca e deve ser sempre reverenciado.

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  27. Preste atenção, prezado senhor Paolo Cabrero.
    O senhor está me deixando "cabreira". Vou lhe explicar com detalhes, mas pequenos, nada de texto grande demais, tá bom? Senão pensam que mudei para Itú. O senhor, pelo visto, é novo nesse blog. Sempre postei com meu nome verídico, Lidiane e acrescentei ao nome a Metodista de São Bernardo do Campo, onde estudo à noite. Moro em Santos, sim senhor, satisfeito? Faço o trajeto de carro, com minhas amigas Rita e Tânia, que também estudam na Metodista. Cada dia no carro de uma de nós.
    Abraços, senhor da terra do exagero!!!

    Lidiane (Metodista), faculdade que fica em São Bernardo, mas moro em Santos, (melhorou?)

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  28. Irmão Jesus disse para que nos amássemos, e não para que nos amassássemos.

    Édsom Motta, to mais perdido do que cachorro que caiu da mudança.
    Acho que vou contratar uns travecos, e colocá-los atrás do gol para tirar a atenção do Ronaldo balufa.

    Padre Euvidio.

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  29. Olá Lidiane!
    Explicação coerente e aceita por mim. Só mais uma perguntinha. Aí em Santos tem camarão de um quilo? Em Itú, esse de um quilo é o menorzinho, usamos como isca pra pegar lambari de 30 quilos.......

    Abraços e não se irrite!!!

    Palo Cabrero - Itú - SP.

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  30. Queridas amigas e amigos
    Voltei. Na minha atual atividade estou sempre pegando céu, estrada, mar ou rio, como foi o caso agora, quando fui cobrir um encontro de forró em Cananéia e Ilha do Cardoso. Trabalho estressante, né. É meu prêmio na aposentadoria. Quando sumir saibam que estou viajando, porque não abandono o blog. O Oswaldo Lavrado resgata preciosos momentos do rádio, aquilo que nunca foi para o ar. Concordo, a rádio Diário teve uma excelente equipe, rara de encontrar numa rádio de interior. Fui muito amigo do Rolando, tínhamos um acordo de troca de informações quando eu chefiava a Sucursal do ABC do Estadão e JT. Nossos contatos eram por telefone, vários ao dia. O rádio é um fascínio. Fui redator na Jovem Pan e produtor de um programa na rádio Triunfo, em Porto Alegre, da "segunda divisão", que operava com pouca gente e só recursos básicos. Demorei muito para perder o medo do microfone, foi uma pena, porque guardo a frustração de não ter sido também repórter de rádio. Teria que arrumar a voz, treinar a respiração, mas pra isso tem jeito, em aulas de dicção. Quando trabalhei na TV Globo havia a Glorinha, que arrumava a voz de todo mundo. Cheguei a ter um papo com ela. Lembro-me de uma frase marcante: "a gente não fala só com a boca, mas com todo o corpo". Entre outros exercícios, mandava falar segurando um lápis entre os lábios. Não me perguntem para que. Suponho que para forçar a gente a abrir a boca. A mulher, que a turma chamava de "bruxa", pelo que conseguia, era respeitada até por Cid Moreira. A TV jamais matou o rádio, como previam no começo da TV. Como a Internet não vai matar coisa nenhuma, tudo terá sempre seu espaço, sua linguagem, e principalmente seu público fiel e amante. O rádio foi criador dos programas de auditório, que migraram depos para a TV. Tipo Faustão. O papa, de todos os tempos, foi o super eclético Ary Barroso. Depois veio Chacrinha, que começou no rádio. Outro nome extraordinário do rádio, que fez história, foi Manoel da Nóbrega, o primeiro no Brasil que fez uma transmissão de corrida de carros, no lendário circuito da Gávea, Rio. Contam, não existiam gravações naquele tempo, claro, era tudo ao vivo, que transmitiu sozinho fingindo ser vários repórteres. Ele chamava o "repórter" no seu "posto", mudava a voz, e mandava a ver. Cascata só possível para um artista completo. Todo mundo engoliu. Na minha infância fui platéia em vários programas de auditório, e cheguei a ver também a produção in loco de novelas no rádio, onde o sonoplasta era a principal figura, com todo um aparato de baldes com água, latas, pratos, talheres, toda parafernália imaginável, para produzir sons, até de tempestade. O efeito, para quem ouvia em casa, era perfeito. Belos tempos!
    Beijos,
    Milton Saldanha

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  31. Martinha eu conheço esse tal de Armando penteado. Ele é mal humorado porque é careca e só é penteado só no nome.
    D’jango Pelotas/RS

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