domingo, 24 de janeiro de 2010

DIÁLOGO NACIONAL

Início dos anos 70, uma terça-feira, fui chamado pelo jornalista Fausto Polesi, diretor do Diário do Grande ABC, em sua acanhada sala da "casinha", onde funcionava a redação. Sempre com cara de poucos amigos (assim ainda é o excelente jornalista e sempre companheiro Fausto Polesi, mas coração de gigante), convocou também o chefe de redação - José Louzeiro, hoje presidente da Associação dos Escritores do Rio de Janeiro - fechou a porta e foi dizendo: "o Diário recebeu convite da televisão Record para enviar dois jornalistas para participarem do programa "Diálogo Nacional".
Fiquei surpreso e sem entender bem o que tinha eu a ver com a coisa, uma vez que era apenas um neófito repórter esportivo. "Sim, Dr. Fausto, onde entro na parada, não estou entendendo?", indaguei. Sem levantar os olhos dos convites que estavam sobre sua mesa, o diretor, respondeu: " vamos eu e você", sentenciou. Meio atônito e sem discutir a ordem perguntei que dia era o programa. "A gravação é hoje às 19h e vai ao ar esta noite, às 23h30 ", emendou o chefão e completou: "chamei o José Louzeiro, chefe da redação, para não passar por cima de sua autoridade, certo?" Nada mais foi dito nem perguntado. Fiquei satisfeito, porém apreensivo, com tantos "cobras" no Diário especializados em assuntos polêmicos como Édíson Motta, Aleksandar Jovanovic, Ademir Medici, Hermano Pini Filho e Otto Diringer, além do próprio Zé Louzeiro e outros, o chefão foi logo me escolher. Enfim...
O programa Diálogo Nacional da TV Record marcou época nos anos 70. Era apresentado por Blota Júnior e Murilo Antunes Alves, além da participação de jornalistas da emissora. Blota Júnior já é falecido; Murilo Antunes Alves não sei onde anda, porém lá pelos anos 80 foi chefe do Cerimonial do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
A tônica do programa, em rede nacional era a política, os políticos e a situação da época no Brasil. O regime militar estava em plena vigência. Os entrevistados eram Murilo Macedo, ministro do Trabalho, Tito Costa, prefeito de São Bernardo, e Luiz Inácio da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que não havia, ainda, colocado o apêndice "Lula" agregado oficialmente ao nome.
Botei terno e gravata, apetrechos que sempre abominei, peguei minha Brasília bege e lá fui para a TV Record, então instalada na Avenida Miruna, próximo ao aeroporto de Congonhas.
O misticismo que eu carregava sobre a suntuosidade de um estúdio de televisão foi água abaixo assim que entrei no prédio. Não havia estacionamento para "sapos ", como era meu caso. Encontrei o Fausto e o Tito Costa na porta daquele enorme galpão, que mais parecia uma fábrica em ruínas ou depósito de bebidas abandonado. Passamos por uma meia dúzia de seguranças, que revistaram até as cuecas, e chegamos a um corredor que terminava em pequeno palco.
Nesse espaço, com um telefone na mão esquerda, estava o jornalista Ferreira Neto (falecido aos 64 anos, em 4 de agosto de 2002), gravando seu programa com um tipo de personagem criado por ele, de nome Léo, com qual, via telefone, e com algum cuidado que o tempo exigia, satirizava situações de políticos da época do regime militar. Ferreira Neto, um troglodita de mais de 120 quilos passou por nós no corredor apertado empurrando tudo que encontrava pela frente e, como sua arrogância era proporcional ao seu tamanho e peso, sequer cumprimentou a gente. Estava para começar a gravação do Diálogo Nacional. Na bancada havia também um jornalista da Record: Celso Vernize, filho de Narciso Vernize (também já falecido), o "Homem do Tempo", da Jovem Pan. O ministro Murilo Macedo era o convidado especial pelo óbvio, já que nessa época pululavam veladas greves de trabalhadores em vários segmentos. Tito Costa era o prefeito de São Bernardo, cidade brasileira com o maior número de indústrias de porte, e Lula, presidente dos Metalúrgicos, já então carismático e que havia levado cerca de 70 mil trabalhadores ao estádio de Vila Euclides, o que deixava políticos e milicos, argolados ao governo militar, com a pulga atrás da orelha.
Antes de começar a agravação, porém, uma mulher - não perguntamos o nome e pouco interessava - chegou a nós (eu e o Fausto) e mostrando um papel datilografado foi determinando: "Olha, as perguntas ao ministro, ao prefeito e ao presidente do sindicato estão neste papel. Não façam nada improvisado". Deu uma cópia para cada um de nós e foi saindo. "Ei, moça, espera um pouco - chamei - pelo que entendemos, nós temos que ler este papel durante a entrevista? "Sim - respondeu a mulher - os censores estão aqui de plantão e a gente não pode facilitar". Olhei para o Fausto, encarei a mulher e devolvi o papel: "Olha, minha senhora, se tivessem avisado que a gente viria aqui para ser marionete pode ter certeza que não iria colocar esta armadura (terno e gravata) e muito menos me deslocar do ABC. Eu vou embora". Rapidinho, já que o pessoal da produção chamava a gente para ocupar a mesa, onde estavam instalados o ministro, o prefeito, o sindicalista, um repórter e os dois âncoras (Blota e Murilo), a mulher das "ordens" me segurou pelo braço e, de novo, rugiu: "Tudo bem, mas veja lá o que vocês irão dizer ou perguntar, principalmente ao ministro. Se for o caso a gente corta a gravação". Pegou o papel de nossas mãos, com as perguntas, e sumiu naquele corredor entupido de tranqueiras.
Com indisfarçável sorriso no canto dos lábios olhei para o Faustão e fomos para a gravação. Correu tudo bem, não fosse pequeno deslize de minha parte. Coloquei a carteira de cigarros Free sobre a bancada ao lado do meu microfone. Em determinado instante ouvimos um berreiro: "corta, corta; pô, seu Lavrado, olha o cigarro", gritava uma voz que vinha do balcão superior onde estavam as câmeras. "Qual é o problema? Não estou fumando e nem seria louco de fumar aqui", berrei também, sabendo que a gravação já estava paralisada. "Não podemos gravar com o seu maço de cigarros aparecendo às câmeras, é propaganda gratuita", justificou o mesmo cara que urrava lá do alto. A entrevista de hora e meia foi até o final, com pequenos cortes em virtude de apimentadas perguntas ao ministro do Trabalho e ao Lula, mas sem maiores consequências.
Tito Costa, na época prefeito de São Bernardo, até por razões naturais foi cuidadosamente poupado.
Nada de muito comprometedor foi lhe dito, nem perguntado. Atualmente Tito Costa está com 87 anos e se recupera de um enfarte.
Voltamos para casa a tempo de ver a gravação, exibida por volta da meia noite. No dia seguinte lá estava eu na redação do Diário, bem cedo como de costume, para minhas matérias esportivas e o Fausto Polesi cuidando do editorial do jornal para aquele dia. O assunto, quase que obviamente, foi o "Diálogo Nacional".
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Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no Grande ABC
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27 comentários:

  1. Bom dia amigos (as) deste blog...
    Hoje é domingo, dia propício para se esticar na poltrona, curtir a preguiça, uma boa leitura, acompanhar os jogos de futebol pelo rádio e pela TV, saborear a macarronada da "mama" e ler Oswaldo Lavrado neste espaço. Mas, porque Oswaldo Lavrado? Simples... Com maestria ele sempre escreve sobre assuntos que nos fazem recordar, mexem com nossa imaginação e nos transportam para outras décadas, como essa crônica de hoje, "Diálogo Nacional", nome de um dos consagrados programas de nossa TV, onde Lavrado compareceu como convidado especial para falar numa época em que era preciso medir as palavras. Uma leitura para um domingo como esse.

    Um forte abraço, a partir desta segunda-feira esse blog fica sob o comando de Nivia Andres. Sempre que possivel estarei por aqui deixando meus comentários e, também enviando minhas crônicas. Conto com a colaboração de todos vocês para que possamos dar sequência a esse blog que hoje é um dos mais visitados e concorridos da Internet, com um nível cultural altíssimo, basta ver os comentários aqui postados e a presença maciça de estudantes de jornalismo, medicina, letras e outros. Muito obrigado!

    Um lindo domingo a todos!

    Edward de Souza

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  2. Laércio H. Pintodomingo, 24 janeiro, 2010

    Bom dia Oswaldo Lavrado!
    O Edward tem razão, sua crônica me fez viajar no tempo. Para você ter uma idéia, eu comprava a Folha da Tarde só para ler a coluna do Ferreira Neto, se não me engano, também apresentava um programa na Rádio Bandeirantes, não sei se você pode confirmar isso. Além desse programa na TV Record, quase no final de noite. Só não sabia que era antipático, fiquei sabendo agora pelo seu texto.

    O Ferreira Neto foi candidato ao Senado pelo PRN, partido do Collor e perdeu para o Suplicy, em São Paulo. Depois disso mudou-se para Miami, onde morreu, novo ainda. Tem uma passagem curiosa com Ferreira Neto. Numa de suas idas para Miami, certa vez ficou preso quatro dias no Aeroporto, acusado de porte de remédio controlado. Ou seja, para a PF de lá, entorpecente. Mas, provou que precisava do remédio e acabou sendo liberado.

    Gostei desse seu artigo falando sobre sua participação no "Diálogo Nacional", que assisti várias vezes. Era uma espécie de pinga-fogo da nossa TV. Um entrevistado cercado por entrevistadores, não era isso, Oswaldo? Nessa época que você citou, abrir a boca era um perigo, poderia até sair da TV para o xilindró, Deus me livre!

    Abraços, parabéns pelo texto e bom domingo!

    Laércio H. Pinto - São Paulo 0 SP.

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  3. Ôi Oswaldo Lavrado, bom dia!
    Embora não tenha sido do meu tempo, eu já ouvi falar em Blota Junior. Ferreira Neto eu me lembro dele, vendo sua foto aqui no blog. Eu era pequena, se não me engano na TV, ou em campanhas políticas. O que impressiona era o cerco para se saber o que se poderia ou não falar naqueles tempos de ditadura, não? Trabalhar na Imprensa nesse tempo não dava medo?

    Beijussss, muito legal sua crônica!

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  4. Oiê, amigos (as)...
    Edward: obrigado pela abertura; você é suspeito, mas não será chamado para depor; (rsrsrs)...
    Laércio H.Pinto: tudo que você escreveu acima faz parte da história do jornalismo da TV. Ferreira Neto, era meio metido, porém bom coração e um grande (em toso os sentidos)jornalista . Desafiou o regime e teve alguns problemas, mas não esmorecia. Valeu...
    Gabriela: Hoje, garota, é igualmente ou mais perigoso ser jornalista, dependendo do caráter e do profissionalismo de cada um. Não esqueça o caso Tim Lopes (Globo). O cara foi para o "microndas" porque sabia, ou queria, saber demais, entendeu menina ?
    Voltaremos, bom domigo a todos.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

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  5. Olá Lavrado


    Ver as fotos do Louzeiro, Tito Costa, Blota Jr., Ferreira Neto e ler sua crônica sobre aqueles velhos tempos trouxeram-me outras lembranças.
    Eu e o Hermano Pini passamos por algo semelhante. Foi também da TV Record. Uma farsa publicitária que nada tinha a ver com política. Foi horrível! Fichas com as perguntas e ouvidos para escutar baboseiras. Não caí noutra.
    Apenas um reparo: no Estádio de Vila Euclídes não cabiam 70 mil pessoas. Se as pessoas ficassem coladas umas as outras, o número seria de mais ou menos 32 mil.
    Com é bom recordar...
    Obrigado meu irmão por essa belíssima crônica.

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  6. Caríssimo Oswaldo Lavrado e demais leitores e comentaristas: sua crônica sobre a época é um documento valioso sob diversos enfoques. Primeiro, mostra seu caráter, coragem e irretocável vocação jornalística ao recusar a farsa das perguntas prontas. Veículos como a TV Record de então eram atrelados ao sistema, não precisavam nem de censores da ditadura, eles próprios faziam esse serviço sujo, como mostra a crônica. Ferreira Neto era do ramo, sabia representar bem seu papel, mas tinha péssima imagem no meio profissional, desconhecida do público. Diziam que nem tudo que ele fazia era jornalismo, havia também muita negociação, matéria paga, favores. Quando se atrelou a um "partido" de aluguel, de péssimo conceito, isso ficou claro. Tito Costa, com quem Édison Motta trabalhou e conheci pessoalmente, foi um ótimo prefeito de São Bernardo, corajoso, arriscou seu mandato durante a ditadura apoiando os metalúrgicos. Sempre o tive em grande conceito. Lula estava começando a despontar e ainda tinha rejeição aos políticos, como ele próprio afirma hoje, e era verdade. Fausto Polesi foi meu amigo, sempre, e jamais perdi a estima por ele, mesmo quando teve que me demitir da chefia da redação do "Diário". Aquilo não foi pessoal, foi uma questão política, que entendi. Anos depois me recebeu de volta com grande carinho. O galpão da Record conheci bem. A rádio Jovem Pan ficava no mesmo prédio. Trabalhei como redator da rádio durante dois anos, pela manhã, e à tarde era repórter na Ultima Hora, no prédio da "Folha". Tempos realmente inesquecíveis. Obrigado Oswaldo Lavrado por ajudar a manter viva essa memória.
    Chove em SP, para variar.
    Abraços!
    Milton Saldanha

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  7. Boa noite Oswaldo Lavrado, com essa chuva toda a gente fica até com medo de ligar o micro por causa de raios e trovões. Fiz isso agora para ler a crônica de hoje do blog. Esse programa que você participou na TV deveria ter outro nome, ao invés de "Diálogo Nacional", "Suspiro ao pé do ouvido". Convidam jornalistas a participar de uma entrevista e já dão as perguntas, respostas, etc e tal. Medo feroz da ditadura, por certo. E pelo que a gente leu sobre essa época, Oswaldo, tinha mesmo que ter medo!

    Bom final de domingo e uma ótima semana!

    Larissa - Cásper Líbero - SP.

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  8. Oiê, amigos:
    Caro mestre Morgado: À época da "reunião" do Lula no "Vila Euclides" - de acordo com os dados da medição (ou cálculo) da Polícia Militar - registrava cerca de 70 mil pessoas, uma vez que o "grosso" do povão estava dentro do campo (gramado), nos corredores abaixo e sobre as arquibancadas, todos em pé. Daí a estimativa, que perdura até hoje, que havia esse número de pessoas no estádio.Falam até em 72 mil. Enfim...
    Considerado Saldanha: Após escrever o artigo sobre a Record, postado hoje no blog, lembrei detalhes que retificam e clareiam os motivos da opção do Fausto por este escrita em meio a uma gama considerável de profissionais de porte então lotados no Diário: o convite da Record solicitava um jornalista do Diário (jornal) e um da Rádio. Como, á época eu trabalhava nos dois veículos o Fausto optou por este jornalista, mesmo tendo a rádio nomes mais cabaritados (tipo Rolando Marques) para a missão. Não fosse isso, certamente o escalado pelo Fausto seria outro companheiro do jornal para participar do Diálogo Nacional.
    Sobre o Lula, tinha um certo relacionamento pessoal com o ele mesmo antes do homem ser famoso e veemente sindicalista. Eslareço que
    eu nunca fui agregado a qualquer sindicato.
    Também desfutava de amizade com o então prefeito Tito Costa, que perdura até hoje, uma vez que escreve coluna no semanário Folha do ABC, onde trabalho há exatos 15 anos.
    De resto, caro Saldanha, fico lisonjeado por suas colocações em seu comentário acima, que sensibiliza mesmo um velho e calejado jornalista que, como tantos outros da época, entre eles - Edward, Motta, Morgado, Medici, Louzeiro, Hermano e, claro, Milton Saldanha - entre outros que a claudicante memória vacila em nominar, vivenciaram e sem argolagem com sistemas, literalmente, sobreviveram, sabe lá Deus como.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

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  9. Eu adoro ler o que vocês escrevem nesse blog por tudo isso, Oswaldo Lavrado. Vocês são unidos e comentam, com isso esclarecendo qualquer dúvida que a gente possa ter ao ler um artigo como o seu de hoje. Até porque não conheci esses jornalistas que você citou e mostrou com fotos, mas conheço Tito Costa que foi prefeito aqui da minha cidade quando eu nem nascida era. Mas é obrigação de quem mora numa cidade como Bernô saber pelo menos quem foram seus últimos prefeitos. Mais ainda. Na semana passada li no Diário do Grande ABC, que meu pai assina, sobre o enfarte de Tito Costa, que você menciona no final de sua crônica. De acordo com a notícia que eu li ele está bem, apesar da idade avançada. Papai me contou que Tito Costa, além de bom prefeito em São Bernardo é um extraordinário jurista e que foi ele que deu a maior força para que Lula encarasse as forças ditatoriais que comandavam nossa País na época. Papai disse ainda que foi Tito Costa e o Senador Teotônio Vilela, já falecido que ajudaram Lula e os metalúrgicos nos anos 70.
    Viu como sua crônica rendeu? Aprendi aqui e com meu pai. Obrigada!

    Bjos a você e a todos deste blog. Papai manda-lhe um abraço!

    Michelle - Metodista - SBC.

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  10. Dileto Oswaldo Lavrado: vou discordar de você com toda a veemência. O Fausto Polesi era criterioso, cuidadoso, se preocupava com a imagem dos seus veículos. Jamais teria convidado você se não tivesse a certeza de ter ao lado um profissional confiável e realmente competente. Sua firmeza no episódio narrado comprovou isso.
    Abraço!
    Milton Saldanha

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  11. Eurípedes Sampaiodomingo, 24 janeiro, 2010

    Boa noite Oswaldo Lavrado.
    Acompanhei com atenção seu relato sobre sua participação nesse programa de debates da antiga TV Record. De todos esses citados por você, vi em atividade o Blota Junior, excelente profissional, e o Ferreira Neto. Lembro-me perfeitamente desse programa que você citou do Ferreira Neto. Tinha uma grande audiência. Ele segurava um aparelho telefônico e fingia estar conversando com alguém. Acabava formulando as perguntas e respondendo, sempre com algumas "tiradas" possíveis na época de ditadura. O Blota Junior se não me engano, com a esposa cujo nome esqueci, já no final de carreira criou e apresentou o famoso "Almoço com as Estrelas", lembra-se? Tinha grande audiência.
    Tito Costa, ex-prefeito de São Bernardo ouvi falar muito dele, exatamente por conta das greves dos metalúrgicos do ABC e o José Louzeiro sabia apenas que era escritor. Meu irmão tem uma livro dele, romance policial que certa feita me emprestou para ler. O nome, se não me engano era "Aracelli, meu amor!" O relato de uma menina de 11 anos violentada e morta por um maníaco. Bom seu texto deste domingo, vamos levantando poeira, gosto disso!

    Abração, Oswaldo Lavrado!

    Eurípedes Sampaio - Jundiaí - SP.

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  12. Amigos do blog de ouro bôa noite.
    Cheguei tarde, devido a imprevistos e só agóra consegui deixar meu comentário.
    Oswaldo Lavrado, meu amigo,muito interessante seu artigo, relatando o que se passava nas dependencias escondidas do público em emissoras de tv e rádio, bem como com os jornais da época.
    Foi de fato uma grande afronta ao esquema montado para vcs, parabéns pela atitude que vc tomou ao recusar-se a perguntar só o que interessava ao programa.
    Hilário o episódio do cigarro, fico imaginando a cara dos panacas diretores do programa, enfurecidos com a quase propaganda gratuita do "Free".
    Quanto ao Ferreira Néto, eu acompanhava sempre seus artigos ,os quais ele escrevia para o jornal ÙLTIMA HORA, mas desconhecia esse seu lado arrogante,
    Abraços Oswaldo Lavrado, Edward e demais amigos do "nosso" blog.

    Uma ótima semana a todos.

    Admir Morgado
    Praia Grande SP

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  15. Acho que ninguém demora mais que eu nesse blog. Leio todas as crônicas e contos com muita calma, depois os comentários. Não deixo de ler nenhum, a gente acaba tirando algumas dúvidas ou então encontrando outras (rsssssssssss).
    Como disse a Cris, para nós sempre um aprendizado. Eu sou uma eterna curiosa sobre essa época da ditadura e de como se portavam os jornalistas. Já li texto do Milton sobre a perseguição que sofreu e até prisão, sem que tivesse dado motivos para que isso ocorresse. Já li sobre Vladimir Herzog (isso?), tenho um livro que conta todo o seu sofrimento e morte e muitas vezes isso me revolta, acreditam? Como pode tanta barbaridade correr solta em nosso País? O Oswaldo Lavrado em seu relato mostra como procuravam evitar que jornalistas pudessem se expressar livremente. No caso, não os asseclas da ditadura, mas a produção de um programa jornalístico, certamente ameaçada e avisada que qualquer comentário considerado ofensivo contra o governo militar, as consequências contra o programa e a emissora seriam danosas, não é isso, Oswaldo e Milton? Até gravando se preveniam. Como é bom ter liberdade de expressão, escrever o que a gente pensa sem medo de acordar algemada. Tenho muito, mas muito receio que isso volte a ocorrer no Brasil. Deus que nos livre disso!
    Bom final de domingo, abraços Oswaldo Lavrado e parabéns pela coragem ao se rebelar e exigir o direito de se expressar!

    Andressa - Cásper Líbero - SP.

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  16. Oswaldo Lavrado
    Um abraço fraterno de um velho Radialista, pois aí iniciei minha militância no jornalismo para depois migrar para a mídia impressa sem, contudo, deixar o berço de origem.
    Participo com prazer de toda a louvação endereçada a você pelo texto hoje postado, digo, ontem, pois já é segunda. Sou talvez mais antigo. Meu tempo em São Bernardo se reporta a Lauro Gomes que também, depois gerenciou a Santo André de sua época. Fui amigo da Rita Zincalha e também doTito Lima da Folha de São Bernardo. Os comentários aqui postados falam de outro Tito, político que conheço e nunca fui próximo.
    Gostei muito de ler sua matéria. Ela me levou a lembrar amigos. Se me permite farei alguma referencia que pretende acrescentar.
    Murilo Macedo e Majuca, sua mulher, oriundos de Três Lagoas, Minas Gerais, os conheci em Maringá PR, ele gerente de um banco mineiro, guindado para política por Paulo Egydio Martins, genro e representante dos negócios da sogra Lila Byinton. Ele governador, fez de Murilo, presidente do Banespa e depois Secretário da Fazenda de São Paulo, culminando sua carreira na política como Ministro do Trabalho. Foi meu amigo e vizinho de sítio em Atibaia.
    Alguém comentou Blota Junior e sua mulher cujo nome era Sônia Ribeiro relacionado com o programa “Almoço com as estrelas”. O programa na verdade, foi criado e apresentado por Ayrton Rodrigues e Lolita sua mulher.
    Blota foi uma das amizades bem solidas que tive. Fui seu assessor na Secretaria de Comunicações do governo estadual SP.
    Darei continuidade a seguir.
    Garcia Netto

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  17. ontinuação
    Do “Diálogo Nacional”, participei de muito dos seus debates, quem sabe, o mais importante, com Janio Quadros respondendo a um jornalista do Estadão que insistia em dirigir-se a ele com o simplesmente você sem mencionar qualquer de seus títulos. A insistência gerou de Janio a resposta: “Meu ilustre jornalista, sou um velho professor, ex-governador do nosso estado, presidente da republica, portanto, qualificado para informar-lhe que o excesso de liberdade gera no mínimo duas coisas: atritos e filhos e, não quero ter nenhum dos dois com o senhor”.
    Ferreira Neto, ainda que suspeito, pela amizade que nos unia, não posso aprovar para ele o tratamento de arrogante. Era polêmico? Sim era, até pelo prestígio que chegou a desfrutar como jornalista e pelo foco de suas verdades.
    Foi citado o vulto de escol do velho Murilo Antunes Alves, figura mais ilustre de Itapetininga, cidade de São Paulo que amava, onde nasceu e teve finidade.
    As vaidades humanas acompanham as pessoas, alguma más, outras não fazem mal ao próximo, somente massageiam o ego de alguns. Não consegui amigo Lavrado, ao ler seu texto, deixar afagar o meu. Teria mais histórias a contar, mas, há que se respeitar a paciência alheia, especialmente dos companheiros que por aqui desfilam de maneira brilhante.
    Abraço Garcia Netto

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  18. Ôi Oswaldo Lavrado e Garcia Netto! Hoje é feriadão aqui em São Paulo, todos sabem. Aniversário da capital de todos nós, paulistas! Delícia ler seu relato e mais os complementos que se seguiram. Interessantíssimo o de Garcia Netto, que o Edward teve a visão de convidar para se juntar a todas essas "feras" do blog. Eu acho que Garcia Netto deveria escrever um artigo sobre suas andanças pelo mundo da imprensa e da política (como assessor, pareceu-me). Até porque, ele citou nomes que se destacaram no Brasil, não só de jornalistas como políticos com os quais conviveu, essa minha sugestão. Não tem quem não vai se interessar, depois dos dois tópicos que Garcia Netto postou aqui no blog. Não sei se o Edward ainda está no comando do blog ou se é a Nivia. Mas peçam ao Garcia que escreva um pouco de sua história, vai fazer sucesso!

    Beijos a todos, parabéns pela crônica, Oswaldo Lavrado, ela trouxe todas essas gostosas reminiscências ao blog.

    Vanessa - PUC - S.Paulo

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  19. Bom dia Oswaldo Lavrado!
    Aplausos para você pelo texto e para a Vanessa pela sugestão apresentada. Vou mais além, permita-me. Para nós, estudantes de jornalismo, no meu caso também de letras, seria um prêmio ler um pouco da história de cada um de vocês, mesmo que em série. Quantas e quantas histórias marcantes podem nos contar Edward de Souza, J. Morgado, Milton Saldanha, Édison Motta, Garcia Netto, Nivia Andres e você, prezado Oswaldo Lavrado. Como é gostoso ler o que você escreveu hoje e o que Garcia Netto comentou... Coloquem a sugestão da Vanessa, agora também minha, na pauta desse blog, por favor! Vamos ficar agradecidas!

    Boa semana pra todos!

    Tatiana - Metodista - São Bernardo

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  20. Bom dia, amigos e amigas!

    Olá, Oswaldo Lavrado!

    Excelentes,como sempre, os relatos sobre sua trajetória jornalística que, além de tudo, honram e orgulham os operadores da comunicação, como podemos comprovar, apreciando o fato que você descreve.

    Posso avaliar como era difícil aquele tempo em que a liberdade de expressão e o próprio ir e vir eram cerceados, vigiados, vilipendiados, a cada dia. Imagine só não ter o direito de fazer as suas próprias perguntas aos entrevistados de um programa de televisão? Ter que medir cada palavra escrita ou falada? Ser obrigado a submeter à censura prévia o que escrevia ou falava? Tais barbaridades existiram e muitos tiveram que se submeter, inclusive para não perderem o emprego e até a vida. O que não foi o caso de nosso intrépido, impávido, coerente, talentoso, competente e corajoso Oswaldo Lavrado, que nunca abriu mão de suas convicções e valores, como bem demonstra sua conduta nessa bela crônica.

    E viva São Paulo! Tenham um bom feriado!

    Abraços a todos.

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  21. Ôi Oswaldo Lavrado, vim registrar minha presença nesse blog que todos nós aprendemos a gostar. Embora não tenha vivido esse tempo narrado em sua crônica, por isso sem argumento para tocar nesse ou naquele nome, louvo aqui sua, diria, ousadia em não aceitar perguntas encomendadas para participar desse debate de TV. Um verdadeiro atentado à liberdade de expessão!

    Beijos, uma boa semana e um bom feriado para minhas amigas e amigos de São Paulo, que hoje completa 456 anos.

    Bruna - Universidade Federal de Juiz de Fora/MG

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  22. Olá Oswaldo Lavrado, muito legal essa sua crônica do final e começo de semana. Estamos sempre conhecendo figuras importantes que fizeram nossa Imprensa e nossa política. E todos os paulistanos da gema, eu sou uma, estamos felizes com o níver de nossa cidade. E São Pedro resolveu dar um presente ao seu parceiro, São Paulo. Pelo menos por enquanto, um tempo excelente aqui na Capital, com sol e a temperatura já batendo nos 28 graus. Chuva é sempre muito bom, mas com moderação, tem caído "torós" de dar susto aqui em Sampa.

    Mais, Oswaldo, não sei para quem você torce, mas aqui em casa somos todos sãopaulinos de coração e o nosso tricolor ganhou a Taça São Paulo, vencendo o Santos nos penâltis. Meu irmão e minha irmã chegaram agora do Pacaembu fazendo a festa com a conquista do São Paulo. Viva São Pauloooooooo, cidade e nosso timaço!

    Bjussss,

    Giovanna - Cásper Líbero - São Paulo - SP.

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  23. Veja só, Oswaldo Lavrado, a Giovanna havia acabado de postar que São Pedro estava dando uma mão para São Paulo e desandou a chover aqui na Capital que não para mais. É chuva pra ninguém botar defeito. É para esfriar a cabeça dos sãopaulinos (rssssssss), Brincadeirinha, viu, Giovanna!

    Legal seu texto sobre esse programa de TV, o Diálogo Nacional, Lavrado! E as sugestões dadas acima por algumas amigas do blog para que escrevam um pouco sobre a vida de vocês, jornalistas e radialistas é um prato cheio pra todas nós, estudantes de jornalismo. O Oswaldo Lavrado poderia começar seu relato nos contando onde foi que comprou esse binóculo de longo alcance, que enxerga até as salas de aulas da Metodista, em São Bernardo, o que acham?

    Bjos a todos!

    Carol - São Paulo - SP.

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  24. Boa tarde, Oswaldo.
    Depois de uns dias viajando, voltei com saudades do blog. Fiquei hoje mais de uma hora aqui só lendo artigos anteriores até chegar nesse seu, recente. Todos ótimos. Recordo-me do Ferreira Neto e me lembro de sua candidatura ao senado, em São Paulo. Tenho amigos que até votaram nele, anti-petistas de carteirinha, só pra não dar o voto para o Suplicy. Mas de nada adiantou. Para o Senado, ou até para a Câmara de Deputados, Suplicy é imbatível, ou era. Quando tenta cargo para assumir Prefeitura de São Paulo ou mesmo o Governo do Estado, não consegue. Gostei desse seu texto, Oswaldo, meus cumprimentos.

    Tanaka - Osasco - SP.

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  25. Olá Lavrado, acabo de ler seu texto postado ontem nesse blog. Como fui dar um passeio, chego a tempo para deixar meus cumprimentos, mais uma vez, pela crônica que nos enche de lembranças dos bons tempos de nossa TV.
    Percebi que todos comentaram sobre Ferreira Neto e Blota Junior, que conheci. Blota Jr., aliás, um dos pioneiros de nossa TV. O Garcia Netto fez uma correção precisa, ao explicar que os apresentadores do "Almoço com as estrelas" foram Ayrton e Lolita Rodrigues, não o Blota. Todos se esqueceram do Narciso Vernize. Marcou época no rádio com suas previsões do tempo. Nas ruas, onde a gente passava, sempre se ouvia comentários sobre o tempo e todos, para dar credibilidade diziam: "foi dito na Jovem Pan pelo Narciso Vernize". Vernize dava suas previsões na rádio que pertencia na época a TV Record. E na TV também, não? Hoje não sei se a Joven Pan ainda é ligada à TV, depois que o Bispo comprou a Record.
    Legal ler sempre suas crônicas, Oswaldo Lavrado, trazem boas recordações e algumas ruins, claro, como a famigerada ditadura. Mas, sempre lembranças...

    Um abraço,

    Miguel Falamansa - Botucatu - SP.

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  26. Ôi Oswaldo Lavrado, ontem eu participei com meu comentário sobre essa sua crônica, mas ficou uma pergunta que esqueci de fazer. Porque você diz que estava numa casinha onde funcionava a redação do jornal? Como era a redação do Diário do ABC, era uma casa pequena, isso?
    Hoje eu conheço o prédio enorme do jornal, porque vez ou outra vou ao ABC, é muito bonito, mas não vejo nenhuma casinha perto.

    Beijos,

    Gabriela - Cásper Líbero - São Paulo

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  27. Oiê, amigos (as)...
    Falamansa: No artigo foi citado o grande Narciso Vernize, já que um de seusa filhos, Celso, participou do debate no Diálogo Nacional; obrigado pelas observações, valeu...
    Gabriela: de fato, na época, a redação do Diário era mesmo uma casinha, tipo quatro salas, um único banheiro coletivo, redação, chefia, editoria, fotografia, sala dos motoristas e somente um telefone. Ficava na Rua Catequese, em frente ao hoje suntuoso prédio do jornal...
    Carol: nosso binóculo está de prontidão para "bisbilhotar" as meninas que passam em frente ao prédio onde resido rumo a Metô...
    Giovanna: não espalhe, sou corintiano e feliz da vida...
    Eurípedes: Também tenho o livro Araceli, meu amor, do Louzeiro que foi meu primeiro redator-chefe e ao qual devo muito do que aprendi em jornalismo; a mulher do Blota Júnior era Sônia Ribeiro, também apresentadora e que faleceu antes dele...
    Michelle: seu pai está coberto de razão pelas informações que lhe passou, especialmente sobre o Tito Costa que, independente de seu lado político, é um dos maiores juristas deste País. Ele se recupera de um cirurgia do coração. Somos amigos há muitos anos e atualmente ele escreve uma coluna no semanário Folha do ABC, do qual sou colaborador há 15 anos. Em tempo: se você estuda na Metodista/São Bernardo também está na mira de meu indefectível binóculo; se cuida portanto...
    Cristina, Nivea, Carol, Bruna, Tatiana, Vanessa, Andressa, Admir e todos os que postaram suas opiniões sobre nosso artigo neste blog; obrigado.
    Milton Saldanha e Garcia Netto, partindo dos senhores, elogios, críticas ou outra referência qualifica, gratifica e sensibililiza sempre, gratos, portanto.

    abraços
    Oswaldo Lavrado -SBCampo

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