segunda-feira, 20 de julho de 2009

LITERATURA & MEMÓRIA. E JORNALISMO...

ADEMIR MEDICI
*
Início dos anos 1970. O “Jornal da Tarde”, na sua fase pioneira, de tanto sucesso entre os estudantes de Jornalismo, principalmente, publicava uma reportagem especial de página dupla com o título “A crônica está morrendo”. Falava dos grandes jornalistas que se especializaram na área, acentuando a importância de Otto Lara Rezende, Rubem Braga, Vinicius de Morais, etc. E analisava a questão da objetividade da mídia impressa, a tal de imparcialidade da notícia, o “lead” importado da imprensa americana, das celebres questões que deveriam estar acomodadas e reunidas no primeiro e/ou segundo parágrafos de qualquer notícia: quem, quando, como, onde e porque.
Na Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero aprendíamos estas coisas. A fórmula da pirâmide numa reportagem especial, das informações básicas das primeiras linhas de um texto e a narrativa do fato nas laudas seguintes. Devíamos, em especial no chamado jornalismo informativo, evitar a alternativa da pirâmide invertida, isto é, deixar para o final, a informação mais importante, tal e qual as novelas de antigamente e de todo o sempre. Ensinava-se: “O leitor moderno tem pressa, não tem tempo a perder”.
Numa reportagem especial, quando muito, poderíamos utilizar a regra da pirâmide mista: o “lead” na cabeça e a história contada a seguir. O jornalismo dividia-se em três: informativo, interpretativo e opinativo, este último reservado, no mais das vezes, ao editorial, que encerrava a opinião do próprio jornal. Estes ensinamentos provocavam grandes debates em sala de aula: nós, alunos, discutindo e duvidando da isenção do profissional que elabora uma notícia, por mais simples que seja; os mestres pregando a objetividade.
Vários dos colegas de classe já estavam na labuta das redações. Um deles era setorista do JT no Corinthians e havia brigado com a direção do clube por ter pegado muito no pé de um time que não ganhava um campeonato de importância desde o IV Centenário de São Paulo. Vibrávamos com as suas histórias, narradas aqui e ali pelos corredores da Gazeta. Às segundas-feiras os alunos ligados ao futebol assistiam às aulas até às 9 da noite. Depois subiam dois andares para acompanhar nos estúdios o programa semanal esportivo que analisava a rodada anterior. Ali, sim, se fazia jornalismo, e não na faculdade... Era o que mais se falava. Outra polêmica era provocada pelo Vicente Leporace, com o seu programa “O Trabuco”, da Rádio Bandeirantes. Era ética a ação do radialista, de recorrer basicamente ao noticiário dos jornais para fazer os seus ácidos comentários matinais? Não era muito cômoda esta prática do “gilete press”? Por que a rádio não investia mais na sua própria equipe de repórteres?, sem ter que recorrer sempre aos jornais e abrindo mais espaço a uma mão-de-obra faminta para mostrar a sua força.
Tínhamos os professores literatos. Um deles, do tipo “show”, vivia apregoando as virtudes de um Machado de Assis. Eu adorava o professor de Literatura Brasileira, José Geraldo Vieira, o “Vieirinha”, já velhinho, cabeços brancos. Ele nem completava o número de minutos de cada aula. Chegava, dava o seu recado, mergulhava em reminiscências deliciosas e despedia-se meia hora depois – deixando uma vontade na vida da gente: que a semana passasse depressa para podermos ouvir novamente as suas histórias.
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JOSÉ GERALDO VIEIRA (1897-1977). Obras referenciais: “A ladeira da memória”, “A quadragésima porta”, “Território humano”, “A túnica e os dados”, “Terreno Baldio”.
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Num dos trabalhos em equipe levamos o autor Emil Farah à sala de aula. Ele havia terminado de escrever o livro “O país dos coitadinhos”, e foi muito bom ouvi-lo durante toda uma aula. Politicamente, havia algumas disputas naqueles tempos de ditadura militar e censura: a briga do pessoal da noite com o da manhã pelo conquista do diretório acadêmico. A turma da noite bolou a chapa “Corujão”, cheia de bossa e cartazes, que ganhou a parada e dominou o diretório.
Outra briga era com a direção da escola. Dizia-se: “só tem cara do TFP no comando”. Havia uma unanimidade: a faculdade de jornalismo só serve mesmo para a obtenção do “canudo” – e com ele o registro de jornalista profissional no MTPS, obrigatório ao exercício da profissão desde 1969. Todos concordavam: jornalismo a gente aprende é na redação de um jornal.
Lembro de um desentendimento que tive com o tal professor do “Machado de Assis”. Suas observações num trabalho qualquer não me convenceram. Discuti o assunto, na redação do Diário do Grande ABC, com o secretário, José Louzeiro, um ídolo pra nós todos pela sua formação de repórter e escritor. E o Louzeiro, ranzinza e tudo o mais – só do lado externo do coração – ficou do lado da gente, rabiscando algumas linhas no próprio trabalho e lascando o malho no professor. Este nem respondeu. Dizíamos: “Como é que um professor de faculdade de jornalismo vem dar aula sem nunca ter pisado numa redação de jornal”?
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JOSÉ LOUZEIRO. Maranhense. Mora atualmente no Rio de Janeiro. Obras referenciais: “Lúcio Flávio, passageiro da agonia”, “Aracelli, meu amor”, “Biografia de Elza Soares”.
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Devorávamos as reportagens do JT, de tantos ídolos. E agora estávamos diante daquele material especial sobre a crônica, que estava morrendo. Estava?
Lourenço Diaféria era leitura obrigatória no “Folhão”. Houve aquele caso em que ele peitou as Forças Armadas dizendo que o sargento que salvara uma criança no zoológico de Brasília dos ataques de uma ariranha – que lhe custou a própria vida – era muito mais herói que o próprio Duque de Caxias. A censura caiu matando e pelo menos um dia a “Folha” deixou em branco o espaço do cronista censurado na última página do caderno de variedades.
* * *

Paro por aqui. O relato prossegue. Não é novo. Usei-o numa palestra sobre literatura alguns anos atrás. A íntegra do trabalho está reunida em livro. Lembrei-me dele nesta segunda-feira quando o nosso editor, Edward de Souza, pediu socorro para alguns textos nesta semana em seu Blog.
Já havia lembrado do texto quando alunas da minha “Cásper Líbero” se manifestaram nesse mesmo Blog sobre seu cotidiano de acadêmicas. E achei que seria justo passar a ela alguns dos pensamentos que a gente tinha numa geração ou duas anteriores a delas. Hoje entendo que algumas certezas do tempo de estudante são questionáveis. Acho que o professor que defendia o Machado de Assis – Ciro Nepomuceno – estava certo. Penso que deveria ter levado mais a sério o curso de Jornalismo, que é importante – defendo-o hoje, assim como o diploma profissional. Mas, enfim, aí está a narrativa de um repórter que volta à juventude. Pelo menos serve de calhau ao blog que nos une.
PS – Não deixem de ler José Geraldo Vieira, em especial “A Ladeira da Memória”.
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*Ademir Medici é jornalista e escritor, formado pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalha na imprensa do Grande ABC desde 1968 e especializou-se na área de resgate e reconstituição da memória. Membro titular do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Possui um acervo de 32 livros escritos, sendo 24 publicados e oito inéditos. Ademir também ganhou, em 1976, o Prêmio Esso de Jornalismo, em parceria com o jornalista Édison Motta, pela série “Grande ABC: A metamorfose da industrialização”. Atua no jornal Diário do Grande ABC desde 1972. Foi repórter especial, editor de Cidades e Política e secretário de Redação. Atualmente é responsável pela coluna Memória, uma das mais lidas do jornal e do quadro "MEMÓRIA", no programa "ABCD Maior em Revista".
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32 comentários:

  1. Olá Ademir!
    Um relato importante para nós, estudantes de jornalismo. Essa questão do "lead", por exemplo. Para quem não sabe o que é, explico, são as primeiras seis oito ou até dez linhas do começo de uma matéria. Sempre procurei caprichar nesta linhas iniciais, porque penso que elas seguram o leitor para continuar a ler seu texto. Agora, não me preocupo em contar o epílogo nelas não, Ademir. Estive observando aqui no blog, temos alguns mestres da escrita em suspense. O principal deles é o Edward de Souza. Ele começa o "lead" de uma maneira leve, agradável e vai te enrolando, te levando, prendendo para matar a história no final. Penso que o Edward usa o método Aghata Christie, escritora falecida na metade dos anos 70 mas que ainda faz um sucesso tremendo. Eu mesmo, apesar de ter nascido bem depois do seu falecimento, tenho obras dela e gosto de ler. Outros escrevem "leads" maravilhosos também, como o Édison Motta, Nivia Andres e Milton Saldanha e até você. No decorrer do texto desenvolvem todo o conteúdo. Ou seja, não deixam para "matar" o assunto nas últimas linhas, como geralmente, nem sempre, o Edward faz. Viram como me aperfeiçoei em textos lendo todos neste blog? E presto atenção no que estou lendo. Tanto que nesse final de semana li o J. Morgado. Ele, como o Lavrado, começam a contar a história e vão até a última linha, numa narrativa direta, sem a preocupação de um "lead" especial. Estou ainda a procura da melhor fórmula, mas a que melhor me adapto é com a do Edward, se bem que, acredito, é a mais dificil, sei lá...
    Obrigada, Ademir, por nos transportar aos bons tempos dessa faculdade que estudamos e amamos e nos auxiliar na profissão com esse artigo muito especial, creia.
    Bjos,

    Gabriela - Cásper Líbero - São Paulo

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  2. Bom dia a todos!
    Gostoso ler um artigo assinado pelo Ademir Medici. Realmente um prato cheio para os estudantes de jornalismo. Com relação ao comentário da Gabriela, devo antes voltar aos anos 70, quando o Jornal da Tarde revolucionou o mercado com seu texto enxuto, que nós chamávamos em nossa gíria jornalística de "curto e grosso". Na metade dos anos 70 eu me formei em jornalismo na Metodista, de São Bernardo do Campo e fui trabalhar como "foca" no Jornal Correio Metropolitano, no ABC. E olha só, Gabriela, as feras que estavam lá. O Edward de Souza e o Lázaro Campos (Notícias Populares), além do Dirceu Pio (Estadão) Eidi (Estadão), José Marqueiz (Estadão e Prêmio Esso), José Maria (Estadão), Ana Maria (Estadão), Onofre Leite e outras feras do jornalismo. Isso mesmo. Estavam todos lá nesse jornal que havia chegado para brigar de frente com o Diário do Grande ABC. Essas "feras" que citei, trabalhavam em dois períodos. Um no Correio Metropolitano e outro nos jornais que citei acima, entre parágrafos em frente ao nome de cada um deles. Caí com o Edward, na editoria de polícia. Calmo, me ensinou muito na profissão. E havia na redação do Correio Metropolitano um desacerto em termos de "lead", cada um seguia o seu. Dirceu Pio era um catedrático e escrevia fácil demais. Usava já esse estilo que o Ademir citou, do "lead" estilo Jornal da Tarde. Edward e Lázaro escreviam nos suspense e todos gostavam do jornal. Acontece que, além de ter público na época para todo o tipo de leitura, uma crônica policial exigia criatividade e história. Edward e Lázaro adaptaram o suspense. Tentei aprender isso com eles, mas confesso, até hoje não consegui. Depois voltei a trabalhar com o Edward no Diário do Grande ABC. Enfim, jornalismo, na minha opinião, que fiz faculdade, se aprende na prática, mas com a estrutura de um ensino como eu tive na Metodista, para mim, ao lado da Cásper Líbero, uma das melhores do Brasil.
    Cumprimento o Ademir Medici por esse importante artigo hoje no blog e adianto aos amigos que amanhã pela manhã entrego o texto sobre "A chacina dos ratos". No papel principal de exterminador, Edward de Souza, sem dúvida meu mestre no jornalismo.
    Um forte abraço a todos!

    Amilcar Ribeiro - São Bernardo- SP.

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  3. Olá Ademir.
    Tudo bom!? Fique feliz com sua visita e pela indicação da Kinha (uma fofa)!
    Pode-se considerar meu mais novo amigo.. rsrs ! Votei em seu blog também, pois além de inteligente, seus textos são extremamente interessantes !
    PARABÉNS... e sempre que puder, dê uma passada em meu blog para comentar!

    Um beijo para vc !

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  4. Esse blog tem sido de grande valia pra mim.
    Tudo que eu tenho aprendido aqui, eu tenho colocado em prática na minha igreja.
    Afinal de contas eu sou um repórter de Deus.
    Hoje eu aprendi a usar o “lead”. Pelo que eu entendi você deve prender a atenção das pessoas, logo nas primeiras linhas.
    Esse aprendizado vai ser muito bom pra mim, por que eu já não agüentava mais ver tantos fiéis abrirem a boca na Hora do meu sermão.

    Padre Euvidio.

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  5. Ôi Ademir, pena que muitas das amigas estão viajando e longe do computador, mas podem ler depois aqui no blog, vou alertá-las. Um texto muito bom para todas nós que estudamos jornalismo.
    Obrigada,
    Beijos...

    Martinha - Metodista - São Bernardo

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  6. Olá companheiros do Blog


    Hoje, dia mundial dos amigos, quero cumprimentar a todos.
    Apesar da distância, estamos reunidos através deste aparelho admirável.
    Conversamos todos os dias. Trocamos opiniões, respeitamo-nos, apesar de muitas vezes divergirmos. Isso se chama amizade.
    Bons e leais amigos são difíceis de conseguir nesta vida cheia de meandros confusos. Esta máquina fez o milagre, nos reuniu depois de tantos anos de separação.
    A Nívia, um abraço especial, juntou-se a nós com sua pena culta e maravilhosa e seu pensamento, tenho certeza, está sempre com todos nós num único objetivo que é o de informar e divulgar aquilo que apreendemos. Obrigado Gauchinha.

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  7. Bom dia, caro professor João Paulo!
    Realmente, esse livro é hoje uma relíquia, mas se você voltar a pesquisar, vai encontrá-lo bem mais barato em diversos sebos do nosso Brasil. Até por pouco mais de dez reais. A primeira publicação desse livro se deu, se não me engano, em 1950. Mas, é uma excelente leitura, vale a pena comprar e ler.
    Abraços,

    Ademir Medici

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  8. Bom dia Edward, Ademir e amigos do blog!
    Mesmo não sendo jornalista, acabamos realmente aprendendo, pelo menos em tese, como se escrever bem. Até o Padre está assimilando esses ensinamentos. Penso que todos nós temos nas veias o sangue de repórter, tanto que não me segurei e resolvi dizer que hoje, dia 20 de julho de 1969, há exatos 40 anos, o astronauta americano Neil Armstrong se converteu no primeiro homem a pisar a Lua e realizou um dos sonhos mais antigos da humanidade. O feito de Armstrong mudou a percepção de nosso lugar no Universo e nosso olhar sobre a Lua, até então um lugar que, por milênios, foi alvo de veneração, sonhos e superstições. Está dado o meu furo, usando poucas linhas e contando tudo, conforme nos ensina o mestre Ademir Medici!

    Abraços...

    Paolo Cabrero - Itú - São Paulo

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  9. Queridas amigas e amigos: os interessantes (e para nós jornalistas apaixonantes) temas abordados hoje aqui pelo Ademir Medici renderiam uma semana inteira de comentários e debates. Obrigado Gabriela pelo carinho com este escriba. É importante observar, querida Gabriela, que não existe uma forma e um estilo de escrever. Isso será sempre determinado pelo tema. A vantagem de quem não foi sempre setorizado nas redações e passou pelas mais diversas editoriais foi a de adquirir essa versatilidade. Tive a sorte, por exemplo, de trabalhar em sucursal de jornal diário, pequena. Então não podia existir o luxo do setorizado ou especializado, como queiram. A gente tinha que ser repórter para tudo, do mais trivial buraco de rua à macroeconomia. Fazia esporte, polícia, sindicalismo, urbanismo, automobilismo, meio-ambiente, educação, saúde, o diabo e mais um pouco. E matérias que variavam de simples 15 linhas à páginas inteiras ou séries. Ali aprendemos as várias formas de escrever e de perguntar, entrevistar. Uma técnica e um estilo para cada caso, tanto na entrevista como no texto. Porque cada caso tem um perfil de leitor (teoricamente) diferente. E ainda um perfil diferente de fonte. Você não pode tratar um tema econômico como trataria, por exemplo, um crime misterioso. No primeiro, se não for direto ao ponto, de cara, não funciona. Já nos segundo você tem que brincar com a curiosidade do leitor, guardar a surpresa para o final. Tentar o mesmo jeito para tudo não dá certo. O mais difícil e menos recomendável é o humor, a mais difícil das artes. A gente vê aqui mesmo no blog, todos os dias, gente tentando fazer gracinha sem nenhuma graça. Fica grotesco. O mais difícil do humor é a concisão, sem a qual não funciona. Ninguém tem paciência para piadas longas. Além da prática diária, a gente adquire versatilidade também (e principalmente) pela leitura. É indispensável passar por todos os gêneros -- crônica, conto, novela, romance, biografia, reportagem, etc. Ler sempre, de tudo, buscando as obras fundamentais e realmente interessantes, sem se preocupar com bestsellers, geralmente comerciais, livros óbvios e feitos para o leitor que tem preguiça de pensar. No meu dia a dia em jornais tive que escrever muitos editoriais, perdi a conta. Aí mudava tudo, entrava a argumentação, sem a qual não existe o editorial. Cada editorial era um tremendo desafio, porque você quase sempre tinha que cair de pau sobre algum assunto mas sem perder a elegância, a classe, e principalmente sem expor o jornal aos riscos de algum processo por calúnia e difamação. Ou seja, cair de pau mas sabendo se equilibrar na linha tênue que separa o risco da inconsequência. O trabalho mais difícil de um jornal sério e de grande repercussão é ser editorialista. É uma função honrosa. Pelos riscos que envolve, é geralmente reservada aos veteranos, de grande experiência. O tema é fascinante, vou parar por aqui, desculpem ter me alongado tanto.
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  10. Milton, para limpar o texto repetido, existe uma lixeira no canto inferior esquerdo da página de comentários. Clique nela e atualize a página. Vai notar que o comentário foi excluído.

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  11. Pronto Milton, problema solucionado, não se preocupe, coisas que acontecem. Estou de "molho", por causa de uma gripe de derrubar rinocerontes. Disseram que o melhor a fazer seria correr ao hospital. Jamais faria isso, seria internado uns dois meses, como suspeito da suína. Estão loucos pra pegar suspeitos, acreditem!

    Nada que umas bolinhas de homeopatia não resolva. Sou adepto da homeopatia que pra mim sempre surte bons resultados. Tanto que ontem à tarde eu estava com 39 graus de febre, agora voltou ao normal, graças a eficácia desses medicamentos. o outro lado positivo da homeopatia é que essas bolinhas não destroem a flora intestinal, como os comprimidos revestidos contra a gripe que vendem até em butecos de rodoviárias.

    Mas, o assunto aqui hoje é outro e gostaria de meter minha colher de pau. Quando o JT surgiu com essa nova roupagem, diagramação moderna, texto enxuto e "lead" curto e grosso, como escreveu acima o Amilcar, tinha uma razão de ser. Buscavam eleitores apressados, sem tempo para ler toda uma notícia. Esses que entram correndo com um jornal nas mãos em trens de subúrbios, metrôs, por exemplo. Sempre metem o olho no jornal. Com um texto enxuto, acabavam lendo toda a matéria. Essa era a idéia do JT que vingou por uns tempos. Assim surgiram os tablóides. Pequenos para que ninguém atrapalhe o leitor ao manuseá-lo num metrô, por exemplo, e com matérias curtas e grossas, para uma leitura rápida.

    Quanto ao estilo de escrever o Milton já explicou. Realmente, no jornalismo policial a técnica do suspense sempre fez sucesso E faz até hoje. Quanto ao editorial não é qualquer um que escreva. O editorial representa o pensamento do jornal e muitas vezes é escrito por um dos proprietários, ou então, um jornalista de experiência e de confiança da diretoria. No Diário essa incumbência era do Fausto Polesi, me lembro. Mas deve ter passado ao Milton e ao Édison algumas vezes. Os dois podem confirmar isso.

    Mudando de assunto, o Paolo lembrou bem, hoje faz 40 anos que o homem pisou na lua. E ainda tem quem não acredita. Meu divertimento maior no ABC era atazanar a vida do finado Oswaldo Bonani, chefe dos investigadores da Seccional de Polícia do ABC.

    Ele não acreditava que o homem tinha ido à lua e ficava fulo da vida quando não concordavam com ele. Certa feita eu o irritei tanto num buteco perto da delegacia, que ele puxou seu velho 38 da cintura, cabo de madrepérola e me enfiou no nariz, indagando: "diga agora se o homem foi na lua, diga se for homem". O que acham que fiz....

    Abraços que estou ficando muito engraçadinho e vou repousar mais um pouco, antes que a suína volte a me atormentar.

    Edward de Souza

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  12. Olá Ademir, Edward e Milton...
    Vamos aprendendo cada vez mais. Só não sei o que significava essa fórmula da pirâmide em reportagens especiais que o Ademir descreve aqui. Poderiam me esclarecer?
    Grata...

    Milena - Cásper Líbero - SP.

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  13. Correção:
    Olá Edward !
    Desculpe-me ! Lí sua primeira postagem no qual seu amigo e também jornalista, Ademir escreveu esse maravilhoso texto. Confundi os nomes! Peço perdão pelo erro !

    Mais uma vez, parabéns pelos excelentes textos e visitarei semanalmente seu blog!

    Um beijo e sucesso!

    Laira Galatti

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  14. DIA DO AMIGO!

    Que a cada amanhecer do seu dia nasça contigo uma flor.

    Que cada sorriso teu, seja as pétalas que torna esta flor mais completa.

    Que cada pensamento positivo, seja o caule .. que a sustenta.

    Que cada passo para a vitória, seja a terra que alimenta.

    Que cada gesto teu, seja o sol que fornece energia, e que o brilho dos teus olhos, seja a beleza e a simplicidade desta flor, que me embriaga com o seu perfume e me encanta com seu carisma.

    Esta flor que desabrocha em seus pensamentos e me transforma em você...

    Uma flor que vai permanecer intacta às mais diferentes épocas, aos mais inesperados destinos, uma flor que nunca vou permitir morrer.

    Sabe porque?

    Porque ela é linda como você
    e porque todos a chamam de...

    AMIZADE!

    Abraços...

    Edward de Souza

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  15. Edward, que lindo, me fez chorar. Divino!
    Beijos mil amigo, pra você e todos meus amiguinhos e amiguinhas do blog...

    Smackkkkkkkkkkkkkkkkkkk....

    Ana Paula - Franca - SP.

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  16. Acompanhei com atenção seu texto, Ademir, de muito interesse para nós, aqui da Cásper Líbero e acredito que também para minhas amigas de outras faculdades de jornalismo.
    A direção dessas faculdades deveriam marcar sempre uma palestra com um jornalista experiente para falar sobre o ontem e o hoje do jornalismo. No seu caso, Ademir, a Cásper Líbero estaria até se valorizando, porque chamaria um filho seu para ministrar uma palestra. O que se comenta hoje é sobre o jornalismo impresso e o eletrônico. Tem até um livro, lançado recentemente, se não me engano de um jornalista do "Jornal O Estado de São Paulo", que fala sobre isso. Acreditam que o jornal impresso tem vida curta, diante da internet. Acham que isso pode acontecer?
    Beijos a todos. Linda mensagem, Edward. Feliz Dia do Amigo pra vocês!

    Larissa - Cásper Líbero - SP.

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  17. Olá Ademir Medici...
    Oportuno seu texto postado hoje. Eu tive um professor na Universidade de Juiz de Fora, de nome Gastão, recentemente falecido, que dizia sempre isso: "perguntem a um piloto de um jato, quais as dificuldades que ele enfrenta para conduzir esse colosso no ar e ele irá lhes dizer que não existe nenhuma, desde que não surjam problemas mecânicos, claro. Porém, dirá que é preciso habilidade, perícia e muito cuidado para decolar e aterrissar". Assim é um bom texto jornalístico, arrematava o professor Gastão. E concluia: "você precisa de habilidade para iniciá-lo, perícia para conduzi-lo e muito cuidado para terminá-lo".
    Beijos e Um Feliz Dia do Amigo Pra todos vocês!

    Daniela - Juiz de Fora/MG

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  18. Ôi gente...
    Eu tenho noção que um "lead" bem feito numa matéria chama a atenção para o texto, assim como um título bem caprichado desperta o leitor para o assunto abordado. Mas é aí que mora meu maior problema. Preocupada com o tal "lead", já fiquei horas matutando, deletando e nunca encontrando um que me agradasse. Quando conseguia, em minutos terminava duas, três ou quatro laudas, sem problemas. Como se aprender a fazer um "lead" bem feito é a minha pergunta. É um dom? Se for, posso mudar de curso, não tenho, creio.
    Obrigada,

    Viviane - Metodista - São Bernardo -SP.

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  19. Hoje é Dia do Amigo e não dá pra deixar que passe em branco. O Edward já nos brindou com uma linda homenagem. Também externo a minha, porque este blog é muito especial..A cada dia ganho um novo amigo, de muitas partes do Brasil, coisa que nunca imaginei. Por isso, cada pessoa que frequenta este blog, leia a Canção do Amigo, abaixo, especialmente dirigida a si, com o meu carinho e agradecimento por tão belos momentos que temos passado juntos, inebriados pelo ato de escrever, contar e compartilhar nossas histórias.

    Canção do Amigo

    Quando digo
    a palavra amigo
    minha alma abre os postigos.

    Amigo é um código
    sem artigos.

    É um sentimento
    tão mais recente
    quanto mais antigo.

    Amigo não chega
    na hora da colheita.
    Vem plantar o trigo.

    Amigo que é amigo
    desafia as leis do tempo
    e do espaço.

    Viaja no vento,
    longe,
    está contigo.

    E sua presença é doce
    como os figos.

    Amigo
    conhece as confidências
    do silêncio.

    Ao seu lado
    não há maus presságios,
    perigos.

    O mundo não pode
    te ferir,
    magoar,
    pois tens um amigo.

    E o seu abraço
    é um abrigo.

    Autor: Luiz Coronel

    Nivia Andres - Santiago, RS

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  20. Hoje é um dia querido
    Hoje é o dia do amigo
    Amigo que contribui
    Amigo contribuinte
    Que deus lhe de muita saúde
    Que suas pernas sejam fortes
    Pois vá ate o banco
    Macio sem dar tranco
    Pague seus impostos
    Impostos que eu te arrumei
    Porque eu sou o seu amigo
    O seu amigo Sarney...

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  21. Prezada Milena
    Sobre as pirâmides no jornalismo, são três tipos.

    1 - A pirâmide normal é aquela com lead: as respostas às perguntas quem, quando, como, onde e porque são dadas de imediato, no primeiro parágrafo, ou nos dois primeiros parágrafos.
    Exemplo: O Corinthians venceu ontem, no Mineirão, o Cruzeiro, de Belo Horizonte, por 2 a 1, em mais uma rodada do Campeonato Brasileiro. Apesar de perder um pênalti, Ronaldo foi um dos destaques: deu o passe do primeiro gol a Jorge Henrique e marcou o segundo.

    2 - A pirâmide invertida: não tem lead. As informações mais importantes são deixadas para o final. A notícia vira quase que uma crônica, uma história ou historieta.
    Usando o exemplo do futebol: foi um jogo atípico. De um lado, o Cruzeiro ainda tenso por ter perdido, em casa, na quarta-feira, o título da Libertadores da América; de outro, o Corinthians, com vários desfalques mas firmemente interessado em alcançar os primeiros lugares do Campeonato Brasileiro. O jogo começou com o Cruzeiro pressionando. O Corinthians, mais cauteloso, esperou pelo adversário, armando... etc. (só no final aparece o resultado)

    3 - Pirâmide mista: é uma conjugação dos dois exemplos anteriores: primeiro, o lead, com todas as informações importantes; depois a história do jogo, quase que em ordem cronológica.
    Mal-comparando, foi mais ou menos isso que aprendi na Cásper Líbero, décadas atrás. Hoje talvez pratique um quarto tipo de pirâmide, fruto de tantos anos de profissão.
    Uma pergunta: como é que se ensina a forma do jornalismo no papel hoje na Cásper Líbero? Não se fala mais nas tais pirâmides?

    AGATHA CHRISTIE... Gabriela, da Cásper Líbero, citou a escritora inglesa, da qual fui também leitor - ainda tenho vários livros dela. Lembro que quando cursei jornalismo estava em cartaz numa das salas da Gazeta, no famoso endereço da Avenida Paulista, a peça "A Ratoeira", da mesma Agatha Christie. Esta peça continua em cartaz em Londres, há mais de meio século, com vários elencos formados nessas décadas todas.

    Abraços...

    Ademir Medici

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  22. Queridos amigos e amigas do Blog,

    Neste dia especial da amizade, junto-me aos confrades para desejar muita paz, saúde e felicidade para todos.

    Como disse a Nivia, este espaço tem proporcionado a conquista de novos amigos, a cada dia, dos mais diferentes rincões do País.

    Como disse o grande Morgado, é também aqui que promovemos nosso reencontro, após muitos anos distantes.

    A propósito, parabéns amigo Morgado pela série sobre a pescaria. Que aventura heim?
    Saibam, leitores do Blog, que brevemente estaremos contando outra epopéia, vivida em 1975, durante a viagem de um mês, de carro, que fizemos pela região amazônica.

    Ademir, amigo e irmão: que bela contribuição, não apenas aos estudantes mas a todos nós.
    Tem razão o Edward e o Milton quando falam sobre os editorialistas. Sou um deles e preciso tomar cuidado, todos os dias, para manter o equilíbrio. No editorial não têm pirâmide, mas é preciso fundamentar bem os argumentos.

    Paolo Cabrero: mande o endereço da Churrascaria de Itu. Se não, como vamos encontrá-lo para aquelas prometidas hóstias? Aproveite e faça a propaganda... de grátis.

    Lavrado: que negócio de senha é esse?

    Amilcar: cadê a série sobre o exterminador de ratos?

    Edward: antigamente você curava gripe com conhaque e limão. Agora virou homeopático? As coisas mudam heim?

    Grande abração a todos,

    édison motta
    Santo André, SP

    EM TEMPO PESSOAL: Quem ainda não votou no Blog para o Top, por favor faça-o. Esta é a última semana! E avisem os amigos.

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  23. Caríssimo Edward: o Fausto Polesi fazia regularmente os editoriais do Diário do Grande ABC, lançou até uma coletânea com os melhores, "Na toca da onça". Pelo menos uma vez por semana ele me ligava no ramal interno e perguntava, brincando: "Pode perpetrar?" Eu já entendia o código, era para fazer o editorial. O pior é que ele me ligava no final da tarde, quando eu estava preparando o fechamento da edição. Jamais disse não, mesmo quando o dia estava quente e eu super atribulado. O assunto ficava por minha conta. O editorial só tinha uma régra, mania do Fausto: nunca podia começar com um artigo,definido ou indefinido. Um dia questionei a razão disso, não havia razão alguma, era assim e pronto. Aceitei, fazer o que. Mas sempre achei um honra, profissionalmente, escrever o editorial. O Édison Motta também deve ter perpetrado vários, ou muitos.
    Abrações, sem artigo no começo.
    Milton Saldanha

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  24. De vez em quando precisamos sacudir a árvore das amizades para caírem as podres.

    Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto.

    Nós nascemos sozinhos, vivemos sozinhos e morremos sozinhos. Somente através do amor e das amizades é que podemos criar a ilusão, durante um momento, de que não estamos sozinhos.

    Autores diversos.

    ***LUMEM***

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  25. Passei para conhecer
    teu cantinho.
    É lindo e aconchegante.
    Com textos inteligentes,
    um convite a leitura.
    Tua escrita encanta.
    Parabéns.

    Beijinho

    Glória Salles

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  26. Ole, olá, amigos e amigas...
    Com o texto de hoje do Ademir Medici e a mensagem acima do Edward para o Dia do Amigo qualquer outra observação fica irrelevante.
    "Amigo é coisa pra se guardar"
    Felizmente consegui lacrar no baú da vida esses personagens.
    Ademir, saudade do Louzeiro, meu primeiro mestre no jornalismo. Ganhei dele os livros, Lúcio Flácio e Araceli...
    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

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  27. Como nos tornamos escravos de nós...Este mundo cibernético,uma escravidade real.

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