segunda-feira, 11 de maio de 2009

COMO USAR A PALAVRA COM TALENTO

Nivia Andres

A Arte de escrever e falar bem

É incrível como as pessoas desprezam a arte de escrever e falar bem. Há pouco tempo, José Saramago disse, do alto de seu talento e experiência: "Hoje, existe uma espécie de menosprezo por essa coisa tão simples que antes era falar com propriedade. Quando eu era trabalhador, sempre tinha as ferramentas limpas e em bom estado. Não conheço uma ferramenta mais rica e capaz que o idioma. E isso significa que se deve ser elegante na dicção. Falar bem é um sinal de pensar bem". Acrescento, ainda, que escrever bem é uma condição inarredável para a credibilidade, a liderança e o sucesso de qualquer profissional, seja político, médico, jornalista, advogado, engenheiro, matemático ou professor de Português. É lamentável que não se dê importância a algo tão elementar. Mais ainda quando sabemos que a comunicação move o mundo e quem não habilitar-se com competência não tem chance, está fadado à mediocridade e ao desaparecimento. Precisamos ser capazes de convencer e não de vencer. Vence-se normalmente com a força e convence-se habitualmente com as palavras e a razão. Escrever e falar bem são armas de altíssimo calibre que diferenciam um sujeito na multidão. Acrescentam poder. E não nos damos conta de que existe, ainda, uma habilidade muito maior em significância - a de saber escutar. Como muito bem falou Bolívar, "quem manda deve ouvir, ainda que sejam as mais duras verdades e, depois de ouvidas, deve aproveitar-se delas para corrigir os erros". Por suposto, aí está a chave do desenvolvimento do ser humano ao longo de sua história. Pelo menos daquelas pessoas que têm sensibilidade para perceber o alcance desta competência. Escrever e falar bem, assim como saber ouvir credenciam o sujeito a desenvolver outra habilidade preciosa – ter olhos para ver além do horizonte, percebendo antecipadamente o que se desenha. Há mais tempo Saramago escreveu, em seu Memorial do Convento, “O mundo de cada um é os olhos que tem”.
Atentem, ainda, para uma situação peculiar: há pessoas que são especialistas em usar a palavra para expressar o que pensam e dispõem de espaço qualificado na mídia, que atinge milhões de pessoas. São formadores de opinião – cultos, sensatos, experientes, equilibrados e por isso, acreditados. Também leio o que escrevem e os admiro, às vezes por sua coragem, outras por sua ousadia e sempre por sua capacidade de bem escrever e ordenar racionalmente as idéias. É o que chamo de arte do texto. Porém, há certos dias em que lhes lastimo o pensamento infeliz grafado numa palavra mal-dita. Quem escreve para muitos e sabe que atinge milhões de leitores não pode se dar ao luxo de perder a temperança e a lucidez, externando opiniões que geram máxima polêmica e ainda provocam sofrimento em quem é atingido pela palavra mal-posta. Ainda mais quando o escrevente se arvora em mago e adivinho, tratando de antecipar decisões em curso. Aí, senhores do belo texto, lhes retiro toda a brilhatura e lhes casso os elogios abundantes, sobrando apenas a atenuante de que também vivem sob a humana condição de errar e são tão passíveis de erro como nós, simples aprendizes, na arte de escrever e de viver. De outra parte, quem escreve mal e se esconde nos meandros da soberba e da arrogância, acreditando-se poderoso, utilizando o veículo de comunicação como escora de sua prepotência, este, pode esperar, que a sua hora vai chegar. É certo e veloz o castigo para quem se arvora em ser dono da verdade, tudo pode antecipar e o faz, através do poder da palavra, que os torna arrogantes, insensíveis, inatingíveis. Não o castigo dos molestados pelo poder da palavra, mas o castigo interior, da própria vida, o castigo da alma, aquele que nos faz menores como pessoas.
Então, senhores da palavra, moderação, humildade e modéstia são qualidades sempre bem-vindas e que constantemente devem ser exercitadas, ainda mais nesse ofício tão exposto e árduo que é o de comentar sobre a vida e sobre os viventes! Para quem sabe escrever, palavra é arma. Dependendo do combate e dos detratores, faca de dois gumes.

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Nivia Andres, jornalista, graduada em Comunicação Social e Letras pela UFSM, especialista em Educação Política. Atuou, por muitos anos, na gestão de empresa familiar, na área de comércio. De 1993 a 1996 foi chefe de gabinete do Prefeito de Santiago, Rio Grande do Sul. Especificamente, na área de comunicação, como Assessora de Comunicação na Prefeitura Municipal, na Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACIS), no Centro Empresarial de Santiago (CES) e na Felice Automóveis. Na área de jornalismo impresso atuou no jornal Folha Regional (2001-06) e, mais recentemente, na Folha de Santiago, até março de 2008.
Acesse blog da jornalista: http://niviaandres.blogspot.com/
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Edward de Souza conta amanhã neste blog, o assombroso caso de um lavrador que transava com uma égua, conhecida como "Ambrósia". A esposa o denunciou à polícia e depois envolveu um pistoleiro na trama. O estranho caso de amor entre homem e uma égua terminou em sangue e horror. A matéria verídica, publicada em vários jornais da região, encontra-se nos arquivos policiais da pacata cidade de Ribeirão Pires, na Região do ABC Paulista. Não deixem de ler!
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34 comentários:

  1. Nívea

    Bom dia

    Lindo e instrutivo texto. Uma aula de ética e de, o que poderia se dizer, para os profissionais e amadores que se dedicam a “moldar” a opinião pública a seu bel prazer e interesses escusos.
    Escrever bem não quer dizer que devemos rebuscaras frases que devem atingir todas as camadas da população.
    O texto simples e objetivo é aquilo que aprendemos nas redações dos jornais para que todos possam entender o que o veículo de comunicação está informando. É claro que isso não se aplica a literatura.
    A leitura constante é o caminho certo para o “escrever bem”.
    Você disse tudo. Destaco o trecho abaixo de seu artigo.

    “(...) De outra parte, quem escreve mal e se esconde nos meandros da soberba e da arrogância, acreditando-se poderoso, utilizando o veículo de comunicação como escora de sua prepotência, este, pode esperar, que a sua hora vai chegar. É certo e veloz o castigo para quem se arvora em ser dono da verdade, tudo pode antecipar e o faz, através do poder da palavra, que os torna arrogantes, insensíveis, inatingíveis. Não o castigo dos molestados pelo poder da palavra, mas o castigo interior, da própria vida, o castigo da alma, aquele que nos faz menores como pessoas”.

    J. Morgado

    Mongaguá -SP

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  2. ÔI Nivia!
    Que bom ler novo artigo seu aqui no blog. Sabe, a arte de escrever é um dom. Não é para qualquer pessoa. Eu penso que quem escreve como você tem, acima de tudo, sensibilidade para atingir multidões e compartilhar opiniões. Cada um de nós temos nosso jeitinho para escrever. Eu prefiro não inventar palavras dificeis e mirabolantes.
    Gosto de escrever com a alma, sem reservas, aí sinto que atinjo meu objetivo.
    Ótimo seu artigo, ajuda a todas (os) nós que estamos começando nessa dificil arte da comunicação.
    Bjos,

    Shirley Penha - Franca - SP

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  3. Aplausos, Nivia!
    Isso mesmo: a difícil arte de escrever... Principalmente nos países em que muito poucas pessoas conseguem assinar o próprio nome e mal soletrar uma palavra! Amante que sou do nosso idioma, sinto um dó imenso quando observo o povo falando... Doi-me a alma e o coração fica oprimido. E, muitas vezes desanimada, penso se vale a pena escrever. Afinal - pergunto - para quem? Para que? Não é preciso prestar muita atenção para se perceber que no Brasil o que dá ibope são dois tipos de literatura: a chula (pornografia confundida com baixo erotismo) e a de auto-ajuda. Poesia? Há até quem dê risada perguntando se "isso ainda existe"... Lamentável, Nivia! Lamentável! Ainda bem que, vez ou outra, nos deparamos com textos tão bons e bem feitos quanto os seus... Agulha em palheiro! Parabéns!

    Karina - Campinas - SP.

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  4. Júlio Cesar dos Santos Marquessegunda-feira, 11 maio, 2009

    Bom dia amigos do blog!
    Permitam-me resumir toda essa beleza de texto que li da Nivia: "Escrever... uma viagem do pensamento ao papel".

    Abraços.....

    Júlio Cesar dos Santos Marques- Franca - SP.

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  5. Querida Nivia..
    Seu texto é uma aula e deveria ser imprimida e distribuida para alguns politicos, apresentadores de tv, roteiristas de novelas, cantores de axé e outros. Porque o que mais se vê é papagueada por aí.
    Vou imprimir e distribuir aqui na comunidade.
    Obrigada
    Isildinha- Osasco-SP

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  6. Olá Nivia Andres, que bom ler o que vc escreve.
    O que eu escrevo é o que eu penso, o que eu vivo e o que crio, o que eu acredito... A palavra tem muita força e a nossa língua, língua portuguesa é muito gostosa para trocadilhos e jogos de sentidos... Quem escreve como vc, Edward de Souza, Édison Motta, Milton Saldanha, J. Morgado, Oswaldo Lavrado e outros deste blog, sabe que suas criações não são mais suas, mas de quem as lê...

    Beijinhos,

    Andréa ( Cásper Líbero) S. Paulo

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  7. Querida Nivia, já nos acostumamos com vc. Maravilhoso seu artigo de hoje. Eu gostaria de colocar uma parte do texto que, coincidentemente, li nesse final de semana, do Hermínio G. Sargentim, que tem o título "Expressão e Comunicação Lingüística." Diz ele: "Um artista não nasce completo. Ao contrário, todo processo de escrita constitui um continuo questionamento sobre o mundo e sobre a própria linguagem que ele utiliza para descrever esse mundo. Em todos os grandes artistas poderemos sempre encontrar uma evolução. Você não nasceu já sabendo escrever. Você aprendeu. Alguém lhe ensinou. A linguagem não é inata, mas adquirida. Não fique frustrado, portanto, se você não consegue compor um texto no mesmo nível daqueles que você leu. Saiba que esses textos não foram os primeiros que esses autores escreveram. É preciso, porém, não ter medo. Não ter medo de começar a escrever e de criticar o que se escreve. Uma atitude critica contínua diante do que você produz permitirá uma constante evolução. Na vida, a escrita pode cobrir duas necessidades:
    1.ª - Manifestar as emoções e sentimentos que experimentamos diante do mundo e das pessoas.
    2.ª - Comunicar nossas idéias e opiniões no relacionamento social e profissional". Diz muito, não?

    Bjos,

    Ana Paula - Franca - SP.

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  8. Queridas amigas e amigos
    Nivia Andres, maravilhosa crônica. Mas é só o começo. Falar sobre a arte de escrever e falar bem rende muitos volumes. Mas, há uma regra mágica, que serve para todos e sempre: ser simples! Aprendi a escrever perseguindo com fanatismo a simplicidade. O J. Morgado lembrou algo importante, que eu também já havia observado aqui no blog e é sempre bom insistir: só escreverá e falará bem quem tem hábito de leitura. Leitura, claro, de qualidade. A melhor aula de texto é um belo livro. E se você é profissional do texto, não tenha pressa, releia quando gostar muito, observando como o autor construiu a imagem, que detalhes chaves foi buscar para transformar palavras numa foto ou filme. É assim que a gente aprende, sem gastar em cursos chatos, e ainda curtindo o prazer da leitura no conforto de casa. Ou de qualquer lugar. Vejo, por exemplo, as pessoas em filas de bancos. Todas suspirando, entediadas, estressadas. Por que não levam livros, jornais revistas? A leitura abre horizontes, estimula o cérebro, porque o leitor é uma extensão do autor. Por mais que ele descreva um personagem, na ficção, cada leitor formará uma figura diferente em sua cabeça. Isso é fantástico. A Andréa foi muito feliz quando lembrou que a obra se tornar também propriedade do leitor. Estudantes de jornalismo: uma dica de autor indispensável para a gente aprender a escrever bem: Graciliano Ramos. Seu texto é belíssimo e de uma simplicidade inacreditável. A estrutura gramatical, sempre: sujeito, verbo e predicado. Frases curtas. "Vidas Secas" é um livro emocionante e a maior aula de texto que tive em minha vida. Reescrevi o livro inteiro, com outra linguagem, quando era adolescente, por exercício de aprendizado. Pena que joguei fora, hoje seria curioso ver aquilo. Parabéns, Nivia Andres!
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  9. Eu reviso e sempre escapa algum errinho de digitação. Desculpem.

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  10. Olá Nivia.
    Nem sempre o que se escreve é o que se pensa ou que se deseja fazer, infelizmente. Mais do que palavras bem postas, acho que estamos precisando de ações coerentes, para que as palavras sejam acreditadas.
    Transcrevo abaixo o que me deu motivo a colocar este comentário.
    " Estou me lixando para a opinião pública. Até porque a opinião pública não acredita no que vocês escrevem. Nós nos reelegemos mesmo assim."
    A frase é do deputado federal Sérgio Moraes, do PTB do Rio Grande do Sul, relator do processo contra aquele outro que construiu um castelo."
    De repente fiz essa leitura e fiquei pensando o quanto podemos ser enganamos com a palavra, que mesmo bem colocada, pode ser mal intencionada, dependendo da boca ou da pena de quem a lança.
    Seu artigo é uma aula e um estimulo ao pensamento.
    Obrigada.
    Cristina- SP

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  11. Ôi Nivia e amiguinhos do blog!
    Eu comei a ler muito novinha, tinha apenas 6 anos. Foi quando recebi o meu 1º livro e mal sabia as letras do alfabeto. O meu avô ofereceu-me "A Mensagem", de Fernando Pessoa. Desde aí não parei e não paro, seja de ler ou escrever. Sou uma pessoa que adora absorver "vidas", situações, tudo o que me rodeia faz parte do meu imaginário e sinto-me bem com isso. Por isso curso jornalismo e quero, se Deus quiser, um dia ter meu livro editado. Sonho com isso.
    Adorei seu artigo Nivia e também os comentários do Milton Saldanha. Sempre um aprendizado prá todas nós!!!

    Gabriela ( Cásper Líbero ) São Paulo

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  12. Olá Nivia....
    Sempre me interessei por blogs, de todos os gêneros, mas sempre tendo uma queda pelos que seguem esse estilo desse, do Edward, com bons artigos, e certamente o seu blog também, que não entrei ainda, mas vou lá hoje para ver. Houve uma época, uns anos atrás, que ter blog era moda, todos tinham... Parecia uma verdadeira praga se espalhando pela rede. Depois a febre foi passando e só restaram os blogs daqueles que realmente gostam disso e o fazem por amor e dedicação. É importante essa variedade de assuntos que temos aqui nesse blog. Essa interatividade com o público só conquista cada vez mais fãs, a variedade dos textos nos prende e nos faz pensar e falar sobre diferentes assuntos, o que é ótimo, pois toda discussão é válida e saudável. Excelente seu artigo, Nivia, meus cumprimentos a vc e ao Edward!!!

    Vanessa J. Mendonça - Goiânia

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  13. Bom dia, Nivia Andres,

    No final dos anos 80, quando cursava faculdade, recordo-me que pouca gente se dignificava a dar sua opinião em sala de aula. Faltavam “cabeças pensantes”. Os professores ficavam estupefatos pela falta de iniciativa dos alunos em debater os temas propostos. E quando alguém se propunha a responder, não conseguia sustentar seus argumentos, se contradizia, perdia o fio central do assunto, e finalizava com devaneios sem fim. Aqueles que pareciam um pouco mais interessados em algo sério recebiam vaias, gozações e, geralmente, eram isolados do grupo. Eu assistia incrédulo à tentativa de extinção de sementes, que poderiam gerar novos pensamentos, novas perspectivas. Somente alguns poucos, com domínio da palavra, mantinham suas idéias numa linha de raciocínio boa o suficiente para concluírem seus pensamentos.
    Hoje, essa contabilidade funesta se mantém: os "pensadores" estão cada vez em número menor. Creio que essa estimativa se deve ao fato de, há tempos, as pessoas não sabem mais se comunicar devidamente.
    As abreviaturas na Internet demonstram isso. Raros são os que conseguem explicar uma situação de modo sucinto. Dão voltas, devaneiam, não encontram o vocabulário correto... e tudo fica mal explicado. O que se fala não é, necessariamente, aquilo que se deseja falar. Quem ouve ou lê, se confunde, e de confusão em confusão caminhamos sempre na superficialidade. Seu artigo de hoje é oportuno e serve como alerta aos estudantes e as estudantes que, percebo, invadiram esse blog por conta destes bons artigos escritos por profissionais da letra. Parabéns!

    Denilson Garcia Prado - Ribeirão Preto - S.Paulo

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  14. A vida física na terra, segundo estudiosos, tem aproximadamente um bilhão e quinhentos milhões de anos.
    A comunicação pela fala e a escrita, ainda não sabem com precisão como e quando ela começou. Mas a pré-história trata-se dos últimos cem a duzentos mil anos, período em que existe a espécie humana.

    “É incrível como as pessoas desprezam a arte de escrever e falar bem”.

    Saber falar, e escrever bem, nunca foi sinônimo de inteligência. A história mostra, e, aliás, o nosso próprio presidente, que eu estou com a razão. Um dos homens mais cultos da história da humanidade foi o papa Inocêncio terceiro, e que por sinal, proferiu a maior blasfêmia da história da humanidade. “Ides em nome de DEUS” esse idiota com a fala mansa e o idioma perfeito falou isso para milhões de jovens na faixa de doze a treze anos de idade quando eles foram guerrear com os turcos, (foi o maior infanticídio da história humanidade de todos os tempos) para tomar a “terra santa e o santo sepulcro”. Nos órgãos de comunicação, falado e escrito, escolas etc., eu concordo com você. Mas o interessante é saber comunicar-se. Quando o individuo pensa em uma maçã, ele pensa na fruta, que é a forma pensamento, essa é linguagem universal. Ele não pensa gramaticalmente falando, masã, massan, ou maçã. Eu poderia citar outros exemplos de cultura: Nicolau lalau, marcos Valério, Roberto Jéferson, e vários outros que usam o saber em beneficio próprio. A tecnologia do saber, do falar e do escrever, não pode ultrapassar a moral de um homem.
    Padre Euvidio

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  15. Olá Nivia!
    Sou ainda estudante de jornalismo, acabo de sair agora da faculdade e, como sempre faço, venho direto ao blog ler o assunto do dia. Achei formidável seu artigo de hoje. Sabe, Nivia, eu tenho acesso a praticamente tudo de qualidade que é feito no País e no Mundo. Mas, tenho notado que muitas coisas andam erradas. Por exemplo, vendo os cadernos culturais de O Estado de S. Paulo Folha de S. Paulo e da Tribuna, aqui de Santos, sinto que são publicações elitistas, que tratam de assuntos incapazes de atingir a maior parte da população, que acaba não lendo e, quem não lê, dificilmente aprende a escrever! Não há incentivo a leitura em nosso País. Cultura é isso e temos hoje em dia publicado em nossos jornais e revistas? Não creio. Assim como não creio que tenhamos que aceitar a cultura rasa, das telenovelas, da música sertaneja, dos livros de auto-ajuda. No jornalismo a coisa não é diferente. Qualquer um escreve sobre qualquer coisa e todo mundo aceita goela abaixo. Luís Fernando Veríssimo ou tem síndrome de down ou disfarça muito bem. Cada bobagem...
    Confesso-lhe, não querendo fugir ao seu assunto de hoje, gostaria de ver o assunto "cultura" ser tratado de forma mais leve, mais didática, mais dinâmica, concorda?

    Beijos....

    Thalita ( Santos)

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  16. Ai Jesus, esse que escreveu acima é mesmo o padre? E tem gente que chamou o homem da batina de burro, aqui no blog. Fiquei assustado, só a Nivia prá conseguir esse milagre, soltar o português e a inteligência do padre. O engraçado é a foto dele com chifres, onde será que arrumou aquilo?
    Parabéns pelo artigo, Nivia. Particularmente, não gosto de dicas e regras de como devemos escrever e usar as palavras.
    Para escrever basta um lápis e papel, e em tempos modernos um pc.
    O brasileiro não escreve. Eu acho que devemos mandá-lo escrever. Que apareçam textos de todas as formas, do mais criativo ao mais bizarro e piegas, do cheio de erros ao impecável e revisto por profissionais. Com a escrita, vem a leitura. Lendo entenderíamos nossos erros. E ai sim! Poderíamos falar em certo e errado.

    Abraços......

    Laércio H. Pinto - São paulo - SP.

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  17. Parabéns pelo artigo de hoje Nivia, muito bom mesmo.
    Bjos,

    Miriam - Aracajú

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  18. Agostinho Freitas (Moleque Sacy)segunda-feira, 11 maio, 2009

    Sempre é bom encontrar blogs interessantes, e eu já me acostumei com esse, afinal, blogar é expor as idéias, os sentimentos, e aprender sempre, com assuntos como esse da Nivia. Esse blog está incluso nesses que valem a pena, por isso estarei sempre aqui admirando os artigos que escrevem.

    abraços

    Agostinho Freitas (Moleque Sacy) -Pindamonhangaba - SP.

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  19. Boa tarde Nivia...
    Estou no segundo módulo do Curso Técnico em secretariado. Comecei a desenvolver o meu Trabalho de Conclusão de Curso. O tema que estou pesquisando é Falar e Escrever Bem. Seu texto nesse blog está sendo de suma importância para este trabalho, e vai me ajudar muito.
    Obrigada...
    Um grande abraço.

    Nair M. Nogueira - Uberaba/MG

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  20. Ôi Nivia, muito bom seu artigo. Olha, preste atenção nesse caso que vou postar, que tem a ver com o que vc escreveu hoje, ou seja, a arte de se expressar. Acompanhe: "uma senhora idosa parada ao lado da rua estava confusa com a tentativa de fazer a travessia diante de um tráfego intenso. Temerosa, ela não conseguia sair do lugar. Finalmente apareceu um cavalheiro que, tocando-a, perguntou se poderia atravessar a rua com ela. Alegre e muito agradecida, a senhora tomou seu braço e juntos partiram em direção ao lado oposto. Foi então que ela começou a ficar mais apavorada ao ver que o cavalheiro ziguezagueava pelo meio da rua enquanto buzinas soavam e freios eram acionados com motoristas dizendo palavras ofensivas. Quando finalmente chegaram ao outro lado, ela, furiosa, lhe disse:
    — “Você quase nos matou. Você caminha como se fosse cego!”
    — “Mas eu sou. Foi por isso que lhe perguntei se poderia atravessar junto com a senhora.”
    Este texto nos faz pensar na importância de saber nos expressar.
    Acredito que uma das maiores capacidades humanas está na comunicação, sem esquecer que ela é uma via de mão dupla: é fundamental saber falar e ouvir. Quem se expressa deve estar atento para perceber sinais de que está sendo compreendido. Tanto na minha vida pessoal, como no trabalho e durante a vida acadêmica, tenho notado a importância de uma boa comunicação e justamente por isso, sei que preciso melhorar meu desempenho na difícil situação de falar em público. Esse texto seu de hoje Nivia, será uma grande ajuda.

    Simone - Brasília

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  21. Olá Nivia!!!
    Faço Direito na Faculdade aqui de Franca e leio sempre os artigos do jornalista Edward de Souza no Comércio da Franca, jornal que assino. Soube do blog que ele tem e o visito pela primeira vez. Li vários artigos dele e dos amigos jornalistas, ótimos. Esse seu de hoje me interessou muito, até porque, você sabe, tenho por obrigação, nessa profissão que escolhi, saber escrever e principalmente me expressar bem. Acabo de imprimir seu artigo e vou levá-lo logo mais à noite na Faculdade para amigos e amigas do Curso de Direito. Obrigado. Para ilustrar, outro dia um professor, sobre essa questão, disse uma frase que gravei, veja: O mundo é uma rede de comunicação. Quem não aprende a se comunicar torna-se uma ilha, isolada e perdida no mapa". É uma verdade. Abraços a você e ao brilhante Edward de Souza, do qual sou fã de carteirinha, diga isso à ele, por favor!

    Miguel Ruiz Barbosa - Franca - SP.

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  22. Prezada Nivia!
    Ainda sonho algum dia com campanhas de divulgação do ato de falar bem, de escrever bem, a fim de que as pessoas possam se conscientizar da importância de se expressar bem, seja escrita ou oralmente. As dificuldades são muitas, porém os esforços são pequenos. É preciso se dedicar mais à leitura, saber em que ou quais situações podemos falar o que queremos falar e com quem iremos falar. Conheço uma diretora de escola, numa cidade aqui pertinho do Rio, que não consegue adequar a sua linguagem coloquial à linguagem culta dos docentes e tem sido alvo de risos por parte dos alunos. È lamentável. Mas é mais lamentável ainda, quem deu a ela este cargo. Não apenas pelo modo de ela se expressar, mas pela falta de estudo e preparo que a mesma apresenta. Seu artigo é oportuno e excelente, Nivia.
    Um abraço!

    Fernanda - Rio de Janeiro

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  23. Olá, Nívea
    Apesar dos quase 35 anos de jornalismo há sempre o que aprender. Prático, elucidativo, claro, didático e definitivo seu artigo ilumina o caminho das letras e da palavra a ser seguido pela humanidade, civilizada ou não.
    Parabéns

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  24. Olá Nivia Andres:

    Pra começar, você merece que lhe dedique, em meu nome e dos muitos admiradores que você conquista com sua chegada ao blog , o pensamento de Fernando Pessoa:

    " O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade em que elas acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

    Sendo simples e objetiva você ensina como ser incomparável.

    Parabéns pelo lindo texto que espelha, certamente, a encantadora alma que o inspira.

    Abração,

    édison motta
    Santo André, SP

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  25. Complemento ao meu comentário.

    Em recente pesquisa, constatou-se que o brasileiro lê em média menos de dois livros por ano. Os americanos 5 e os europeus 7. Diante desse quadro, temos o diagnóstico do problema. Daí, a dificuldade do brasileiro no aprendizado em ler e escrever. Infelizmente, está se verificando, com grande estardalhaço, diga-se de passagem, que a crianças ou pré-adolescente estão terminando o primeiro ciclo sem saber o fundamental; ler e escrever. O que acontecerá a cultura brasileira e em conseqüência o destino e a própria democracia brasileira?
    Será piegas o que acabo de escrever? Segundo uma grande parte de nossa juventude, é! Para que ler? Para que escrever? No fim tudo se arranja... Vamos curtir! Depois a gente tira o atraso.
    “Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver (Dalai Lama)”.
    Que a lição inserida no artigo da Nívea, seja um toque de alerta e aprendizado para hoje, prosseguindo indefinidamente.

    J. Morgado

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  26. Apreciei muito o texto, também fui aluna do curso de comunicação da UFSM, e sei perfeitamente o que significa aprender, escrever...aliás, quanto menos leitura, menos se aprende.
    Um abraço e boa semana

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  27. Prezada amiga Nivia e acompanhantes deste blog: Existem algumas máximas interessantes defendidas por alguns grandes escritores sobre o ato de escrever. Pablo Neruda, por exemplo, num de seus momentos de enlevo, enfatizou: “escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca idéias”.
    O ato de escrever tem duas vertentes significativas: primeira, escrever pelo simples ato de cunho profissional, para cumprir uma tarefa de informar, noticiar fatos do dia a dia, por exemplo; segunda, escrever movido por prazer, quase uma necessidade de se expurgar o que balbucia no íntimo. Eis aí o prazer maior. Sensação que nos faz crer que não estamos no mundo somente como meros viventes, mas expectadores sintonizados no sentir, no perceber, no intuir, no observar o tudo, o todo.
    Alguns postulantes à arte de escrever são detentores de saber notório quanto a domínio das regras gramaticais e norma linguística, mas me parece que só este detalhe não é condição precípua para quem almeja destaque no cenário literário. Não basta. Carece de um detalhe que muitos afirmam ser um dom: a essência. Cecília Meireles, no seu poema "Motivo" já enfatizava: “eu canto porque o momento existe”. Tem que existir! Pode-se até cantar sem o momento, mas onde estarão os “acordes melódicos”? O momento é aquele de inspiração, de insight que nos chega sem aviso prévio: às vezes nos surge como alma penada a nos rondar nas madrugadas insones; noutras, nos chega tranqüila; noutras tantas pode vir feito a erupção de um vulcão. São esses pormenores que diferenciam o escritor, o poeta, os criadores literários dos demais mortais. O sucesso desse artigo da querida amiga e jornalista Nivia Andres pode ser comprovado com o número de comentários e de marcações em "interessantes" e "legal", e não nos surpreende. Dá prazer em ler seus artigos lúcidos e necessários. É assim que se faz jornalismo do bom, é assim que se mantém o interesse do leitor. Obrigado, Nivia Andres, você é parte importante desse blog!

    Edward de Souza

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  28. Amigos!

    Agradeço muito todas as mensagens que tenho recebido ao longo do dia. Mas podem crer que todos os elogios valem muito menos do que a oportunidade desta interação maravilhosa que o blog do Edward proporciona a todos nós. A possibilidade de trocar opiniões e experiências é que nos faz aprender e crescer como profissionais e pessoas. Quem trabalha em comunicação, seja qual for o veículo, precisa estar muito perto do seu público, perceber o que esse público quer, como pensa, o que é importante para cada um...

    Não pensem que escrever é fácil para mim. Ao contrário, é muito difícil, porque externar opinião, dizer o que penso requer cuidado e responsabilidade. Preciso avaliar se o que quero dizer vai interessar ao possível leitor; preciso ser criativa ao escolher o tema; tenho que escrever corretamente; preciso ser simples e objetiva; o texto tem que ter coerência interna; às vezes tenho que pesquisar, incorporar informações, citações, outras opiniões... Enfim, como em qualquer profissão, o produto ou serviço tem que ser bem elaborado para surtir os seus efeitos. E nem sempre a gente consegue...Mas experiência também conta.

    O que posso lhes dizer é que amo a minha profissão e adoro escrever, mas o meu trabalho só tem serventia se puder ajudar as pessoas, mantê-las informadas, fazer com que encontrem alguma coisa boa no que escrevo que as estimule. E se alguma sugestão posso dar é que leiam, leiam muito, leiam sempre. Jornais, livros, revistas, até bula de remédio...eheheh

    Sei que livros são caros, mas sempre podemos tomar emprestado de algum amigo, ir à biblioteca. Acreditam que em Santiago não tem livraria? Tenho que comprar meus livros pela internet ou quando vou à Santa Maria ou Porto Alegre... Claro que também peço emprestado.

    Lendo os comentários de vocês tive uma idéia. Que tal solicitarmos ao Edward que viabilize um espaço no blog para podermos sugerir livros? Há tantos livros e autores maravilhosos que podemos indicar! Seria uma pequena resenha com os porquês da indicação. O que acham da idéia? Como já somos "sócios" do blog, lanço este desafio. Naturalmente que o titular do espaço é quem vai determinar se é possível o intento. Seguidamente indico livros e filmes no meu blog.

    Um abraço a vocês e muito obrigada pelas amáveis e generosas palavras.

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  29. Ana Célia de Freitas.segunda-feira, 11 maio, 2009

    Parabéns pelo belíssimo artigo Nivia.
    Adoro ler e escrever, e percebo que quanto mais a leitura fizer parte do cotidiano, as palavras assim como a escrita se tornam mais fáceis.
    As vezes fico um tanto frustrada por querer ler determinado livro, e não poder comprar,mas sempre corro atrás para conseguir, adoro ler de tudo um pouco,principalmente Içami Tiba,Rubem Alves,Fernando Hernández,Délia Lerner,Cipriano Luckesi, Philippe Perrenoud, Jussara Hoffman,Augusto Cury, entre outros.
    E confesso:Embora tenha muito contato com a leitura e a escrita, as vezes ainda tropeço nas palavras, agora com a mudança na ortografia então...
    Ana Célia de Freitas.Franca/SP.

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  30. No caso, ler e escrever... do excelente artigo da genial Nívia, lembro uma passagem que conta a história de um rabino e um padre (não é o nosso padre Euvideo) que, juntos, foram assistir uma luta de boxe.
    Antes do combate começar um dos boxeadores fez o sinal da cruz. O rabino, então, perguntou ao padre: " Qual o efeito desse gesto?". Categórico, o padre respondeu: "Se ele não souber lutar...nenhum".
    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

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  31. Caro Oswaldo Lavrado,
    Chamei o sacerdote, bispo e o coroinha para me explicar essa sua piada envolvendo queridos membros do nosso clero, mas ninguém soube o significado. Será que o senhor poderia nos traduzir melhor? Agora chega aqui a irmã Maria, mas tenho receio que ela leia, pode ser pornográfica sua finalidade e não iria ficar bem prá nós, né?
    Obrigado, senhor Lavrado!

    Padre Euvídeo dos Santos

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  32. Queridas amigas e amigos
    Os comentários estão tão interessantes, que resolvi meter minha colher novamente nesta panela. Acho escrever uma delícia, consigo fazer isso com extrema rapidez e prazer. O prazer nasceu comigo, a rapidez veio do jornalismo diário, que exigia prazos apertados para tudo. Mas escrever é também, sempre, um ato de sacrifício e muitas vezes de frustração. A gente achar depois que o texto poderia ter sido melhor. Muitas vezes, no meu jornal, atravessei uma noite inteira produzindo um editorial de página inteira. Vou dormir com o dia clareando. Horas depois releio, acho uma porcaria e simplesmente deleto tudo, na hora. Pode? Pode, e é bom que seja assim.
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  33. Voltei porque o excelente artigo da Nívea me lembrou de alguns casos onde, em virtude da escrita e interpretação, três pessoas acabaram falindo antes mesmo de seus negócios vingarem:
    "Uma mulher rica e entendiada resolveu, com a grana do marido, montar uma escola para crianças e sapecou: Escola Infantil Michael Jackson. Não teve, claro, nenhum aluno"

    " Uma luzitano abriu um motel e batizou o estabelecimento: Motel Nossa Senhora Aparecida". Quebrou rapidinho.

    * Um cabeleireiro masculino de uma comunidade (favela), colocou placa na porta de seu salão: Corto cabelo e pinto". Pelo óbvio, não teve nenhum cliente.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

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  34. Nivia, parabenizo-a pelo brilhante artigo neste blog. Que Deus continue lhe dando esse dom divino que é escrever maravilhosamente bem.

    Beijos,

    Larissa Mattos - Petrópolis - RJ

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