segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

DOMINGO, 27 DE FEVEREIRO DE 2011



Deixei o prédio da TV Tupi pouco antes das 11 horas da manhã, com a certeza de que jamais receberia um telefonema de Walter Foster. Não fui submetido a nenhum teste e não consegui mostrar a ele minhas qualidades profissionais. Não estava abatido por isso, ao contrário. Em meu bolso trazia uma lista com nomes de outras emissoras de rádio de São Paulo. Era preciso continuar, sem desânimo. Afastar escombros e seguir adiante. Agir com entusiasmo. Entusiasmo como paixão. Entusiasmo como motivação. Entusiasmo como ferramenta destinada a atingir as metas propostas. Tinha em mente que para obter os louros da vitória seria necessário superar dificuldades, reunir as forças interiores, manter a chama da confiança e prosseguir com determinação.

A primeira emissora que constava em minha lista, que eu visitaria depois da TV Tupi, era a Rádio América, cuja administração, três anos antes, em 1967, foi assumida pelos Padres e Irmãos Paulinos. A Rádio América estava em um prédio próprio, localizado na Rua Dr. Pinto Ferraz, na Vila Mariana, onde continua até os dias de hoje, agora com o nome de Nova Canção e dirigida por um grupo religioso. Nesta emissora de rádio trabalhava um francano, Adilson Machado, que eu não conhecia pessoalmente, mas como conterrâneo poderia dar-me uma força, acreditava. Antes de chegar a Rádio América, passei pela loja de calçados que pertencia a um tio, Antonio Leite, já falecido, na Domingos de Morais, Vila Mariana. Almoçamos juntos. Contei a ele meus planos e recebi conselhos e o seu apoio para seguir em frente sem desanimar nunca.
.
Pouco mais de 13 horas cheguei ao prédio da Rádio América. Uma agitação enorme acontecia na portaria e eu mal conseguia aproximar-me. Os cantores Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa estavam fazendo uma visita a um programa de rádio, fui informado minutos depois. Por causa do tumulto de fãs que buscavam autógrafos dos cantores famosos, que faziam sucesso enorme junto a jovem guarda da época, demorou para que eu fosse atendido. Uma jovem de sorriso cativante aproximou-se. Disse a ela que eu estava a procura de um radialista, meu conterrâneo. Identifiquei-me e recebi um crachá, sendo encaminhado para uma confortável sala de espera.

Enquanto aguardava ser atendido, nuvens de saudade passeavam pelo céu da memória, formando desenhos de lembranças. Transportaram-me ao ano de 1966. Jovem locutor da Rádio Difusora de Franca, depois de apresentar o meu programa da tarde, estava na discoteca da emissora, ao lado da amiga Juracy Corrêa Dias, responsável por toda a programação musical. Dona de uma maravilhosa voz, Juracy exercia ainda as funções de radialista e atriz de radionovela, sempre com o papel principal feminino. Abria para mim uma exceção. Deixava que eu escolhesse as músicas que queria tocar em meus programas.

Pouco antes das 18 horas, um senhor bem vestido, trajando terno da cor azul forte - usava na época - e com cartazes debaixo dos braços, depois de um leve toque na porta da discoteca, solicitou licença. Queria urgentemente falar com o responsável pela rádio. Eu o acompanhei até a sala do gerente, mas ele já tinha ido embora. Este senhor lamentou-se, tinha pressa, estava num hotel da cidade, Hotel Francano, já demolido, e trazia uma proposta de interesse para a emissora. Abriu um dos cartazes e mostrou-me as fotos de Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, ídolos da jovem guarda que jamais tinham visitado Franca. Roberto Carlos estourava na praça com a música “Quero que vá tudo pro inferno” gravada no final de 1965, um dos maiores hits de toda sua carreira. Febre nas rádios brasileiras, essa música elevou Roberto Carlos a condição de fenômeno musical no país.

Percebendo que o elegante senhor pretendia promover um show com os cantores em Franca, eu o convidei a tomar um aperitivo no boliche da cidade, que ficava perto da rádio. Se eu o deixasse ir, certamente levaria a oferta para a emissora concorrente. Para minha satisfação ele concordou, estendeu-me a mão e disse chamar-se Sergio, secretário de Roberto Carlos. Convidei o saudoso amigo radialista, Costa Junior (foto acima), um dos mais antigos da Difusora, a nos acompanhar. Depois de uma boa conversa no boliche, mesmo sem a presença do gerente da rádio, fizemos uma proposta ao Sergio. Caso ele aceitasse trazer os ídolos da Jovem Guarda a Franca, poderíamos convencer Luiz Carlos Facury, gerente da emissora, a aceitar promover este show se a bilheteria do evento fosse dividida, 50 por cento para cada parte. Depois de pensar e tomar mais alguns chopes, Sergio concordou. Mais ainda. Além de Roberto Carlos, Erasmo e Wanderléa, garantia a presença dos cantores Ary Sanches, Jean Carlos (cantor cego) e Mary Pavão. Acertamos um encontro com o Sergio no dia seguinte, 10 horas da manhã na rádio e levamos alguns cartazes.

Logo cedo eu estava na Difusora, eufórico, imaginando ter a honra de apresentar em Franca os maiores ídolos do Brasil na época, mas sabia que para isso teria que convencer o gerente da rádio. Não foi fácil, lembro-me bem. Fiz de tudo, com a ajuda do Costa Junior, só faltou chorar. Facury não estava disposto a assumir essa responsabilidade, deixara isso claro, mesmo com a renda dividida. Nisso chegou o Sergio. Entrou na sala da gerência e o apresentamos ao Facury, sem esperanças que um acordo positivo pudesse ser selado.

Uma conversa de alguns minutos e Sergio, estendendo um contrato, perguntou ao gerente: “se aceitar a proposta, marcamos a data, basta assinar aqui”. Facury segurou a caneta e ia deixá-la de lado, quando exclamei, quase implorando: “por favor, assine”. O gerente ergueu os olhos me encarando, percebeu que se recusasse deixaria frustrado por toda uma vida aquele jovem locutor que ele havia introduzido com sucesso na radiofonia da cidade. Balançou a cabeça e antes de assinar, ordenou: “assino, mas vocês tomam conta disso”, jogando para nós a responsabilidade, prontamente aceita. Foi o dia mais feliz da minha vida!

Uma propaganda nunca vista antes em Franca foi feita, com chamadas na rádio e cartazes distribuídos por toda a cidade. Sergio vinha sempre, para fiscalizar os preparativos. No dia marcado para o show, as ruas próximas ao Clube dos Bagres, local do evento, estavam apinhadas de gente. Maria Abadia (foto), funcionária do escritório da Difusora comandava as bilheterias, fiscalizada atentamente pelo Sergio e outros funcionários. Nos bastidores eu aguardava a chegada dos cantores. Eu e Costa Junior estávamos preparados para apresentá-los.

A chegada dos cantores, ocupando vários carros, foi marcada por um tumulto, corre-corre e gritaria. Fomos apresentados a eles nos vestiários do ginásio, onde ficariam alojados. Roberto Carlos, de imediato, exigiu que a segurança fosse redobrada, caso contrário, ameaçava não se apresentar. Tomamos todas as providências exigidas e o deixamos tranquilo. Naquele show, Roberto Carlos lançaria a bota “Calhambeque”, produzida pela fábrica Saméllo, uma das maiores de Franca, conhecida internacionalmente até hoje. Depois, a bota seria levada para o programa Jovem Guarda, da TV Record de São Paulo e usada pelo cantor. Aborrecido quando “Vadinho” Saméllo lhe entregou nos bastidores a bota do pé direito para experimentar, Roberto Carlos despistou e reclamou: “não foi essa a cor que pedi, faça outra e despache para São Paulo”. Atirou a caixa com as botas em minha direção. Número 41, o mesmo que calço. Fiquei com elas, Vadinho concordou e deu-me o presente.
.
O Show, com o nome “Festa de Arromba”, alusão a uma música de sucesso na época, cantada por Erasmo Carlos, foi um sucesso. Costa Junior e eu revezamos na apresentação. Fiquei com o privilégio de apresentar Roberto Carlos, o último cantor da noite (foto acima). O ginásio quase veio abaixo, assim que o cantor surgiu no palco. Um show inesquecível. Naquela mesma noite aceitei o convite feito por Sergio, o secretário de Roberto Carlos, para apresentar outro show, na sequência, que aconteceria em Ribeirão Preto, Cava do Bosque. Com o cachê alto no bolso, segui com a comitiva, tendo Erasmo Carlos como companhia no carro. Jantamos já de madrugada em Ribeirão Preto, fiquei com eles no mesmo hotel e voltei no dia seguinte para Franca. Poderia ter continuado apresentando shows do grupo, mas tinha que seguir minha carreira, por isso não aceitei a proposta feita por Roberto Carlos e seu secretário.

A gritaria que se fez ouvir nos corredores da Rádio América interrompeu minhas lembranças. Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa estavam indo embora. Passaram próximos, mas não me viram, empurrados por vários seguranças e ainda pelos fãs ensandecidos. Nisso, a jovem e bonita secretária da Rádio América se aproximou e avisou-me que em 5 minutos eu seria recebido pelo conterrâneo de Franca...
__________________________________________
*Edward de Souza é jornalista, escritor e radialista.
__________________________________________
Acompanhe o terceiro capítulo de “O dia em que gravei o Jornal Nacional", amanhã,
terça-feira.
___________________________________________

36 comentários:

  1. Bom dia amigos (as)...
    Minha intenção ao começar a série era ir diretamente ao assunto sobre a TV Globo, contar um pouco das cenas engraçadas e outras não tanto, até “O dia em que gravei o Jornal Nacional”, mas acabei voltando no tempo e não tenho mais como parar sem perder totalmente o sentido do relato verídico que faço nesta série. Na medida em que vou escrevendo, lembranças de um tempo distante vão surgindo em minha mente e o texto flui como por magia. Este segundo capítulo não estava pronto, sentei-me para escrever na manhã deste domingo, muito cedo. Deveria ter sido postado antes, mas problemas sempre surgem quando se está diante desta máquina infernal, por muitos conhecida como computador e, assim, houve um pequeno atraso nesta postagem, peço-lhes que me desculpem por isso.

    Como hoje é domingo, dia preguiçoso e muitos (as) amigos (as) fogem do computador, estamos deixando este capítulo postado também amanhã, segunda-feira, voltando na terça-feira com o terceiro capítulo. Não me perguntem quantos capítulos vou escrever, não saberia responder. Preciso, no entanto, esclarecer que todo este relato trata-se da minha vida profissional, com fotos reais de arquivos ou enviadas por amigos e amigas, reservando-me o direito de nada comentar sobre minha vida particular, espero que entendam. Caso assim procedesse, certamente teríamos a primeira novela on-line da internet, com mais de 100 capítulos escritos. Obrigado a todos (as) pelo apoio que estão nos dando, com seus comentários e e-mails enviados, para que possamos seguir em frente.

    Um bom domingo!

    Edward de Souza

    ResponderExcluir
  2. As lembranças realmente estão surgindo, até do trem você lembrou, rs. Estou gostando muito dessa série e acho que você poderia pensar na possibilidade de uma novela on-line.
    Ótimo domingo!
    Bjs

    ResponderExcluir
  3. Oi Edward, maravilhoso relato de sua história e um lindo texto. Gosto muito de ouvir Roberto Carlos, herança de minha mãe que o adora desde os tempos da jovem guarda. Quando eu era pequena, minha mãe colocava os LPs do Roberto Carlos em sua vitrola, aumentava o som e cantava junto, feliz. Ela tem até hoje guardados esses LPs da época da jovem guarda. Lembro-me também dos discos de Jerry Adriani, Erasmo Carlos, Martinha e outros tantos que minha mãe tinha verdadeira paixão em ouvir. Aprendi com ela.

    Continuo seguindo, a cada capítulo, melhor, parabéns.

    Bjus

    Tatiana - Metodista - SBC

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. Edward, vc sabe, sou curiosa e estou tentando até agora imaginar qual a razão do Roberto Carlos não ter aceitado a bota e a atirado para você. Percebí que em seu texto você faz questão de dizer que o cantor recebeu o pé direito da bota, então diga-me: teria alguma coisa a ver com o problema físico que, dizem, tem Roberto Carlos? Ou isso não passa de conversa fiada?

    Estou simplesmente adorando a série...

    Bjos

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

    ResponderExcluir
  6. Hildebrando Pafundidomingo, 27 fevereiro, 2011

    Olá amigo escritor, Edward de Souza.
    Claro que essa nova série contando sua carreira como radialista e jornalista vai ser um sucesso. Já havia chamado a minha atenção e dos demais leitores a chamada e o primeiro capítulo, "Em Busca dos Sonhos".
    Acredito que foi mesmo uma forte emoção conhecer e conversar com Walter Foster, o galã da época. Agora acabo de ler este segundo capítulo, "Entusiasmo com Motivação", onde você narra suas lembranças dos bons tempos da Jovem Guarda. Bate no peito uma saudade daqueles tempos, você nem acredita!

    Dois excelentes aperitivos para lermos os próximos capítulos, que pelo jeito devem se prolongar, com ótimas histórias.

    Abraços,

    Hildebrando Pafundi, escritor e jornalista.

    ResponderExcluir
  7. Edward, você vai nos prendendo a cada capítulo que escreve. Conseguiu seu tão sonhado emprego numa rádio grande, ou não, eis o que vamos ficar sabendo no terceiro capítulo. Além da história fascinante que conta, Edward, seu texto continua deixando-me encantada. Faz poesia escrevendo uma crônica, como esta frase: "tinha em mente que para obter os louros da vitória seria necessário superar dificuldades, reunir as forças interiores, manter a chama da confiança e prosseguir com determinação". Lindíssimo.

    Bjos, bom domingo!

    Vanessa - Campinas - SP

    ResponderExcluir
  8. Oiê amigos (as)...
    Lembranças de tempos dourados que colocaram frente a frente uma lenda (Roberto Carlos) que já e um rapaz perseverante e determinado (Edward de Souza). Histórias que o tempo não apaga e que seguem ultrapassando todos os obstáculos.
    Sei que ainda tem muita coisa a ser revelada pelo irmão Edward que irão emocionar os mais velhos e incentivar os jovens pela tenacidade de quem supera todos os obstáculos para atingir um objetivo.
    Fico honrado em ter, por mais de 30 anos, o cidadão como amigo profissional e, especialmente, pessoal.
    Vai em frente Edward há muito ainda que contar e emocionar.

    Abraços
    Oswaldo Lavrado -SBCampo

    ResponderExcluir
  9. Parabéns Edward. Seu texto envolvente faz a gente viajar num tempo em que as pessoas se respeitavam mais. Abraços. Até terça!!!!

    ResponderExcluir
  10. Edward, esta série que vc escreve é, no mínimo, intrigante, além de maravilhosa, não sei se os termos combinam. Neste segundo capítulo tem uma foto grande, onde está um rapaz jovem e magro e o Roberto Carlos. No texto, vc escreve: "foto acima". Seria você, o magrinho da esquerda? Não tem muita semelhança com a outra foto com legenda em que vc segura um microfone. Se for vc, nasceu predestinado. Com essa idade e assumindo a responsabilidade de apresentar um show de cantores renomados para uma multidão... Convenhamos, não é para qualquer um. Depois, se puder, esclareça, tá bom?

    Empolgante esta série, estou adorando!

    Beijinhos,

    Andressa - São Paulo - SP

    ResponderExcluir
  11. Edward, também penso que você deve preservar sua vida particular. Mas, cá entre nós, com este dom que Deus lhe deu para escrever, caso resolvesse trazer a público suas confidências, teríamos um livro maravilhoso para ler neste blog. Falar em livro, não passou pela sua cabeça editar esta série que escreve? Apaixonante!

    Bj

    Anna Claudia - Uberaba - MG

    ResponderExcluir
  12. Oi Edward, caso tivesse que contar um pouquinho só de sua vida particular, principalmente a amorosa, será que esta secretária da Rádio América não estaria entre uma de suas conquistas? Primeiro você a cita "como uma jovem de sorriso cativante", no final do texto, "a jovem e bonita secretária". Sei não (rsrsrsrsrsrsrsrs).

    Difícil vai ser esperar o terceiro capítulo, só na terça-feira. Volto amanhã e leio esse de novo. Divino!

    Beijus


    Tânia Regina - Ribeirão Preto - SP

    ResponderExcluir
  13. Olá Edward, meu amigo irmão

    Boa tarde


    Você nasceu com uma boa doze de atrevimento. Só pessoas com esse predicado podem chegar ao objetivo rapidamente. Como você acaba de demonstrar nesse segundo capítulo de sua vida profissional.
    Ao você mencionar o bairro de Vila Mariana em São Paulo, lágrimas de saudade começaram a escorrer.
    Durante décadas passei por esse bairro com destino ao Jabaquara onde me criei.
    Estudei e freqüentei os cinemas localizados naquele aprazível bairro.
    Meu amigo, essa série está supimpa.
    Como uma novela, no final do capítulo sempre um suspense. E ansiosos aguardamos o terceiro, quarto...

    Um fraterno abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

    ResponderExcluir
  14. De novo uma crônica "saborosa" de se ler, principal marca desta casa. Combinação perfeita: fatos e fotos, verdadeiras relíquias. Que renda muitas porções. Até a próxima. Bjs!

    ResponderExcluir
  15. Caro Edward, bem que tentei deixar pelo menos um alô hoje a tarde, ao ler esse segundo capítulo que você escreveu neste domingo. A tempestade que inundou São Paulo foi alguma coisa de excepcional, um dilúvio, sem nenhum exagero. Naqueles idos de 70, Edward, você bravamente lutava para garantir seu espaço, na então, São Paulo da garoa. Hoje, lutamos para fugir daqui, acredite! Fugir da São Paulo das tempestades, dos marginais e do desamor. Sua combatividade, expressa nestes dois capítulos, é admirável. Exemplo que deveria ser seguido pelos jovens de hoje. Mesmo com raios e trovões e água em exagero despencando do céu, vou ler toda esta série, meus cumprimentos.

    Abraços,

    Laércio H. Pinto – São Paulo - SP

    ResponderExcluir
  16. Olá, obrigada por me visitar e seguir. Com certeza será reciproco, não por educação, mas sim porque gostei do blog. Chegando aqui e dar de cara logo com uma história dessas. Eu que estudo Publicidade e tenho paixão por jornalismo, ainda farei jornalismo também. Acho incrível essas histórias do rádio, da Tv e afins. Acompanharei a série.

    ResponderExcluir
  17. Olá amigos (as) obrigado pelos comentários deixados até aqui sobre esta série que escrevo. Ausentei-me o dia todo, logo após a postagem e percebo hoje que devo muitas respostas. Na medida do possível vou responder a todas elas. Explico que somente na manhã de hoje o texto recebeu uma revisão necessária, ou quase, porque assim que terminei de escrever, já postei e sempre fica um ou outro pequeno erro. Essa série vai ser assim, terá uma revisão on-line, visto que amanhã um novo capítulo, que ainda vou escrever, será postado.

    Começo pela querida amiga carioca, a Liliane, que pode ter deixado muitos (as) confusos, quando disse que lembrei-me até do trem. Não procurem o trem neste texto, não irão encontar. A história do trem eu escrevi para o blog da Liliane, contando sobre as velhas viagens de Mogiana do interior para São Paulo e vice-versa. Destaquei o vagão restaurante onde criança eu fazia a festa, devorando geléias, doces de mamão, laranja, cidra, figo, pé de moleque inteiro e tantos outros. Obrigado pela visita, Lili. A série é uma novela da vida real, creia.

    Tatiana, muitos (as) como você, jovens ainda, adoram ouvir Roberto Carlos por causa dos pais, conheço alguns. Por tabela escutavam o "Rei" quando pequenos e hoje adoram ouvi-lo. Observe os especiais que a Globo exibe. O público jovem representa pelo menos 30 por cento. Obrigado pelos comentários e pela presença sempre, querida amiga.

    Gabriela, o engraçado é que você escreveu exatamente como estava no texto antes da revisão. Roberto Carlos não quis experimentar o pé direito da bota. Já corrigido para a bota do pé direito, afinal, bota não tem pé, concorda? Foi a pressa. Muito bem. Sobre o problema físico de Roberto Carlos, sempre mantido por ele a sete chaves, realmente, quando menino, perdeu a perna direita, esmagada por um trem, em Cachoeiro do Itapemirim. Tinha ele 12 anos. Mas não creio que tenha sido isso que o deixou nervoso quando recebeu a bota do pé direito para experimentar. É que nos vestiários do ginásio onde ele se encontrava, estava repleto de penetras. Ele poderia experimentar o esquerdo, mas pense bem. Desagradável você tirar os sapatos para experimentar outro na frente de desconhecidos. Não só isso. Ele estava se preparando para cantar, não para calçar um sapato novo. De qualquer maneira, fiz bom proveito da bota. Fui o primeiro a usar uma bota Calhambeque no Mundo. Depois, Roberto Carlos.

    Volto logo mais para responder outras perguntas...

    Abraços...

    Edward de Souza

    ResponderExcluir
  18. Oi Edward, bom dia!
    Lemos ontem, em casa, este segundo capítulo. Como chovia muito, resolvi deixar meu alô hoje, impressionada com tantas histórias que tem para contar, principalmente levando-se em conta que nos relatos até aqui, você não tinha nem ao menos 21 anos, não é certo? Uma sequência gostosa, com detalhes e fotos dos personagens em detaque nestes capítulos. Estou acompanhando, mesmo que em algumas ocasiões não sobre tempo para comentar.

    Bjos!

    Papai manda um abraço...

    Liliana Diniz - Santo André - SP

    ResponderExcluir
  19. Oi Edward, aproveitando que você está hoje respondendo perguntas, mas deixando claro que não quero lhe atrapalhar, porque sei que ainda vai escrever o terceiro capítulo, uma curiosidade surgiu, depois de ler este texto. Se não tiver tempo para a resposta, sem problemas. Li em uma revista que um show hoje do Roberto Carlos, raros, não corre mais todos os dias com essa finalidade, custa em torno de 500 mil reais, se não for mais. Nesta época em que vocês o apresentaram em sua cidade, não só ele, mas muitos outros cantores, aceitaram apenas 50 por cento da bilheteria. Assim até eu toparia fazer um show com ele (rsrsrsrsrsrsrsrs), nem sei porque o gerente da rádio relutou tanto em aceitar esa mina de ouro. Mais uma perguntinha: os cantores levaram 50 por cento da bilheteria e os outros 50 por cento ficaram para a rádio ou para vocês?

    Bjos, linda a série!

    Daniela - Rio de Janeiro

    ResponderExcluir
  20. Incrível é voce relatar todos estes fatos com extrema clareza, Edward. Uma memória e tanto! E como consegue fotos destes amigos seus de tantos anos? Alguns, pelo visto, já falecidos, impressionante! Uma delícia acompanhar esta série.

    Bjos

    Priscila - Metodista - SBC

    ResponderExcluir
  21. Aproveitando minha passagem pelo blog para atualizar a data e depois de um café reforçado, antes do banho matinal, respondo mais algumas perguntas, numa sequência. Recomeço pelo querido amigo, jornalista e escritor Hildebrando Pafundi. Uma barra encarar os figurões na época, Pafundi, mas era preciso. Obrigado pela presença e espero contar com você até o final desta série.

    Vanessa, bom que está gostando do texto, obrigado. Também aceito críticas, se achar necessário, O.K.?

    Oswaldo Lavrado, amigo-irmão que mora em meu coração há bem mais de 30 anos, você tem razão, muitas histórias a contar, saltando algumas, do contrário iria superar o Direito de Nascer em capítulos. Abraço forte.

    Betinha, amiga querida dos bons tempos do Diário do Grande ABC, bom sempre ter um alô seu aqui, nos incentiva a prosseguir.

    Andressa, o rapaz magrinho a esquerda da foto, ao lado do Roberto Carlos, sou eu. Na verdade tinha mais de 100 fotos com todos estes cantores. Com o tempo foram sumindo. Algumas antigas namoradas se encarregaram de levar a maioria. A outra foto em que estou com o microfone, eu tinha um ou dois anos a mais.

    Anna Claudia, anotei sua sugestão sobre um livro mesclando minha vida particular, com estas histórias de Rádio, TV e Jornal. Quem sabe... Obrigado, amiga!

    Tânia, minha vizinha, o que é isso? Nada de paquera, apenas uma forma de escrever com detalhes. Era bonitinha, a danada da secretária da Rádio América (hehehehehehe).

    Amigo-irmão querido, J. Morgado! Sou também apaixonado pela Vila Mariana desde pequeno, quando meus pais iam a passeio na casa de tios que moravam por alí. Lembra-se do Cine Estrela, na Praça da Árvore? Obrigado pela força de sempre, amigão!

    Logo mais volto para a sequência de respostas.

    Edward de Souza

    ResponderExcluir
  22. é emocionante ver como vc foi em busca do q queria... E vc ainda viu esses artistas maravilhosos *-*
    As vezes a saudade das lembranças de um passado saudoso faz doer, mas, é preciso perseverar!
    Vou ficar aguardando o fim =)

    beijos

    ResponderExcluir
  23. Ah, queria agradecer de coração seus comentários. Eles são lindos e me inspiram de verdade!

    Obrigada!

    Uma linda semana pra ti!

    beijos

    ResponderExcluir
  24. Edward, estou adorando esta série que escreve, está simplesmente maravilhosa, com tantas histórias envolvendo gente famosa, lindo! Aproveito para deixar uma frase de Voltaire que encontra justifica nesta sua história: "O sucesso sempre foi a criação da ousadia."

    Beijinhos,

    Talita - Unisantos - Santos - SP

    ResponderExcluir
  25. Olá Edward

    O Cine Estrela, que ficava no Bosque da Saúde, logo após a Praça da Árvore e antes muito antes, conhecida como Primeira Seção é do meu tempo. Vi construir aquele cinema e estive em sua inauguração.
    Grandes bailes de carnavais foram ali efetuados.
    Os cinemas da Vila Mariana eram o Cruzeiro e o Cine Fenix. No Cine Fenix, quando tinha uns cinco anos de idade me levaram para assistir “Pinóquio”.
    Eta saudade sô!

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

    ResponderExcluir
  26. Edward, bom dia, estava ansiosa para ler o segundo capítulo desta linda série que vc escreve. Voltei com meus pais do rancho hoje pela manhã e assim que deu um tempinho corri ao blog para ler. Olha, não faz muito tempo o Roberto Carlos esteve em Franca. Acredito que há 3 anos. Fui com minhas colegas assistir e adorei. Um show e tanto. Só não sabia, vc nunca nos contou, que a primeira vez que ele esteve aqui foi você a apresentá-lo, que legal.

    Neste show que fui assistir, Edward, caríssimo, diziam que o cachê do Roberto Carlos girava em torno de 800 mil reais, uma fortuna, não acha? E o nosso Clube do Bagres, o que virou? Abandonado, jogado à traças e sem comando. Papai conta que foi o clube da elite de Franca, ao lado da AEC. Os dois viraram museus, judiação.

    Volto para ler o terceiro capítulo e já estou torcendo para você ficar com o emprego na Rádio América. Será?

    Bjus,

    Giovanna - Franca - SP

    ResponderExcluir
  27. Respondendo agora a amiga Renata Diniz. Obrigado Renata, você, sempre gentil, dona de um blog maravilhoso que a todos recebe com carinho. Sua encantadora presença muito nos honra.

    Amigo Laércio H. Pinto, a coisa andou mesmo feia pelos lados de São Paulo, aguardava o jogo São Paulo x Palmeiras e pude perceber os estragos da chuva. Hoje é Ribeirão Preto, a bola da vez. A chuva está fazendo estragos demais nesta linda cidade, pena! Obrigado pela presença, amigo.

    Dayane Pereira, que bom ter mais uma amiga neste nosso cantinho, seja bem vinda e obrigado pelos elogios. Quanto ao jornalismo que você gosta, não hesite, faça a faculdade, irá se sentir bem, está em suas veias, siga!

    Liliana, sei que tem pouquíssimo tempo, mas não vou abrir mão de sua presença no blog. Obrigado pelo apoio de sempre, querida amiga! Abraços ao papi!

    Daniela, vamos lá. O gerente da rádio tinha receio que alguma coisa saisse errada e sujasse o nome da Difusora, o que lhe custaria o emprego. Por exemplo? Vamos que todos os ingressos tivessem sido vendidos e na hora H os cantores e cantoras não aparecessem... Seria uma encrenca danada. Isso e outros problemas que um show desta envergadura acarreta, compreende? Metade ficou com o secretário do Roberto Carlos, que deve ter repassado a ele, a outra dividimos entre os funcionários da rádio que ajudaram na realização do show. Um bom dinheiro para todo mundo sossegar um muito tempo. Por último, na época Roberto Carlos e sua turma queriam fazer show para aumentar o prestígio. Se pagassem ou com renda dividida, tanto fazia. Queria mostrar seu talento e o dos amigos e amigas. Hoje, deve mesmo girar em torno de 500 a 800 mil reais um show só de Roberto Carlos. Tudo mudou...

    Priscila, conforme vamos escrevendo e forçando a memória as lembranças vão surgindo. Fotos, ou tenho em álbuns antigos ou consigo com outros amigos da época. Nem todas que queria. Do Luiz Carlos Facury não encontrei. Com ele sim, semana passada no Carrefour. Um encontro e tanto...

    Voltamos para completar as perguntas logo mais...

    Edward de Souza

    ResponderExcluir
  28. Edward, uma vez eu disse para você que sou um cara observador. Ninguém viu isso, se viu, não comentou. Depois de ler o segundo capítulo, que estou seguindo, claro, cliquei na foto em que você está com o Roberto Carlos para ampliá-la e percebí que, no bolso traseiro da calça dele, tem um pente e um lenço, ou um bloquinho de papel, esse não está bem visível. Muita simplicidade para um cantor como ele, ou os tempos eram outros? Legal demais a série, vai firme que continuo lendo!

    Abçs

    Juninho - SAMPA

    ResponderExcluir
  29. Edward, seu eu fosse um editor lhe convidaria ainda hoje para juntos fazermos um livro juntando suas histórias. Sempre recordamos alguma coisa conforme vamos lendo textos seus. Neste segundo capítulo a época gostosa da jovem guarda e a nossa São Paulo antiga, quando andar na rua era um passeio, não risco de vida. Parabéns, continuo acompanhando.

    Miguel Falamansa - Botucatu - SP

    ResponderExcluir
  30. Caro colega Edward, grato p/ visita e comentario. Essse mundo é msm pq. Comecei minha vida no radio, como locutor esportivo, na radio Cultura da Bahiia(Rede America de Radio/Paulinos) em 1969 e permanecí até meados de75. Em 1970 ingressei na UFBa, e concluí o curso de jornalismo em 74. Indo p/ a Tribuna da Bahia e correspondente do Correio Brasiliense. Estou á disposição. Abrçs. Roy Lacerda.

    ResponderExcluir
  31. Essa série que vc escreve tem um gostinho delicioso de quero mais, Edward. Estava aflita para chegar em casa e ler este segundo capítulo, depois de um final de semana fora. Agora já estou na expectativa para ler o terceiro e saber o que virou mais essa investida em busca de um lugarzinho na Rádio América.

    Divino, Edward, aplausos!

    Carol - Metodista - SBC

    ResponderExcluir
  32. Edward, entendi suas explicações. Não pensei nos problemas que um show assim pode causar. Muito menos nas consequências...

    Obrigada pela gentileza da resposta.

    Bjos,

    Daniela - Rio

    ResponderExcluir
  33. Olá Edward, obrigada por sua visita e considerações aos meus escritos! Seja sempre bem vindo, tb voltarei por aqui! :)

    ResponderExcluir
  34. Boa noite a todos.
    Continuo seguindo essa maravilhosa serie com a certeza de que a trajetória do meu ilustre amigo Edward de Souza será cheia de revelações e de fortes emoções.
    Um amigo meu que trabalhava em um hotel aqui em franca, me disse na ocasião que o Roberto Carlos era um verdadeiro “cocozão” tamanho família.
    A exigência do boca murcha é de trezentas toalhas só para ele.
    O boca murcha exige também as cores da decoração do quarto, o lado da cabeceira da cama em relação aos pontos cardeais, e exige também um andar do hotel só para ele.
    O papel higiênico, o sabonete, o xampu e mais algumas coisas, tem que ser da marca exigida por ele.
    Enfim tudo isso há muito tempo atrás, imaginem hoje então!
    Será que o boca murcha mudou? Ou não?
    Mistérios, mistérios...
    Não quero denegrir a imagem da majestade, mas o episódio da bota bem que poderia ter outro final.
    Nisso que dá ser escravo das cores, não é Roberto!

    Padre Euvideo.

    ResponderExcluir
  35. Acho impressionante o detalhe dos seus textos, eu me sinto como se tivesse vivido nessa época.
    Sou fã do Roberto Carlos.

    ResponderExcluir
  36. Meu Amigo
    ...E continuando, persistência é preciso! Uma coisa é certa, tu estavas mesmo decidido do caminho a seguir. Poderias ter ficado desnorteado com o convite do secretário de Roberto Carlos...mas não! Tinhas proposto a ti próprio um objectivo a atingir e essa atitude, já era meio caminho andado!
    E vou continuar a ler-te...
    Bj
    Graça

    ResponderExcluir