quarta-feira, 24 de novembro de 2010




O ano de 1934 é, do ponto de vista político, um dos mais produtivos para o Brasil, pois a Assembléia Nacional Constituinte elabora uma nova constituição, mantém o sistema democrático republicano, elege Getúlio Vargas presidente e estabelece eleições presidenciais livres e diretas em 1938. Ainda em 1934, os constituintes estaduais escolhem os governadores, acabando provisoriamente com a figura do Interventor.


Em São Paulo, os constituintes elegem governador - sem o voto do perrepista Adhemar de Barros - o engenheiro Armando de Salles Oliveira, cunhado de Júlio de Mesquita Filho, os dois principais responsáveis pela criação da USP (Universidade de São Paulo). Com a eleição de Salles, o jornalista Paulo Duarte, amigo da família Mesquita, retorna do exílio na França ao qual se sujeitou após a revolução de 1932. Em decorrência desses fatos, os paulistas consideram a sua revolução vitoriosa e passam a celebrá-la no mês de julho, pois o propósito de fazer o país retornar ao estado de direito, ou seja, o de limitar o poder do governo ao cumprimento das leis, havia sido alcançado, a despeito de terem sido derrotados pelas armas.

Teriam limitado mesmo Getúlio Vargas
ao cumprimento das leis?
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Em 1937, o governador Armando de Salles Oliveira decide afastar-se do governo para concorrer à presidência da República contra o ministro da Viação e Obras Públicas, José Américo de Almeida (foto). Vargas tenta dissuadi-lo da candidatura com o oferecimento do Ministério da Fazenda, a pretexto de que a situação política do país é extremamente difícil para realizar eleições em decorrência da divisão ideológica entre comunistas e integralistas. Armando não aceita a oferta e começa a levar às ruas a sua candidatura pelo Partido Democrático, a mobilizar as lideranças políticas afinadas com as idéias do seu grupo e a conceder entrevistas contra o governo Vargas. Os quatro maiores jornais paulistas são pela ordem: A Gazeta (90 mil exemplares), O Estado de S. Paulo (85 mil), Diário da Noite (60 mil) e o Correio Paulistano (45 mil exemplares diários).

Não só em O Estado de São Paulo, do qual havia sido diretor, Armando Salles Oliveira aparecia diariamente, nos outros três jornais também, por obra de Paulo Duarte. A efervescência política cresce, com manifestações de ruas também de integralistas e comunistas (curiosamente, Plínio Salgado, fundador do movimento integralista, escreve o livro Espírito da Burguesia, que serve até hoje de inspiração para os textos dos escritores da esquerda brasileira, que não o citam por vergonha). Nessa ebulição, surge o boato da existência de um plano comunista para a tomada do poder, então no dia 10 de novembro desse ano Vargas dá o golpe:

Rasga a carta constitucional de 1934, que estabelecia eleições presidenciais livres e diretas em 1938, apresenta à nação uma nova constituição elaborada pelo seu ministro da Justiça, Francisco Campos, com a aprovação do ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra. Nesse mesmo dia, implanta a ditadura do Estado Novo por meio da qual fecha todas as casas legislativas (câmaras de vereadores, assembléias, Câmara e Senado Federal), impõe censura à imprensa e volta a nomear interventores para os estados. Simultaneamente, manda prender o ex-governador Armando de Salles Oliveira.

Ao saberem dos acontecimentos, os estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco saem às ruas para protestar, um dos quais é Roberto de Abreu Sodré, que viria a ser governador e deixaria gravada a sua memória em letra de forma no livro No Espelho do Tempo – Meio Século de Política e no qual relata as suas prisões e de colegas de faculdade. Nesse livro, Sodré lembra que os panfletos contra a ditadura de Vargas eram impressos numa gráfica “da estrada do Vergueiro, caminho para Santos”, ou seja, em São Bernardo do Campo.
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Armando segue para o exílio
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No Rio de Janeiro, cidade em que construiu amizades influentes desde os tempos da Faculdade Nacional de Medicina (foto), onde também se formaria médico o mineiro Newton da Costa Brandão, duas vezes deputado estadual e três prefeito de Santo André, Adhemar de Barros é apresentado a Getúlio Vargas, que pede para visitá-lo em São Lourenço, MG, onde o ditador passaria um período de férias. Adhemar vai seguidas vezes a São Lourenço, cidade adaptada em sede do poder. Recebido por Getúlio, ambos se ligam por laços de simpatia e Vargas decide nomeá-lo Interventor Federal em São Paulo em lugar do professor Cardoso de Mello, que estaria servindo aos interesses da família Mesquita. No final de abril de 1938, o filho mais ilustre de Piracicaba, criado em São Manoel, começa a despachar no Palácio dos Campos Elísios.

O jornal O Estado de S. Paulo o critica, por considerá-lo homem do interior, sem experiência para governar o estado, então para mostrar que “homem do interior” também sabe governar Adhemar dá início à construção de três grandes obras: a Rodovia Anhanguera, para facilitar o transporte da produção agrícola e industrial do interior à capital; a Via Anchieta, para transportar a produção industrial ao porto de Santos e o Hospital das Clínicas, que seria o maior do país. Nesse ambiente começa a circular um jornal de nome Brasil, que esculhamba o Interventor e o ditador.

“Você tem de descobrir esses criminosos,” avisa Vargas a Adhemar. Presos, Paulo Duarte e Júlio de Mesquita Filho, eventuais autores do Brasil, seguem para o exílio. Colaboradores chamam a atenção do Interventor para o fato de O Estado de S. Paulo guardar armas em sua sede, Adhemar manda a polícia investigar e os policiais as teriam encontrado. Avisado, Vargas decide intervir no jornal, cujo diretor, Francisco Mesquita, irmão de Júlio Mesquita, pede a Adhemar, em nome do estado, para não permitir a intervenção no seu jornal: “Dr. Francisco, sou um delegado do governo federal em São Paulo. Então, sinto-me na obrigação de garantir a intervenção.”

A turbulência na política paulista vai aumentar, o sofrimento dos seus principais personagens, também. Aliás, a amargura e a angústia seriam tão grandes que Armando de Salles Oliveira não resistiria e Júlio de Mesquita preferiria retornar ao Brasil e ser preso a continuar no exílio sem dinheiro e sem perspectivas de vida.
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Diretor do POLÍTIKA DO ABC e do JORNAL DO LIVRO, o jornalista Carlos Laranjeira é autor de vários livros, o mais recente, POLÍTICA PARA PRINCIPIANTE.
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NA PRÓXIMA QUARTA-FEIRA, ACOMPANHE O QUARTO CAPÍTULO DE "HISTÓRIAS DE ADHEMAR", COM EXCLUSIVIDADE PARA ESTE BLOG. (EDWARD DE SOUZA).
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42 comentários:

  1. Bom dia amigos (as)...
    Cada capítulo desta série escrita pelo amigo jornalista Carlos Laranjeira, lembro-me sempre de algum fato marcante e muitas vezes até me surpreendo com algumas revelações. Eu não sabia, por exemplo, que o jornal A Gazeta era o melhor e mais procurado jornal de São Paulo no começo do século passado. E o mais vendido, de acordo com números apresentados por Laranjeira no capítulo de hoje. Quando trabalhei no jornal A Gazeta Esportiva, no começo dos anos 90, ao lado do amigo Claudio Polesi, soube de muitas histórias do jornal e do seu fundador, Casper Líbero. Sim, porque A Gazeta Esportiva saiu de A Gazeta, ideia de Casper Líbero que adorava esportes e criou, inclusive, a famosa corrida de São Silvestre, que este jornal cobria com exclusividade na época.

    Casper Líbero, que era de Bragança Paulista, com outros três amigos, foi também o fundador do jornal Última Hora, em 1911, deixando sua direção em 1918, para assumir o jornal A Gazeta, que se tornou um dos mais importantes e respeitados órgãos de imprensa de São Paulo em sua época. Com ousada visão editorial e de marketing, Casper criou no vespertino uma série de cadernos especializados. O suplemento A Gazeta Esportiva nasceu em 1928, como semanário. O sucesso foi tanto que, a partir de 1947, tornou-se independente e passou a ser um jornal de circulação diária. Nesse mesmo período, foram instalados alto-falantes na sede do periódico para que a população pudesse acompanhar as transmissões de jogos de futebol. O Vale do Anhangabaú virou uma verdadeira rádio popular. Estes dados estão na biografia do jornalista.

    Lembro ainda que na manhã do dia 27 de agosto de 1943, Casper morreu, aos 54 anos, em um acidente aéreo. O avião da Vasp tentava aterrissar no aeroporto Santos Dumont sob densa cerração, mas se chocou com uma torre da Escola Naval. Após sua morte, o jornalista legou a São Paulo a Fundação Casper Libero, englobando o jornal, rádio e TV Gazeta, fundada em 1970. Mais recentemente, a instituição passou a integrar a rede da Internet. Em seu testamento, Casper determinou a criação de uma escola de jornalismo, a Faculdade de Comunicação Social Casper Libero, a primeira da América Latina a formar profissionais na área com a experiência adquirida pelo mestre da Comunicação.

    Fiquei sem espaço, entusiasmado com o relato sobre Casper Líbero. Volto logo mais para falar sobre a política do começo do século passado, até perto da metade, abordado por Carlos Laranjeira, onde outros dois jornalistas se destacam: Julio de Mesquita e Paulo Duarte.

    Um forte abraço...

    Edward de Souza

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  2. Olá Edward e Carlos Laranjeira!
    Achei muito estranho este relato de que a polícia encontrou armas na sede do Jornal O Estado de São Paulo. Não tem sentido jornalistas armados, ou mesmo os responsáveis pelo órgão informativo guardar armas na redação. Não sei, mas fico com a impressão que tudo deve ter sido uma grande armação para poder incriminar o jornal e assim ter como justificar seu fechamento.

    Continuo seguindo e estou gostando da série!

    Bjos a todos,

    Giovanna - Franca - SP

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  3. Oi, Giovanna, penso que vc não está errada não. Armas encontradas na redação de um jornal deve ser, no mínimo, uma grande jogada de Vargas que Adhemar completou com maestria. Engraçado é como ditadores perseguem jornalistas, não? A grande preocupação de todos eles sempre foi com a Imprensa e com os pobres jornalistas, amordaçados e impedidos de divulgar a verdade. Temos um exemplo atualmente no poder. Lula é um eterno incomodado com a Imprensa. Esquece ele que sem a Imprensa, seria até hoje um eterno desconhecido. Legal esta série, parabéns, Edward e Carlos Laranjeira.

    Vanessa - Campinas - SP.

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  4. Carlos Laranjeira. Bom dia.
    No meu entendimento o Edward, como sempre, acertou em trazer você para contar aspectos da vida de Ademar de Barros. Falar dele, envolve citar tantas outras pessoas da politica e do jornalismo brasileiro. É possivel que muitos, mais jovens,ignorem dados da história que com este trabalho, serão revelados.Para quem não conhece a história de Paulo Duarte desde o início, peço licença para mencionar sua forte ligação com a cidade de Franca em sua infancia e juventude. Pode ter sido aqui a fonte inspiradora do que viria a produzir no futuro.
    Acompanho com prazer a série, até por me sentir dentro das cenas, com possibilidade de reviver uma boa ligação com o Doutor Ademar.
    Garcia Netto

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  5. Amigas e amigos, ilustre articulista Carlos Laranjeira: é a primeira vez que leio sobre armas no Estadão e isso requer bastante cuidado. Há várias hipóteses a considerar e perguntas que me ocorrem. Vejamos: 1) Que armas eram essas? Revólveres, fuzis, metralhadoras? Armas civis ou privativas das forças armadas? Não se faz guerra com espingarda de caça, por exemplo. Nem com revólver 32. 2) Teria sido uma forçada de barra da polícia ou realmente havia algo real nisso? 3) Se tivesse sido armação, até hoje o jornal estaria denunciando isso. No entanto, se calou para sempre. 4) Não me surpreenderia o fato, porque as duas primeiras gerações dos Mesquitas estiveram fortemente envolvidas em conspirações, como aconteceu também em 1964, quando recebiam militares para reuniões no próprio jornal. Que diferença faria esconder ou não armas, já que estavam envolvidos? Logo, não me espanta a revelação. Pergunta ao autor: você ouviu alguém da familia sobre esse episódio?
    Abraços!
    Milton Saldanha

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  6. O prezado Carlos Laranjeira passa de raspão pelo episódio que ensejou a criação da ditadura Vargas, com o nome de Estado Novo. O pretexto foi o famoso Plano Cohen, do Olympio Mourão Filho, então coronel ou major, a conferir. Ele bolou um plano hipotético mostrando como seria a tomada do poder pelos comunistas, pela via militar. Eram hipóteses. O malandro do Getúlio pegou o plano e denunciou como verdadeiro, criando o pretexto para o golpe. Nisso tudo, gente, o mais bonzinho matava a mãe para entrar em baile de órfão...
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  7. Olá Amigos

    Bom dia

    Interessante como os fatos políticos se assemelham.
    Ontem, foi o aniversário da Intentona Comunista (23-11-1935)
    Parte da história diz que essa rebelião foi um protesto contra o governo de Getúlio Vargas.
    Na verdade, foi uma tentativa de uma escalada comunista em nosso país.
    A Aliança Nacional Libertadora dirigida por comunistas famosos na época, entre os quais Luiz Carlos Prestes, tentou, mas não conseguiu dar o golpe planejado.
    Outro movimento (Ação Integralista Nacional), este fundado em 1932, por Plínio Salgado, de cunho fascista (extrema direita), colaborou para um resultado desastroso para os comunistas que estavam muitos “acesos” com o resultado da Revolução Russa em 1917.
    Daí, o tal endurecimento do regime ditatorial de Getúlio apoiado por muitos políticos da época, entre os quais Adhemar de Barros, que mais tarde viria a ser interventor no Estado de São Paulo.
    Em 1964, novamente os comunistas tentaram a tal escalada. Foram impedidos pelos militares, estabelecendo-se um regime ditatorial.
    Interessante que para se impedir uma ditadura de esquerda (comunista) opõe-se uma ditadura de direita.
    Nos Estados Unidos, houve várias tentativas, mas sempre houve um rechaço da forte Democracia que lá existe sem ser necessário estabelecer-se uma ditadura.

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  8. Olá Milton, foi o que percebi no relato de hoje do jornalista Carlos Laranjeira, "o mais bonzinho matava a mãe para entrar em baile de órfão". Era uma verdadeira caçada, e a caça, afugentada, buscava o exílio. O engraçado também foi o relato de que Julio de Mesquita, depois de tempos no exílio, resolveu voltar e se sujeitar a ser preso, porque estava sem dinheiro. Seria pelas dificuldades da época de se mandar uns trocados para que ele pudesse comer um cachorro-quente em Nova Iorque, ou estava mesmo quebrado com a interdição do jornal? Outra coisa, Milton. Se os Mesquitas tinham envolvimento com conspirações e coisas semelhantes, como não reclamaram, não se pode dizer que houve armação. Sei não, mas certos fatos jamais serão esclarecidos, até porque a maioria já morreu.

    Polêmico este terceiro capítulo, muito bom!

    Beijos a todos!

    Tatiana - Metodista - SBC

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  9. Caro Edward de Souza: sempre soube que a Última Hora foi criada pelo Samuel Wainer, com financiamento do Banco do Brasil liberado pelo Getúlio, assunto que virou escândalo e CPI no Congresso. Você cita Casper Líbero. Foi ele quem criou a UH de São Paulo? É isso? (Para quem não sabe, a UH foi criada primeiro no Rio, depois em São Paulo, Recife e Porto Alegre, com versões locais e articulistas nacionais).
    Abraço grande!
    Milton Saldanha

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  10. Olá Milton, é bem possível que tivemos então dois jornais com o mesmo nome. Ou teria Samuel Wainer feito um acordo com a marca e a usado depois? Casper Líbero, consta de sua biografia, ao lado de três amigos, vou apresentar os nomes logo mais, fundaram um jornal em 1911, com o nome de Última Hora. Casper Líbero, devo ter dito acima, deixou o jornal Última Hora em 1918 para assumir A Gazeta, transformando este jornal num dos marcos da Imprensa Brasileira. Vou ver se tenho mais detalhes para trazer no decorrer do dia.

    Abraços, Milton!

    Edward de Souza

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  11. Bom dia a todos!
    Parabéns amigos e jornalistas, Carlos Laranjeira, por mais um capitulo de Histórias de Adhemar, e Edward de Souza, pela edição e comentário inicial, que esclarece muitas dúvidas a respeito dos jornais fundados por Casper Líbero, entre outros. As histórias da política e da interdição no jornal O Estado de S. Paulo, censura, exílios e prisões de jornalistas, são fatos importantes da nossa História, que Laranjeira esclarece no Capitulo III. Alguns fatos eu conhecia, mas outros fiquei sabendo agora, mesmo tendo trabalhado mais de 20 anos no jornal O Estado de São Paulo, (sucursal do ABC).

    Outros fatos importantes sobre jornais fiquei sabendo pelo comentário inicial do Edward. Nunca trabalhei na Última Hora, mas era um jornal que eu lia e gostava, mas não sabia que o Casper Libero foi um de seus fundadores. Também não sabia de detalhes sobre a criação da Gazeta Esportiva, embora com esse jornal minha intimidade seja maior, pois no inicio dos anos 1960, essa publicação, a exemplo de diversas outras, também tinha uma sucursal no Grande ABC, e eu assinei ali uma coluna semanal de assuntos gerais por alguns meses.

    Saudação a todos os leitores desta nova e emocionante série.

    Hildebrando Pafundi - escritor e jornalista

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  12. Caro J. Morgado: bela observação a sua, sobre a Intentona Comunista. Foi o que a gente chamaria hoje de "porra louquice" do Prestes e Agildo Barata, entre outros influentes da época. Tinha apoio e foi organizada em Moscou, como fruto do delirio do Prestes, que garantia haver condições para o sucesso do golpe. Resultou num retumbante e lamentável fracasso, com mortos e feridos, e tudo que o governo queria para endurecer a repressão. O jovens militares daqueles tempos, principalmente tenentes, tinham forte vocação para golpes e insubordinação, além de acentuado romantismo heróico, como foi o suicida episódio dos 18 do Forte, em Copacabana, que aliás precisa ser contado e discutido algum dia aqui no blog, é fascinante e daria um tremendo filme.
    Abraços!
    Milton Saldanha

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  13. Giovanna e Vanessa, minhas amigas, não há nada de estranho nessa história, talvez vocês assim a tenham achado porque ainda não a conhecem integralmente. A história da intervenção no jornal O Estado de S. Paulo é exatamente essa e, a exemplo do Plano Cohen, é até hoje contestada inclusive nos círculos acadêmicos e jornalísticos. Sem a intenção de criar polêmica, vocês verão nos dois ou três capítulos restantes que "a coisa", após o sofrimento ao qual a família Mesquita será submetida, muda completamente.

    Abraços de
    Carlos Laranjeira

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  14. Amigos Edward e Hildebrando Pafundi: pelas datas, só posso imaginar que o Wainer comprou (ou usurpou) o título Última Hora, que a propósito foi um achado precioso, uma grande sacada. Hildebrando, trabalhei na UH, segunda fase, no prédio da Folha de S.Paulo, e tive várias reuniões com o Wainer, que a gente tratava como uma espécie de monumento vivo. (Guardo até hoje a carteirinha funcional, na foto eu era quase um garoto, tinha até todos os cabelos). Foi quando descobri que Wainer escrevia mal, mas tinha grande faro para identificar e utilizar bem equipes de talento. O grupo da redação era extraordinário, só feras. Depois, relendo exemplares da célebre revista O Cruzeiro, um monte que salvei da limpeza doméstica de um amigo em Avaré (queriam jogar no lixo esse tesouro), li matérias do Wainer, realmente muito fracas, principalmente quando comparadas com os textos do David Nasser, um tremendo texto. Os dois, depois, se tornaram inimigos mortais. Isso vai longe...
    Abraços!
    Milton Saldanha

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  15. Lembro-me do jornal Última Hora na rua do Gasômetro, se não me engano, no Bairro do Braz, em São Paulo e penso que esse nome, ou foi comprado pelo Wainer ou surrupiado. Tenho comigo, Milton, um logotipo com o nome deste jornal, em azul, cor usada por ele, em madeira, que estava na mesa do Jean Mellé, na época, em 1975, já falecido. Jean Mellé, já que estamos falando em jornais e jornalistas, para quem não sabe, foi o fundador do jornal Notícias Populares, em 1963, onde eu e Carlos Laranjeira trabalhamos, embora em datas distintas. Laranjeira entrou no jornal depois que eu saí. Não me perguntem o que fazia esse logotipo de madeira da Última Hora em uma das gavetas, na mesa de Jean Mellé que não sei responder. Usei a mesa e a poltrona de Jean Mellé, que estavam jogadas num canto, enquanto trabalhei naquele jornal. Ninguém queria usá-las. E que poltrona...

    Por incrível que possa parecer, o jornal Notícias Populares foi fundado como uma arma da direita contra a “ameaça comunista” do Zero Hora de Samuel Wainer. O fundador do NP, o jornalista romeno Jean Mellé, tinha histórico: no auge do governo de Stalin ele publicou uma manchete que poderia ser traduzida como “Comunistas estão roubando o pão do povo”. Pela gracinha, Mellé passou dez anos nas minas de carvão da Sibéria. Solto, o jornalista veio a praias brasileiras em 1959. O Notícias Populares, era a grande esperança de Herbert Levy e Carlos Lacerda para conter a influência do Zero Hora. Mellé recebeu uma missão crítica: “Se você não abraçar esse projeto, os comunistas invadem o Brasil e nos deportam para a Sibéria”, teria avisado Levy.

    Tem muitas histórias sobre jornais e jornalistas. Que tal um dia relatarmos tudo aqui, Milton, Pafundi, Morgado, Lavrado e Laranjeira?

    Abraços...

    Edward de Souza

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  16. Olá Carlos Laranjeira, Hildebrando e Milton Saldanha, o Edward está correto. Cásper Líbero fundou em 1911, no Rio de Janeiro, o jornal Última hora. Leiam o texto que consegui no site da Fundação Casper Líbero:

    Cásper Líbero nasceu no dia 3 de março de 1889, na cidade de Bragança Paulista, interior de São Paulo. Fundou o jornal carioca Última Hora em 1911. Dois anos após formar-se em Direito pelo Largo São Francisco. No ano seguinte, Cásper criaria ainda a primeira agência de notícias do Estado de São Paulo, a Agência Americana.

    Foi, contudo, no vespertino A Gazeta que o empresário deu suas maiores contribuições à imprensa brasileira. fundado em 1906 e adquirido por Cásper em 1918, o jornal foi modernizado, recebendo rotativas alemãs e novas técnicas de impressão gráfica, que fizeram dele o primeiro jornal em cores do Brasil.

    A Gazeta também foi pioneira ao adotar a distribuição das notícias em cadernos. Isso provocou o surgimento de dois suplementos que fizeram história: A Gazeta Infantil e A Gazeta Esportiva, que viria a ser considerado, na década de 1970, o jornal de esportes mais completo da América Latina.

    Cásper criou em 1924, inspirado em uma corrida noturna que assistira na França, a Corrida São Silvestre. Hoje conhecida internacionalmente, a prova é realizada anualmente no dia de São Silvestre: 31 de dezembro.

    Após a sua morte, num acidente aéreo no Rio de Janeiro em 27 de agosto de 1943, todos os seus bens foram utilizados para formar a Fundação Cásper Líbero, Atendendo ao seu desejo de criar e manter uma escola de jornalismo e ensinamento de humanidades.

    Beijos a todos!

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  17. Cada vez mais interessante a série, despertando curiosidade nos mais novos e boas lembranças na velha guarda. Parabéns!

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  18. Caro confrade Milton Saldanha, a história que encontrei nos arquivos de Adhemar de Barros em relação ao jornal O Estado de S. Paulo, foi exatamente essa, não obstante a exatidão tenha sido negada pelos historiadores da USP inclusive, como verá nos capítulos seguintes, por Sérgio Buarque Hollanda, pai de Chico, que virou inimigo figadal de Adhemar.

    Isso é perfeitamente normal.

    A história dos assassinatos de Toninho do PT, prefeito de Campinas e de Celso Daniel, prefeito de Santo André, também tem sido repudiada, mas o colega Daniel Lima sustenta-a.

    Você acredita que o assassinato de Celso foi crime comum?

    Eu também não, mas Daniel Lima admite “crime comum”, sim.

    Você acredita que o assassinato de Toninho do PT foi crime comum?

    Eu também não.

    A história oficial diz que a causa do fechamento do JORNAL DO BRASIL foi “incompetência administrativa”. Para mim, foi a Organização Globo, que o destruiu.

    Do mesmo modo a TRIBUNA DA IMPRENSA, que Hélio Fernandes havia comprado de Carlos Lacerda. A história oficial atribui a causa à falta de planejamento, mas para mim foi o governo Lula.

    E você o que acha?

    Abraços do confrade,

    Carlos Laranjeira

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  19. Estimado Carlos Laranjeira; desculpe, mas não entendi muito o que os crimes citados têm a ver com o assunto em pauta, mas prontamente vou responder sua pergunta: em nenhum dos casos acredito em crime comum. Até que se prove o contrário, acho que os dois prefeitos foram vítimas de máfias instaladas nas prefeituras há várias gestões, de diferentes partidos. Gente que usou a máquina administrativa como instumento para achaques e todo tipo de pilantragem. Quando os prefeitos tentaram enfrentar isso foram mortos. É minha visão dos fatos. Os criminosos foram meros agentes, alguns ganhando para matar, sem saber sequer o motivo. No caso do Jornal do Brasil, discordo de você. Foi um jornal maravilhoso, morreu péssimo, como resultado sim de má gestão, a começar pela construção daquele prédio imenso, que arruinou o caixa da empresa para sempre. Tribuna da Imprensa: já estava falida muito antes do governo Lula. O jornal não se atualizou, em nenhum aspecto. Tornou-se impossivel manter um modelo arcaico num mundo que avançou. Acompanhei muito tempo a velha Tribuna, por necessidade profissional (como chefe de redação eu tinha que ler todos os jornais, todos os dias) e fui percebendo sua decadência a cada ano.
    Abraço grande!
    Milton Saldanha

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  20. Jornalista carlos Laranjeira, você escreve fácil e é gostoso acompanhar as histórias de nossa política do século passado, nesta série que você passou a escrever aqui no blog do Edward. Percebi que você já citou algumas vezes o jornalista Paulo Duarte, pelo visto, figura respeitada pelos políticos de então. Ocorre que o conterrâneo Garcia Netto disse, em seu comentário acima, que Paulo Duarte tem uma relação muito próxima com a minha cidade, Franca. Só que não entrou em detalhes, deixando eu e minhas colegas aqui da Unifran muito curiosas. Seria tão bom se Garcia Netto pudesse voltar e explicar melhor quais as afinidades entre Paulo Duarte e nossa cidade, eu e as colegas agradeceríamos. Parabéns pela série, hoje polêmica, com isso trazendo boas informações através dos comentários que estamos lendo um a um.

    Bj

    Ana Paula - Unifran - Franca - SP.

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  21. Oi Ana Paula, tudo bem? Eu também estou curiosa em saber sobre o relacionamento do jornalista Paulo Duarte com a nossa Franca, que dia 28 agora, domingo, completa mais um ano de sua emancipação política, se aproximando dos 200 anos. Vamos esperar que o Garcia Netto nos explique.

    Carlos Laranjeira, obrigada pela resposta, vamos aguardar com expectativa os três próximos capítulos. Grata...

    Bjos,

    Giovanna - Franca - SP

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  22. Ana Paula e Giovanna, até eu estou curioso, não sei nada para lhes adiantar sobre Paulo Duarte e a nossa Franca, mas o amigo Garcia Netto, que sei, acompanha com atenção o blog, deve voltar e nos contar alguma coisa sobre a "lebre" que levantou.

    Gabriela, obrigado por confirmar minhas informações sobre Casper Líbero e a fundação do jornal Última Hora. Pelo jeito, como foi fundado no Rio de Janeiro, o nosso Wainer deve ter surrupiado o nome, ou comprou os diretos de uso da marca e escondeu de todos.

    Quanto aos casos de Celso Daniel e Toninho do PT, concordo com o Laranjeira e Milton Saldanha. Crimes bárbaros que até hoje estão sendo encobertos pela máfia inflitrada no poder. E souberam da maior? Miriam Belchior, ex-esposa de Celso Daniel - já haviam se separado quando o ex-prefeito de Santo André foi assassinado - será a nova Ministro do Planejamento. Conheço a Miriam pessoalmente, comemos muitas pizzas juntos na Padaria Central, em Santo André e sei que é capaz, mas é bem estranha sua indicação, mesmo tendo participado do PAC, de Dilma Rousseff.

    Recebi alguns e-mails de leitoras que não estavam conseguindo postar seus comentários. De fato, tivemos um momento de pico no blog, passamos até de 200 visitas em rápido espaço de tempo, mas agora tranquilizou um pouco, podem tentar com calma.

    Abraços...

    Edward de Souza

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  23. Olá Laranjeira, interessante como era a nossa política, principalmente na primeira década do século passado. Hoje no poder, amanhã no exílio. esse o caso do governador Armando de Salles Oliveira, que de Presidente da República eleito, passou a ser um perseguido político, precisando fugir do país. Como é que tudo isso funcionava, gente? Não pediam asilo político? Iam por conta própria e com o dinheiro do bolso? Se isso acontecesse hoje no Brasil eu até gostaria, saber que certas figuras que assaltaram os cofres públicos fugiram para o exterior e não podem mais voltar. Também, com tanto dinheiro que roubaram, podem viver anos a fio na Europa sem se incomodar com despesas. E ainda rindo da nossa cara, o que não foi o caso do Julio de Mesquita e muito menos de Armando Salles, que, segundo estou lendo nesta série, penaram para se manter no exterior. Laranjeira conta que Julio de Mesquita, sem dinheiro, voltou, se arriscando a ser preso.

    Edward, Milton, Hildebrando Pafundi e até a Gabriela, que legal estas histórias de jornais e jornalistas. Sua sugestão, Edward, para escreverem sobre isso recebe meus aplausos. Poderiam até fazer uma série, seria empolgante conhecer estas histórias.

    Beijos,

    Carol - Metodista - SBC

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  24. Boa tarde, Carlos Laranjeira, aproveitando o gancho da Carol, que comenta sobre o exílio forçado dos políticos do século passado, lembrei-me que o Adhemar, mesmo com sua decantada amizade com Getúlio, que o empossou no cargo de interventor de São Paulo, também foi obrigado a sumir para o exterior. Meu pai, que está acompanhando a série e vai ler assim que chegar a noite em casa, dia destes contou-me que Adhemar teve uma pasta que carregava, furtada, com milhares de dólares, quando se preparava para embarcar para a Europa, fugindo para não ser preso. Como não podia voltar, entrou no avião e foi embora assim mesmo, parece-me que para a França. Segundo meu pai, desconfiavam na época de um dos seus assessores, você vai falar sobre isso, ou é uma "cascata" este fato?

    Abçs, parabéns pela série!

    Juninho - SAMPA

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  25. Amigos do blog de ouro,boa tarde.
    O terceiro capitulo de "histórias de Adhemar" está ótimo,principalmente com o debate entre Milton Saldanha,Edward de Souza,Carlos Laranjeira e Juliano Morgado.Uma verdadeira aula para os mais novos aspirantes a jornalismo,publicada em "nosso" blog
    Estou acompanhando entusiasmado a história,pois a cada capitulo mais a gênte fica sabendo o que se passava naquéla época.
    Parabéns Carlos Laranjeira pela história e Edward,por nos presentearem com essa aula.
    Abraços a todos.

    Admir Morgado
    Praia Grande SP

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  26. Ana Paula, Garcia Neto e Giovanna: o Paulo Duarte foi um gigante do jornalismo brasileiro e contra Adhemar ele viajava a qualquer lugar. Em São Bernardo do Campo, ao saber que o candidato a prefeito em 1951, Edmundo Delta, era adhemarista, ele esteve sucessivas vezes para fazer campanha em favor do candidato Lauro Gomes, que derrotaria Edmundo, irmão da então deputada estadual Tereza Delta. Paulo Duarte, de quem tenho alguns livros, foi muito amigo de Mário de Andrade e o seu gigantismo aumentou quando Mário foi demitido do Departamento de Cultura, em seguida ligou-se a Jânio Quadros para derrotar Adhemar, contra quem escreveu livros e sucessivas reportagens, criou o apelido "rouba, mas faz" e outras coisas. Se vocês tiverem mais um pouco de paciência terão um pequeno perfil de Paulo, pois grande não pode ser, devido à carência de espaço.

    Admir Morgado, obrigado pela força e pela sua participação.

    Abraços de
    Carlos Laranjeira

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  27. Olá Amigos

    A história do jornalismo no mundo é fantástica.
    No Brasil não poderia ser diferente.
    No final do século XIX e primeiros anos do século XX, quando o rico Estado de São Paulo era desbravado por pioneiros honestos e pessoas da pior qualidade, uma das primeiras coisas que aparecia nas novas cidades era o jornal.
    Jornais manobrados pelo coronelismo então existente. Sempre houve oposição e situação.
    Empastelamento, crimes nefandos...
    Republicanos e Monarquistas se engalfinhando por suas idéias e interesses.
    Na Capital, não era muito diferente.
    Os interesses financeiros prevaleciam.
    Ai estão as histórias narradas pelo Edward, Saldanha, Laranjeira que confirmam o que acabo de escrever.
    A região de São Manoel, Botucatu, etc. onde nasceu Adhemar de Barros em 1901, tem muitas histórias de arrepiar.

    Um abraço

    Paz. Muita Paz,

    J. Morgado

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  28. Meninas da UNIFRAN, Edward.
    Volto para atender a pedido de esclarecimento sobre a ligação de Paulo Duarte com Franca. Claro fique que serão algumas gotas. Se julgarem oportuno, poderei elabnorar matéria em outra ocasião sobre essa figura de expressão internacional. Vejam colocações do Edmir Morgado ai acima.
    Paulo Duarte somente não fez nascer em Franca, o que aconteceu em São Paulo. Viveu aqui sua infancia e juventude. Seu avô Major Duarte, foi heroi da guerra do Paraguai. Foi aqui sepultado e Oficial Maior de Cartório havendo uma rua em sua homenagem que os mais jovens devem conhecer: Rua Major Duarte. Sua mãe pertenceu as famílias Vilela e Junqueira existindo parentesco com a família Ribeiro (Mauricio Sandoval Ribeiro).
    No livro Memórias 1, muito se encotrará de informações, incluindo uma foto do Doutor Jonas Deocleciano Ribeiro.
    Paro aqui por respeito ao espaço que cabe ao Laranjeira.
    Em havendo interesse trataremos do assunto em outro momento de maneira específica. Obrigado pelo carinho de vocês. Garcia Netto

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  29. Boa noite, Carlos Laranjeira!
    Aceite meus cumprimentos pela série que escreve neste blog, excelente, e pelo visto contando com a participação de muitos leitores e leitoras deste blog. Tenho em casa um exemplar raro da Revista Veja, datada de 1970 e nela uma entrevista com um dos filhos de Adhemar, o então deputado federal Ademar de Barros Filho. Ademar Filho declarou à revista Veja, que seu pai passava por dificuldades financeiras, quando ocorreu o famoso assalto ao "cofre do Adhemar", no Rio de Janeiro, com a participação da futura Presidente do Brasil, Dilma Rousseff e do Ministro Carlos Minc. Ademarzinho, assim o chamam, afirmou que não havia dinheiro algum no cofre, e que fora ele, Ademar Filho, quem pagara as despesas do translado dos restos mortais de Adhemar, de Paris até São Paulo. Isso é verídico? Você vai abordar o assunto nesta série?

    Um grande abraço,

    Miguel Falamansa - Botucatu - SP

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  30. Este comentário foi removido pelo autor.

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  31. Boa noite, Carlos Laranjeira e Edward. Desculpem-me voltar a bater na mesma tecla, mas o caso da interdição do Estadão, quando armas foram encontradas no jornal, está no Wikipédia, a famosa enciclopédia virtual, que afirma ter sido uma grande farsa, armada por Getúlio e Adhemar de Barros, para incriminar os Mesquitas e assim fechar o jornal. A enciclopédia continua, dizendo que o Estadão permaneceu 5 anos fechado, de 1940 até 1945. O engraçado, e isso já foi comentado no blog, é esta farsa não ter sido desmentida publicamente pelo Estadão, se é que as provas contundentes, realmente foram forjadas...

    Estou adorando a série e os comentários inteligentes.

    Bjos,

    Tânia Regina - Ribeirão Preto - SP.

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  32. Ôi, Tânia Regina, bom dia: de todos os comentários, eu considerei o seu o mais aguçado, pois decorridos mais de 70 anos da intervenção federal no jornal O Estado de S. Paulo nenhum historiador e nenhum membro da família Mesquita desmentiram os motivos até agora apresentados para a intervenção. Eu estive na USP e na Biblioteca Mário de Andrade e li os jornais da época em busca de uma versão dos Mesquita, estudei a biografia de Armando de Salles Oliveira, os livros e as reportagens do Paulo Duarte, falei ao telefone com Rui Mesquita, pessoalmente com Mino Carta e não encontrei essa versão da família, que podia aproveitar-se da penetração do jornal e da internet para impor os fatos que consideram verdadeiros. E na família Mesquita o público acreditaria mais depressa, pois exerce grande influência no estado e no país. Mas, creio saber a razão.E vou explicá-la, não obstante tenha sentido grande tristeza pelo sofrimento que ela passou o qual devolveria a Adhemar

    Carlos Laranjeira

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  33. Bom dia, Carlos Laranjeira!
    Li o terceiro capítulo ontem, tentei participar, mas estava difícil e complicado. Quando entrei, pouco antes do almoço, 12 pessoas estavam online, certamente algumas postando comentários, por isso só hoje venho lhe cumprimentar pela série que estou seguindo, porque é de muita importância para todos nós conhecer um pouco de nossa história, nossa política. A série está tão empolgante que muitos (as) estão até passando o carro à frente dos bois, ou seja, comentando um assunto que certamente você ainda irá nos relatar. Isso deve acontecer muito, Carlos Laranjeira, não se assuste, vai se acostumar com nossa turminha aos poucos. E que bom que você está participando e esclarecendo dúvidas.

    Beijos, tenha um bom dia!

    Andressa - Cásper Líbero - SP

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  34. Boa tarde, Carlos Laranjeira.
    Meu pai era "adhemarista roxo" e detestava Jânio Quadros, seu opositor sempre. Em 1960 eu tinha 10 anos de idade quando fui com meu pai a um comício de Adhemar no Vale do Anhangabaú. Adhemar concorria a presidência da República contra o Jânio Quadros e o Marechal Henrique Teixeira Lott. Jânio levou a melhor e um ano depois de assumir, todos sabem, acabou renunciando. Entre os guardados do meu pai, já falecido, tenho a Revista O Cruzeiro, que traz uma reportagem do Adhemar de Barros, depois de derrotado. É possível até que você ainda publique isso em sua série, Carlos Laranjeira, mas a frase de Adhemar foi bombástica e deu um "coice" em seus dois adversários.

    Disse Adhemar: "Eu protesto contra a deturpação do regime. Se não vamos entrar numa guerra, para que espada? Se não vamos fazer ditadura, mas democracia, para que precisamos do ódio, da vingança, das perseguições e do juízo final, a que se propõe o homem da vassoura? “Entre a Força do Mal e o Mal da Força”, simbolizados na vassoura e na espada, eu sou o caminho. O caminho da Democracia, da Verdade e do Entendimento, simbolizado num “salva-vidas” que é o de que a Nação anda precisando neste caos em que se debate"!

    Esse era o Adhemar, sempre genial em suas "tiradas" cujo lema, isso também não esqueço, era "São Paulo não pode parar", que Maluf copiaria depois. Parabéns pela série que vou acompanhar com toda a atenção e se você precisar de algumas fotos do Adhemar, posso lhe ceder algumas, tiradas na época com meu pai ao lado do Adhemar. No explendor dos meus 10 anos, apareço em algumas delas.

    Um abraço

    Laércio H. Pinto - São Paulo - SP

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  35. Olá Carlos Laranjeira, sigo desde o primeiro capítulo esta série que você escreve no blog do Edward. Certamente um sucesso, como aconteceu com "Memória Terminal", do falecido jornalista José Marqueiz. Gosto da forma como você descreve os acontecimentos políticos do século passado. Adhemar de Barros deixou seu nome marcado em nossa vida política e certamente será um prato cheio a ser explorado por você em cada capítulo que escreve. Parabéns...

    Edward, estou atenta para a marca de 200 mil visitas, vamos todos comemorar. E as 500 postagens? Pela marcação que você forneceu, estamos, com este capítulo de Carlos Laranjeira, na marca de 499, estou certa? Falta, portanto, apenas uma para as 500, isso?

    Beijos e parabéns pelo blog vitorioso!

    Priscila - Santo André - SP

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  36. Obrigada pela resposta, Carlos Laranjeira, você foi muito gentil. Aproveitando a oportunidade, mais uma curiosidade. Na época em que as armas foram apreendidas(sic) na redação do Estado de São Paulo, foram mostradas e divulgadas por algum órgão de imprensa, ou ficou apenas na informação dada pelos agentes a serviço do governador (interventor) Adhemar de Barros?

    Bjos,

    Tânia Regina - Ribeirão Preto

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  37. Olá Larissa, você está correta. Nesta sexta-feira este blog vai publicar a postagem de número 500 e a festa começa por aí. Quanto a marca de 200 mil visitas, está fácil de conferir do lado esquerdo, pelo marcador. Faltam pouco mais de 700 visitas para batermos esta importante marca, que será comemorada com belas ilustrações da amiga Sandra, nossa nova colaboradora deste blog.

    Beijos...

    Edward de Souza

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  38. Olá Edward e Carlos Laranjeira, eu estava viajando, mas a primeira coisa que fiz foi ler os dois primeiros capítulos desta série, e agora, este terceiro. O que facilita para nós esta leitura, é que, mesmo tendo os fatos relatados pelo jornalista Laranjeira se passado na primeira década do século passado e certamente parte da segunda metade, os políticos citados são conhecidos de todos nós. Creio que enquanto existir política, Getúlio Vargas, Jânio Quadros e Adhemar de Barros, entre outros, sempre serão lembrados. Um ótimo aprendizado para nós.

    Edward, uma perguntinha: onde anda meu conterrâneo, o Oswaldo Lavrado?

    200 mil visitas à vista, que alegria! Vamos festejar.........

    Beijusssss,

    Cindy - São Caetano - Metodista de SBC

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  39. Ôi, Carlos Laranjeira, que legal essa série que está escrevendo para o blog do nosso querido Edward. Ontem não consegui deixar meu comentário, minha mensagem desaparecia quando eu tentava enviá-la, mas li bem cedinho, antes de ir para a faculdade. Como outras amigas já comentaram o assunto que mais chamou a minha atenção, por sinal muito discutido aqui, caso da interdição do Estadão, deixo apenas o meu abraço a você e os meus cumprimentos pelo texto, muito bom.

    Edward, como sua primeira leitora deste blog, vou ficar de olho nas 200 mil postagens e comemorar com todos vocês. E amanhã, li o que vc escreveu logo acima, vamos ter a preliminar, com as 500 postagens, certinho?

    Beijos,

    Talita - Santos - SP.

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  40. Boa noite amigos.
    Eu não entendo quase nada de política, portanto a minha contribuição nesse comentário poderia ficar comprometida se caso tentasse formalizar algo que não é da minha alçada.
    Mas uma coisa eu tenho certeza, político é político em qualquer época que a ambição estiver acima dos desejos das massas em geral.
    Se vocês observarem bem, vocês nunca vão ver um padre magro, um pastor evangélico magro e nem político magrinho.
    Talvez seja a vida boa que eles levam!

    Padre Euvideo.

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  41. Olá Padre, o senhor estava sumido, o que houve?
    E se enganou, quando disse que é difícil ver políticos magrinhos. Tem uns que não engordam de ruins que são, como Collor, Jânio Quadros (que Deus o tenha) e tantos outros... A maioria, nisso o senhor tem razão, se pisar na balança, passa dos 120, com certeza. Peso dos dólares nas cuecas.

    Bj

    Renata - SBC

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  42. SOU VAL REBOUÇAS FILHO DE CAMELO NATURAL DE MARAGOGIPE BAHIA.
    MORO NO BAIRRO DO CAI-CAI.TENHO UMA BANDA DEFORRÓ ,"FI DI ZÉ":O MELHOR DO FORRÓ TRADICIONAL...A MAIS NOVA SENSAÇÃO DO MOMENTO.
    GOSTARIA QUE O AMIGO MARAGOGIPANO DIVULGA-SE MEU TRABALHO.
    TEL:75 99548936
    E-MAIL valreboucas10@hotmail.com.br

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