sexta-feira, 27 de agosto de 2010


SÓ NOS RESTA A ESPERANÇA

J. MORGADO

Dia deste acordei um tanto descrente quanto ao destino de nosso país. Acho que, como diz o dito popular, “levantei com o pé esquerdo”.

Os cartazes com candidatos a cargos eletivos sorrindo. Sorrisos cínicos e hipócritas. A maioria, nunca pôs os pés em minha cidade. E agora aparecem em grandes pôsteres dizendo: votem em mim!

Na televisão, discursos com as mesmas promessas de sempre.

Interrogados por jornalistas inteligentes (alguns nem tanto) saem pela tangente tentando, com respostas prolixas, driblar o entrevistador e os telespectadores.

Todos têm soluções milagrosas para os problemas da saúde, da educação, da segurança, do transporte... Mas eles (os problemas) continuam, governo após governo.

Na saúde, a culpa é sempre do governo federal, do estado ou do município. Um jogo de empurra que já se tornou bastante indecente. Filas quilométricas e agendas com datas a perder de vista para consultas ou procedimentos para mitigar ou diagnosticar doenças graves. Velhinhos em longas filas de espera.

Cadê os políticos que só se apresentam para fazer propaganda enganosa?

Na educação, um ensino cada vez mais decadente.

Na segurança, a desvalorização do policial.

Acabei de fazer uma viagem por estradas paulistas e mineiras. 1800 quilômetros percorridos. Sabem quantos policiais eu vi fiscalizando ou fazendo policiamento preventivo? Nenhum! Salvo os que se encontravam nos postos fixos.

Nos transportes, nota-se o lobby junto ao governo para que as coisas continuem como estão. Cadê o transporte ferroviário e fluvial?

Falando em transporte fluvial, nos faz lembrar as inúmeras promessas para “desintoxicar” o Rio Tietê. Há dezenas de anos isso vem acontecendo. Empréstimos são efetuados para deixar o histórico rio livre do caldo maldito que as indústrias (todos sabem quais) despejam diariamente no caudal que nasce e deságua no estado de São Paulo.

Parece-me que quase vinte municípios da Grande São Paulo utilizam o rio para despejar suas imundícies.

"-Vamos fazer com o Tietê o que os europeus fizeram com o Tâmisa e o Sena (rios outrora poluídos e hoje totalmente limpos e piscosos) -". Promessas feitas por vários governadores. O dinheiro aparece, mas as toneladas de esgoto não tratado não desaparecem!

Falo do Tietê como poderia falar da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro ou do Guaíba, em Porto Alegre e de milhares de outros rios e ribeirões que servem de despejo para grandes, médias e pequenas cidades de nosso imenso Brasil.
As favelas outrora inexistentes em médias cidades brasileiras proliferam! E dizem que os pobres estão menos pobres. Não dá para acreditar!

E agora, vejo na internet, uma lista enorme de “cigarras” se candidatando para os cargos legislativos federais e estaduais.

Parece que a fábula de Esopo e recontada por La Fontaine nunca esteve tão viva entre nós:

“Tendo a cigarra cantado durante o verão,
Apavorou-se com o frio da próxima estação.
Sem mosca ou verme para se alimentar,
Com fome, foi ver a formiga, sua vizinha,
pedindo-lhe alguns grãos para aguentar
Até vir uma época mais quentinha!”(...)

Palhaços, cantores, lutadores, jogadores de futebol, mulheres-frutas... E sei mais lá o quê!

E o pior de tudo isso é que os “fãs clubes” desses indivíduos, ignorando a importância do voto para melhorar a democracia (disciplina e responsabilidade), irão votar neles ignorando que se tornarão guitarras e nada mais!

------------------------------------------------------------------------------------
*J. MORGADO é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista: jgarcelan@uol.com.br
-----------------------------------------------------------------------------------

24 comentários:

  1. Boa tarde, amigos e amigas!

    Nosso prezado jornalista J.Morgado não é só brilhante em seus artigos quinzenais, onde nos fala para o espírito. Também o é quando precisa ser contundente, crítico e determinado, ao abordar, com lucidez peculiar, o que acontece, no Brasil, na temporada de caça ao voto.

    Pois bem, o relato de J. Morgado sobre o que acontece na cidade em que vive, Mongaguá, não é diferente do quadro que vemos em todas as cidades do Brasil, em época de campanha eleitoral - Candidatos em ferrenha disputa pelo voto e conquista do eleitor, com promessas e propostas esdrúxulas, que nunca vão ser cumpridas...

    Além disso, é curioso atentar para a "qualificação" dos candidatos que os partidos lançam mão para cativar o eleitorado - uma verdadeira "fauna" de celebridades(?) que fazem dos palanques um palco propício para demonstrar as suas "habilidades"!

    Leiam e participem com a sua opinião, sempre tão importante para nós!

    Um grande abarço e aproveitem o dia!

    ResponderExcluir
  2. Boa tarde, J. Morgado e Nivia!
    Sobre políticos creio que nem vale a pena mais tocar no assunto em meu comentário, até porque estamos falando sobre o tema faz alguns dias aqui no blog. Seria interessante analisarmos um pouco o nosso povo, nossa gente! Em seu texto, J. Morgado, você escreveu que as favelas proliferam, verdade! Em São Bernardo temos favelas que são verdadeiras cidades, mas com um detalhe. Moram lá porque conseguem água, luz, agora tem até esgoto, de graça. Fizemos uma incursão, tempos atrás, numa das favelas de São Bernardo e em todos os barracos detectamos geladeiras modernas, duas ou três TVs, DVDs e até dois carros num só barraco, velhos, mas ali estavam na porta. Com toda essa mordomia (aí sim, podemos culpar os políticos que lhes dão a regalia), porque vão pagar aluguel e sair da favela? E esse povo paga o benefício que recebe, com seu voto, pode ter certeza. Assim caminha nosso País...

    Bom fim de semana!

    Tatiana - Metodista - SBC

    ResponderExcluir
  3. Também penso que se existem políticos ruins, corruptos, foram eleitos com o voto popular. O PT, assim que começou a aparecer no Brasil, era radicalmente contra o assistencialismo. Hoje sua arma predileta, as bolsas-esmolas, estão aí para provarem que mudaram a estratégia e se seguram no poder com esse "benefício". Fica cômodo criticarmos apenas os políticos. É preciso lembrar que somos nós os responsáveis. É com o nosso voto que se elegem, por isso precisamos escolher com sabedoria nossos representantes.

    Bjos a todos,

    Andressa - Cásper Líbero - SP.

    ResponderExcluir
  4. Noooossa, clima de velório, pessoal, o que houve?
    Meu caro J. Morgado, a coisa realmente anda feia, sempre para o nosso lado, claro. Não posso deixar de concordar com a Tatiana e a Andressa, quando dizem que somos os responsáveis pelos homens que estão no poder, colocados com o voto do povo. Só não concordo com a Tatiana quando ela diz que os favelados moram em barracos porque gozam de mordomia. Eu não trocaria minha casa e meu conforto por um barraco só para não ter que pagar água e luz. Moram ali por não ter mesmo condições de pagar um aluguel ou mesmo construir uma casa, pode acreditar, Tatiana. Até sei que existem folgados que se aproveitam disso, mas a maioria é pobreza na certa.

    Parabéns pelo artigo, J. Morgado!

    ABC

    Birola - Votuporanga - SP.

    ResponderExcluir
  5. Olá Amigos

    Boa tarde

    Quando residi em São Bernardo do Campo, na década de 70, visitei várias favelas. Na época, 30% da população daquela cidade do Grande ABC eram favelados. Acredito que o quadro não melhorou.
    Em cômodos de dois por três, vi 12 pessoas dividirem o espaço. TV e geladeira, além do fogão e as camas e o cachorro...
    Na lata de lixo, restos de comida!
    Acredito que o problema maior é a falta de educação e cultura. Quesitos que o governo faz questão de manter.

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

    ResponderExcluir
  6. Boa tarde, J. Morgado!
    Você tem razão, políticos continuam prometendo o arco da velha e não cumprem. Vivem enganado o povo e a situação do país cada vez pior. Saúde, estradas esburacadas (com pedágios caríssimos), educação jogada às traças e assim por diante. Mas, promessas de campanhas são de longa data e os caras de pau continuam a iludir o pobre eleitor. Essa, dizem, aconteceu com o saudoso Adhemar de Barros, acompanhe:
    Depois de uma calorosa recepção feita pelos moradores de uma pequena cidade, Adhemar de Barros subiu no palanque numa pequena cidade do interior e mandou um discurso inflamado:
    - Eu prometo casas, prometo emprego, prometo ruas pavimentadas, prometo uma ponte...

    Nisso, um de seus assessores cochichou no seu ouvido:

    - Mas, dotô, nessa cidade não tem rio!

    E ele continuou o discurso, sem se abalar:

    - Eu sei que aqui não tem rio, mas, antes de fazer a ponte, eu faço o rio também!

    E assim continuam agindo os políticos de hoje.

    Um abraço

    Miguel Falamansa - Botucatu - SP.

    ResponderExcluir
  7. Pessoal, façam alguma coisa, por favor. Já escrevi uns 10 comentários e nenhum deles consigo postar. Na hora de enviar apaga tudo.... Cansei!

    Renata - SBC

    ResponderExcluir
  8. Boa noite, J. Morgado!
    O que me preocupa é quando as pessoas deixam comentários, e já li muitos neste blog, que vão anular o voto. É um direito de cada um, sei disso, porém, é preciso que fique bem claro que a eleição de outubro próximo não deixará de ser validada por causa dos votos nulos. Pelo que ficou definido nas "regras do jogo político", os votos em branco e os nulos sequer são contabilizados; na verdade, são ignorados por completo. A eleição se dá com os chamados "votos válidos", justamente aqueles que serão registrados nas urnas eletrônicas ou para um candidato ou para uma legenda partidária. Mesmo se metade do eleitorado votar nulo, a metade que escolheu um candidato ou uma legenda é que será considerada para a apuração. Não sei se chego a me fazer entender... A questão é complexa, mas pense bem antes de anular seu voto, pode estar contribuindo para que políticos despreparados assumam cargos importantes e nosso país continue à deriva, com todos estes problemas citados por J. Morgado em seu texto.

    Beijos a todos,

    Carol – São Bernardo do Campo

    ET: também não consegui postar texto na tarde hoje. Problemas com o blog.

    ResponderExcluir
  9. Juliano Morgado, eu tenho um enorme defeito!
    Eu sou muito sincero, e não consigo deixar de dizer o que eu penso.
    Quando eu te conheci pessoalmente aqui na cidade de franca, eu reconheci em você um grande homem.
    Porem eu não poderia de deixar de opinar do meu jeito sobre essa maravilhosa crônica que você postou aqui hoje, só por que eu acho você um cara legal.
    A despoluição do rio Tiete é uma incógnita.
    Não existe nenhuma tecnologia capaz de eliminar a poluição como se fosse um passe de mágica!
    Mesmo que a tecnologia conseguisse retirar os dejetos poluidores nas fontes poluentes dos mais de onze milhões de habitantes da grande São Paulo, eles teriam que achar um lugar para armazená-las.
    Portanto não conseguiremos acabar com a poluição jamais, o máximo que conseguiremos, é simplesmente mudá-la de lugar.
    O famoso rio Tamisa, e outros rios despoluídos do “primeiro mundo”, é uma grande fábrica de dejetos quem são armazenados em barcaças gigantes a espera do aval de algum político sensacionalista do terceiro mundo, esperando uma grana gorda para colocá-los em solos pátrios.
    O que nós podemos fazer de imediato, é simplesmente brincar de ecossistema.
    Ainda não temos a maturidade espiritual suficiente para entender certas coisa que poderiam nos beneficiar no futuro.
    Um grande abraço deste francano que te admira muito.

    Valentim Miron.

    ResponderExcluir
  10. Olá Miron

    Obrigado por suas gentis palavras.
    Eu também o admiro.
    Você é inteligente, arguto e pelo que pude notar em nosso encontro ai em Franca, bastante sensível.
    O Rio Tietê e todos os rios poluídos do mundo são um retrato da evolução espiritual da humanidade atual.

    Um fraterno abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

    ResponderExcluir
  11. Bom dia, Senhor J. Morgado!
    Sabe, penso que deveríamos ter uma faculdade para formação de políticos em nosso país. Depois de formado, o político seria informado de suas responsabilidades perante a sociedade, caso faça falsas promessas de campanha, desvie dinheiro público depois de assumir cargos e assim por diante, com penalidades severas caso desobedeça às normas estabelecidas, que seriam desde a perda do mandato, ressarcir o erário público do prejuízo que causou, até a prisão.

    A impunidade talvez seja o grande problema em nosso país. O político promete sabendo que não irá cumprir, não será cobrado por isso, porque nosso eleitor tem memória curta, e nem será punido também, porque não existem leis para isso. Por essa razão nossa política está a cada dia desacreditada. No meio de tantos “Tiriricas”, jogadores de futebol e mulheres frutas, resta a nós, eleitores, separamos o joio do trigo, missão difícil, principalmente num país em que pouco se lê.

    Um bom final de semana!

    Giovanna – Franca – SP.

    ResponderExcluir
  12. Giovanna, concordo plenamente com vc. O mais lamentável na política é empurrar com a barriga, enrolar. Isso é ruim. Milagre ninguém faz. Precisa ter fim estas histórias de que vou acabar com isso, vou resolver aquilo. Um representante do povo tem de fazer o que pode ser feito. Política precisa ser tratada com seriedade. Quando a pessoa ouve uma proposta real, factível, ela sabe, no íntimo dela, que aquilo pode ser construído. Não é o caso hoje. Qual a proposta, por exemplo do "Tiririca"? Em sua campanha ele pergunta se o eleitor sabe o que faz um deputado. E cinicamente responde: "também não sei, vote em mim que lhe conto depois". Isso é brincar com coisa séria. São pessoas despreparadas em nossa política que precisam ser afastadas com o poder do nosso voto. Precisamos dar a resposta a elas dia 3 de outubro, votando com seriedade e em políticos preparados para comandar esse país. O título do texto de J. Morgado diz que ainda nos resta a esperança. Só não podemos é nos acomodar, precisamos exercer nosso direito democrático e fazer valer nossa arma que é o voto.

    Beijos a todos,

    Tânia Regina – Ribeirão Preto – SP.

    ResponderExcluir
  13. Bom dia J. Morgado!
    Recebi um email com nomes e fotos de candidatos a cargos políticos e não acreditei, achei que era piada. Além de ter uma lula na presidência, agora vejo que alguns candidatos estão no mesmo nível dele. Tati Quebra Barraco, Romário, Vampeta, mulher pêra, Tiririca, Batoré, Netinho, com o apoio do nosso presidente e outros. Esses e tantos outros sabem que as tetas são gordas e querem mamar também. Onde o Brasil vai parar? O povo precisa acordar. Meu Deus do céu!

    Bj.

    Martinha – São Bernardo do Campo – SP.

    ResponderExcluir
  14. Luiz Carlos Mojicasábado, 28 agosto, 2010

    Bom dia, jornalista Morgado! Um bom texto, parabéns.
    Eu penso que nosso Brasil está desse jeito, em frangalhos na saúde, educação, segurança, não por culpa de quem se candidata, mas sim dos eleitores mal preparados que votam em aventureiros, sejam palhaços, cantores, jogadores de futebol, mulheres frutas, pseudo intelectuais, ou "políticos" profissionais, aquelas figurinhas carimbadas, mas que sempre são reeleitas... Pior é que depois das eleições, caso o governo comece a aprontar e é ruim, experimente sair às ruas e perguntar quem votou no fulano. Ninguém votou. Sempre assim. São eleitos com votos de seres extraterrestres, só pode ser. Pelé tinha razão, quando disse que o brasileiro não sabe votar. E foi criticado pela frase, coitado!

    Um abraço ao senhor!

    Luiz Carlos Mojica - Marília - SP.

    ResponderExcluir
  15. Rafael C. Marquessábado, 28 agosto, 2010

    Olá pessoal!
    Alguém tem alguma evidência de que é possível mudar para melhor o nosso país votando "corretamente"? Não vale citar exemplos de outros países, por motivos óbvios.

    Obrigado!

    Rafael C. Marques - São Paulo - SP.

    ResponderExcluir
  16. Olá Amigos

    Boa tarde

    Hoje pela manhã, encontrei no sebo de minha cidade, o romance de Morris West, “O PREÇO DA HONRA”.
    O que me chamou a atenção foi à sinopse curta e grossa que abaixo transcrevo:
    “Com uma história de trama aparentemente simples, mas que se vai revelando cada vez mais densa à medida que evolui, Morris West criou um romance fascinante, uma história que revela as forças ocultas da sociedade, suas atividades criminosas, que o governo procura manter apenas sob controle, num nível aceitável.
    Tudo isso é magistralmente explorado pelo famoso escritor australiano, autor de grandes sucessos literários que já o consagraram como um dos maiores romancistas de nosso tempo”.

    Será que isso tem alguma semelhança com o governo de nosso país?

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

    ResponderExcluir
  17. O brasileiro em geral é um filósofo nato.
    Olha só o que saiu na mesa de um bar!
    “O Brasil é um país geométrico... tem problemas angulares, discutidos em mesas redondas, por um monte de bestas quadradas.”
    Essa besta quadrada aqui viu isso num email e resolveu postar aqui.
    Parece que tem tudo a ver coma política.
    Abraços.

    Padre Euvideo.

    ResponderExcluir
  18. Concordo e assino embaixo, Padre Euvideo. Infelizmente, pelo menos para mim, já temos um novo presidente. Digo melhor uma nova presidente. Com a recente pesquisa, de 51 por cento para a candidata do governo, contra 27 do Serra, nem tem mais como discutir. Nosso povo brasileiro quer eleger uma terrorista e opta pelo continuismo. Cada povo tem o governo que merece!

    Bom fim de semana!

    Regina Yara - Santo André - SP.

    ResponderExcluir
  19. Meu mestre, Dr. Miguel Arcanjo, (médico - psiquiatra e professor de medicina da Universidade de São Paulo), juntamente com a doutora Losako, pediram- me para elaborar uma tese ligada a política e ao desencadeamento pernicioso influenciado por ela. Foi muito difícil achar algo na visão da ciência médica psiquiátrica, e que se encaixasse com a crônica do senhor J. Morgado. Procurei nos mais respeitados livros de psiquiatria, algo que pudesse esclarecer sobre o desregramento moral exercido pelos políticos em geral.
    O meu objetivo seria, a principio, as causas e efeitos que essas condutas “alopradas” e fora do padrão ético e moral, exercidas com os recursos suados da população em geral, pudessem gerar. Confesso-lhes que não achei nada adequado que eu pudesse usar de parâmetro para a conclusão da minha tese.

    Busquei então, no porão da minha consciência de médico psiquiatra e neurocirurgião, acostumado com a psique humana e suas variações, já que eu sou íntimo da massa cefálica por infinidades de incisões operatórias. A minha reminiscência levou-me a um passado não muito distante, quando eu abria a caixa craniana de um eleitor para estancar o sangue de um vaso sanguíneo que derramava sobre o lobo temporal direito. Essa anomalia patológica deixara o lado esquerdo do nosso paciente totalmente paralisado. A operação era feita com o paciente totalmente lúcido. Conforme ia fluindo o processo operatório, nós íamos vendo as reações do nosso paciente. Corríamos contra o tempo, pois os batimentos cardíacos do paciente era às vezes acelerado, e às vezes abaixo do normal.

    Tivemos êxito nos trabalhos executados. O que marcou foi quando fui visitar aquele homem, já no quarto do hospital se recuperando e ele me disse:
    - Doutor será que ficarei bom a tempo para as eleições?
    Eu respondi: “depende em quem você vai votar”?
    E ele, convicto: “votarei para presidente na Dilma, para governador no Mercadante, para deputado no Tiririca e para federal, na mulher Pêra".
    Dei uma boa gargalhada e fui embora. No outro dia a surpresa, o infeliz havia falecido. Olhei para os céus e agradeci: “Deus sabe o que faz, menos um!”

    Dr. Sebastião Honório – Psiquiatra e neurocirurgião.

    ResponderExcluir
  20. Só hoje prestando bem a atenção nos candidatos que pediam votos no horário político obrigatório, é que eu via a tamanha concorrência que eles estavam fazendo com os programas televisivos de origem cômica.
    O caceta e planeta Jamais teriam a espontaneidade e a comicidade da maioria dos candidatos pedindo votos através da telinha.
    Eu passei mal de tanto rir.
    Foi quase que um orgasmo.
    Quem disse que os candidatos não servem para nada!
    Não tem coisa melhor do que o horário político obrigatório para desopilar o “figão”.


    Crotilde Afanasio

    ResponderExcluir
  21. Votar é igual carne no espeto, se pular fora cai na brasa!

    Joaquim Tadeu de Mello – Delfinópolis M.G.

    ResponderExcluir
  22. Eu não posso reclamar da política brasileira.
    O meu falecido marido era major da policia, aposentou como capitão com um salário de dose mil reais.
    Eu sou aposentada pela falcatrua da astucia política, e pelos serviços prestados pelo meu marido para a corja de políticos inescrupulosos e corruptos com cinco mil reais.
    A minha renda de viúva é de dezessete mil reais mês.
    Viajo o mundo inteirinho mamando nas tetas gordas da corrupção.
    O que é que eu quero mais?
    Deixa o capitão Romão virar pirueta na tumba!
    Não me importa que a mula é manca, eu quero mais é rosetar.

    Lara Wallace

    ResponderExcluir
  23. LUIZ ANTÔNIO DE QUEIROZdomingo, 29 agosto, 2010

    Caro amigo J.Morgado,

    Dia desses estava tomando um café numa tradicional cafeteria da Praça Barão, em Franca, quando de-repente entra no estabelecimento o Geraldo Alkimin. Vem direto até mim, me cumprimenta e vários câmeras, fotógrafos vem registrar o "evento". Com ele uma comitiva de prefeitos da região, da cidade, secretários municipais, o Quércia também adentra, com uma cara mais sisuda. Vários candidatos à Câmara Federal e Estadual vão chegando. Constrangido, saio de fininho, sem terminar o meu café.

    Algumas perguntas para reflexão:
    1-Tirando a educação, o que precisamos de fato, de "políticos" ou de política?
    2 - O que mudaria se fechasse o Senado?
    3 - Como funciona e quem indica os magistrados para os tribunais superiores em nosso país?
    4 - Vivemos uma democracia plena?
    5 - Quem acompanha as votações e o trabalho do vereador, deputados estadual e federal e senador que votou?
    6 - Dá para saber pela propaganda eleitoral que as propostas apresentadas pelos candidados são sinceras e que serão executadas após eleitos?
    7 - A que classe os políticos, partidos e candidatos estão comprometidos?

    Abraço Fraterno

    Luiz Antônio de Queiroz
    Franca-SP

    ResponderExcluir
  24. Caro Jornalista

    Você falou tudo, estamos na véspera das eleições e não sabemos o que fazer e em quem votar. O horário político se tornou um grande programa humorístico.
    Quando será que este país se tornara sério?

    Bom dia
    Jacira - SBC

    ResponderExcluir