quinta-feira, 25 de março de 2010



RÁDIO - PAIXÃO,

ROMANTISMO & REALIDADE (3)


Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida e viver com paixão,
perder com classe e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve.

(Charles Chaplin)

Meu primeiro encontro com o empresário Ulysses Newton Ferreira foi agendado por Pedro Dermínio, pressuroso em passar a gerência da Rádio Hertz. Embarquei num Douglas DC3 para São Paulo onde, as 10h30min, na Rua 24 de Maio, 7° andar, avistei-me com o líder.

Ele de fala tranquila e suave, mostrava cavalheirismo e conhecimento. Ouvi-o atento na descrição do perfil desejado para um organismo de seu grupo. Antigo funcionário do Banco do Brasil, mostrava preferência por alguém forjado na atividade bancária.

Depois de falar de minha experiência e passado de atividades, com agradecimentos pela oportunidade, fiz-lhe ver que havia entendido não ser o modelo adequado aos objetivos de sua empresa. Declarava-me um radialista envolvido com microfone, seu segredo na criação de programas, por gosto sua apresentação. Sem encerrar nossa entrevista, convidou-me para almoçar, período em que a conversação girou em torno de minhas andanças pelo rádio e sua vida pessoal. De volta ao escritório mostrou-me como funcionava Emissoras Coligadas S/A. Confesso não ter sentido qualquer atração por tudo aquilo diferente do ambiente vivo da estação de rádio. No entanto, o rol de franquezas que usamos nos aproximou, o respeito e segurança passados pelo baiano de boa estirpe fizeram que eu saísse com a carta de posse na gerência.

A função administrativa ocupava-me bastante, mas o radialista insistia em continuar acumulando horários de microfone em programas especiais.

Uma linda manhã de sol dois anos depois, por telefone, Ulysses fazendo uma convocação: - Venha a São Paulo amanhã e traga malinha para cinco ou seis dias fora de casa.

Voamos juntos para Curitiba. O grupo havia adquirido sua primeira emissora em capital brasileira, no Paraná. Rádio Tingui, Rua Pedro Ivo, lindo auditório enchendo os olhos do homem de rádio Garcia Netto que, sem aviso prévio, virou seu diretor-geral.

Lindas histórias passaram a integrar uma vida, política, social, não me lembro se mais, quem sabe? O jantar com o Rei da Suécia; o comensal de Moisés Lupion e dona Hermínia; a rigidez do chefe da Casa Militar, coronel Paredes; a retidão e amizade do secretário da Fazenda, Plínio Franco Ferreira da Costa; noites de luxo e luzes com Dino Almeida, cronista social de sucesso, para quem não havia portas fechadas. O alvorecer do coronel Ney Braga; a campanha de Nelson Maculam; fatos da vida paranaense, de sua política, de sua gente: eu estava lá.

Minha amizade de fé incluía Silvio Pessoa, secretário pessoal do governador que sempre acompanhei com fidelidade horária. Muitas vezes entrei sem bater à porta no gabinete do ministro de Viação e Obras Públicas, Almirante Amaral Peixoto, a contragosto de seu chefe de gabinete, doutor Areia Leão; saliente-se, sem obstáculo, já que acompanhava o governador Moisés Lupion. Vale recordar um diálogo meu com o governador Moisés, às 4h da manhã, no aeroporto do Rio. Era presidente Juscelino, cuja agenda em Brasília, naquela manhã, aguardava o governador. Dirigindo-se a mim, inquiriu-me: - Posso fazer uma pergunta, Garcia?

- Claro, governador! Não sei se poderei responder.

- Como se orienta sobre minha agenda e meus horários?

- Lamento governador. É uma pergunta que não pode ter resposta.

Ele sorriu com cortesia e sinalizou-me que embarcasse com a comitiva.

Tenho em minha casa até hoje uma relíquia, lembrança daquele dia em almoço no Palácio da Alvorada: uma xícara com o brasão dourado da República.

Ao lado da função gerencial da Rádio Tingui, fui acumulando literalmente a ocupação de adido diplomático de Emissoras Coligadas no Paraná. Entre as muitas conquistas, posso contar vitórias da época nas concorrências de emissoras em Londrina, Ponta Grossa, Maringá e Paranaguá que instalamos no período.

Os compromissos em Brasília iam se acumulando, com inibição de minha presença em Curitiba, fator que acabou determinando nova mudança no projeto que vínhamos cuidando na expansão da rede. Surgiram as negociações para aquisição da Rádio São Paulo, na capital paulista. Emissora tradicional de novelas pertencente ao grupo de Paulo Machado de Carvalho (Radio TV Record), detinha o maior elenco brasileiro de astros e estrelas de novela. Dulce Santucci e Fred Jorge produziam histórias em série a fim de alimentar o trabalho de Luiz Dias, Diva Lobo, Amélia Rocha, Santiago Neto, mais tantos outros já mencionados aqui.

A evolução exigiu meu concurso junto a Ulysses na superintendência do grupo, em São Paulo, onde assumi por sua determinação, assessoria. A expressão lobista ainda não era usada com frequência, sequer na interpretação de hoje, se ajustando mais no momento o uso (RP) relações públicas, encargo já adicionado às minhas atividades.

O vulto de negócios implicava em maior vínculo com órgãos do governo federal, mais nitidamente com o Ministério das Comunicações.

Tornou-se mais frequente minha presença nos congressos de radiodifusão, onde temas de interesse do empresariado de rádio e TV, reunidos na AESP e na ABERT, eram apreciados.

Nesses encontros foi gratificante o estreitamento de relações com João Saad (Bandeirantes), Joaquim Mendonça (Rádio Eldorado - Estadão), Edmundo Monteiro (Associadas), Paulo Machado de Carvalho (Rede Record), Borghetti (Globo) e Jayme e Maurício Sirotski Sobrinho (RBS). Muito foi acrescentado em minha jornada.

Foto 1, à direita - Garcia Netto e o ministro Higino Corsetti
Foto 2, à esquerda - Garcia Netto e o ministro Euclides Quandt de Oliveira
Foto 3, à direita - xícara com o brasão da República

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*José Reynaldo Nascimento Falleiros (Garcia Netto), 81, é jornalista, radialista e escritor francano. Autor dos livros Colonialismo Cultural (1975); participação em Vila Franca dos Italianos (2003); Antologia: Os contistas do Jornal Comércio da Franca (2004); Filhos Deste Solo - Medicina & Sacerdócio (2007) e a novíssima coletânea Seleta XXI - Crônicas, Contos e Poesias, recentemente lançada. Cafeicultor e pecuarista, hoje aposentado. A Série Relembranças II será editada em capítulos semanais, às quintas-feiras - uma revisita do profissional de memória privilegiada, à história do Rádio Brasileiro, que se confunde com a sua própria história.
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26 comentários:

  1. Bom dia, amigos e amigas!

    Garcia Netto retorna ao blog para apresentar o terceiro capítulo da Série RELEMBRANÇAS II: RÁDIO - PAIXÃO, ROMANTISMO & REALIDADE, agora abordando uma fase mais voltada aos bastidores - entra em cena o gestor, o administrador e o relações públicas, as novas facetas do talentoso radialista e show man que com sua competência e múltiplas habilidades, moveu-se com destreza nas esferas comerciais e governamentais, ajudando a criar, desenvolver e manter dezenas de rádios em várias cidades brasileiras.

    Aproveitem o dia! Um abraço a todos.

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  2. Bom dia Garcia Neto

    Vemos em suas linhas sua paixão, em suma, amor pelo rádio brasileiro. Vemos seu compromisso em acompanhar a notícia, estar no momento certo das importantes decisões políticas , vemos isto no encontro de aeroporto com o Moisés Lupion - diga-se de passagem, essa história é antiga pois êsse governador não conheci, creio era muito menino ainda...só nasci em 1949 (rsrs...), então vemos sua vontade em participar diretamente da programação direta de microfone sua vocação maior...
    Belo exemplo de vida, meus amigos, que nossos jovens, nossos meninos precisam ter, e este exemplo do Garcia neto é espetacular.
    Parabéns Garcia Neto mais uma vez por sua vida.

    Anfermam

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  3. Bom dia amigos (as) deste blog... Garcia Netto, um forte abraço.
    A série de Garcia Netto passou a ser aguardada com expectativa, todas as quintas-feiras neste blog. Para a maioria, acredito, tudo é novidade, principalmente o texto de hoje, onde Garcia mostra o lado do administrador de rádio, ou melhor de uma organização radiofônica que se tornou poderosa e conhecida em todo o Brasil, se não me engano nos anos 60, o Garcia depois pode confirmar se está correta esta minha informação. Eu tinha apenas 17 anos quando pela primeira vez passei a apresentar programas musicais em rádio. "Telefone pedindo bis", patrocinado pela Gessy Lever, "Ídolos da Jovem Guarda", eram dois programas de sucesso que apresentei com essa idade, programas diários no período mais ouvido do rádio da época, o da tarde.

    Meus programas eram exatamente na rede que concorria com as Emissoras Coligadas, já com a direção de Garcia Netto que eu conhecia de nome, uma vez que antes de assumir o cargo Garcia foi gerente da Rádio Hertz, concorrente da Difusora onde eu trabalha. Briga de cachorro grande. De um lado as Emissoras Coligadas, do outro, a não menos poderosa Rede Piratininga de rádio. Concorrência acirrada, disputa leal por um espaço no coração dos ouvintes. Rádio sério em seus informativos, alegre e descontraído em suas programações musicais. Bons tempos em que rádio AM tocava músicas, privilégio hoje das FMs. Atualmente, rádio AM é só bate-papo, conversa fiada e pouca música, que pena!

    Agora vou contar um caso engraçado que ocorreu no começo dos anos 60 e nunca tive oportunidade de contar ao Garcia em muitos dos nossos encontros para bebericarmos alguma coisa. Certa feita encontrei o Garcia em frente a rádio Hertz, na verdade, em frente, na Praça Barão, em Franca. Primeira vez que o via. Garcia era figura rara, não me lembro se gerente da Hertz ou se já no comando das Coligadas. Pertencia ao rol dos homens importantes e intocáveis. Fui apresentado a ele, se não me engano pelo falecido Carlos Grego. Garcia, naquele dia havia deixado o terno de lado. Usava uma calça tipo rancheira (jeans não existia ainda), uma enorme cinta e camisa quadriculada.
    Conversamos um bom tempo e sai impressionado com a simplidade daquele homem e a certeza que nas veias do administrador corria forte a paixão pelo rádio.

    Um forte abraço a todos...

    Edward de Souza

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  4. Tudo bom, Garcia? Cá estou, acompanhando mais um capítulo dessa sua série interessante sobre nosso rádio. Fica sempre muita curiosidade em cada capítulo que vc escreve, Garcia, por isso, as perguntas são inevitáveis, ainda mais eu, que pouco conheço sobre rádio, a não ser girar o botão para ligar, acionar o outro para dar volume e ouvir (rsssssss). Pelo seu relato de hoje, o papel de administrador de uma rede de emissoras, é simplesmente burocrático. Mas e o radialista Garcia Netto, desapareceu nessa época? Melhorando a pergunta, não mais apresentou programas de rádio? Acredito que nem tempo teria para isso, até pode ser uma das hipóteses, ou não podia ter dupla função? Você terminou sua carreira como administrador ou ao microfone? Vou além para explicar essas perguntas. Não deve ter sido fácil um homem acostumado ao microfone exercer funções burocráticas... Não fica uma frustação?

    Obrigada, Garcia. Beijos a todos!

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  5. Bom dia Garcia Netto!
    O que mais chamou minha atenção nessa sua postagem de hoje, foi a foto ao lado do ex-ministro Euclides Quandt de Oliveira. Lembro-me perfeitamente desse ministro, se não me engano ainda regime militar, época do Governo Geisel, me corrija se estiver errado. Foi um dos mais populares ministros de comunicação do Brasil. Vira e mexe ouço alguém tocar em seu nome. Parece-me que Quandt de Oliveira, assim era conhecido, deu um grande impulso nas comunicações do Brasil, Não? Tinha bem o estilo militar, isso na aparência pessoal, com seu corte de cabelo bem ao estilo. Dizem que era um homem gentil e muito comunicativo, como sempre deve ser quem está nesta pasta.

    Abraços, Garcia, parabéns por mais esse capítulo!

    Miguel Falamansa - Botucatu - SP.

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  6. Ôi Garcia!
    Lendo seu texto desta quinta-feira (não perco nem um capítulo), e lendo os comentários, vi o Edward falar sobre essa briga pela audiência entre essas duas redes de rádio. E hoje em dia, essas emissoras existem? Ou foram vendidas e usam outro nome? No Brasil ainda existem grandes redes de rádio, Garcia?

    Obrigada!

    Bjus

    Tatiana - Metodista - SBC

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  7. Bom dia Garcia Netto, acabei de imprimir mais esse capítulo. Estão todos guardados. Essa série pode nos ajudar no futuro, quando o assunto for rádio. Mesmo em se tratando de administração, é gostoso ler e conhecer um poucos dos bastidores do rádio. Parabéns, estou adorando!

    Beijos,

    Giovanna - Metodista - SBC.

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  8. Olá Garcia Netto


    Vivi o rádio apenas como ouvinte assíduo. Notícias, novelas, programas matutinos, etc., em uma época em que esse veículo de comunicação era imprescindível nos lares e em qualquer parte onde o ser humano poderia estar. Chamo a isso de uma era romântica.
    Suas lembranças como sempre trazem minhas lembranças. Afinal já passamos dos 30 (hihihi).
    Minha primeira viagem de avião se deu em 1953. E foi em um DC-3. Barretos/ São Paulo em uma véspera de Natal. Não poderia deixar de estar com minha namorada nesse dia. Não senti nenhum medo e dormi o tempo todo. Acordei quando a nave sobrevoava a Jóquei Clube (os cavalinhos estavam correndo).
    Moisés Lupion, de triste fama. Nada a dever para os políticos corruptos de hoje.
    Continue a nos brindar com essas reminiscências.

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  9. Caro Garcia Netto: belas e interessantes lembranças, parabéns. O J.Morgado recordou acertando na Mosca, o Lupion tinha tanta fama de ladrão quanto o Arruda, hoje. Uma das acusações contra ele, entre tantas outras, foi a de lotear até praça pública. Deve ter sido, como todo político safado, um tremendo cara de pau.
    Abraços!
    Milton Saldanha

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  10. Alo amigos. Postei por ter visto somente agora uma informação na publicação anterior do Edward.

    Garcia Netto disse...
    Alo chará que também é Homero do Rio.
    Muito de acerto em sua postagem. Obrigado.
    O nome do Prefeito do Rio em 52 era João Carlos Vital (não Luiz)e o advogado do Bandeira desde o início da história foi um luminar da justiça criminal no Brasil: Romeiro Neto
    O deputado Tenorio Cavalcante (homem da capa preta e lurdinha) teve importancia na revisão processual como testemunha.
    Se me permitirem falarei do assunto na próxima quinta em Relembranãs.Garcia Netto.
    Prof. retribua recomendações minhas a Miquelina cuje perfume me agrada profundamente o olfato.
    J. Morgado. O antigo DC3 se confirma ainda hoje um dos aviões mais seguros do mundo. Nos EEUU alguns executivos dotaram-nos com turbinas dando-lhes melhor perfomance tambem nas acomodações internas e continuam voando com eles.
    Obrigado Giovana.
    Tatiana. As grande redes tiveram que vender emissoras para adequarem ao decreto 236 de 1967.
    No caso de Coligadas eu presidi com seu proprietário a venda a funcionários mais antigos.A Globo encontrou um jeito de manter o sistema através de contratos operacionais. Posso citar Ribeirão e Campinas onde a Globo pertence a Família de José Bonifácio Nogueira.
    Falamansa. No governo militar comunicações ganhharam avanço jamis visto em tempo algum.
    Corsetti e o Comandante Quandt foram responsaveis por isto. Quandt era um tecnico extrremamente capaz e mostrou antes na Marinha brasileira seu cacife. Ambos os ministros de alto conteúdo moral e tecnico.
    Gabriela. Sim terminei como administrador de minhas emissoras: Duas em Ribeirão, duas em Franca (AM e FM) participação em outra duas no Paraná.Embora, como disse você, o tempo não sobrou, mas, nunca deixei de estar ´por perto de programas, até em sua orientação. Não houve frustraçaõ. o mundo administravivo revelou prazeres incontáveis.
    Edward. Me lembro bem do cinto largo com fivela grande que ainda tenho em casa. Foi um presente de meu irmão, advogado Wanderley Carlos Nascimento militando na profissão em São Paaulo.
    Anferman. É verdade, as emoções foram vividas e os politicos atuais estão muito longe de comparar-se com o passado apesar da fama.
    Nívia mil vezes obrigado por seu carinho. Garcia Netto

    25 de março de 2010 11:18

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  11. Continuo acompanhando a série, capítulo por capítulo, Garcia! Percebi, pelo seu comentário, que ficou extremamente feliz como administrador em rádio. Tudo que a pessoa faz com carinho, dedição e competência, sempre acaba trazendo bons frutos, um deles a recompensa pelos bons resultados obtidos. Minha geração é avessa a rádio, no muito, uma FM sintonizada no carro. Apesar da idade, continuo achando o rádio um veículo de suma importância. Mamãe tem seu rádio, sintoniza sempre emissoras de São Paulo no período da manhã enquanto comanda os afazeres domésticos. Trouxe de sua infância esse gosto pelo rádio e aprendi a também gostar. Pena que hoje, Garcia Netto, as religiões invadiram o espaço antes ocupado por grandes e bons profissionais e espantam os demônios que criam, aos gritos, assustando quem se atreva a sintonizar uma emissora de rádio. Já está acontecendo também essa invasão na TV, onde "pastores" vociferam palavras de ordem, vendem poções milagrosas e enganam o povo de todas as maneiras. Uma pena! Parabéns por mais essa postagem, ótimo conhecer um pouco desse tempo em que o rádio era respeitado, ouvido com carinho e atenção!

    Obrigada!

    Liliana Diniz - FUABC - Santo André - SP.

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  12. Boa tarde, Senhor Garcia Netto!
    Estou conhecendo hoje um pouco do radialista que foi patrão. E o dono dessa rede, Ulysses Newton Ferreira, acabou acertando na mosca, colocando no cargo um profissional de rádio. Pelo seu relato, ele queria um homem do perfil de um bancário. Para fazer o quê, no comando de uma rede de rádio? Contabilizar lucros sem audiência? Isso me lembra os ministros que nossos presidentes nomeam. Médicos como ministros da agricultura; engenheiros para cuidar da saúde e assim por diante. Cada macaco no seu galho, do contrário a coisa não gira a contento. Ganhou a rede, ao nomeá-lo administrador de emissoras de rádio que o senhor conhecia com a palma da mão.

    Meus cumprimentos e já fico à espera do próximo capítulo.

    Tanaka - Osasco - SP.

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  13. Olá Senhor Garcia, o blog continua bombando entre minhas amiguinhas e amiguinhos aqui da Unifran. Estamos adorando os seus relatos. Somos todos do curso de jornalismo, mas temos aulas de rádio. Eu, além do jornalismo, faço também letras, creio que vai me ajudar muito quando exercer a profissão. Sabe, a Unifran tem uma emissora de rádio FM, creio que o senhor já deve ter ouvido, não? É muito profissional, ou seja, não deixam nem 30 minutos para que os alunos do curso possam exercer na prática essa atividade. Peninha, porque estamos sempre aprendendo na teoria apenas, na prática, a história é bem outra.

    Aceite um beijinho na testa, com muito carinho!

    Fabiana - UNIFRAN - Franca - SP.

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  14. Boa tarde!
    Encontrei o endereço deste blog numa pesquisa sobre rádio que estava fazendo no Google. Interessei-me muito em ler. Durante alguns anos, isso ainda em 80, eu trabalhei na Rádio Difusora, aqui de catanduva. Soube que essa emissora pertencia a Rede Piratininga, nesses tempos que o Garcia Netto aqui aborda. Nessa rádio eu comecei como operador de som, passei a locutor mais tarde, mas acabei deixando a profissão. Não era rentável, financeiramente. Para me manter, tinha que vender publicidade nas ruas e apresentar os programas. Desisti, nas a paixão pelo rádio continua. Hoje toco um pequeno comércio em Catanduva, mas bem pertinho de mim tenho um rádinho ligado.
    Percebi que o senhor escreve uma série nesse blog, como faço para ler os outros capítulos. Sou ainda um pouco cru em blogs.

    Obrigado a todos vocês!!!

    Marcio P. Santos - Catanduva - SP.

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  15. Ôi Garcia, já começaram a chamá-lo de senhor novamente, pode? Depois de ler mais esse capítulo da série que vc escreve, passei a ler os comentários e duas coisas me chamaram a atenção. No comentário do Edward, ele fala de um programa chamado telefone pedindo bis. Achei o nome engraçado, como era o programa, Edward? Nem imagino como um telefone pode pedir bis (rssssssss). Mas, claro, vc deve ter as explicações. Se me permitem, posso ajudar o Marcio Santos? Nome bonito ele tem para rádio, será que era um bom locutor? Marcio, nós que já somos mais antigas aqui, temos a manha de blogs. Para vc ler os artigos anteriores do Garcia Netto ou de outros que escrevem no blog, basta ir ao final da página e clicar em postagens anteriores. Vc pode ler todos os capítulos, tá bom?

    Beijinhos a todos, cumprimentos, Garcia Netto, está cada dia mais gostoso ser essa série. Ou cada semana, fica melhor assim, não é?

    Andressa - Cásper Líbero - SP.

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  16. Garcia, fiquei com ciuminho da Fabiana. Ela estuda jornalismo em outro horário, em outra classe, mas está certinha, o pessoal da Unifran tem a rádio para fazer oba-oba, não dão a mínima para os estudantes do curso. Vamos fazer um abaixo assinado aqui na faculdade para nomeá-lo administrador da Rádio Unifran FM. Aí sim, que nunca mais vamos ter acesso à rádio, né (rsssssssss). Brincadeirinha. Estou adorando suas memórias. Beijos.
    Posso deixar um beijo também para a Nivia. Estou quase acabando de ler o livro de Dan Brown que ganhei dela, o Símbolo Perdido. Tem quase 500 páginas.

    Ana Rita - Unifran - Franca - SP.

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  17. Andressa, fico agradecido pela sua gentileza em me ajudar. Já localizei, em postagens anteriores, os outros capítulos dessa série de rádio do radialista Garcia Netto. Tem outros bons artigos e vou passar um bom tempo lendo todos. Quanto ao nome de rádio, eu usava esse mesmo, Marcio Santos. Mas eu só tinha o nome, locutor mesmo........

    Abçs

    Marcio P. Santos - Catanduva - SP.

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  18. ANA CÉLIA DE FREITAS.quinta-feira, 25 março, 2010

    Boa tarde a todos...
    Olá Garcia Netto,estou amando essa série,pelos relatos você se dedicou com afinco aos trabalhos desenvolvidos,me parece que tudo que você toca vira ouro,ou seja dá muito certo.Cresci ouvindo rádio,minha mãe amava ouvir Zé Rasteiro,portanto o rádio sempre fez parte da minha vida,pena que essa juventude de hoje não sabe o quanto o rádio é um meio de comunicação interessante.
    Parabéns pelo artigo no Jornal Comércio da Franca,de terça-feira:Limites e Disciplina, assunto sério e bastante contundente,vale a pena ler e reler...
    Beijosssssssssss.
    ANA CÉLIA DE FREITAS.

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  19. Andressa, boa - noite!
    Como é mesmo que você entendeu? Um telefone que pede bis? Olha, vou lhe explicar como era apresentado esse programa, cujo patrocínio era da poderosa indústria Gessy-Lever. Nos anos 60, contar com a participação direta do ouvinte era coisa rara. A maioria dos locutores liam cartas que eram enviadas para as emissoras de rádio, pedindo músicas, dando sugestões e outros assuntos. Muito bem. Com a tecnologia avançando, as mesas de som das rádios passaram a contar com mais recursos técnicos, um deles permitia colocar o ouvinte no ar, pelo telefone.

    Foi assim que o marketing das Indústrias Gessi-Lever criou esse programa, cujo nome era "Telefone Pedindo Bis". O locutor apresentava uma seleção musical com os grandes sucessos da época e o ouvinte, quando gostava da música, ligava para o programa, era colocado no ar, batia um papinho, pedia bis para a música que queria ouvir novamente e muitas vezes oferecia a escolhida aos seus mais chegados. O programa, que tinha uma hora de duração terminava com os ouvinte fazendo sua seleção, em seguida entrava outro programa no ar. Duas horas mais tarde, voltava, em meia hora de programa, a apresentação das escolhida pelos ouvintes, sempre com o patrocínio da Gessy-Lever.

    E, acredite Andressa, os ouvintes que participavam ficavam à espera, na esperança de ouvir sua música porque não sabiam se ela era uma das cotadas. A produção do programa escolhia as mais pedidas para o locutor do programa apresentá-las depois. E ficava (o ouvinte) feliz quando isso acontecia. Hoje pode até parecer comum, simples demais, mas para a época, era sucesso garantido. Assim era o "Telefone Pedindo Bis", que, se não me engano, era apresentado tanto na Rede Piratininga como nas Coligadas. Isso em todo o Brasil, em muitas rádios espalhadas pelo território. A Gessy-Lever, toda poderosa na época, investia uma fortuna nesse programa que é lembrado até hoje. Espero ter respondido sua pergunta, Andressa.

    Um forte abraço...

    Edward de Souza

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  20. Pois é Garcia Netto, o meu passado se assemelha ao seu, porem com valores diferenciados.
    Eu era um homem de altar microfones, pregação, e coisa e tal.
    Lembro-me com perfeição quando fui chamado pelo clero para ir a São Paulo ter uma audiência com o bispo.
    Eu também como você, adentrei a bordo de um DC3.
    Chegando a são Paulo, a cúria diocesana, encarregou-se de tirar-me dos contatos com os fiéis, e me deram a direção geral dos tesouros da santa igreja aqui no Brasil.
    Em pouco tempo eu tripliquei a fortuna do clero.
    A matemática era muito simples, abri um loteamento no céu.
    Para a minha surpresa o primeiro a comprar um terreninho no céu, foi justamente o J. Morgado, seguido de Edward de Souza que comprou dois, um pra ele e outro pra sogra.
    Parece-me que a nívea andou comprando um terreno lá no céu também.
    O professor comprou uma quadra inteira, não sei se distribui para a família.
    A Ana Célia adquiriu um terreno lá também, mas até hoje não me procurou para pegar a escritura.
    O Milton Saldanha perdeu o direito do terreno, motivo: falta de pagamento!
    Olha Garcia netto, caso você queira um terreno lá no céu, é só me procurar que eu tenho alguns ainda disponíveis, falo?

    Padre Euvideo.

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  21. O meu coração de menino ainda não consegue compreender por que as recordações do passado são tão interessantes para quem as recordam!
    O meu coração de menino me diz que é para eu ter um presente brilhante, para que no futuro eu possa me orgulhar do meu passado.

    O. BILAC.

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  22. Às vezes eu fico pensando, por que será que quando nós participamos das recordações de outras pessoas, elas têm o poder de despertar em nós também, infinidades de outras recordações, sem contar que às vezes parece que nós participamos das mesmas recordações.
    Por que será?

    Ronan Pierre.

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  23. Meus amigos. Meu sentimento de gratidão aos que aqui comparecem será imorredouro, diante dos afagos a que venho desfrutando.
    Existe um velho ditado que afirma que os últimos serão os primeiros. Neste caso, a última postagem foi do Padre Euvidio. Começo por ela:
    Sua bênção Padre a um pobre pecador. Contrito peço perdão por não aceitar sua santa oferta do terreno no céu. Exauriram-se minhas economias na aquisição através de um amigo: o Piva, quando lhe comprei 2 lotes no mar. Errei em não observar falta de menção, se atlântico, pacífico ou mediterrâneo, falha que obriga uma discussão até hoje. Abençoa-me querido clérigo.
    Edward. Era assim mesmo o bis por telefone. Anteriormente havia o programa “A suas ordens” em que as rádios cobravam pelo oferecimento de musica. Todo mundo pedia e pagava cinco cruzeiros por musica saudando pelo aniversário ou... Quando a zona do meretrício tinha alguém para homenagear, gigolô ou menina da casa, o movimento de pedidos crescia de maneira assustadora, ficando atendimento para o dia seguinte.
    Edward. Quando as gravadoras descobriram que era boa maneira de promover seus discos recém lançados alugavam pessoas para telefonar pedindo bis.
    Ana Célia. Sua presença aqui é um régio presente. Sua fidelidade ao que escrevo no Comercio, uma dádiva.
    Professor João Paulo. Estou em suas mãos. Irei com prazer saborear o chá. Meu temor fica por conta de um possível l enrosco com as rosquinhas da Hermenegilda.
    Ana Rita. Alguma coisa está errada. Uma radio na categoria de educativa, prioritariamente deve servir de laboratório aos alunos.
    Andressa. Obrigado. Não gosto do tratamento formal, use-no, aquele que não quer intimidade. Inibe muito, até um sentimento que eu possa ter de maior arroubo. Ainda posso ter.
    Marcio Santos. Era assim mesmo. Quem vendia anúncios crescia no conceito da emissora e ganhava mais horários e dinheiro. Já deram a você o caminho das pedras do blog.
    Fabiana. Obrigado por seu apoio. É uma pena que certos objetivos não sejam prioridade. O Radio Educativo tem função de dar preparação prática.
    Tanaka. Concordo “com sua filosofia de que: ‘cada macaco deve brilhar em seu galho”.
    Liliana. Você chuta firme para gol. Ninguém faz sucesso se ocupando naquilo que não gosta. Chega a ser criminosa a invasão dos meios de comunicação pelos fariseus da atualidade mentindo cada dia mais.
    Abraço do Garcia Netto

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  24. Olavo Bilac Junior
    Teu nome carrega herança tão grande de saber que tua postagem extrapola os valores de sentimentos humanos quando recordar o passado nos leve embevecidos ao "Aguia de Haia" OU A AQUELE QUE LHE DEU O NOME:

    Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
    batismo e extrema-unção, naquele instante
    por que, feliz, eu não morri contigo?
    RONAN PIERRE.
    È da própria natureza humana gozar ou sofrer com saudades iguais.
    Garcia Netto

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