terça-feira, 31 de março de 2009

AS HISTÓRIAS DAS REDAÇÕES DE JORNAIS

Foca é um dos animais mais bonitos que existem. Geralmente cinza, brincalhão, pode ser visto em grandes parques aquáticos ou na natureza mesmo, brincando com bolas, pulando de lá pra cá e sempre fazendo coisas engraçadas para os turistas e se mostrando. Pois é, isso é foca no reino animal. No meio jornalístico também existe o termo "foca". É aquele jornalista recém-formado (ou estagiário), jovem e ávido por mostrar serviço. Na ânsia, às vezes, ele acaba por pura inexperiência cometendo alguns erros. Como quer mostrar serviço, ele acaba se destacando mais, errando mais (afinal, está aprendendo) e - em outras ocasiões - desempenhando um serviço melhor do que alguns jornalistas mais antigos. Por isso surge o apelidinho infame, foca. Vários repórteres novatos são submetidos a grandes vexames e inconcebíveis humilhações, somente para satisfazer a megalomania de alguns colegas veteranos. Quando os redatores ainda não contavam com computadores para redigir seus textos, vi muito editor rasgar, na maior cara dura, sem sequer ler, laudas e mais laudas redigidas por assustados e inseguros calouros, que lhes valeram horas e mais horas de pesquisa, de deslocamentos não raro abrindo mão do almoço ou do jantar (quando não de ambos) e de redação, em máquinas de escrever em geral velhas e com defeito, com o entusiasmo de quem escrevia uma reportagem digna do Prêmio Esso. E por quê? Somente como infantil demonstração de poder! Rasgavam na maior cara dura e diziam: "Não gostei! Escreva outra vez!". E ai do repórter que se queixasse para a chefia! Se eventualmente o fizesse, estaria com os dias contados no jornal. O premiado jornalista Édison Motta inicia hoje a série “Trapalhadas de um foca”, com histórias engraçadas e verídicas acontecidas no início da carreira dos, hoje, consagrados profissionais de jornalismo.
Edward de Souza
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INÉDITO
PARTE XIV
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SÉRIE
"TRAPALHADAS DE UM FOCA"
CAPÍTULO I
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Meu primeiro cadáver
ÉDISON MOTTA
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Cadáver, defunto, presunto eram coisas distantes da minha adolescência no começo daqueles anos 70. Tinha, como a maioria das pessoas, a sensação de que coisas horríveis não acontecem com a gente. Havia uma distância enorme entre as notícias de jornal e a realidade do meu mundo. Era assim, enquanto não havia escolhido ser jornalista como profissão, até que deparei com... Meu primeiro cadáver!
Aconteceu numa tarde de sábado, na primeira semana de trabalho, aos 17 anos, como repórter do Diário do Grande ABC. Cheguei à casinha – como carinhosamente chamávamos a redação – por volta das 9h30 para cumprir um plantão. Todo o pessoal estava envolvido com o fechamento da edição de domingo. Na pauta, apenas um show de artistas desconhecidos, num clube social da região. O show estava programado para começar as 14 h. Então, havia tempo de sobra para “plantonar”. Mas, naqueles tempos, sempre aparecia trabalho. No meu caso, eram longas folhas de teletipos para “pentear”. Que significava anotar ponto, vírgula, parágrafo, letras maiúsculas e minúsculas – caixa alta ou caixa baixa – naquelas folhas impressas em carbono que deixavam as mãos enegrecidas.
Depois de “penteados” os telegramas voltavam para a diagramação e, em seguida, eram encaminhados para composição, a chumbo, nas oficinas. Fiquei lá, “penteando” um telegrama após o outro até que sai com o pessoal – Colovatti, Renato Campos e outros – para comer uma deliciosa feijoada no bar do Roberto. Curiosamente, um japonês com esse nome à frente de um “sujinho” que era o ponto de encontro do pessoal da redação.
Depois da feijoada, acompanhado do Mário Otsubo, fotógrafo, subi no fusca “pilotado” pelo mineiro Barbosa. Todos estávamos sonolentos e a perspectiva do “show” não era nada animadora. De qualquer maneira, pauta é pauta e precisa ser cumprida. Quando chegamos ao local, o mico: o apresentador anunciou, com entusiasmo, pedido de aplausos e chamada ao palco, a presença da equipe de reportagem do Diário. Em 1971, aonde chegava, a equipe do Diário causava sensação. Legado dos notáveis jornalistas que nos antecederam no News Seller e nos primórdios do jornal em sua fase diária.
Anotei os nomes dos artistas, respectivas músicas, dos promotores, dei uma espiada geral na platéia e dei-me por satisfeito. Não desejava, em hipótese alguma, acompanhar o desdobramento daquele “show”. Mal sabia, um outro espetáculo, mais realista, me aguardava.
Voltamos à redação. Eram mais ou menos 16h30. Antes mesmo que descessemos do carro veio o Onofre Leite, secretário de redação, o “manda-chuva” da época, esbaforido, anunciando um latrocínio que acabara de ocorrer. Com o endereço do crime anotado num papel disse: “Corram, talvez vocês cheguem antes mesmo da polícia”. O prestígio do Diário e o bom relacionamento construído pelo Renato Campos, o jornalista policial do jornal, fizera com que o fato fosse comunicado à redação, pela central de operações da Polícia Militar, tão logo dele tomaram conhecimento. De repente, eis-me a caminho de um l a t r o c í n i o - confesso, eu nem sabia o que era aquilo à época - recém-saído de um “show” de qualidade questionável. Morri de medo. Porque, evidentemente, imaginava que encontraria um cadáver pela frente.
Quando criança, tinha pavor de gente morta. Em virtude de um trauma ocorrido no velório de um vizinho, ficava aterrorizado com a morte e evitava até mesmo passar na frente de casas funerárias.
Na minha infância, velórios nas próprias residências, na sala da família, eram comuns. E eu, curioso como sempre, fui um dos primeiros a me cercar do caixão assim que ele foi trazido. Quis ver o defunto e fui atendido: a viúva ergueu-me face a face com o falecido. Que, sei lá porque até hoje, tinha chumaços de algodão nas narinas, nas orelhas e os olhos estavam cobertos por duas moedas. Dei um grito, saí correndo e prometi a mim mesmo que jamais freqüentaria um velório. Promessa não cumprida, naturalmente. Quando a gente cresce, vai-se o encanto da infância e vem o choque frio da realidade.
O Onofre Leite tinha razão: chegamos antes da polícia porque a cena do crime estava próxima, a umas dez quadras do jornal. Respirei fundo, criei coragem, com o coração a mil, e fui entrando, acompanhado do Otsubo. O Barbosa, esperto, ficou no fusca: reclinou o banco para tirar uma invejável soneca, almejada desde a suculenta feijoada. O local, uma mercearia na Vila Bastos, em Santo André, tinha uma residência no fundo onde o proprietário morava com a família. Os ladrões sabiam que no sábado à tarde encontrariam féria robusta. Entraram, enfiaram um revolver 38 na testa do coitado do dono e o obrigaram a entregar o dinheiro. Ele disse que guardava nos fundos. Mas não deu tempo, alguma coisa aconteceu errada e eles dispararam, à queima roupa, no pobre do proprietário. Encontrei o cadáver em “decúbito dorsal”, como costumavam descrever as cenas os antigos escrivães de polícia. Em meio a uma enorme poça de sangue e, o pior: pedaços de miolos espalhados pelo chão e pelas paredes. Horripilante. Fiquei ali, tétrico, durante alguns segundos que pareceram eternidade. Nem mesmo sabia o que perguntar diante do pânico e choro dos familiares e meu próprio desmonte. Foi quando o Mário Otsubo chegou até mim e disse: olhe, Édison, acho que não dá foto. Está muito chocante e o jornal não vai publicar. E eu, de imediato e sem pensar: “não, Mário, você tem que dar um jeito e fotografar, é sua obrigação. Lá eles decidem se publicam ou não”.
Foi meu inferno! Um irmão da vítima escutou a conversa e, irado, achou o cúmulo do absurdo aquela minha “frieza” diante do mano cadáver. Vixe! Logo eu, todo comovido e sem ação... Quase fui linchado! O ódio dos familiares diante do ocorrido reverteu-se contra mim. Fui saindo por um corredor lateral, passei a correr até alcançar a rua. Felizmente, naquele momento acabava de chegar a viatura policial. Que me salvou. Protegido dentro da viatura precisei esperar que os policiais anotassem os fatos, registrassem seu boletim, para poder recuperar as informações de que tanto precisava para escrever a matéria. Não houve foto. Nem mesmo o Otsubo conseguiu entrar de volta na cena do crime.
Cheguei à redação e não disse nada. Escrevi a matéria, que deve ter ficado uma porcaria. Tanto que, no dia seguinte, foi reduzida a uma pequena nota de cinco linhas no meio do noticiário. Meu primeiro cadáver foi também meu primeiro tropeço no jornalismo.
Mas as surpresas não acabavam aí. Eu freqüentava o segundo ano colegial no “Américo Brasiliense”. E notei que um colega, que sentava na carteira ao lado, sumiu da escola. Faltou durante duas semanas. Na terceira, quando voltou, perguntei-lhe: o que houve? Quer perder o ano?
- Não, Édison, faltei porque assassinaram o meu pai.
- É mesmo, meus sentimentos, como foi?
- Ora, você sabe. Você esteve lá em casa tentando fazer matéria para o Diário do Grande ABC...
Aprendi com meu primeiro cadáver, pai do meu colega, a barreira que o jornalismo policial impõe àqueles que desejam seguir carreira. Não que seja necessário ser insensível. Mas jornalismo não é literatura. Requer frieza, argúcia e objetividade. A dor da gente não sai no jornal, como ensina o mestre Chico Buarque.
*Édison Motta, jornalista e publicitário é formado pela primeira turma de comunicação da Universidade Metodista. Foi repórter e redator da Folha de S.Paulo e Jornal do Brasil; editor-assistente do Estadão; repórter, chefe de reportagem, editor de geral (Sete Cidades) e editor-chefe do Diário do Grande ABC. Conquistou, com Ademir Médici o Prêmio Esso Regional de Jornalismo de 1976 com a série “Grande ABC, a metamorfose da industrialização”. Conquistou também o Prêmio Lions Nacional de Jornalismo e dois prêmios São Bernardo de Jornalismo, esses últimos com a parceria de Ademir Médici, Iara Heger e Alzira Rodrigues. Foi também assessor de comunicação social de dois ministérios: Ciência e Tecnologia e da Cultura. Atualmente dirige sua empresa Thomas Édison Comunicação.

24 comentários:

  1. Hoje me atrasei, mas valeu a pena. Depois daquela série sensacional do Milton Saldanha, eu tinha certeza que viria outra legal. Edward, pega leve com e gente, hein! Não vá judiciar de nós, pobres foquinhas, tá? Agora vou ler essa do Édison Motta. O que será que ele aprontou? E o Édison estudou na minha Metodista, que orgulho!!!

    Bjos....

    Lidiane - Metodista - S. Bernardo

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  2. Hoje, 31 de março, é uma data sugestiva para que façamos todos - novas e antigas gerações - uma profunda reflexão sobre nossa história. A história do Brasil, esse país berço que tanto amamos.

    édison motta
    Santo André, SP

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  3. Tadinho do Édison gente!!!
    Se não fosse a polícia esconde-lo na viatura seriam dois os cadáveres. Essa série promete. Vocês devem ter cada história pra contar, não? Já imprimi essa primeira. Estou imprimindo todas pra guardar. Uma delícia.

    Gabi - Estudante - Universidade Federal de Santa Catarina

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  4. Essa história contada pelo Édison é hilária, mas confesso que esse seu texto me dá... Medo! eu sabia que não devia estar estudando jornalismo. melhor tentar economia.
    Ainda dá tempo de voltar atrás!

    Beijos,

    Andressa - Cásper Líbero - S.Paulo

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  5. Adoro histórias e causos e esta, apesar do realismo fúnebre , revela as dificuldades que um jornalista, seja ele foca ou tubarão, enfrenta na profissão.
    Essa sua estreia no jornalismo foi mesmo chocante e com desfecho triste. Afinal, era o pai de seu amigo.
    Estarei acompanhando o seriado, Edison.
    abço.
    Isildinha- Osasco

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  6. Ôi... Édison,
    Tenho minhas trapalhadas da época de foca.. tanto q tínhamos na faculdade um telejornal chamado TV FOCA, foi onde eu comecei... mas a minha principal gafe foi numa matéria sobre os brasileiros na liga dos campeões... no jogo entre milan e Lyon, falei q no milan tinha SERGINHO, KAKÁ, CAFU, DIDA... saiu esse belo cacófato no ar, nem me liguei... do ca´fudida´... Aguentyei uma gozação danada, mas tudo bem passou... hehee
    Eu evolui: não sou mais foca, agora sou uma lontra.
    Bjos,

    Evelyn - Porto Alegre

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  7. Milton Saldanha, São Pauloterça-feira, 31 março, 2009

    Queridas amigas e amigos
    O Édison Motta abriu com maestria a nova série, que promete. Parabéns! O jornalismo policial sempre foi visto com desprezo nas redações, mas foi a melhor escola e deixou nomes lendários, com histórias incríveis. Quem nunca fez uma matéria policial não sentiu o verdadeiro sabor de ser repórter.
    Beijos a todos!
    Milton Saldanha

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  8. Olá Édison

    Não poderia ser de outra forma. Você nasceu para ser jornalista e reportar para a sociedade todos os tipos de fatos e suas nuances.
    Sei exatamente como você se comporta diante de um fato novo. A convivência de longos anos e uma viagem de quase trinta dias, onde se descortinavam costumes e paisagens diferentes, além modos de vida completamente opostos daqueles em que se vê nas metrópoles.
    Aquela entrevista com o índio da tribo “Pareci”, na BR-364, em Rondônia, causou aos outros três seus companheiros, o Maury, eu e o Brusca, apreensão e angústia por você e porque não dizer, por nós! A carabina calibre 44 encostada a um canto da choça e olhada a todo o momento pelo tal, era aterrorizante!
    É isso ai, o jornalista tem que ser curioso, irreverente e corajoso ou pelo menos mostrar que o é... O resto se corre atrás.
    Obrigado Édison, por você ser meu amigo. Por você ser o que é. Por você ser um grande jornalista!

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  9. Obaaaaaaaa!!! Hoje o blog está homenageando nós, genteeeee. Tem historinhas nossas, foquinhas.
    Essa do cadáver número um do Édison Motta é um barato. E ele que não corresse pra ver o que iria sobrar (rssssssss....) Vamos seguir a nova série, mais alegria......

    Bjos,

    Thalita - Santos

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  10. Bom dia, Edward.
    Estou com problema no meu computador, que não está entrando na Internet, e meu filho que é especialista no ramo, ainda não teve tempo para consertar. Mas tenho acompanhado as histórias e crônicas da memória de ex-Diário, de uma Lan House, muitas das quais já conhecia e outras fiz parte como personagem. Não tenho enviado recados ou comentários por causa desse problema com a internet. Assim que a situação voltar ao normal, torno a enviar meus comentários. Enquanto isso, continuo lendo.

    Saudações.

    Hildebrando Pafundi Jornalista e escritor - Santo André

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  11. Ah..esqueci de dizer que estava querendo fazer jornalismo, mas acho que vou desistir.Se fosse eu nesse batismo profissional, do jeito que sou atrapalhada e distraida, era capaz de querer entrevistar o defunto. E já viram o salseiro que ia dar. Era capaz do defunto correr atraz de mim.
    Por enqto vou ficar lendo as trapaiadas que vcs escrevem, pra ver se me defino.
    Isildinha- Osasco

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  12. Amigo Morgado,

    Dizem por aí que nas atuais redações não existe mais aquele clima de solidariedade e companheirismo dos velhos tempos. Será? Se for, uma pena e uma grande perda para o jornalismo como instituição.
    Você sabe: sempre fui admirador do seu trabalho. Mais do que isso: um aluno de seu exemplo moral.Não existem bons profissionais se não forem, também, pessoas boas.
    Ser jornalista é, antes de tudo, viajar na arte de garimpar almas.E de valorizar os melhores sentimentos do ser humano.Como fazê-lo sem a velha e boa camaradagem?
    Não perco a esperança de ver, um dia, esse atual quadro mudar. Que apareça algum empresário louco com o desejo de bancar um veículo de comunicação, impresso ou via internet, feito por profissionais da "era romântica" do jornalismo. Que pode e deve incluir aqueles que estão agora iniciando. Porque o que seriam as redações sem os focas?
    Aquela nossa viagem, de carro, pela Amazônia em 1975 é inesquecível. Transformou quatro amigos em irmãos. Você, o Brusca, o Maury e eu. Que tal brindar os leitores do blog com algumas histórias nela transcorridas?
    Você tem as fotos e boa memória. Prometo, embora sem tempo, contribuir com alguns episódios.
    Pense no assunto...

    Grande abraço do amigo e admirador:

    édison motta
    Santo André - SP

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  13. Quero dizer ao Édison que o mais encantador desses "causos" é a lição que você, Edward, Saldanha, Morgado e outros nos deixa. Permita-me repetir sua frase final: "Aprendi com meu primeiro cadáver, pai do meu colega, a barreira que o jornalismo policial impõe àqueles que desejam seguir carreira. Não que seja necessário ser insensível. Mas jornalismo não é literatura. Requer frieza, argúcia e objetividade. A dor da gente não sai no jornal, como ensina o mestre Chico Buarque". Disse tudo em poucas frases. Isso é o que nós, estudantes de jornalismo, precisamos. "Causos" e lições. Assim, vamos aprendendo com vocês, grandes mestres. Obrigada, viu?

    Roberta - Também Metodista - S.Bernardo

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  14. Pronto, vim bater meu ponto, pra ler o capítulo de hoje....
    E já vi que vem mais coisa legal por aí.. Não vou perder por nada...
    Essas historias de bastidores são muito interessantes e engraçadas.
    Mostram o lado humano do jornalista, que geralmente não aparece, na noticia.
    Enfim, ta sendo muito gostoso acompanhar este blog que já esta na minha pauta diaria.
    abços..
    Cristina - SP

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  15. Mais uma estudante curiosa no blog. Li só o texto do Édison e posso dizer que A D O L E I.
    Não tenho medo de enfrentar uma redação. Não é bicho de sete cabeças. Acredito nas pessoas e erros vão mesmo acontecer. Os jornalistas desse blog, mesmo com toda a experiência, certamente erram ainda hoje. Como minhas amigas, vou marcar ponto aqui, se permitirem, perguntar alguma coisa, porque vejo que nesse blog respondem e isso é legal. A gente tira dúvidas e aprende.
    Obrigada

    Margareth S. Trajano - Rio

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  16. Que drama você viveu, Édison Motta, cruzes!!!
    Uma perguntinha: porque é dificil se ver mulheres repórteres policiais? Bem que eu gostaria, acho emocionante, mas não acredito que vão permitir. Como as mulheres já jogam futebol, e como jogam, quem sabe eu não seja a primeira repórter policial de saia do Brasil, né? O duro vai ser o estágio como foquinha. Juro que não mando o fotógrafo bater fotos de cadáveres, isso nunca(rsssssss....)
    Beijinhos,

    Karina - Campinas

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  17. Estou seguindo o blog e gostando dos artigos. Nesse, do Édison, sobre focas, penso que hoje, ser foquinha é um luxo, sinal de que conseguiu emprego num órgão de Imprensa. Estou no último ano, aqui em São Paulo, na Cásper Líbero e estou cansada de "batalhar" um estágio. Dificil demais. Deixe seu currículo, volte daqui a dois meses e assim por diante. É só o que escuto. Acho que as faculdades de jornalismo dveriam ter uma espécie de convênio com jornais, emissoras de rádio e tv. A cada ano enviar os melhores alunos para estágio num deles, sei lá. Do jeito que anda, jornalistas demais formando e pouco lugar para se trabalhar.
    Volto, gostei do blog.
    Obrigada,

    Carla - São Paulo

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  18. Também eu estou seguindo o blog e adorando os relatos.....

    Bjos,

    Viviana - Metodista - S. Bernardo

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  19. Olá Édison


    Lembra-se do tucunaré sem sal? A fome era demais, sô!


    Paz. Muita Paz, amigão.

    J. Morgado

    Mongaguá -SP

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  20. Olá, Edward!

    Afastei-me um pouco para descansar.
    Fico extremamente feliz de poder ler o teu blog todo dia e interagir. Cada texto é uma lição de jornalismo (e de vida)!
    Na verdade, fica bem claro que os (bons) jornalistas, cada vez mais, têm a missão de contar a história deste país.

    Um grande abraço!

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  21. Ana Célia de Freitas.terça-feira, 31 março, 2009

    Olá meu amigo...
    Tenho certeza que essa série será tão instigante como a outra.
    Que apuro hein! Um livro contando todas essas histórias ficaria super legal, vocês nasceram para esse ofício. Parabéns.
    Sucessoooooooooooo.
    Ana Célia de Freitas. Franca/SP.

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  22. Milton Saldanha, São Pauloterça-feira, 31 março, 2009

    Prezada Karina
    Lamento decepcioná-la, mas não será a primeira. Já vi ótimas matérias policiais assinadas por mulheres. Na minha equipe da Sucursal do ABC do Estadão elas cobriam qualquer assunto, inclusive polícia. O Edward deve lembrar de moças no NP (ou não?). E você, amigo Renato Campos? Na minha curtíssima carreira de repórter do extinto Diário Popular lembro de uma sacanagem de um chefe de reportagem. Era o velório de um guarda-civil assassinado e o cara mandou uma moça que tinha verdadeiro pavor de olhar cadáver. Ela foi e fez a matéria, depois contou que não conseguia esquecer dos pés durinhos do cara, de sapatos novinhos no caixão... Que sacanagem!
    Beijos,
    Milton Saldanha

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  23. Olá pessoal,

    Karina, de Porto Alegre: essa do cafu...dida foi ótima! Concordo, em gênero,número e grau com a Margareth S. Trajano, do Rio: erramos sim, ainda hoje. Porque, inevitavelmente, a experiência se faz acompanhar de vícios que nos perseguem. Qualquer dia conto outra que aconteceu com toda a redação da Folha de S.Paulo no tempo em que lá fui repórter. Uma foqueada geral que incluiu grandes nomes como Samuel Weiner, Cláudio Abramo, Clovis Rossi entre outros.
    Uma dica para a Carla, de São Paulo e para todos os estudantes de jornalismo:Se apresentem como voluntários em pequenos jornais de bairro, sindicatos, associações etc.Se for o caso criem o próprio jornal do seu bairro, do condomínio, do clube na internet. Essa mania de querer começar em grandes redações só faz aumentar a decepção e arrefecer o ânimo. Pequenos jornais têm muita dificuldade em contratar jornalistas.E são um campo fértil para o aprendizado. Comecei num jornal quinzenal, da Igreja Metodista,o centenário Expositor Cristão, aos 16 anos. Foi lá que aprendi o bê-a-bá da profissão. Primeiro, como revisor. Depois, criando coragem para escrever minhas próprias matérias. Quando achei que estava "pronto", fui procurar emprego levando alguns exemplares com matérias assinadas.Só currículo de formação escolar de nada adianta. A tal "experiência" pode ser adquirida num local modesto, porém desafiador.É preciso também ter cara-de-pau, ehehehe. Enfrentem os desafios com determinação, sem medo de errar. Só erra quem faz, diz o ditado. Ao conseguir o emprego mal sabia que,em pouco tempo, estaria diante do meu primeiro cadáver.Sobrevivi.Hoje não tenho mais medo de defuntos. São os vivos, porque podem causar a morte,quem assustam.
    Karina: ser a primeira não é tão importante quanto procurar ser a melhor. Vá em frente. Se as mulheres abriram espaço em todas as atividades, por que não no jornalismo policial? Vou dizer mais: elas levam vantagem pela sensibilidade inerente à própria natureza.
    Ah, amigo Morgado. Como esquecer aquele tucunaré com farinha tosca e sem sal? Matou a fome, mas permanece inesquecível. E você: sarou da dor nas costas que contraiu ao dormir na rede do navio durante a descida do Rio Amazonas? E que tal um pato com tucupi com direito a solo de piano executado pela filha dos donos da casa,em Belém do Pará?
    Conte a história da viagem, Morgado. Você tem, porque merece, mais tempo e também as fotos.
    Muita paz e saúde a todos.

    Abraço,

    édison motta
    Santo André, SP

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  24. Milton Saldanha, Sãio Pauloquarta-feira, 01 abril, 2009

    Amigos
    O Édison Motta disse tudo. Perfeito! Sonhem com os grandes veículos, nada contra. Para este escriba, pelo menos, foi maravilhoso trabalhar neles. É super válido querer chegar lá. Mas antes, como ele disse, saibam começar. No meu primeiro jornal só havia o dono e eu. A redação era misturada com a pequena oficina e lembrava aqueles jornais de filmes de faroeste americano. Mas ali foi minha primeira escola, porque naquele tempo, 1963, ainda não existiam faculdades de jornalismo. Minha formação foi toda assim, aprendendo no batente, no dia a dia das redações. Vocês hoje, bem ou mal, têm a vantagem da faculdade, já chegam com mais informações, referências. Então aproveitem essa vantagem e reflitam sobre a sugestão do Édíson, a qual acrescento o seguinte: leiam muito, de tudo,intensamente, principalmente bons livros. Sem muita leitura ninguém, jamais, será um jornalista completo.
    Beijos e boa sorte nesta gostosa aventura da vida!
    Milton Saldanha

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