Dedicado à médica Liliana Diniz
Aviso: não é ficção. Tudo que será contado foi real!
O HOSPITAL SÃO CAMILO E UMA TRISTE HISTÓRIA
Assim que soube que meu plano médico me dava direito ao Hospital São Camilo, da Pompéia, a jovem médica do Incor sugeriu minha transferência. Suas referências sobre o São Camilo eram excelentes; lá trabalhavam os mesmos cardiologistas do Incor; e eu teria a vantagem de estar num hospital muito mais tranquilo. No Incor, as salas de cirurgia funcionam praticamente em regime 24 horas, de domingo a domingo. Sai um paciente e eles chamam o próximo, parece uma linha de montagem restaurando corações avariados. Tudo com a maior competência, é um centro de excelência médica, que orgulha o Brasil.
Troquei idéias rapidamente com meu sobrinho e minha namorada e aceitei a sugestão da médica. Ela tinha toda a razão. O São Camilo é um hospital modelo. E sua área de cardiologia muito bem equipada, com um corpo clínico formado por médicos que são também do Incor, de grande experiência e capacidade.
Vou abrir aqui um parênteses para comentar um triste fato da história do Hospital São Camilo (Pompéia). Há muitos anos um jovem impetuoso e irresponsável, munido de uma câmera de vídeo, invadiu com chutes nas portas a UTI do hospital, exigindo explicações sobre o estado de saúde da sua esposa, lá internada. Antes que os defensores dele, o hoje deputado federal Celso Russomano, queiram me trucidar em seus comentários, quero afirmar com toda a ênfase que não se entra numa UTI dessa maneira truculenta. Sem prévia assepsia. O infeliz poderia ter contaminado o ambiente inteiro, colocando em risco a vida de todos os pacientes, muitos deles em estado muito delicado. No entanto, nossa imprensa burra e precipitada, que adora um escândalo e cair de pau nos médicos, abriu manchetes nos jornais e grande espaço nas TVs para mostrar as cenas da invasão. Um péssimo exemplo transformado em heroísmo. A partir daquele dia o Hospital São Camilo, mantido por uma instituição católica séria e respeitável, virou sinônimo de açougue e outros comparativos até piores. O hospital quase fechou. E o jovem “herói”, aclamado sem questionamento da sua irresponsabilidade, largou seu emprego no Detran e começou assim sua bem sucedida carreira na TV e na política, encarnando um personagem que defende os consumidores.
Sob uma chuva de críticas públicas e forte pressão, a principal consequência do episódio foi uma reforma geral e radical no hospital, que mudou seu corpo clínico e administrativo. Certamente naquele tempo havia problemas. Mas nada justifica, mesmo com a atenuante do descontrole gerado pela forte emoção do então jovem, uma invasão, literalmente na porrada, como mostraram as cenas, da sua UTI.
Transformou-se num hospital modelo, referência em qualidade. Dos 22 dias em que lá fiquei internado, só tive uma pequena queixa, de uma ajudante de enfermagem que me depilou o peito para a cirurgia do coração. Desleixada, me cortou, deixando indignada a médica anestesista. Mesmo sonolento pelos remédios que já vinham me dando desde a noite anterior, lembro-me perfeitamente da bronca da médica, que queria saber o nome da incompetente para denunciá-la à direção. O detalhe mostra o zelo dos médicos com seus pacientes. Fora isso, com toda honestidade, só tive elogios ao hospital São Camilo.
Como previsto, voltando ao Incor, minha transferência foi de ambulância, com médico e enfermeiro ao lado. Entre conseguir ambulância e fazer a remoção foram quase cinco horas. Eu ali deitado, completamente lúcido e calmo, conversando com eles como se estivesse numa mesa de bar. Foram devagar, sem usar sirene, paravam nos semáforos. Na verdade, sem nenhuma dor, nem mal-estar, eu me sentia meio ridículo deitado naquela maca da ambulância. É claro, os médicos sabiam o que estavam fazendo. Imagine se me liberam e morro na rua... Seria tremenda encrenca.
Para espanto das pessoas nos corredores do hospital, entrei deitado na maca sorrindo e conversando com meus familiares, que caminhavam ao lado. Minha serenidade era absoluta.
Completamente lúcido, sem dores, e na UTI do Hospital São Camilo. Meu corpo plugado a dezenas de fios coloridos que convergiam para computadores e um monitor onde transitavam, de forma monótona e repetitiva, as ondas das minhas batidas cardíacas, entre outros dados para análise e acompanhamento dos médicos e enfermeiros. Eu tinha que permanecer numa única posição. Impossível, sequer, virar de lado na cama.
Brotou o impulso do pânico, a vontade de gritar, arrancar os cabos que me ligavam aos aparelhos, correr dali a qualquer custo, sob qualquer risco. Você está preso na cama, numa única posição, sabe que as horas serão intermináveis, e o cenário da UTI é sempre barra pesada. Desolador.
Foi incrível. Comecei a conversar comigo mesmo, como se fosse outra pessoa, a ponto de me chamar pelo próprio nome. “Calma, Milton, relaxa, vai dar tudo certo, isso passa, mostra agora que você é forte...” e vai por aí. Pensei também no pior: se entrar em pânico, vão me amarrar na cama, e isso seria insuportável. Funcionou. Mantive o controle, fui ficando calmo, tomei comprimidos e algum tempo depois dormi. Assim passou o primeiro dia e noite. Talvez mais duro que seu próprio sofrimento, seja o fato de ser testemunha do sofrimento dos demais pacientes. Você tem gente gemendo ao seu lado. Um implorava por água, mas os enfermeiros, por ordem médica, não podiam dar. O máximo permitido era, de vez em quando, molhar e torcer um pano para ele morder, refrescando a boca ressecada. Outro acordava no meio da noite, aos gritos: “Pai, me tira daqui!” Num domingo à tarde entrou um rapaz baleado, totalmente fora de si. A primeira pergunta do médico: “é mocinho ou bandido?” “Ele foi assaltado”, respondeu a enfermeira. Minha cama era ao lado, eu olhava tudo aquilo como se estivesse vendo um filme de suspense e terror. Até que alguém, percebendo que eu estava impressionado, cercou a cama do ferido com um biombo.
Algo que sempre incomodava, a qualquer hora da madrugada, quando você já tinha conseguido pegar no sono, era ser acordado com as luzes fortes para recebimento de um novo hóspede. Médicos e enfermeiras não podem ficar com frescuras, precisam falar, e alto. Lá se vai seu belo sono, que demora a voltar. Isso acontecia várias vezes, todas as noites. Um dia vi abrirem as costas de um paciente. Três médicos foram lá, com máscaras, discutiram detalhes, tomaram decisões, e um sujeito todo paramentado, como se fosse um astronauta, munido de uma pequena máquina que fazia tlec a cada ponto, costurou tudo de novo, de cima a baixo. A gente se acostuma a tudo, essas coisas não mais me chocavam, iam virando rotina. Mas existe algo que jamais fica banal: é a expressão de dor, o gemido, o grito. São lancinantes e ficam cravados na sua memória, para sempre.
Em dois horários do dia todas as tarefas eram interrompidas, as enfermeiras deixavam tudo arrumadinho e limpinho. Era nossa hora de receber visitas. Sempre uma única pessoa por vez, que antes de entrar na UTI passava por procedimentos rígidos de assepsia. Eram proibidas de sentar em nossas camas, mas a gente podia se tocar. Receber visitas era de uma importância inimaginável. Como era bom ver e falar com alguém da família ou com um amigo querido. Poucos minutos, mas extremamente valiosos. Eu pedia à família: “nunca me deixem sem visita”.
Nessas horas eu morria de pena dos vizinhos de cama que não eram visitados. Não rompiam aquela solidão atroz. Não tinham esse pequeno elo com o mundo exterior. Confinados aos sons tristes, brancura, cheiros de remédios e luzes daquela ante-sala da morte. Não raro, cercavam uma cama com biombos, silêncio total. Dali saia a maca com o corpo totalmente encoberto pelo lençol. Conforme o caso, era mais feliz assim.
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*Milton Saldanha é jornalista e escritor.
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Queridas amigas e amigos: escrever é preservar o tempo. Hoje relato essas coias como se fossem um filme. Meu corpo ficou lá no passado, um dos protagonistas. Para mim, o principal, claro. A emoção também é diferente, mais racional. A maior emoção de toda a minha vida foi em meu último dia de hospital. Com alta, aguardava a familia no quarto. Pedi para ir à UTI. Eles me abriram a porta com a maior naturalidade, eu era de casa. Em lágrimas, fui abraçar e beijar cada enfermeira e cada enfermeiro, principalmente aquelas meninas a quem eu tinha mais me afeiçoado. A voz não saia, não conseguia dizer uma única palavra. Saia apenas, com esforço, um roco e abafado "obrigado", tal a emoção. Levei daquela sala o aprendizado que o ser humano é também generoso e belo. Nem tudo está perdido enquanto gente como eles continuar existindo.
ResponderExcluirUm grande beijo a todos!
Milton Saldanha
Na foto de hoje estou me apresentando no centro do Salão Nobre do Club Homs, na Avenida Paulista. Foi a festa dos 15 anos do meu jornal, o "Dance". Um baile de gala, em alto estilo e glamour, com orquestra especialmente contratada, de Buenos Aires. Ocupei o salão sozinho, revezando em dois belíssimos tangos com 9 damas escolhidas a dedo, entre as maiores tangueiras de São Paulo. A da foto é Márcia Mello, com quem pratico uma vez por semana, em treinamento técnico. Dançar tango é um prazer espetacular. Danço todos os ritmos, mas o tango é minha ardente paixão. Nesta quinta vou para Buenos Aires, por 6 dias, para bailar e passear. Acredito que seja a 25ª vez que vou lá para isso. E nunca me arrependo.
ResponderExcluirBeijos!
Milton Saldanha
Bom dia, amigos e amigas!
ResponderExcluirHoje vamos continuar nos emocionando e nos envolvendo profundamente com o segundo episódio de O DIA EM QUE MORRI, em que Milton Saldanha conta a sua corrida contra o tempo a fim de salvar o seu patrimônio mais precioso - a VIDA!
Em meio a uma diversidade de sensações, desde a dor física até a angústia e a expectativa que antecederam a cirurgia, Milton encontrou espaço para refletir acerca de sua vida e da de seus semelhantes, que dividiam com ele a UTI.
Então, avante, leiam, emocionem-se e participem!
Parabéns, Milton! sua força é invejável; seu talento para contar o que aconteceu, admirável!
Um abraço a todos e até quinta-feira, com o terceiro capítulo de O DIA EM QUE MORRI.
Amanhã, o quarto capítulo de MEMÓRIA TERMINAL, de José Marqueiz.
Bom dia amigos (as) deste blog...
ResponderExcluirNeste segundo capítulo acompanhamos o emocionante relato do amigo-irmão Milton Saldanha numa UTI, um dos ambientes mais agressivos, tensos e traumatizantes de um hospital. Isso por que essa unidade tem uma relação muito forte com a finidade da vida e é o local onde geralmente acontece o maior número de óbitos. A sensação de impotência também foi evidenciada em seu texto firme e corajoso, principalmente pela aflição diante do sofrimento de outros pacientes que, como ele, Milton, lutavam contra a morte.
Ficou para mim uma grande lição. Sempre achei que visitar um parente ou amigo numa UTI só acarretaria desconforto e mal estar ao paciente. Muito pelo contrário. Depois que acompanhei o depoimento do Milton, pedindo aos parentes que nunca deixassem de visitá-lo, entendi que, no momento de fragilidade, de tristeza e de angústia, de sentimentos gerados pela condição de ser um doente em uma UTI, a visita de um parente é muito importante no sentido de manter viva a chama da fé e da esperança.
A cada capítulo, mais emoção neste relato de Milton Saldanha contando em detalhes sua luta para continuar vivo. Participem e deixem seus comentários. Nesta quinta e sexta-feira vamos acompanhar os dois capítulos finais e emocionantes da série “O Dia Em Que Morri”. Amanhã, quarta-feira, a apresentação do quarto capítulo inédito de “Memória Terminal”, escrito pelo jornalista José Marqueiz, falecido em 2008, outra série imperdível que este blog apresenta com sucesso.
Um forte abraço a todos...
Edward de Souza
Bom dia, Milton Saldanha!
ResponderExcluirCheguei quase cedo (rsrsrsrsrsrs), para ler esse segundo capítulo desta série que vc escreveu. Sinceramente, fico apavorada só de pensar em ser levada para a UTI de um hospital, como aconteceu com vc. Infelizmente essas cenas tristes que vc relata que presenciou a gente sempre ouve de pessoas que tiveram a infelicidade de ser levadas à UTI de um hospital, como a chegada de outros doentes, alguns em estado gravíssimo. Não tem muito o que fazer, não é Milton? Fica impossível para um hospital manter uma UTI individual, ou ao menos procurar separar os doentes, essa é uma realidade que temos que encarar. Só não entendi, e pode ser que vc explique no capítulo de quinta-feira, o que aconteceu com você. Foi submetido a uma cirurgia? De qualquer forma vou acompanhar com atenção o próximo capítulo, pode ser que eu esteja sendo precipitada com essa pergunta.
Bjos,
Gabriela - Cásper Líbero - SP.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAvisinho rápido: na madrugada, antes deste capítulo, postei respostas ao Euvidio, Bruna e Ana Célia de Freitas.
ResponderExcluirBesitos grandes!
Milton Saldanha
Vou ficar algumas horas fora, a trabalho, mas desde já agradeço muito pelos comentários da Nivia Andres, Edward de Souza, professor João Paulo e Gabriela, a quem explico: foi uma semana de preparação, a cirurgia de seis horas e meia, depois a recuperação. Total: 22 dias. Passando duas vezes pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI), pela semi-intensiva e quarto privado.
ResponderExcluirNão foi transplante, foram duas safenas e uma mamária.
Beijos!
Milton Saldanha
Assim que li seu primeiro capítulo ontem, Milton, achei que vc havia se submetido a uma cirurgia para a implantação de safenas, até pelo tempo que vc demorou para buscar socorros médicos.Parece que não errei, diante das explicações que vc acaba de dar. O que chamou minha atenção é todo o desconforto que um doente passa enfrentando uma UTI, não é verdade? Além, claro, do receio do que pode vir a acontecer. Quando se está numa UTI, pode-se esperar de tudo. Continuo acompanhando, na quinta, o terceiro capítulo.
ResponderExcluirBjos,
Tatiana - Metodista - SBC
Lendo seu relato de ontem, porque não pude vir ao blog, e o de hoje, Milton, e vendo sua foto dançando, ninguém poderia imaginar todo o sofrimento que passou. E cá entre nós, como a ciência está avançada, é preciso concordar. Antigamente para se fazer uma simples cirurgia uma pessoa ficava muito tempo internada e mais uns 3 ou 4 meses de "molho" em casa, mesmo assim saia à ruas com precaução. Existe sim, todo esse desconforto de uma UTI, mas, como no seu caso, Milton, uma pessoa entra com um coração avariado e sai de lá, dias depois, com um novo. E pronto pra dançar. Excelente seu texto e esse relato.
ResponderExcluirBj
Daniela - Rio de Janeiro
Oi Milton, ontem eu lhe fiz uma pergunta indagando se, na UTI, em estado considerado grave, vc chegou a pedir a ajuda de Deus, ou mesmo rezou. Vc me respondeu dizendo que hoje eu teria a resposta. Realmente, agora tenho a resposta. Vc resolveu conversar consigo mesmo até afastar, pelo menos enquanto os analgésicos não fizessem o efeito de dopá-lo, o medo que sentia naquela unidade de terapia intesiva. Acho que não exagero em dizer medo, não é? E quem, em sã consciência não fica apavorado num lugar assim, sem saber qual será o resultado final de uma cirurgia delicada como é a do coração? Felizmente deu certo e hoje vc pode nos contar essa história e praticar a dança, que tanto gosta.
ResponderExcluirBeijos,
Andressa - Cásper Líbero - SP.
Precisamos cuidar bem de nossa saúde, porque entrar num hospital é a coisa mais triste deste mundo. Prova disso é o seu relato. Além do sofrimento pela dor no peito que você sentia, Milton, ainda acaba sendo submetido a um escalpelamento por uma funcionária desleixada. Parece que isso é coisa corriqueira em hospitais. Uma amiga que foi submetida a uma simples cirurgia passou pelo mesmo problema. Ao ser depilada, quase que lhe arrancam o couro todo, coitada. Devem usar o mesmo aparelho de barbear umas duzentas vezes, não é possível! Vou rezar a Deus pedindo que nada aconteça comigo, mas como sou precavida, vou bem guardadinhos uns 5 aparelhos com lâminas novas e levar ao hospital, se for preciso. Dispenso os que eles usam. Está emocionante seu relato e vou ler todos os capítulos. Ontem não vim ao blog, mas li os dois capítulos hoje.
ResponderExcluirObrigada,
Bjos
Giovanna - Unifran - Franca - SP
interessante o post...essas histórias de hospital acabam por virar filme( vide Dr. House).
ResponderExcluirVou seguir lendo...
Como também acabei lendo esses dois capítulos somente hoje, acabo de imprimi-los. Minha mãe é a coisa mais engraçada. Comentei sobre o relato que você está fazendo no blog, Milton, mas ela tem verdadeiro pavor de chegar perto do computador. E quer ler. Só desta forma, com o texto impresso para ela poder ler. Estou impressionada com a descrição do ocorrido com você e vou seguir a série que termina sexta. Sempre assim. Leio e imprimo para minha mãe, pode?
ResponderExcluirBj
Talita - UNISANTOS - Santos - SP.
Boa tarde, Milton!
ResponderExcluirMesmo numa correria desenfreada, estou presente nos comentários, depois de ler esse seu segundo capítulo em que aborda sua internação na UTI do Hospital São Camilo. Desconheço a história desse repórter citado por você, Milton, o Celso Russomano. Já ouvi falar sobre ele, talvez na TV, não me recordo. Seja como for, você tem razão, ele jamais poderia ter feito o que fez, invadindo uma UTI. Nas UTIs, a infecção hospitalar sempre será motivo de preocupação em virtude de maior exposição aos procedimentos de risco, devido a gravidade dos pacientes internados. Todo paciente grave está predisposto a desenvolver uma infecção, já que está com a imunidade comprometida por causa do seu estado. A taxa de infecção é alta entre pacientes de terapia intensiva, especialmente as infecções respiratórias, por isso, todo cuidado é pouco.
E você tem toda a razão, a hora da visita é um momento importante para a família, e principalmente para o paciente. O contato com os entes queridos é fundamental para a recuperação. Entretanto, os visitantes precisam estar atentos às regras estabelecidas pela instituição e pela Vigilância Sanitária para prevenir o risco de infecção. A única exigência padrão estabelecida para todas as UTIs do país é a lavagem das mãos com água e sabão e a higienização com álcool em gel a 70%. “As demais exigências são definidas pelo próprio hospital, assim como o horário, a duração e o número de pessoas permitidas a entrar durante a visita. Alguns hospitais, Milton, recomendam que os visitantes controlem a emoção e evitem assuntos desagradáveis na presença do paciente.
Continuo acompanhando com interesse a série que você escreveu e mais uma vez obrigada pelo carinho...
Bjos,
Liliana Diniz – Santo André
Como vai, Milton Saldanha?
ResponderExcluirDepois de ler o segundo capítulo que você escreveu, li alguns comentários. Este da Drª Liliana chamou a minha atenção, porque, além da bela explanação que ela fez sobre infecções hospitalares, tocou no assunto Celso Russomano, abordado por você. A Drª Liliana não poderia mesmo se lembrar, faz muitos anos que isso ocorreu e foi mesmo no Hospital São Camilo, conforme seu texto.
Russomano se tornou conhecido ao filmar a morte da própria mulher. Depois vendeu o filme para o Silvio Santos, que o catapultou para apresentador do famigerado "Aqui Agora", que até hoje rende um monte de processos contra o SBT. Para mim um calhorda que conseguiu comover a opinião pública, jogando-a, com o apoio da Imprensa, contra o hospital. E usou a morte da esposa para se tornar conhecido, elegendo-se até a deputado federal, coisa que só acontece no Brasil.
Entrei no assunto para que, não só a Liliana, mas também outras frequentadoras deste blog tomem ciência melhor deste caso, Milton. Parabéns pela série, eu diria eletrizante a cada capítulo. Seu texto contém seriedade no relato do acontecido e muita emoção, parabéns.
Laércio H. Pinto - São Paulo - SP.
Boa tarde Milton e Laércio!
ResponderExcluirNós, mais antigos, acompanhamos o caso da esposa de Celso Russomano. Parece-me, se eu não estiver enganado, que ela se submeteu a uma cirurgia intestinal nos anos 90 no Hospital São Camilo e contraiu infecção hospitalar, quando Russomano, com uma câmera fotográfica invadiu o hospital para mostrar problemas na instalação, procurando justificativa para culpar o hospital pelo problema que acabou causando a morte da esposa.
Como você disse, Milton, pode até ser que o hospital, na época, tivesse culpa, mas de forma alguma justificaria a invasão do local pelo dito cujo. E o pior, fez questão de usar a morte da esposa como alavanca para progredir na vida, isso pra mim o pior. Por isso, no ano 2000, o Hospital São Camilo, que conheço demais porque a esposa do meu filho de à luz lá, passou a se chamar Hospital e Maternidade São Camilo, com modernas instalações. Estou gostando de acompanhar a série, Milton e vou estar presente em todos os capítulos.
Abraços
Miguel Falamansa - Botucatu - SP.
A série do Milton Saldanha já me deixou em suspense, agora surgiu esse caso do tal Celso Russomano que me assustou ainda mais. Já ouvi falar do Russomano, como deputado federal, ou em campanhas políticas, sei lá. Chegou onde quis e que horror, gente. Explorando a morte da esposa, cruzes. Eu não voto num homem assim, de jeito nenhum.
ResponderExcluirSobre esse capítulo de hoje do Milton. Será que não tem nenhum outro jeito de cuidar de doentes em estado grave a não ser em UTI´s? Não poderiam construir alas maiores e mais confortáveis? Lendo o texto do Milton me deu calafrios a cada frase narrada por ele, meu Deus!
Volto pra ler a sequência, estou super curiosa.
Bjos a todos!
Ana Paula - Franca - SP.
Oi Milton!
ResponderExcluirRealmente, esse segundo capítulo foi de arrepiar. Quanta tristeza numa UTI de um hospital. Ficou a impressão, lendo seu texto, que a gente fica totalmente impotente e sem ação, apenas esperando que uma mão salvadora nos tire daquela agonia.
Estava lendo as explicações da Liliana sobre infecções hospitalares e surgiu uma curiosidade. Em momento algum vi ela falar sobre o uso de máscaras e aventais em hospitais como prevenção contra as infecções. Há muitos anos, eu ainda menina, fui com meus pais visitar um tio hospitalizado e nos obrigaram a usar, não só máscaras e aventais como também uma espécie de bota de borracha, se eu não estiver enganada. Não se usa mais, liliana?
Beijinhos
Carol - Metodista - SBC
Essa série sua, Milton, está bem melhor do que a convocação do Dunga, que resolveu não levar nenhum dos "meninos da Vila" do meu Peixe. Mas, parece-me que os barbudos deste blog sumiram para discutir os nomes que vão representar o Brasil na Copa da áfrica. Nem João Batista, J. Morgado, o professor que chegou cedo e sumiu, o velhote de saia preta que só escreve bobagens como ontem, enfim, sumiram todos. Até a Cris desapareceu. Será que ficaram com medo de ler sua história sobre a UTI?
ResponderExcluirVou te contar, Milton, se eu estivesse no seu lugar, teria derrubado todo mundo e estaria correndo até hoje. Por isso, vamos seguir as recomendações do Ministro do Lula. Sexo, minha gente, bom para o coração, não se esqueçam disso. Hummmm... Daqui a pouco o velhote me pega no pé....... Negócio dele é outro!
Abçs
Juninho - SAMPA
Olá
ResponderExcluirque blog genial,parabéns
Boas energias,
Mari
Senhor Laércio H. Pinto e Miguel Falamansa, grata pela explicações sobre o caso Russomano.
ResponderExcluirCarol, Há mais de sete anos que a vigilância não exige mais o uso de toucas, sapatilhas, máscaras e aventais em hospitais, a não ser em casos especiais, como quando o paciente está em isolamento. O fundamental para evitar infecções é que a pessoa esteja de roupas e sapatos limpos, sem poeira ou lama, por exemplo, e que as mãos sejam muito bem higienizadas. Mas, cada hospital pode estabelecer outros cuidados, conforme a sua realidade. Além da lavagem das mãos, pede-se a retirada de anéis, relógios e pulseiras. Na Santa Casa de São Paulo, onde fiz residência, por exemplo, o uso de aventais é obrigatório. Tudo bem?
Beijos, querida!
Liliana Diniz - Santo André - SP
Decerto, Juninho, o pessoal concentrou o seu interesse vespertino na convocação da Seleção Brasileira. Aliás, estava torcendo para que fossem chamados o Ganso e o Neymar, assim o grêmio poderia sonhar em conquistar a Copa do Brasil. Menos mal que o Robinho entrou...E conservamos o Victor.
ResponderExcluirEsclarecendo a ausência do J. Morgado, ele me comunicou que nesta manhã a Dona Maria caiu e machucou o braço, tendo que imobilizá-lo. Assim, ele precisa dedicar-se mais a ela e terá menos tempo para participar, pelo menos, por uns dias.
Boa noite pessoal.
ResponderExcluirOlá Milton Saldanha,essa série está muito emocionante,no decorrer da história vamos apreciando e descobrindo coisas importantes e interessantes.
Não sabia da história do tal Celso Russomano,que feio,usar a esposa e pior sua morte,para se promover,só no Brasil mesmo,não entendo como os Brasileiros votam nesses palhaços,já soube de algumas pré candidaturas e fiquei pasma:uma tal de Tati quebra barraco,mulher melancia e outros...
Você alem de contar essa passagem de sua vida com tal maestria,tocou em um assunto interessante,é muito triste ao visitarmos pessoas queridas e nos depararmos com pacientes que não recebem visitas,o local já é difícil,a pessoa fica debilitada,a auto estima em baixa e ainda ser esquecida é triste,tenho certeza e a Doutora Liliana pode esclarecer com mais autoridade,que esse "esquecimento" deve ser prejudicial para melhora do paciente.
Espero com ansiedade o próximo capítulo.
Muita SAÙDE.
Abraçosssssssssssssssss.
ANA CÉLIA DE FREITAS.
OLÁ CRIANÇASSSSSSSSSSSSSSSSS.
ResponderExcluirNão deixem de acessar o Jornal Comércio da Franca de hoje e ler o palpitante assunto abordado pelo jornalista Garcia Netto.
Beijossssssssss.
ANA CÉLIA DE FREITAS.
Eu deixei de ler o jornal Comércio da Franca e o papai parou de assinar depois que o Edward saiu de lá, Ana Célia. Até o site do jornal já deletei, pra nós perdeu a graça. Estamos assinando agora o Diário da Franca.
ResponderExcluirMilton, estamos todos gostando de sua série em minha casa. Eu, minha irmã Mayara e meus pais lemos o capítulo de ontem e de hoje. Meus cumprimentos. Vamos continuar seguindo.
Beijos a você, Nivia e ao Edward!
Ana Claudia - Unifran - Franca - SP.
A série continua interessante e emocionante, Milton. Já estou aguardando os dois capítulos finais. Ficou excelente com a participação da Liliana. Sabe que me veio uma idéia e vou sugerir a vocês do blog? Creio que o certo seria me dirigir ao Edward, mas como sei que são unidos, veja se aprovam. Não sei, claro, se a Liliana (prefiro chamá-la assim, Drª fica muito formal), teria tempo suficiente. Num dia da semana poderiam abrir espaço neste blog para perguntas sobre medicina, no caso, parece-me que é cardiologia sua formação, cujas respostas seriam dadas por ela. É preciso que ela deixe claro as perguntas que poderia ou não responder, seria muito bom e certamente todos iriam participar para tirar suas dúvidas. Mesmo que fosse num final de semana. Vejam com a Liliana se isso é viável, caso queiram aceitar minha sugestão.
ResponderExcluirBjos a todos vcs
Bruna - UFJF - Juiz de Fora/MG
Caros e prezados amigos, cheguei!
ResponderExcluirDesde às 9 da manhã estou por conta do sopão, que todas as terças feiras nós disdribuímos pelos bairros mais carentes. Acabei de chegar e após ler tudo o que escreveram e principalmente, o relato de querido Milton Saldanha tenho a ponderar duas coisas: Impressionante a galhardia com que o Milton enfrentou aquela situação deprimente. Se fosse comigo, não teria aquele auto controle todo. Para mim, UTI é a antecâmara da morte pois se você não "capota" pelo mal maior, sai dali todo "fubecado" com as infecções decorrentes da estadia forçada (pelo menos na minha cidade é assim). Além do mais, temos que ficar com aquelas camisolas horríveis que nos deixam com a bunda de fora... Deus que me livre desse fim!
Quanto ao Russomano, lembro-me perfeitamente daquele rapazinho magrelinho com a câmera na mão pelos corredores do Hospital (não sabia que era o São Camilo) e como todos os brasileiros, fiquei profundamente comovido à época. E essa comoção nacional levou-o aos "píncaros" da glória (acho que é recordista de votos). Entretando, a glória é perversa e corrompe a maioria dos seres humanos. Hoje ele responde por, pelo menos, dois processos no STF, por fraude eleitoral e por peculato.
E daí, Milton você colocou as safenas ou ficou com as "mamárias" daquela sósia da Marilyn Monroe brasileira?! rsrsrs
Abraços a todos
João B Gregório
Queridas e queridos, pela ordem de entrada: Tatiana, Daniela, Andressa, Giovanna, Adriana Karnal, Talita, Liliana, Laércio H.Pinto, Miguel Falamansa, Ana Paula, Carol, Juninho, Mari Amorim, Nivia Andres, Ana Célias de Freitas, Ana Claudia, Bruna e quem mais possa ter postado enquanto escrevo. Obrigado do fundo do coração (que está OK)pela participação maravilhosa, inteligente, bem-humorada, franca, honesta e estimulante a este escriba. A Liliana ficou indispensável neste tema, nos ajudando a entender as questões mais técnicas e que fogem do nosso universo, já que temos outras profissões. Querida Andressa: sua curiosidade sobre a questão divina precisa de uma resposta. Eu indiquei que falo sobre isso no final do último capítulo, mas como a pergunta voltou vou dizer algo rápido. Evito ficar expondo argumentos que não me permitem acreditar em Deus, pelo temor de ofender as pessoas de fé. Não quero fazer a cabeça de ninguém. A fé religiosa é um direito, ponto final. E eu exerço meu direito de não crer. Entendi com clareza sua pergunta, que por sinal é muito interessante, vale a pena comentar sim. Num momento de desespero, para alguns, ou melhor, muitos, surge a necessidade de se apegar à fé. A minha cabeça não funciona assim. Ocorre exatamente o contrário: quanto maior o problema, meu ou de outros, menos acredito. Não posso aceitar, por exemplo, a existência de Deus (dentro do conceito de bondade que tanto se apregoa)ao lado das piores tragédias, que levam pessoas a sofrimentos brutais. Desculpe, um pai não faria isso com seus filhos, mesmo que fossem travessos ou mesmo rebeldes. Isso, ao meu ver, nega a fé. Tenho mais de uma centena de outros argumentos para não crer, mas isso não é o tema aqui. Logo, em nenhum momento, nem por um segundo sequer, tive qualquer sentimento que pudesse abalar minhas convicções atuais.
ResponderExcluirBeijos a todos!
Milton Saldanha
Amigas e amigos: lendo os comentários comecei a ficar preocupado. Não foi minha intenção neste depoimento público criar medo em ninguém, muito menos transformar a imagem dos hospitais em sucursais do inferno. Claro que hospital não é um lugar agradável, como não é a cadeira do dentista ou um tribunal de justiça. Eu, pelo menos, prefiro a praia, o baile... Mas não vamos também criar um imaginário além do real, fantasioso. Colhi para o depoimento as recordações mais duras, mas lá também consegui dar boas risadas com amigos e médicos, pude refletir sobre minha vida, cuidei da minha saúde e pude repousar. Se amanhã algum de vocês tiver que ir para uma UTI, não se sintam como indo para um matadouro, que não é nada disso. Lá estão todos os recursos e os melhores profissionais do hospital, com certeza, para cuidar de você. Vejam então com esses olhos, com esse sentimento, e façam de tudo para colaborar com os profissionais. Ah, mas eu conto coisas muito trágicas. Conto porque a realidade é assim, não estou descrevendo um parque de diversões. O que não quero é transmitir terrorismo. E é importante esclarecer: meu impulso ao pânico no primeiro dia de UTI não foi por medo, mas por desconforto, pela sensação de inutilidade, de tempo perdido sem poder fazer nada produtivo, sequer ler, coisa que amo. Foi meu batismo, depois passou. O hospital salvou minha vida, isso é o que vale.
ResponderExcluirBeijos a todos!
Milton Saldanha
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirJoão e professor João Paulo, obrigado a vocês também, mais uma vez, pelos comentários. João, adorei sua piada. Espero que as mamárias da moça estejam no mesmo lugar, e se não estiverem não tenho nada com isso.
ResponderExcluirAbraços calorosos!
Milton Saldanha