sexta-feira, 8 de maio de 2009

UM SORRISO QUE ESPANTA E DENUNCIA

J. Morgado
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O Menino na calçada
*
Diz o poeta que "o sorriso da criança anuncia ao mundo que Deus nos ama!" É a verdade! Principalmente se o sorriso partir de uma criança sadia, corada, rodeada de flores e bem vestida, como nas folhinhas de fim de ano! Se as possibilidades financeiras forem boas para ótimas, então a criança terá sempre um sorriso muito grande, além de inocente, franco, alegre, saudável e gratificante. Mas se a criança for pobre, filha órfã de pais vivos, se for a oitava de uma série de nove; se estiver doente, em consequência da má-alimentação que tem; se for raquítica, esquelética, subnutrida, cheia de manchas na pele, mal vestida e cheirando a suor e urina e, com fome, o seu sorriso será triste, melancólico, desanimador. Será um sorriso que amedronta, espanta e denuncia!
Lá estava eu, fazendo uma fezinha na lotérica. O prêmio estava acumulado e, como todo bom brasileiro, que ainda acredita em contos da carochinha, arriscava um palpite que havia anotado dos finais das placas dos carros estacionados nas proximidades. Depois de gastar os valiosos reais, fiquei batendo papo com o dono da casa de apostas. Jogando conversa fora, observava um garoto que na outra calçada, cujo meio-fio servia de estacionamento, trabalhava febrilmente com uma garrafa de água e um pano, pedindo aos motoristas que deixassem limpar os vidros dos veículos em troca de uma ou mais moedas. Alguns aceitavam de bom grado, via-se isso pela expressão de seus rostos. Outros, aborrecidos, aceitavam de uma maneira forçada, para não ficarem com a consciência pesada, pois o aspecto do menino era realmente deplorável. Alguns, talvez a maioria, arrancavam com o carro falando palavrões ou simplesmente dizendo não. Quando isso acontecia, o garoto sentava-se na calçada mostrando em sua face o aborrecimento e, provavelmente, o rancor e a revolta encarcerada dentro de seu ser. Curioso, e porque não dizer, tocado pela cena, atravessei a rua e tentei entabular conversa com o garoto. Depois de alguns instantes, entre hesitante e receoso ele me disse com palavras trôpegas: “pois é seu moço, ainda não ganhei nada, nem pra tomar um café reforçado”. Perguntei então qual a idade dele: “não sei não seu moço”, foi a resposta. Perguntei ainda onde ele morava. Respondeu-me que residia muito longe ao pé da serra, junto à mãe que estava muito doente. Com dificuldade entendi que o garoto era o único sustento da família e além daqueles reais, amealhados durante as horas que ali ficava “flanelando” os automóveis estacionados, conseguia alguns alimentos de algumas almas caridosas que de vez em quando encontrava em seu caminho. Perguntei ao menino se ele tinha alguma ajuda da Prefeitura, ou seja, do Serviço Social, e ele respondeu: “não sei o que é isso não seu moço!” Conversando mais um pouco com aquele garoto, soube que ele não tinha irmãos.
Na verdade, apesar de seu aspecto raquítico, o menino aparentava ter mais ou menos dez anos de idade. Ainda curioso e tocado pela situação, convidei-o a ir até a lanchonete do outro lado da rua e ali servir-se de um lanche. O “flanelista” não se fez de rogado e incontinenti me acompanhou. Comeu alguns salgados, tomou um refrigerante com sofreguidão e disse: “brigado seu moço”. Em seguida atravessou a rua de volta ao estacionamento onde, com mais vigor, retomou o seu “ganha-pão”.
No entanto, como um aposentado não tem muito lá o que fazer, fiquei por ali conversando com pessoas conhecidas que ia encontrando. O assunto quase sempre, depois dos cumprimentos de praxe, era a situação do garoto flaneleiro e de outros mais na mesma situação que circulavam pelas ruas ora carregando papelão, ora procurando latinhas de alumínio ou outro material qualquer para poderem sobreviver. Depois dos bate-papos, fui atender outros afazeres, que me levaram algum tempo, duas ou três horas, talvez. Quando eu estava em outra rua, percebi em uma escadaria que várias crianças cercavam uma mulher ainda de aparência jovem e forte. O tal do “flaneleiro” fazia parte da turma. Ao reparar em cada uma das crianças, seis ao todo, constatei que eram todos mais ou menos parecidos uns aos outros. Aproximei-me e procurei entabular conversa com àquela família. O garoto, meu conhecido, ficou todo sem jeito ao me encarar, pois pode constatar que a “a mentira tem pernas curtas”. Havia me contado uma história que acabava de desmoronar diante do fato presente. Mas, não dei importância ao garoto e conversei com a mulher, perguntando a ela porque em vez de esmolar para sobreviver não procurava um trabalho.
Depois de muito hesitar, contou-me a seguinte história. Disse que havia sido abandonada pelo marido e como não sabia ler e escrever e não tinha nenhuma profissão, além de morar em um barraco sem nenhum recurso e com seis filhos para criar, não viu outra solução a não ser mendigar ou colocar seus filhos nas ruas para ganhar o sustento de cada dia. Mas o caso não acaba aí. O maior problema, é que aquela mulher estava infectada com o vírus HIV, ou seja, Aids, e por esse fato vivia com o “coração na mão” usando suas próprias palavras. E o pior de tudo é que não tinha nenhuma ajuda ou iniciativa para buscar quem a ajudasse, pois a ignorância, aliada a extrema pobreza, previa um futuro bem negro, não só para àquela criatura, como para seus filhos, onde estava incluído o menino da calçada.
A conclusão a que chegamos é a da que temos participação direta neste episódio, participação negativa pela omissão, pela indiferença com que temos agido, pela frieza com que temos contemplado as coisas e passado adiante, sem nos determos nos problemas que originam estas imperfeições e injustiças e sem pararmos para tentar, pelo menos tentar, soluções que o caso exige.
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*J. Morgado é Jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. Morgado escreve quinzenalmente neste blog, sempre às sextas-feiras. E-mails sobre esse artigo podem ser postados no blog ou enviados para o autor, nesse endereço eletrônico: jgacelan@uol.com.br
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23 comentários:

  1. Bom dia, J. Morgado!
    Isso podemos chamar de experiência e argúcia de um bom jornalista. Saber observar à sua volta e tirar proveito de uma ida a uma casa lotérica e perceber os graves problemas sociais de nosso mundo atual. São esses meninos, Morgado, que mais tarde se transformam no "Carequinha" do artigo de ontem do Edward. Falta de estrutura para crescer e ser gente. Falta educação, como foi debatido incansavelmente ontem, para que tenham suporte mais tarde e uma vida normal, longe dos bolsões da miséria. Parabéns pelo artigo.

    Karina - Campinas - SP.

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  2. Sabe J. Morgado. Estive lendo com atenção, como sempe faço, esse seu texto. Esse garoto talvez nem tinha a intenção de mentir, ao dizer que não tinha irmãos. Seria até melhor para ele dizer que tinha muitos outros, assim conseguiria atrair mais compaixão pela situação triste dele, irmãos e mãe. Possivelmente não estava muito a fim de contar seus problemas, por um motivo ou por outro. Que tristeza essas crinças jogadas, abandonadas e com uma mãe com pouco futuro pela frente. Esse é o nosso Brasil, infelizmente!
    Abçs,

    Morgana ( Cásper Líbero ) SP.

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  3. Sr. Juliano, seu artigo chama atenção para um problema que está se tornando invisivel aos olhos do Estado.
    A prefeitura, que deveria cuidar dessa problemática,omite-se, sobrando para a comunidade o ônus desse descaso.

    Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
    LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990

    Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
    Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
    Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.

    Que Deus continue lhe iluminando.
    Cristina- SP

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  4. Sempre me entristece quando leio artigos falando dessas nossas pobres crianças jogadas ao léu. A Cristina, com propriedade, citou o Estatuto da Criança e do Adolescente, cujas determinações ficam apenas no papel, apesar de ser um estatuto que veio para ficar e se impor, ou seja, tem que ser obedecido. Nossas autoridades, ao que parece, não entendem assim.
    Obrigada, J. Morgado, artigos assim servem para abrir os nossos olhos com relação a essa questão, como também servem para rogar maior atenção dos órgãos competentes, quase sempre omissos.
    Bjos....

    Lidiane ( Metodista) S. Bernardo

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  5. Alô amigos

    Agradeço as palavras elogiosas sobre o conto-artigo inserido hoje no blog. Porque conto- artigo? Inicialmente era apenas um conto baseado no cotidiano. Acontece que, meu grande amigo e mestre, Edward de Souza, sugeriu transformá-lo em algo mais atual, daí seu acréscimo no início e no final de o “Menino da Calçada”, que na verdade é uma Crônica.
    Portanto caros leitores, estou dividindo o crédito com o meu irmão EDWARD DE SOUZA e informando que outros contos surgirão, dentro do que eu chamo de “Párias da Sociedade”, um alerta para que possamos olhar a miséria e os problemas existenciais com outros olhos.
    Obrigado Edward. Obrigado aos freqüentadores deste BLOG

    Muita Paz.

    J. Morgado

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  6. LUIZ ANTÔNIO DE QUEIROZsexta-feira, 08 maio, 2009

    Caros amigos,

    Com o arrefecimento das relações afetivas por causa do egoísmo, nos deparamos constantemente com situações semelhantes à vivenciada pelo amigo Juliano.
    Se por um lado houve um progresso no campo científico e intectual, moralmente ainda estamos capengas. Esses problemas sociais, fruto do egoismo, não deve ser imposto simplesmente às autoridades. É um problema de cunho social,de responsabilidade de todos nós. Não podemos também generalizar, pois existem muitos seres encarnando no planeta ainda em condições intelectuais e morais atrasadas e outros tantos resgatando débitos do passado. Portanto não devemos julgar nem esse e nem aquele. O julgamento que devemos fazer é quanto às nossas atitudes frente às misérias humanas. A lei do amor e da caridade deve ser obedecida, pois só seremos salvos por ela. Portando façamos a nossa parte e peçamos a Deus que nos dê força para nos libertarmos do egoísmo.

    Abraço Fraterno

    Luiz Antônio de Queiroz

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  7. Olá Morgado, tudo bem?
    Olha, não há políticas públicas permanentes para o acolhimento dos moradores de rua, mas sempre há situações de emergência onde, em nome da beleza da cidade, essas pessoas são varridas prá debaixo do tapete. Digo isso porque aconteceu aqui no Rio de Janeiro, por ocasião dos Jogos Panamericanos. A Prefeitura daqui, para mostrar que o Rio é uma cidade limpa, não recolheu nem ajudou os mendigos, simplesmente promoveu o que chamaram de "higienização e limpeza pública". Ou seja, correram com os mendigos, jogando-os para outros lados. Acabou o Pan estão todos de volta. Não estão nem aí em investir no social. Caso dessa mãe com Aids e seus seis filhos, contando em sua crônica, existem milhares de outros pelo País. No Rio então, nem se fala. Uma pena!

    Beijos no coração,

    Fernanda - Rio de Janeiro

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  8. Ôi J. Morgado!
    Acompanhei com atenção seu relato e creio que essa frase cabe bem: “O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.”
    Albert Einstein.

    Abçs...

    Adriana ( Cásper Líbero) SP

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  9. Boa Tarde Juliano!!!

    Não podemos nos afastar das raizes que nos foram concedidas ao esclarecimento consciencial, como o espiritismo a luz do Cristo!
    Por claro é que desta forma, assim como tudo passariamos a enxergar os "belos dentes do cão" que jaz em putrefação pelo caminho, ao inverso do mau cheiro da carniça e seus efeitos biologicos e naturais, assim como fez o Cristo!
    Mais natural é ainda que possamos ceder as inferioridades que nos dominam, até a raiz, muitas vezes nos desvirtuando do caminho de luz, do qual Ele foi o engenheiro, para satisfazer o orgulho, a vaidade e o egoísmo...
    Mais natural ainda são as futuras reencarnações, para que nelas possamos expurgar as inferioridades que nos dominam, demonstrando a continua misericordia de Deus para conosco!
    Menino na calçada, mãe doente, miseria, etc, frutos de vidas mal aproveitadas no desperdicio dos tesouros a nos postados, ao antigo homem orgulhoso, rico, desperdiçador, orgulhoso, melindroso, vaidoso, caprichoso, a possibilidade da reeducação em uma vida de luta, aquisições de valores esquecidos..., no qual só a doutrina esquecida pode explicar e consolar....
    O Cristo morreu por nos pregado em uma cruz e nos o que fazemos por Ele???

    eduardo caram

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  10. Prezado J.Morgado, li seu artigo e acompanhei os comentários do Senhor Luiz Antônio de Queiróz. Ele pede para que façamos nossa parte. Quer mais? Existe no mundo um povo tão caridoso como o brasileiro, Senhor Queiróz. Lembre-se das tragédias ocorridas em nosso País, a mais recente em Santa catarina. O Brasil inteiro se uniu e toneladas e mais toneladas de roupas e mantimentos foram enviados aos flagelados. O Edward de Souza, esta semana, contou sobre mendigos que vendiam pontos da catedral da Sé, a preço de ouro. Portanto, Senhor Queiróz, não culpe nós, os brasileiros. Os mendigos se dão tão bem aqui que se dão ao luxo de comercializar pontos para esmolar.

    Pagamos muitos impostos para que não existam em número suficiente albergues noturnos para estes “cidadãos” marginalizados, pela sociedade e por eles mesmos (alguns são realmente vagabundos, e outros tem problemas mentais). É também obrigação do estado e do Governo Federal ter quantos abrigos noturnos para estas pessoas quanto o necessário, além de políticas sérias para tirá-los das ruas. Afinal, Senhor Queiróz, dinheiro para fazerem falcatruas tem aos montes, agora para cuidar destes desgraçados, não tem? Chega de jogar tudo pra cima do povo!

    Paolo Cabrero - Itú - SP.

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  11. Esse seu artigo vira mesmo polêmica, J. Morgado. Outro dia uma amiga minha, de brincadeira, entrevistou alguns pedintes em semáforos aqui de Santos, depois sentou-se e fez uns cálculos, gostaria de mostrar a todos. Veja só: Um pedinte trabalha em uma esquina. Ele aproveita, portanto, dois sinais de trânsito. Vamos supor também que cada sinal demore 45 segundos, o que dá tempo de pedir esmola a uns 8 carros. Portanto em 1min30s ele pede a 16 carros. Se apenas 1 destes 16 carros der esmola, digamos R$ 0,25,veja o que acontece.

    Em 1min30s ele ganhou R$ 0,25
    Em 3min ele ganhou R$ 0,50
    Em 30min ele ganhou R$ 5,00
    Em 1h ele ganhou R$ 10,00
    Fazendo um "expediente" de 8h, o ganho vai a R$ 80,00/dia. Trabalhando 20 dias em um mês o pedinte ganha R$ 1.600,00! Não vai querer nunca sair das ruas, seja a política que tiver.

    Bjos....

    Thalita (Santos) - SP.

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  12. Eu estava entrando para postar meu comentário sobre a matéria de J. Morgado quando a Thalita tinha acabado de deixar o seu. Sabe, Thalita, Os "flanelinhas" basicamente ocupam um espaço deixado vago pela irresponsabilidade e incompetência do Estado.

    Não precisava nem de pesquisa, quem já fez pedágio em trote, como nós, estudantes, tem noção de que dá pra tirar uma grana boa nisso.

    A situação é essa. Aí vcs vão querer que um pedinte vá trabalhar como servente de pedreiro ganhando salário mínimo?

    Beijinhos a todos...

    Andressa ( Cásper Líbero ) S. Paulo

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  13. Profundo e aguçado senso de observação social e sensibilidade para retratar a realidade são pontos fortes em nosso querido Juliano Morgado. Uma característica rara no jornalismo e que deve servir de exemplo àqueles que estão começando. Pois a cronica reflete aquilo que, cotidianamente, encontramos em nossas ruas. Jogar com a verdade e a mentira são apenas tentativas de defesa de crianças que já nascem no mundo-cão.
    A sequencia infeliz da escalada de meninos como o da crônica dificilmente rompe o ciclo vicioso de serem adotados pelo tráfico de drogas, num primeiro momento e, depois, mergulharem no crime e na violência. Mais do que compaixão, a industria de marginais de nossa sociedade faz dela mesma sua maior vítima. Quando vamos afastar a hipocrisia e o falso puritanismo que não permite, principalmente através das religiões fundamentalistas, que se discuta seriamente a urgente necessidade de criarmos uma política de controle da natalidade ( que não é, necessariamente, incentivo ao aborto) e da paternidade responsável? Olhem o que acontece na China, por exemplo.
    Parabéns, Morgado e Edward por mais este tema para reflexão.

    Grande abraço,

    édison motta
    Santo André, SP

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  14. Senhor J. Morgado
    Estava lendo seu ótimo artigo desta sexta-feira, mas não concordo com alguns comentários que li. Eu não recomendo dar dinheiro para estes mendigos nos semáfaros. No final do mês passado eu dei dinheiro para um homem aqui no centro de Maringá. Quando voltei do meu compromisso ele estava tomando cerveja com o dinheiro que dei. Nunca mais eu caio nessa. Agora, querer que esses mendigos Fiquem em abrigos ou albergues? É lógico que não querem! Lá eles não podem fumar seus cachimbos de crack em paz, muito menos tomar sua cachaça. Esse é meu ponto de vista.

    Fabrício Goulart Alcântara - Maringá

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  15. Caro Morgado
    Excelente seu artigo de hoje. A propósito, no último sábado (2), assisti no proegram Zoom, da TVCultura, um curta metragem nacional com o título "10 Centavos", que fala justamente de um garoto que olha carros no Centro de Salvador (BA). O menino (9/10 anos)fica o dia todo na rua e ao final da tarde conseguiu apenas 10 centavos com seu "trabalho". Aqui em São Bernardo você encontra um bando de garotos destes em cada esquina. Eles vêm de favelas de São Bernardo e, principalmente, Diadema. Conheço alguns e as histórias se assemelham ao seu relato. A maioria mente por vergonha ou pra sensibilizar. O destino do arrecadado, pelo óbvio, nem sempre é o relatado com veracidade.
    Parabéns pelo artigo

    Oswaldo Lavrado-SBCampo

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  16. Vera Lúcia Penteadosexta-feira, 08 maio, 2009

    Jornalista J. Morgado, parabéns pelo seu artigo. As crianças que mendigam em faróis não necessariamente moram na rua. Veja essa pesquisa feita recentemente em São Paulo, pela Prefeitura do município. Ela mostram que 85 por cento delas moram com sua família, em bairros periféricos ou em municípios da Grande São Paulo, e vão para os cruzamentos da capital a cada dia, com um adulto ao lado, que explora seu trabalho (basta olhar os arredores que se encontrará alguém à espreita, nem sempre um familiar).

    Para finalizar, deixo aqui um alerta: a mendicância das crianças nos faróis é trabalho infantil e qualquer tolerância da sociedade com esta prática é inaceitável. Também o são a guarda de veículos, a venda de flores, a coleta de material para reciclagem ou outras formas de trabalho que lhes roubam tempo dos estudos ou dos folguedos.
    Abçs.

    Drª Vera Lúcia A. Penteado - São Paulo - Capital

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  17. Caro jornalista,

    São muitas essas historias tristes que encontramos hoje na sociedade.
    É desanimador ver que muitos de nos estamos em um mundo completamente diferente deste, mesmo morando no mesmo lugar onde pessoas sofridas e com histórias semelhantes a essa moram.
    Mesmo sabendo dos desígnios de Deus, ficamos aborrecidos com essas “injustiças”.
    Mas essa história não nos é por acaso, em tudo que nos acontece temos que tirar boas lições e tentar ser melhor a cada dia.
    Ótimo artigo. Muito obrigada por mais esse tema para reflexão.

    Renata - SBC

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  18. Belo artigo.

    Deparamos-nos quase todos os dias com cenas semelhantes ao do seu artigo.
    É muito fácil darmos uma esmola, para nos livrarmos da situação, porque estamos sempre correndo e tememos o sentimento de que esta situação pode nos causar.
    Quando realmente nos envolvemos com pessoas que tenham problemas como este, sentimos como é difícil lidar com tamanho sofrimento e ignorância.
    Para não estender o assunto só digo uma coisa: com tanta riqueza neste país, somos chamados ainda de país de “Terceiro Mundo”.
    Parabéns por mais esse artigo.

    Jacira - SBC

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  19. A situação desse menino e de sua família é corriqueira na maioria das cidades brasileiras. Mas há exceções e elas devem ser conhecidas.

    Temos exemplo bom aqui em Santiago. Aqui há turno oposto nas escolas municipais - ascrianças entram de manhã e só saem do colégio à tardinha. Tomam o café da manhã, estudam, almoçam e, no turno da tarde, praticam esportes, têm aula de música, artesanato, teatro, etc. Através deste programa, não há crianças nas ruas. Há muitos anos não vejo pedintes nas ruas de Santiago.

    Claro que aqui é mais fácil desenvolver qualquer programa social, porque a cidade é pequena - 50 mil habitantes. Mas tudo está na capacidade dos governantes de tomarem atitudes que mudem a realidade.

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  20. Queridas amigas e amigos
    A crônica de cotiidiano do J.Morgado, com simplicidade e sensbilidade, é um retrato do Brasil que encontramos de norte a sul. Esmolas, assistecialismo social, não resolvem problemas estruturais. O assistencialismo só gera acomodação dos amparados por caridade. A escola deveria ser obrigatória, sob pena de prisão dos pais, como já foi o serviço militar. Concordo totalmente com Édison Motta, tem que haver sim controle de natalidade. A Igreja condena, mas a Igreja não é a nação. Tem todo o direito de defender seus principios, mas não pode impor nada ao conjunto da sociedade, como se fosse um poder acima do bem e do mal. Condena e depois se omite na hora do problema. Enquanto isso esses infelizes, à margem de qualquer organização e processo social, vão colocando filhos e mais filhos no mundo. Logo, aumentando a cada dia um problema que já é imenso, e bota imenso nisso.
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  21. Amigo e méstre Juliano Morgado.
    Em seu relato de hoje, está o retrato falado do que acontece neste nósso Páis, com a infância e juventude, não só na sua Cidade, mas no Brasil inteiro.
    Por culpa de uns poucos "iluminados" que resolveram com o Estatudo da Criança e do Adolecente, ser aos menóres proibido de trabalhar (outras coisas pódem fazer), temos que presenciar em quase todos semáforos em cruzamentos, ou mesmo nas calçadas as crianças transformando-se em mendigos,a fim de ajudar no sustento da familia.
    Tivessem um trabalho digno garanto que a maioria deles não estariam nas ruas.
    Se houvésse um planejamento familiar, éssa mãe desamparada, também não teria 6 filhos para cuidar.
    Se as Autoridades em geral, tivéssem mais vergonha na cara, esses menóres teriam um local apropriado para ficar, com o amparo humano que nescessitam.
    Enfim, meu amigo, como nada disso é possivél em nósso Páis, ficamos nós, o pôvo sem entender o porque déssa miséria e desamparo para com a nóssa gênte, enquanto os politicos (todos)nos roubam e muito!
    Mas asssistimos as propagandas pela televisão alardeando que o "Brasil é um Páis de Todos"
    só que na realidade, "O BRASIL É UM PAÍS DE TOLOS".
    Abraço J Morgado, e obrigado por mais ésta aula.
    Abraços ao amigo Edward e parabéns mais uma vêz pelo seu exelênte Blog.
    Tenham todos um òtimo final de semana.
    Admir Moragado
    Praia grande SP

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  22. Boa noite, Jornalista J. Morgado.
    Muito interessante sua história nesse blog. É preciso apenas que as pessoas saibam distinguir quem é um mendigo. Desafio qualquer um desse blog a me dizer, vindo aqui em Belo Horizonte, quem é verdadeiramente um mendigo. Não vai acertar uma. Aqui em Belô existem alguns que vêm de carro zero para o centro, esmolar. Verdade! Virou indústria.

    Uma boa noite ao senhor e a todos desse blog

    Altair Mendonça - Belo Horizonte

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  23. La ringrazio per intiresnuyu iformatsiyu

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