quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

As armas (duas metralhadoras e bazucas, além de granadas) que haviam sido encontradas no jornal são enfatizadas no inquérito instaurado pela secretária da Segurança Pública e a família proprietária de O Estado de S. Paulo não apresenta formalmente nenhuma contestação, só Júlio de Mesquita chama Adhemar de “um fantoche a serviço de Vargas.”

“As armas não teriam sido depositadas na sede de O Estado por pessoas interessadas em calar o único jornal que luta para romper a censura à imprensa?” pergunta-se nas ruas. O Interventor Federal nem dá ouvidos. O inquérito o convence que se trata de um complô para derrubar Vargas e, além de Júlio de Mesquita Filho e Paulo Duarte (foto), ele manda prender 41 pessoas, inclusive o jurista Francisco Morato, colaborador de O Estado de S. Paulo e, até então, o único brasileiro com o título de professor emérito da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e homem de uma oratória instigante. Ao ser preso, Morato organizava as celebrações do centenário de nascimento do conselheiro Antônio Prado, fundador do Partido Democrático, o qual havia sustentado a candidatura presidencial do ex-governador Armando de Salles Oliveira. No entendimento do Interventor, essas comemorações seriam utilizadas como um pretexto para os seus organizadores promoverem manifestações de rua contra o Estado Novo, inclusive com o uso de armas.

Concluído o inquérito, o governo federal confisca as ações da empresa jornalística O Estado de S. Paulo por 20 mil contos de réis, mas a família Mesquita recusa-se a receber sua parte, preferindo manter o direito de um dia recomprar as ações confiscadas e tê-las de volta. O jornal havia sido fundado em 1875 por um grupo liderado por Américo Brasiliense e Campos Salles, com o nome de Província de S. Paulo e desse grupo Júlio de Mesquita, representante da elite agrária paulista, o patriarca da família, comprou a maioria das ações, alcançou a direção e nela permaneceria, exceto numa rápida passagem de Rangel Pestana.
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Boa parte dos paulistas não se conforma com o fato de o jornal ter sido retirado à força por Getúlio Vargas e esse inconformismo deixa-o em situação incômoda. Então, por intermédio do chefe do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), Lourival Fontes (foto), tenta repassar as ações à Associação Paulista de Imprensa, que rejeita a oferta. Lourival sugere ao governo transferir as ações aos funcionários do próprio jornal para eles o gerenciarem por meio de cooperativa, mas Vargas não aceita a proposta e, a despeito das pressões do povo paulista, decide continuar a tocar o Estadão, como o jornal passaria a ser conhecido.

Em consequência dessas notícias e de que no relatório final do inquérito do delegado Hugo Auler, enviado ao Tribunal de Segurança Nacional, é citado como um dos incentivadores do plano contra o Estado Novo, Armando de Salles Oliveira vê a saúde declinar no exílio. Ele dá conferências nos Estados Unidos, mas a vontade de retornar ao Brasil não o abandona, então para ficar mais próximo do país de origem decide transferir-se para a Argentina, mas o ministro das Relações Exteriores, Oswaldo Aranha (foto), dificulta na diplomacia americana o endosso no passaporte para ele deixar o país e, assim, Armando fica mais indignado e deprimido.
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A doença do ex-governador chega ao conhecimento de Adhemar de Barros, este chama ao seu gabinete o poeta Cassiano Ricardo, funcionário público estadual lotado na Secretaria de Governo, figura de proa do movimento modernista de 1922 e escritor consagrado, por quem o Interventor tem especial admiração. Adhemar pede-lhe para escrever uma carta a Getúlio Vargas, na qual, em nome da pacificação do estado, sugere o retorno de Armando de Salles Oliveira ao país e a sua presença na vida pública, sem retaliações. Cassiano redige então um documento que seria apontado como um dos melhores já escritos na política brasileira, mas Adhemar, precavido por não saber qual será a reação de Vargas, não o divulga.

Ao receber a carta e lê-la, o ditador considera o pedido de perdão típico de um homem ingênuo, que não sabe tratar inimigo como inimigo. Então, de uma hora para outra, Adhemar torna-se alvo de uma forte campanha iniciada por Epitácio Pessoa Cavalcanti, o Epitacinho, (foto), amigo pessoal de Getúlio e por Coriolano Góes, ex-secretário da Fazenda do Interventor. Eles preparam um dossiê entregue a Vargas no qual alegam ser a administração paulista perdulária, de ter ligações com integralistas, que teriam informado ao Interventor as reuniões secretas na sede de O Estado de S. Paulo. Ainda lembram os discursos antigetulistas que Adhemar pronunciava na Assembléia Legislativa como deputado estadual.
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No Rio, Getúlio Vargas havia esmagado a “revolução verde”, liderada por um outro paulista, Plínio Salgado (foto), chefe dos integralistas, também preso e enviado ao exílio em Portugal. Plínio havia sido enganado: Getúlio lhe prometeu o Ministério da Educação se contasse com o apoio dos integralistas para derrotar os comunistas. Teve esse apoio e não cumpriu a promessa, então os “camisas verde”, como os integralistas eram chamados, realizaram um movimento armado contra a ditadura, que os dominou. No Ministério da Educação, sonho de Salgado para infundir na juventude a sua doutrina, continuou o político mineiro Gustavo Capanema, assessorado por um outro mineiro, o poeta Carlos Drummond de Andrade.
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Mas, nesse ano, não era Drummond quem brilhava no mundo das letras e sim a poetisa, professora e jornalista Cecília Meirelles (foto), autora de artigos incisivos contra a ditadura Vargas, no Diário de Notícias: “Educação, para mim, é botar, dentro do indivíduo, uma estrutura de sentimentos, um esqueleto emocional,” escrevia a jornalista e poeta, que possuía um rosto afável, mas um gênio de revolucionária. A ela recorre um jovem com o desejo de se introduzir nos mistérios da arte da palavra escrita e falada, para vingar o pai que havia sido preso e humilhado sucessivas vezes pelo ex-presidente Wenceslau Braz e por Getúlio. Nome: Carlos Lacerda. Assim como o pai, jornalista Maurício de Lacerda, Carlos havia comungado do ideal comunista, o qual renegou ao descobrir que se tratava de “uma ditadura mais organizada que a de Vargas.”
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Carlos Lacerda (foto), aproxima-se dos opositores de Vargas, inclusive das famílias Mangabeira (João e Otávio) e Mesquita (Júlio de Mesquita Filho e Júlio de Mesquita Neto) e começa a articular a cisão das forças armadas. Ele entende que a queda de Getúlio passa por um processo de desunião da Marinha, Exército e Aeronáutica e com este pensamento conquistaria à sua causa a simpatia de oficiais graduados como o general Juraci Magalhães e o Brigadeiro Eduardo Gomes, que o ajudariam a costurar amplo acordo nacional e formalizar a criação da UDN (União Democrática Nacional).
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Getúlio Vargas (foto), demite da Interventoria Federal em São Paulo Adhemar de Barros, de quem passou a desconfiar com o pedido de perdão para Armando de Salles Oliveira. Então Carlos Lacerda, que se transformaria em gênio da oratória política e jornalista panfletário e combativo, encontraria campo fértil para espalhar a idéia de que movimentos de rebeldia isolados não adiantavam e só uma união nacional possuiria as característica para derrubar o ditador. Ele seria preso mais vezes do que o pai, e a cada prisão cresce o sentimento de ódio à ditadura e não o faria desistir da ação de aplicar quantos golpes fossem necessários à queda de Getúlio Vargas.
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CARLOS LARANJEIRA
começou no Jornal da Bahia, Salvador, no ano de 1968, época em que Glauber Rocha era o editor do Suplemento Cultural no qual escreviam João Ubaldo Ribeiro, Caetano Veloso, Tom Zé, Tuzé de Abreu, Capinam e outros menos conhecidos no Sudeste, a exemplo de Florisvaldo Matos, um dos poetas mais consagrados do estado, hoje editor-chefe do jornal A Tarde. Na Bahia, trabalhou também na Rádio Cruzeiro e na Semana Católica, criada por Dom Eugênio Salles, Arcebispo de Salvador e Cardeal Primaz do Brasil. Diretor do POLÍTIKA DO ABC e do JORNAL DO LIVRO, o jornalista é autor de vários livros, o mais recente, POLÍTICA PARA PRINCIPIANTE.
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Na próxima quarta-feira o quinto capítulo da série “Histórias de Adhemar”, escrita por Carlos Laranjeira com exclusividade para este blog. (Edward de Souza).
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21 comentários:

  1. Bom dia amigos (as)...
    Com alguma dificuldade, encontramos problemas técnicos junto ao Google, estamos postando o quarto capítulo desta série exclusiva - "Histórias de Adhemar" - escrita pelo jornalista Carlos Laranjeira. Perceberam que nas primeiras linhas Laranjeira foi direto ao assunto que tanto chamou a atenção no capítulo anterior? Sim, respondeu a muitas perguntas que haviam sido feitas, sobre quais armas haviam sido encontradas no Jornal O Estado de São Paulo. Pelo jeito, para a época, armas pesadas que comprometeram o jornal e causou sua interdição.

    Para esclarecimento aos nossos leitores, esta foto acima que ilustra esta série de hoje, foi tirada em 1938, quando o então interventor Adhemar de Barros recebia, em São Paulo, o Presidente Getúlio Vargas. No decorrer do dia voltamos para comentar um pouco mais o capítulo de hoje. Hora de refrescar um pouco a "cuca", depois do sufoco para conseguir postar este capítulo, por sinal com novas e interessantes revelações, entre elas, o Jornal O Estado de São Paulo tendo suas ações confiscadas por 20 mil contos de réis.

    Um forte abraço!

    Edward de Souza

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  2. Ôi Carlos Laranjeira e Edward, para mim não ficou muito claro o caso destas ações confiscadas e avaliadas em vinte mil contos de réis que nem ideia tenho de quanto era na época. A família Mesquita, então proprietária do jornal se recusou a receber sua parte com a intenção de recomprar todas as ações depois. Não seria melhor ter uma parte para assim poder comprar as outras? Seria um valor bem menor e já começariam com ações. Ou se a família recebesse sua parte em ações não poderia mais comprar as outras num futuro próximo? Caso seja esta a resposta correta, penso que poderiam nomear o que hoje chamam de "laranja" e comprar o restante das ações mais a frente, não acham? Estranhei não terem aceitado as ações oferecida pelo Interventor, no caso o Adhemar de Barros, isso?

    Bjos, continuo acompanhando e gostando da série...

    Tatiana - Metodista - SBC

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  3. Olá Amigos


    O capítulo de hoje, mostra como a política na época de Getúlio e seus sequazes, era cheia de meandros nefandos. Uma briga (de foice) constante para permanecer no poder e outra para tomá-lo.
    Intrigas após intrigas. Na verdade, a ditadura Vargas era cercada de eminências pardas por todos os lados.
    O DIP, mencionado pelo Laranjeira neste episódio era terrível. Pessoas que ousavam apenas pensar mal do caudilho eram presas.

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  4. Bom dia a todos!
    Li alguma coisa sobre Armando Salles Oliveira, que teria sido sócio dos Mesquitas no Jornal O Estado de São Paulo. Segundo o texto que encontrei sobre ele, Armando participou da revolução de 30, ao lado do jornal, mas depois disto foi nomeado interventor em São Paulo de 1933 a 1935. Citei isso porque, se ele foi nomeado interventor, só podia ser pelas mãos de Getúlio Vargas, o mesmo que depois não o queria de volta ao Brasil. Só pode ser pelo seu envolvimento com o jornal O Estado de São Paulo que combatia Vargas, não resta outra explicação. Cá entre nós, inabilidade política, essa do Adhemar se meter a tentar trazer de volta Armando Salles. Ou teria sido por remorso? Parece-me que Adhemar tinha a ver com o exílio de Salles.

    Sempre que leio um capítulo desta série busco informações sobre nomes citados pelo Carlos Laranjeira e encontro boas informações, assim amplio meu leque de informações sobre a política do século passado. Está ótima esta série.

    Larissa - Santo André - SP.

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  5. Mais uma aula de nossa história, quantos detalhes interessantes! Que coisa boa é ter leitura de qualidade. Parabéns, "meninos"!

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  6. Estou gostando muito da série de Carlos Laranjeira e concordo com a Ilca, quanta riqueza de detalhes. Alguns despertam minha curiosidade, caso do tal DIP, citado pelo Carlos Laranjeira e comentado pelo J. Morgado. Fico imaginando, como pode um Departamento de Imprensa e Propaganda, com um nome tão simples, diria comum, uma espécie de Assessoria de Imprensa dos nossos tempos, ser assim tão repressor? Ou o nome era apenas "fachada" para encobrir arbitrariedades do Governo Vargas?

    Bjos a todos!

    Carol - Metodista - SBC

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  7. Nem de longe eu poderia imaginar que Cecília Meirelles tinha um gênio de revolucionária, como relata Carlos Laranjeira. Eu adoro as poesias escritas por ela. Em casa tenho um livro escrito por Cecília Meirelles, que ganhei de minha avó, uma relíquia dos anos 64, com o título, "Escolha o seu Sonho".

    Excelente esta série, continuo seguindo.

    Priscila - Metodista - SBC

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  8. Olá Carol, bom dia!
    Meu amigo-irmão J. Morgado está correto. O DIP controlava com mão de ferro qualquer crítica ao sistema político, apelando para a prisão de quem ousasse divergir e não tinha essa de nome de "fachada" não. Agia abertamente, impondo a ideologia do Estado Novo junto à população, sendo responsável pela propaganda interna e externa, organizando manifestações cívicas, festas patrióticas e outros eventos governistas. Ele igualmente foi responsável pelo programa "Hora do Brasil", criado para divulgar as ações do governo e que existe até hoje. Outro dia li um artigo que cogita-se acabar com a tal "Hora do Brasil", legado desta época de ditadura. Cá entre nós, obrigar emissoras de rádio a transmitir esse programa do Governo, normalmente das 19 as 20 horas é inadimissível nos dias atuais.

    Mais sobre o DIP que você pode encontrar na Internet, Carol. O principal braço armado do DIP era a polícia secreta chefiada por Filinto Müller. Este órgão, sob o controle direto do gabinete de Getúlio Vargas, era especializado em reprimir violentamente qualquer adversário do governo, através de torturas e assassinatos, alegando risco à ordem pública. Entre as vítimas estavam o escritor Graciliano Ramos que ficou onze meses preso, chegando a escrever “Memórias do Cárcere”, a escritora e militante comunista Patrícia Galvão, a Pagu, que ficou cinco anos na cadeia (onde foi brutalmente torturada) e o líder comunista Luís Carlos Prestes.

    A imprensa foi declarada de utilidade pública, o que obrigava todos os jornais a publicar comunicados do governo. Para dificultar ainda mais o seu trabalho, o DIP exigiu o registro dos jornais e dos jornalistas e baixou decreto determinando o mesmo para a importação de papel de imprensa. Dezenas de jornais tiveram que fechar as portas uma vez que não conseguiam o registro. Até o sisudo jornal O Estado de São Paulo chegou a ser confiscado, levando ao exílio seu dono Júlio de Mesquita, conforme já relatado em capítulo anterior pelo Carlos Laranjeira.

    Forte abraço...

    Edward de Souza

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Olá Edward e Carlos Laranjeira, estou seguindo e aprendendo muito com esta série. Recentemente um professor que nos dá aula sobre rádio na faculdade de jornalismo falou sobre este programa "A Voz do Brasil". Disse ele que melhorou muito, agora sob o comando de uma equipe de jornalistas e radialistas, parece-me, terceirizados pelo Governo. Disse ele que muita gente ouve o programa, com entrevistas e decisões governamentais que são publicados um ou dois dias depois pelos jornais. Ou seja, sai na frente com informações importantes. Eu nunca ouvi, confesso, até pelo horário. Gostaria de ver uma pesquisa sobre isso, só deve dar televisores ligados em novelas, noticiários e outros. A não ser em lugares longinquos onde a população nem aparelho de TV tem. Questionei nosso professor sobre isso, mas ele acha que deve continuar a tal "Hora do Brasil" e que ela é importante como órgão de informação do nosso Governo.

    Jornalista Laranjeira, também fiquei na dúvida sobre o caso das ações do Jornal O Estado de São Paulo e porque não aceitaram as que lhes eram oferecidas. Quando puder, poderia dar uma explicação melhor?

    Beijos a todos!

    Giovanna - Unifran - Franca - SP.

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  11. Giovanna, com todo o respeito que merece seu professor, mas ele deve ser um tremendo de um brincalhão. Essa herança de Getúlio Vargas, "A Voz do Brasil" deve desaparecer do mapa urgentemente. Aquilo é dose pra elefante e não tem quem aguente ouvir tanta baboseira. Some-se a isso o som, sempre ruim que chega chiando e agredindo nossos ouvidos. Não se deve obrigar emissoras de rádio a apresentar esta droga, de jeito nenhum. Eu não sei, mas neste blog tem pessoas ligadas ao rádio, casos de Oswaldo Lavrado, Edward de Souza e Garcia Netto. Seria interessante ouvir a opinião deles sobre isso. Duvido que concordem com a obrigatoriedade da apresentação deste programa de governo.

    Beijos, Giovanna!

    Jornalista Carlos Laranjeira, ótima a série que, já disse antes, meu pai acompanha quando chega em casa, no período da noite.

    Juninho - SAMPA

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  12. Juninho, meu bom amigo, preste atenção em meu comentário, logo mais acima, sobre o DIP. No primeiro parágrafo, parte final, falo sobre o que acho da apresentação obrigatória do programa "A Voz do Brasil". Repito, para mim, inadimissível que isso ocorra. O meu prezado amigo-irmão Oswaldo Lavrado deve dar sua opinião sobre isso e pode contar em detalhes o quanto este programa atrapalha até hoje as transmissões esportivas. Sofremos muito com isso.

    Abraços, rapaz!

    Giovanna, certa feita, em Franca, aparecia sempre um andarilho no centro da cidade segurando um radinho junto ao ouvido e gritava pra todos que estava ouvindo "A voz do Brasil". Já tinha sérios problemas mentais, piorou e deve estar internado em algum "Juquerí" da vida. Nem louco aguenta ouvir aquilo.

    Beijos, garota...

    Edward de Souza

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  13. Ôi Carlos Laranjeira, boa tarde!
    Sei não, mas continuo achando que a família Mesquita não pode se omitir sobre este episódio das armas encontradas no jornal. Mesmo depois de 65 anos, essa mancha continua tingindo a honra dos Mesquitas e do jornal, considerado um dos mais importantes do país. Duas metralhadoras, bazucas, além de granadas encontradas no jornal é um verdadeiro arsenal. Estariam os donos do jornal e os jornalistas daquele órgão preparados para uma revolução no país? Sempre soube que um jornal é a melhor e mais eficiente arma para se lutar contra desmandos como o que ocorria na época, com a ditadura Vargas, mesmo sendo perseguidos. Não havia necessidade de armas, portanto, e fica muito, mas muito mal para o nome do Jornal e da famílía esta acusação, comentada até hoje, e o será por muito tempo ainda.

    Bjos, ótima a série...

    Tânia Regina - Ribeirão Preto - SP

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  14. Oiê amigos (as)...
    Mais uma bela página da história política "deste País", elaborada pelas mãos competentes do nosso velho e sempre amigo Carlos Laranjeira.
    Em um de seus comentários acima o gloriosos Edward faz rápida referência ao programa A Voz do Brasil, hoje transmitido em horário alternativo por todas as emissoras de rádi do Brasil.
    Durante quase 70 anos essa excrecência era pontualmente das 19h às 20h. Colado, às 20h01, vinha o Projeto Minerva (até 20h30). Duas tranqueiras radiofônicas, produzidas pelo Congresso Nacional e pelo Executivo, que apenas serviam para massagear o ego de senadores, deputados federais e do presidente da República de plantão. Das 19h às 20h era o horário em que 90% dos rádios, fixos ou portáteis, estavam desligados.
    Mais à frente, se o mestre Edward permitir, a gente escreve um artigo sobre esse assunto para o blog, tomando o cuidado pra não ser enfadonho, sob risco de ninguém se interessar pelo asssunto. A Voz do Brasil e o Projeto Minerva eram duas pequenas, porém irritantes, ditaduras impostas pelos governos de plantão.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBcampo

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  15. Boa tarde, Carlos Laranjeira, acompanhando a série que você escreve temos que dar razão ao Jornal O Estado de São Paulo quando chamou Adhemar de fantoche a serviço de Getúlio Vargas. Pelo visto, todos os tais interventores só diziam amém ao ditador e quando saiam um pouco fora da linha, logo eram afastados e substituídos. Foi esse o caso de Adhemar, quando resolveu pedir clemência e trazer do exílio, Armando de Salles Oliveira. Ditaduras são danosas em todos os sentidos e quem sofre na carne acaba sendo o povo, vítima de toda a sorte de abusos. Depois de Getúlio, em menos de 20 anos, nosso Brasil conheceu outra, tão violenta quanto a primeira e de tão triste memória.

    Estou gostando muito e acompanhando a série, parabéns!

    Vanessa - Unicamp - Campinas - SP

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  16. Olá Laranjeira

    Boa Tarde

    Preciso de uma informação.
    No ocaso do governo de Adhemar, em 1964, se não me engano, o famoso político, criou por baixo do pano, uma milícia tipo Guarda Nacional estadual. Só havia “oficiais” como aquela.
    As figuras, usando um uniforme claro, perambulavam na noite com insígnias de capitão, coronel, etc.
    Como se chamava essa “corporação”?

    Um abraço

    Paz. Muita Paz

    J. Morgado

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  17. Boa tarde a todos.
    A Carol levantou uma lebre sobre o DIP de Getúlio Vargas, que tinha o inocente nome de Departamento de Imprensa e Propaganda e o Edward esclareceu como agia este órgão sob o comando de Vargas. Tem mais, Edward, o DIP não permitia greves e controlava todas as centrais sindicais na época. Os sindicatos recebiam uma espécie de mesada do Governo Federal, nada de explorar o trabalhador como hoje, quando uma porcentagem do que recebe vai para estas centrais, que hoje proliferam mais que igrejas. Jornais eram fiscalizados e qualquer nota que publicavam que pudesse ofender o governo, eram punidos até com o fechamento. O engraçado, aproveitando também a brecha que deu o comentário da Vanessa é que na ditadura de 60, o órgão repressor também tinha um nome inocente e começava com o "D" - Departamento de Ordem Política e Social - ou seja o famigerado DOPS. Quantos inocentes foram mortos ou mutilados pelos bárbaros que agiam neste tal DOPS. E tem razão, Vanessa, longe de nós ditaduras neste país, o preço a ser pago é caríssimo.

    Meus cumprimentos pela série, Carlos Laranjeira!

    Laércio H. Pinto - São Paulo - SP.

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  18. Boa tarde, J. Morgado, depois de postar meu comentário foi que li o seu. Também estou curioso para saber o nome desta polícia criada pelo Adhemar. Que eu me recorde, na época tínhamos a Força Pública, que viria a ser mais tarde a Polícia Militar. Sei também que no Governo Adhemar foi criada a Polícia Rodoviária. Não me lembro de outra.

    Abraços, J. Morgado!

    Laércio H. Pinto - São Paulo - SP.

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  19. Desculpe-me Senhor Laércio H. Pinto, mas não pode ter sido Adhemar de Barros que criou a Polícia Rodoviária, nem tinha poderes para isso, uma vez que é atribuição do Governo Federal patrulhar estradas do Brasil. A Polícia Rodoviária Federal, pelo que li, foi criada pelo Presidente Washington Luiz, no dia 24 de julho de 1928, com a denominação inicial de "Polícia de Estradas".

    Adhemar de Barros, de acordo com o livro que tenho, criou no Estado de São Paulo, em 10 de janeiro de 1948, o Grupo Especial de Polícia Rodoviária, com um efetivo de 60 homens, alguns ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira, destacados para atuar na época, na recém inaugurada SP 150, Rodovia Anchieta. A partir de 16 de novembro de 1962 é que passou a constituir uma fração da Milícia Paulista, sob a denominação de Corpo de Policiamento Rodoviário.

    Estou acompanhando esta série e já imprimi este quarto capítulo de hoje, guardo todos.

    Bjos,

    Andressa - Cásper Líbero - SP.

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  20. Querido amigo Edward de Souza, não é muito difícil entender o porquê seu blog é líder de audiência no mundo cibernético.
    A matéria exposta aqui hoje, é de suma importância para os aficionados em história contemporânea.
    Eu literalmente dei uma volta ao passado, lembrei com exatidão os comentários que os meus antepassados faziam nos anos sessenta em relação aos políticos das épocas aqui citadas.
    O modo de escrever que o autor usou nessa obra aqui postada hoje, parece que foi tão fiel a realidade que ele propôs, que parecia que eu vivi aqueles momentos relatados na integra.
    Cada vez que eu leio as matérias aqui expostas, eu fico mais convencido que a próxima será um campo enorme de aprendizado e cultura no mundo das elucidações.
    Esse blog deveria ser tombado pelo patrimônio histórico, pois ele tem uma relevância inconcebível aos nossos parcos conhecimentos a respeito da realidade da política contemporânea, pela qual só os abalizados catedráticos e incansáveis pesquisadores poderiam ter.

    Eternamente agradecido:

    Padre Euvideo.

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  21. Boa noite Edward e amigos (as).
    Acabei de acessar o blog. Pelo que li em um ou dois comentários, não só Getúlio Vargas conseguiu passar a imagem de pai dos pobres, também Cecília Meirelles transmitiu a imagem de moça humilde de rosto afável e poesia deleitável. Carlos Drummond de Andrade, então, conseguiu esconder no baú da ingenuidade da maioria dos brasileiros o retrato de colaborador da ditadura do Estado Novo.

    Que o seu blog transforme-se em uma universidade aberta do jornalismo. E o melhor dos agradecimentos ao ilustre Padre Euvideo pelo comentário que acabo de ler neste instante.

    Abraços de Carlos Laranjeira.

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