
O que acontecerá se vencer Dilma? Ou se vencer Serra? A curiosidade é
grande. E este exercício analítico uma mera diversão deste autor. Poderá ser tudo diferente. Vamos começar por Dilma, que até o momento em que escrevo lidera as pesquisas com uma vantagem de 11 pontos, que não significam que a eleição esteja ganha. Que o diga Luiza Erundina e sua espetacular virada na véspera da eleição para a Prefeitura de São Paulo. Uma semana antes ninguém apostaria nela, olhando só pelo prisma das pesquisas.
Essas bravatas do Lula em campanha não contam. São apenas agora, e
para vencer a eleição. Sem conciliação e negociação ninguém governa, muito menos ele, que assumiu sob a desconfiança do capital, hoje em grande parte seu apoiador. Collor que o diga, tentando governar sem respaldo parlamentar. Caiu. Dilma dará um chega prá lá no Lula e baterá na mesa dizendo “a presidente agora sou eu, não se meta”...? Acho pouco provável, porque o acordo já está todo costurado. Ou por que acham que, na prática, não existiram prévias no PT? Lula, montado em sua indiscutível popularidade, sem precedentes na História, impôs a candidatura Dilma. Será, digamos, seu grande conselheiro em todas as questões cruciais. Nessa hora, nos bastidores, vão governar juntos. Já nas questões menores Dilma tocará sozinha, administrando o cotidiano.
Dilma não tem carisma público nem cacife partidário para desalojar o
patrão. E ele não arriscaria suas fichas em alguém que apresentasse a possibilidade desse risco. Nem o PT tem entre seus caciques um nome capaz de competir com o próprio Lula em espaço político. Ficam todos em sua sombra, além de pulverizados em lideranças apenas regionais. Dilma terá que fazer um bom governo para assegurar que a volta do chefe ocorra sem grandes percalços. Não pode ser um novo Pitta. Não terá muito trabalho para isso, porque a economia vai muito bem, obrigado, e o índice de desemprego nunca foi tão baixo, em torno dos 6%. As reservas cambiais são astronômicas. Numa crise internacional, como ocorreu recentemente, o país pode novamente se sair muito bem.

Tente embarcar em Cumbica num feriadão. Observem os anúncios das
agências de viagens. A classe média está tranquila. Claro que não é mérito exclusivo do governo Lula; a semeadura começou no governo Itamar Franco; se consolidou com FHC; e Lula fica com o mérito de ter surfado bem sobre a onda, sem tombar. Malandro, invoca para si toda a obra, mas isso teria sido impossível em apenas oito anos, muito menos em quatro. Nenhum presidente teria alcançado a estabilidade econômica numa única gestão. É todo um processo, que passa por fases, como uma planta que cresce aos poucos e requer todos os cuidados. Dilma pode fazer um bom governo e é o que gente espera. Exceto quem torce sempre contra o Brasil, vislumbrando tão somente um projeto pessoal de poder. E esses, a gente sabe, infelizmente existem. E podem estar tanto no PT como no PSDB, ou em qualquer outro partido, não faz diferença.
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Serra e Aécio disputam aberta e duramente nesse cenário, com Geraldo
Alckmin (foto), também tentando ocupar um espaço. É diferente do PT, onde Lula reina absoluto, deixando as refregas entre os peixes menores. Vencendo, Serra terá também que fazer um bom governo de olho em 2014. O caroço duro será decidir lá na frente: reeleição ou candidatura Aécio? A briga SP - Minas, como pano de fundo, vai crescer. Ainda que tenha que fazer todo esse teatro entusiástico por Serra, no fundo, para Aécio, a melhor perspectiva seria um governo Dilma opaco, com os escândalos de sempre (que vão continuar ocorrendo, ganhe quem ganhar).
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*Milton Saldanha, 65, é jornalista e escritor, além de tangueiro amador. Quando acha um tempinho gosta de brincar de futurólogo. Comentários para esta crônica logo abaixo do texto que noticia o falecimento do Senador Romeu Tuma.
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MORRE ROMEU TUMA
O Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, informou nesta terça-feira que o senador Romeu Tuma (PTB-SP) morreu por volta das 13h de hoje. Segundo a Agência Senado, o corpo do parlamentar será velado na Assembleia Legislativa de São Paulo. Tuma (PTB-SP) estava internado no Sírio-Libanês desde o dia 1º de setembro para tratar um quadro infeccioso de afonia (perda ou diminuição da voz). Além de exigir cuidados médicos, o problema impediu Tuma de fazer campanha nestas eleições. O candidato ficou em quinto na disputa pelo Senado em São Paulo e não se reelegeu.
No dia 2 de outubro, o senador foi submetido a uma cirurgia para colocação de um dispositivo de assistência ao coração chamado Berlin Heart. O dispositivo auxiliava a regular a pressão e circulação sanguínea do paciente. Paulistano, Romeu Tuma completou 79 anos no último dia 4 de outubro e foi investigador e delegado da Polícia Civil do Estado antes de ingressar na política. Casado com a professora Zilda Dirane Tuma, deixa quatro filhos e nove netos. (Fonte: Redação Terra).
No dia 2 de outubro, o senador foi submetido a uma cirurgia para colocação de um dispositivo de assistência ao coração chamado Berlin Heart. O dispositivo auxiliava a regular a pressão e circulação sanguínea do paciente. Paulistano, Romeu Tuma completou 79 anos no último dia 4 de outubro e foi investigador e delegado da Polícia Civil do Estado antes de ingressar na política. Casado com a professora Zilda Dirane Tuma, deixa quatro filhos e nove netos. (Fonte: Redação Terra).
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