sexta-feira, 12 de junho de 2009

O MOMENTO DO DESESPERO É CRUCIAL

J. Morgado
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Em Franca, jovens são religiosos
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Não raro assistimos pela televisão ou lemos nos jornais casos de pessoas desesperadas que tentam o suicídio ou se matam usando armas, atirando-se de viadutos ou de outros locais altos, ou ainda afogando-se, enfim, usando métodos que “nossa vã filosofia poderia imaginar”. Enforcam-se em canos de chuveiros, atiram-se defronte a veículos, inclusive trens, e assim por diante. O momento do desespero é crucial. Se a vontade de fugir de seus problemas é maior do que viver com eles, o fato irremediavelmente acontecerá, a não ser que apareça alguém nesse momento, com bondade e palavras certas e o faça mudar de idéia. Difícil de acontecer, pois geralmente o desesperado encontra-se só, salvo aqueles que se exibem mostrando ao mundo o seu problema, na esperança de que alguém possa resolvê-lo.
Há um ditado chinês que diz “Jamais se desespere em meio às mais sombrias aflições da vida, pois das nuvens negras cai água límpida e fecunda”.
Mas o desespero nem sempre leva ao suicídio; na maioria das vezes, leva o indivíduo a cometer atos contra a sociedade. O roubo, o furto, atos de terror como assassinatos em massa, temos visto não só no Brasil, como também em outras partes do mundo. Às vezes esses atos são seguidos de suicídio, após o desesperado se conscientizar do que fez.
Neste mundo de Expiação e Provas, fato desconhecido ainda pela maioria da sociedade ocidental (principalmente), pois as religiões que encaram a reencarnação como um fato, são orientais. Os hinduístas e suas centenas de facetas, budistas, esotéricos, etc. que se somam as centenas de milhões ou mais, parte delas com muitos adeptos aqui no Brasil.
Isso quer dizer que o mal abordado desta maneira sugere ignorância. Os suicidas por pensarem que estão se livrando de seus problemas; os que saem fora-da-lei dos humanos por agirem dessa forma poder-se-ia dizer, revolucionária ou revoltados contra o “status quo” dessa mesma sociedade em que vive. Evidentemente, não estou me referindo aos verdadeiramente maus, que prefiro chamar de doentes. Pois esses cometem a maldade por vingança, rancor, ódio, e todos aqueles males morais que conhecemos, mesmo porque são estes que intuem aqueles a fazerem o que fazem aproveitando-se da fraqueza moral de suas vítimas.
O Capítulo V (Bem-Aventurados os Aflitos), item 14 – do Evangelho Segundo o Espiritismo (edição IDE/1984) – O SUICÍDIO E A LOUCURA – diz: “a calma e a resignação hauridas na maneira de encarar a vida terrestre, e na fé no futuro, dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio. Com efeito, é certo que a maioria dos casos é devida à comoção produzida pelas vicissitudes que o homem não tem força de suportar; se, pois, pela maneira que o Espiritismo lhe faz encarar as coisas deste mundo, ele recebe com indiferença, com alegria mesmo, os revezes e as decepções que o desesperariam em outras circunstâncias, é evidente que essa força, que o coloca acima dos acontecimentos, preserve sua razão dos abalos que, sem ela, o sacudiriam”.
Soren Kierkegaard, filósofo dinamarquês – 18l3/1855 –, foi um dos fundadores da Filosofia Existencialista. Advogou um Cristianismo autêntico baseado na fé e na Conversão. De acordo com Kierkegaard, (Wikipédia) “um indivíduo está em desespero se sua vida se encontra em desalinho com DEUS. Deste modo ele perde o seu eu, a sua personalidade própria. Definida pelo filósofo como o relacionamento da própria relação consigo mesma na relação. O eu humano é uma síntese entre o finito e o infinito, o possível e o real, identificável com o equilíbrio dialético entre essas características opostas. Não estar em desespero é haver reconciliado o finito e o infinito; é existir, estando ciente do próprio eu e de DEUS. Kierkegaard define o oposto do desespero especificamente como FÉ, descrita pelo pensador da seguinte forma: “no relacionar-se consigo mesmo, e em objetivar ser ele mesmo, o EU jaz transparentemente no poder que o estabeleceu”.
Recentemente, tomei conhecimento que na cidade de Franca, no Estado de São Paulo, oito em cada dez jovens professam uma religião. Isso me deixou muito feliz, pois é por ai que o ser humano deve seguir. Kierkegaard como tantos outros filósofos seguiam uma religião, no caso do dinamarquês, o Luteranismo.
Lendo Eliseu Mota Júnior, articulista da Editora O CLARIM, na Revista Internacional de Espiritismo/junho/07 “Começo e término da Vida Humana”, aplico com o devido respeito, o último parágrafo, ao problema que estamos abordando. Explico-me: Aos psiquiatras e psicólogos um recado: A chave para resolver esses problemas está na Doutrina Espírita. Basta aceitá-la para resolvê-los.
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*J. Morgado é Jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. Morgado escreve quinzenalmente neste blog, sempre às sextas-feiras. E-mails sobre esse artigo podem ser postados no blog ou enviados para o autor, nesse endereço eletrônico:
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