
FILHO DILETO DO ORGULHO

No Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa encontramos uma definição bastante extensa para o Orgulho. Há um item denominado Uso Pejorativo que diz: sentimento egoísta, admiração pelo próprio mérito, excesso de amor-próprio; arrogância, soberba, imodéstia. Acrescenta, ainda: atitude prepotente ou de desprezo com relação aos outros; vaidade, insolência. O antônimo para essa palavra é HUMILDADE.
Já a palavra MELINDRE, que consideramos filho dileto do Orgulho, o mesmo dicionário expressa esta definição: disposição para se RESSENTIR DE COISA INSIGNIFICANTE; SUSCETIBILIDADE.


Assim, o MELINDRE, filho dileto do ORGULHO, tem ocasionado muitas e muitas desavenças por esse nosso mundo tão sofrido. Basta que o indivíduo fique ressentido ou magoado por uma palavra insignificante e a vingança e a inveja se fazem presentes em seu âmago.

Mas, o pior é quanto aos trabalhadores da Seara Espírita. A História do Espiritismo no Brasil registra vários fatos de dissidências dentro do movimento. Essas dissidências não serão comentadas aqui nessas linhas, mas idéias d

“Herculano Pires em seu livro “O Centro Espírita”, editado pela Livraria Allan Kardec, em sua terceira edição, maio de 1990, traz o seguinte trecho “Sem a humildade que gera e sustenta o amor ao próximo, nem o estudo pode dar frutos”. Por outro lado, sem estudo da humildade não produzem amor, mas fingimento, hipocrisia de maneiras e fala melosa, de voz impostada para imitar anjos.”
Verificamos, então, que o Melindre é um inimigo poderoso da Raça Humana e particularmente, dos trabalhadores dos Centros Espíritas. Basta que alguém se sobressaia com um pouco mais de sabedoria ou se destaque em trabalhos sociais, ou ainda em trabalhos mediúnicos, para que um irmãozinho menos preparado sinta a tal de suscetibilidade, mencionada no Dicionário Houaiss. Se porventura, o dirigente ou outro trabalhador da Seara responsável por qualquer setor da casa chamar a atenção de alguém por algum motivo, é bem possível que o tal de melindre se faça presente, salvo raras exceções, mesmo que o tom de voz e a maneira de falar do dirigente sejam cheias de amor e compreensão.
O que seria preciso fazer então, para ajudar os Guias Espirituais a manterem a Casa Espírita livre, ou quase livre desse terrível mal? Palestras, palestras, palestras, estudos, e correção de posturas. Para isso, basta nos espelharmos em Jesus e num infindável número de Espíritas e não espíritas que passaram por este mundo, nos dando magníficas lições de humildade, coragem e amor. Desde a chegada do Espiritismo no Brasil, que se deu, se não me falha a memória, por volta do ano de 1868, nunca a Doutrina esteve só. Sempre houve alguém se sobressaindo para incentivar e empurrar o Espiritismo para frente e para o alto. Silveira Sampaio, Bezerra de Menezes, Cairbar Schutel, Eurípedes Barsanulfo, Chico Xavier e tantos outros; Irmã Dulce, Tereza de Calcutá, etc. E há ainda os antigos filósofos gregos, chineses, que nos deixaram lições de humildade e razão. Se nos dedicarmos a revê-los de quando em vez, fatalmente muito faremos para diminuirmos esse terrível mal chamado MELINDRE.
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*J. Morgado é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista: jgarcelan@uol.com.br
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