
QUASE, UM EMPECILHO
PARA A EVOLUÇÃO


Por que razão? O homem se deixa levar por suas paixões. Não consegue ficar inteiramente neutro ao examinar uma situação, seja ela técnica ou intelectual. A neutralidade é rara. Não sei nem se existe.
Imbuídos por sentimentos religiosos, políticos, esportivos, familiares, financeiros, bairristas, etc., se deixa sempre levar de uma maneira proposital ou inconscientemente por um desses motivos e aquilo que deveria fazer com responsabilidade e ética fica nodoado pelo “quase”.
O “quase” do quase da perfeição, da lisura, da honestidade, da responsabilidade e assim por diante.
Existe uma forma de se consertar isso? Creio que sim. A evolução da humanidade está dentro de cada um de nós.

E as tatuagens? Verdadeiras aberrações! Enfim, existem manias mil. Como faz o macaco, imitamos outras pessoas. Deixamos de sermos nós mesmos e nos tornamos escravos.
Mas, o “quase” é pior em outras atitudes do ser humano. Apenas ouvir! Ele vai à igreja, no templo evangélico, na Mesquita, na Casa Espírita, etc., em se tratando de religiões. Ouvir uma conferência política, econômica, e de tantos outros assuntos. E aí... Fica só naquilo que ouviu! E a pesquisa para saber se aquelas pessoas estavam dizendo a verdade? Poucos fazem isso! Os demais se deixam levar pelos títulos ou pela simpatia e carisma dos oradores e acreditam em tudo o que foi dito. Somos escravos de idéias dos outros! Se ao pesquisarmos a história ou compêndios sobre o assunto ventilado e constatarmos que o que foi dito é verdade... Ótimo! Se não, é momento de contestar!
Quando assisto aos noticiários na TV ou leio os jornais e revistas, descarto, de imediato, o jornalista que está emitindo uma opinião, salvo aqueles que, naturalmente, o fazem com esse objetivo, principalmente em editoriais.

“Quase consegui passar de ano”! Essa frase não precisaria ser dita se o indivíduo tivesse se esforçado um pouquinho mais. Não acham? Ou ainda “quase consegui me controlar”! Cada um dos possíveis leitores poderá imaginar as situações sobre essa pergunta.
Vivemos em um mundo onde a grife de um produto separa o mais humilde de um mais esnobe. Os utensílios, sejam eles quais forem, geralmente são fabricados no mesmo lugar. Muda apenas a etiqueta!
Neste caso, o indivíduo acostumado a usar produtos de marcas famosas poderia se, quisesse, ser menos consumista e, em consequência, quase menos orgulhoso.

Neste caso, o indivíduo acostumado a usar produtos de marcas famosas poderia se, quisesse, ser menos consumista e, em consequência, quase menos orgulhoso.
Acredito que, se o ser humano conseguir eliminar a indecisão que marca o compasso de sua vida, estará evoluindo.
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*J. Morgado é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista: jgarcelan@uol.com.br
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