
Com a parafernália necessária para uma transmissão externa, inclusive
100 metros de fios, entramos no estádio, não sem antes apresentar as nossas credenciais umas 10 vezes para fiscais do Inter, da Federação Gaúcha, da CBF e de mais um punhado de entidades. Por isso a gente nunca entendeu como entram tantos penetras, em campo e nas cabines. Mas deixa pra lá. Perguntei a um funcionário do estádio onde ficavam as cabines e, lógico, a da Rádio Diário. Educadamente o gaúcho alertou: "Olha, as cabines estão reservadas para rádios de Porto Alegre, Rio de Janeiro e as grandes de São Paulo". Traduzindo: as emissoras do Interior do Rio Grande do Sul e outras tantas que não fossem as citadas - inclusive do Rio e São Paulo - não ficariam em cabines. Escolado e prevendo complicações, disse ao funcionário: "Bem e a gente vai ficar onde?". Apontando para o campo, o rapaz respondeu: “Lá embaixo, na pista de atletismo". Descemos por escadas, uns três lances com todos os apetrechos.
O Sidney Lima (foto), seguia esticando o pesado fio sem saber
exatamente pra que serviria, pois se estávamos ao lado do gramado as entrevistas poderiam ser feitas por mim, pelo Rolando ou pelo próprio Ney, mas tudo bem. Outra grande preocupação, talvez a maior, era com o tempo. Um cara que irrigava a grama falou que talvez não chovesse, porém com o calor que fazia não era necessário ser gaúcho para prever que mais à tarde a chuva viria assistir o jogo. E não deu outra. Pouco mais de 5 ou 10 minutos do segundo tempo, pintou um aguaceiro de fazer inveja aos caronas da Arca de Noé. Os plásticos que arranjamos serviam apenas para cobrir os equipamentos eletrônicos de transmissão. A maioria dos colegas, que estava na mesma situação, não portava qualquer tipo de cobertura e, como não poderia ser diferente, saíram do ar, para desespero deles. Não haviam inventado, ainda, um casamento entre água e equipamentos eletrônicos e o contato entre ambos era desastroso.
Flamengo e Inter empataram em 1 a 1, e haveria o jogo de volta no
domingo seguinte no Maracanã, mas essa é uma história, não menos atribulada, para outro artigo neste blog. No Brasil existem apenas rádios grandes e pequenas e a Diário, embora muito respeitada aqui em São Paulo, sempre foi considerada pequena, porque sua sede não é na Capital, mas no Grande ABC, daí a discriminação e as consequentes dificuldades, como ocorre com todas do mesmo porte que não estão localizadas nas grandes metrópolis.
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*Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no Grande ABC
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*Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no Grande ABC
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