quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

LUTO: LOMBARDI SEPULTADO EM S. ANDRÉ


Coberto com a bandeira do Palmeiras, o caixão com o corpo do locutor Luiz Lombardi Neto foi enterrado nesta quinta-feira no Cemitério Cristo Redentor, localizado no bairro Vila Pires, em Santo André, por volta das 13h. O filho único do locutor, Luiz Fernando (foto) estava inconsolável. O sepultamento foi aberto ao público e uma multidão prestou as últimas homenagens a uma das vozes mais famosas do Brasil. O caixão foi levado até o cemitério pelo carro do Corpo de Bombeiros. Assim que chegou ao local, foi conduzido por oficiais da Polícia Militar até sua sepultura e uma rápida cerimônia foi realizada antes do enterro. Lombardi morreu aos 69 anos na manhã de ontem, quarta-feira, em Santo André, cidade do ABC Paulista. O locutor era o mais antigo companheiro de trabalho do dono e apresentador do SBT, Silvio Santos. Ele sofreu um infarto fulminante enquanto dormia e seu corpo foi encontrado pela mulher, Eni Lombardi.
A apresentadora Mara Maravilha acredita que este foi o maior golpe que Silvio Santos já recebeu: "Lamento muito pelo Silvio. Ele deve estar sofrendo muito. Lombardi foi o maior colega de trabalho dele. Era uma pessoa muito especial. O Brasil todo vai sofrer com a sua morte”.
Sílvio Santos surpreendeu a todos ao aparecer ontem a noite na Câmara Municipal de Santo André para prestar condolências à família de seu amigo Lombardi e dar a ele o último adeus. Sílvio Santos chegou ao velório por volta de 21h30 e permaneceu no local aproximadamente 30 minutos cumprimentando os familiares do locutor. Na saída, Sílvio Santos teve que ser escoltado pela guarda municipal pois os populares fizeram grande alvoroço. O empresário não falou com a imprensa, afinal era um momento triste para ele. Além do empresário, passaram pelo velório Carlos Massa, o Ratinho, o apresentador Celso Portiolli e outros funcionários da emissora, além de políticos de Santo André. O apresentador Ratinho permaneceu no velório por cerca de 20 minutos e disse que a morte de Lombardi é uma “perda irreparável”. “Ele vai fazer falta, e as pessoas vão sentir isso quando deixarem de ouvir a voz dele. Ele só tinha uma preocupação, a de não perder a alegria na voz e não perdeu”, disse. O filho de Lombardi, Luiz Fernando, conhecido como Lombardinho, passou mal no velório e precisou ser retirado para uma área reservada.
A morte de Lombardi chocou-me profundamente. Durante anos trabalhei com Lombardi, que até ontem mantinha seu programa na Rádio Emissora ABC, sempre apresentado no período matinal. Fomos companheiros na Rádio Clube de Santo André e depois na Rádio Emissora ABC na década de 70 e na Rede Globo de TV neste mesmo período. Lombardi deixa a esposa, Eni, o filho Luiz Fernando Lombardi e os netos Daniel, Gabriel e Julia.
DESCANSE EM PAZ, BOM AMIGO!
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Nesses últimos meses fui assaltado pela morte de pessoas queridas, muitos contemporâneos e gente com quem dividi minha vida e agora temo dividir a morte. É incrível como a gente resiste ao envelhecimento e guarda na memória somente os anos dourados quando éramos jovens e nada nos fazia temer, muito menos o fato de sermos mortais. O tempo vai passando ou a gente vai passando pelo tempo e começam a nos assaltar preocupações outras, renovadas sempre que um amigo sofre ou parte.
Nunca fui em toda a vida um religioso. Creio em Deus, mas nunca me apeguei seriamente a nenhum credo para adotá-lo como modo e filosofia de vida. A morte nunca foi uma preocupação diuturna, mas, como em todos, é uma espada balançando sobre a cabeça e balançando muito mais nas horas de solidão ou no medo da madrugada.
Existem religiões porque existe a morte e além da morte o grande vazio e a grande interrogação sobre o que nos espera. Todos os credos tentam preencher esse vazio criando céus e infernos mais ou menos semelhantes onde gozaremos a vida eterna como recompensa de nossas boas ações ou padeceremos no fogo por nossos pecados. Não existisse esse medo nem essa interrogação, a gente iria levando a vida a cada dia esperando na próxima esquina a visita da dama de negro que a todos nos levará um dia. Com cada amigo morto, enterro um pedaço de mim mesmo, de minha vida, de meus pensamentos, de minhas aspirações e cada um deles que levo à morada eterna, mais que a dor e a tristeza me assalta a sensação de estar vivo, de não ter sido o premiado nessa inevitável loteria que a todos nos contemplará um dia. E nesse caminho que chamamos de vida, vamos nos aproximando da morte, mas nem por isso ela se torna mais palatável ou compreensível, pois não existe idade para desistir da vida e o grande abismo que nos espera é sempre motivo de medo, curiosidade e temor.
Dizem que a imortalidade, não a acadêmica, mas a da vida é o maior castigo que pode ser dado a um ser humano. Ver seu mundo sucumbir, seus companheiros desaparecerem, seu universo ser substituído por outros valores, seria demais para nossa vã filosofia humana. Talvez, por isso mesmo, Deus nos tenha feito mortais e deixado em aberto a data de nossa partida.
A velhice é saudade dos outros e do que fomos nós mesmos, uma saudade que tanto pode gerar revolta como nos trazer uma tranquila consciência de nossa fugacidade. Somos o pó que retornará ao pó. Tudo o mais é tão passageiro e indefinível que passamos a vida inteira somente tentando decifrar por que um dia morreremos. Descanse em paz, querido amigo-irmão Luiz Lombardi Neto!

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