
NOSSAS LEIS HIPÓCRITAS
QUE SÓ CONFUNDEM


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Vários fatores concorreram para que a chamada Lei Seca não obtivesse o que dela se esperava. Depois de um período de choque em que todos ficaram atentos ao consumo de álcool por motoristas veio o consequente relaxamento e o que era para ser obedecido passou a ser esquecido. Concorreu para isso nossa tradicional aversão a regulamentos e ordens, a pouca preparação da polícia de trânsito e a corrupção que faz do nosso sistema policial um alvo vulnerável em qualquer frente. Gratificar o guarda sai mais em conta do que pagar a multa e com isso quem tinha dinheiro se safou.
No primeiro caso, à época de minha adolescência, lá pelos anos 50, a garotada trabalhava para ajudar a família o que muito colaborava para tirá-la da rua e transformá-la em um cidadão respeitável. Eu, por exemplo, comecei a trabalhar em uma tinturaria (hoje lavanderia) aos 12 anos e nem por isso fiquei traumatizado, pelo contrário.
No segundo caso, agora na terceira idade, percebo que a cidadania está distante da maioria das pessoas e que o estatuto criado para proteger os sexagenários tem a mesma longevidade de uma barata que ousa atravessar um galinheiro.
Já no terceiro caso, a reação é de perplexidade, já que servirá de alavanca para os pequenos empresários do universo das drogas - em sua maioria jovens adolescentes - incrementarem seus negócios, antes ilícitos, agora protegidos

No quarto e último caso, a Lei Seca, lamentavelmente, mais uma que não “colou”. Na teoria é maravilhosa, mas esbarra numa prática onde corrupção e despreparo se unem para continuar fazendo de nossas ruas matadouros legais onde cada um cuide de si e Deus de todos.
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*Oswaldo Lavrado é jornalista e radialista, radicado no Grande ABC e colaborador especial deste blog.
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