SÁBADO, 18 DE SETEMBRO DE 2010
O REIZINHO ESTÁ NU

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O primeiro, data vênia, cumpre o ritual de astro famoso e rico
comparecendo religiosamente a seus shows e outros tantos compromissos. Pelo visto, Luan é centrado, bem criado, de família regrada e bem sucedido. Apenas segue ensinamentos herdados dos pais e caminha célere para garantir seu sucesso, sem grandes riscos. Neymar, por sua vez, tropeça na vida turbulenta do mundo da bola, que exige malabarismo em campo e fora dele. Um neófito ofuscado pelas luzes que embaça a conduta dos que não estão devidamente preparados. Nascido de família humilde e sem muitos recursos para a criação, o menino prodígio está agora enfrentado os brucutus do cotidiano. Imberbe, Neymar não está suportando a carga imposta pela fama e riqueza que lhe caem nos ombros.
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Assim, rápido como raio, surgiu o novo Rei do esporte das multidões que
passou a ser paparicado, como todo aprendiz de Majestade tem direito. Deslumbrado, o menino-rei não tem dado conta do labirinto em que está e qual o caminho que deve seguir para não derrapar nos obstáculos e impedir o curso normal das coisas. Parece não estar preocupado. As lambanças dos últimos tempos tem lhe custado constrangimentos e pedidos de desculpas, evitáveis se tivesse orientação familiar e dos superiores no clube. No entanto, ambos paparicam o garoto sugerindo que pais e cartolas estão mais interessados no que o menino possa lhes render financeiramente.

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Enquanto o também menino Luan Santana, aqui comparado, encontra nas
melhores mãos e cabeças (família e empresário) estrutura para conduzir seus passos a horizontes sólidos, sem ter que se curvar a hipocrisias, Neymar, na contramão, não vê, em casa e no clube, braços e cabeças que possam indicar o caminho menos perigoso para um porto seguro e confiável. Neymar, o reizinho, ainda está desnudo; Luan, um príncipe centrado a caminho do sol. Destinos iguais que somente o tempo poderá se encarregar de fornecer o instrumento certo para alavancar a longa trilha que leva ao sucesso definitivo. Histórias de êxitos (poucos) e fracassos (muitos) contam a sina dos que não foram ofuscados pelos holofotes e dos que sequer viram as luzes que poderiam fazê-los brilhar.
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