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J. MORGADO

Hoje, nos supermercados, os funcionários “robotizados” não respondem aos nossos cumprimentos. Quando passamos pelo caixa, com caras de poucos amigos nos servem como se estivessem nos fazendo um favor e ainda interrompem seu trabalho para conversas com colegas de serviço. E não adianta procurar o gerente, porque não vai encontrá-lo, com raras exceções que confirmam a regra. E os bancos? “É um Deus nos acuda”. Tarifas diferenciadas, exorbitantes, funcionários que não sabem suas funções e filas intermináveis. O lucro é divulgado pela imprensa. E ai fica a pergunta: qual a razão de não se colocar mais funcionários? A resposta é: Mais lucros! Se já não bastasse aquele que é amplamente divulgado pela mídia.
Nas décadas acima referidas, numa agência bancária, íamos até o balcão, entregávamos os documentos que deveriam ser pagos e recebíamos uma ficha metálica com um número. Havia acomodações para todo o mundo. Quando chegava a nossa vez nos chamavam e tudo se resolvia com tranquilidade. Isso não levava mais do que dez minutos. Funcionários atenciosos que respondiam com propriedade e educação qualquer dúvida a ele exposta.
Mas foi com o advento do tal “0800” que a coisa ficou ruim. Qualquer auxílio, reclamação, socorro, ou seja, o que for “O bicho pega”. Uma voz robótica atende pedindo dados pessoais. Em seguida diz: disque 1 para isto; disque 2 para aquilo; e vai prosseguindo. Ao final diz: disque 9 (ou outro número qualquer) para repetir o “menu”. Começa o martírio; você conta o que pretende. A pessoa se mostra incompetente e passa o problema para outro e assim por diante... Então, você desiste.
Ainda naquele passado distante, as pessoas o atendiam com deferência e resolviam o problema, pois estavam cônscias de que o cliente era importante e precisavam dele. Hoje é apenas um número ou uma sombra na multidão, nada mais! Se você ameaça ir a Justiça, dão de ombros, como dizendo, pode ir. Sabem que a nossa lenta Justiça trabalha a favor deles, justamente por ser morosa e cara para a maioria da população brasileira.
Pela janela vejo a garoa que continua a cair. Olho para o quadro de Jesus pintado a óleo - uma obra de arte - e lá bem do interior do meu Eu, faço uma súplica desesperada: "Mestre, não permita que eu me transforme num robô".
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*J. Morgado é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. Morgado escreve quinzenalmente neste blog, sempre às sextas-feiras. E-mails sobre esse artigo podem ser postados no blog ou enviados para o autor, nesse endereço eletrônico: jgacelan@uol.com.br__
*J. Morgado é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. Morgado escreve quinzenalmente neste blog, sempre às sextas-feiras. E-mails sobre esse artigo podem ser postados no blog ou enviados para o autor, nesse endereço eletrônico: jgacelan@uol.com.br__
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