quarta-feira, 6 de outubro de 2010


O meu reencontro com a Eva, a mulher do primeiro casamento, ocorreu 28 anos após o nosso rompimento, que, aliás, não foi nada amigável. Na despedida, ela me pediu, irada e aos gritos, que a partir daquele dia eu jamais lhe telefonasse ou lhe escrevesse. Eu cumpri à risca o seu pedido. Nosso reencontro pode ser considerado um ardil das casualidades. Um dia, ao abrir a caixa de entrada do meu computador, um e-mail me chamou a atenção pelo título: sou amigo do seu filho... A mensagem era assinada por Marciel Zonta, farmacêutico e psicólogo de profissão. No início, ele me parabenizava pelo Prêmio Esso e depois, escrevia, romântico: “Namoro e espero me casar com Priscila Gusmão Carvalho, o amor de minha vida, irmã de Danyelle Gusmão Carvalho de Marqueiz, esposa de Marcelo de Marqueiz... seu filho.”

Ao ler essa frase final, fiquei estático. Quase três décadas sem ouvir falar de Marcelo e, agora, graças à informática, soubera um pouco de sua existência. Dizia mais: “Sou muito amigo do Marcelo, uma pessoa maravilhosa, carismático, adora passarinhos, trabalha em uma loja de tintas, em suma, um grande concunhado”. Fiquei extasiado com a notícia e, na mesma semana, procurei uma das tias da Eva e comuniquei o ocorrido. Essa tia, a Claudina, também ficou satisfeita que nós estávamos começando a viver como civilizados. Aproveitando, me deu o número do telefone da casa onde a Eva residia, na Vila Velha, em Vitória, Espírito Santo. Fiquei de telefonar, mas não tive coragem, ou melhor, considerava não ter moral para tentar uma aproximação com a mulher que eu abandonara com um filho com menos de três anos de idade.
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Num sábado à tarde, dia em que completava mais um ano de vida, estava sozinho em casa, quando o telefone tocou. Atendi e uma voz masculina, serena, perguntou, educadamente: É da casa do Sr. José Marqueiz. Respondi positivamente e, só então, ele completou: Aqui é o Marcelo, pai. Senti que o mundo desmoronava. Fiquei sem pronunciar palavra e ele continuou e disse que eu tinha sido muito importante em sua vida. Tentei pedir desculpas, explicar o porquê o deixara e a sua mãe, mas não consegui. Ele me deixou o número dos telefones de sua residência e do seu local de trabalho. Fiquei de telefonar, mas até hoje ainda não tive coragem.
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Não demorou muito depois do contato com Marcelo, outro telefonema. Desta vez, era uma voz feminina. Disse, apenas: Sou eu. De imediato, reconheci a voz da Eva e, quase instintivamente, falei: Oi, amor. Uma expressão que saiu natural, como se eu nunca tivesse me separado dela, como se eu houvesse permanecido sempre junto com ela. Conversamos por alguns minutos e ela me avisou que viria para Santo André visitar seus parentes, principalmente uma tia que estava muito doente. Ficamos de nos ver.

Não demorou nem quinze dias, e a tia Claudina me perguntou se eu teria disponibilidade para buscar a Eva no Aeroporto de Congonhas. Prontifiquei-me a buscá-la e ela me deu o dia e a hora em que estava previsto o desembarque. No dia marcado, peguei o meu carro e segui em direção ao aeroporto, com duas horas de antecedência. Não queria chegar atrasado. Estava, no entanto, apreensivo: como eu iria, depois de quase trinta anos, reconhecer a Eva? E ela, me reconheceria?

Fiquei de olho nos avisos eletrônicos do saguão e quando vi anunciarem a chegada do vôo previsto, rapidamente fui para a sala de desembarque. Não demorou muito e começaram a descer os passageiros. Eu, atento, não perdia a saída de nenhum deles. E nada de ver a Eva. Teria ela já passado sem eu perceber? Sim. Só quase uma hora depois vi uma senhora sentada em um dos bancos, ainda na sala de espera, e, chegando mais perto, tive a certeza de que era ela. Quando Eva me viu, procedeu como se nunca tivéssemos nos separado, e, mostrando que ela em nada havia mudado, me repreendeu pelo atraso, sem me dar nenhuma chance de explicação.

Como ainda era hora de almoço, convidei-a para comer alguma coisa, explicando que eu não poderia participar, a não ser se fosse servido sopa. No caminho para Santo André, viemos conversando – e ela quase nada falou de sua vida. Mostrava mais interesse em saber como eu estava. Nesse dia, ela comeu peixe e, eu, engoli um pouco de sopa. E tomei cerveja, para surpresa dela, que achava que, por ter parado de beber, não ingeria nada de bebida alcoólica. Só cerveja, justifiquei. No começo da tarde, a deixei na casa de sua tia, com a promessa de nos encontrar no dia seguinte. Tínhamos muito o que conversar, ela avisou. Num desses dias, na residência da tia, ela me mostrou o álbum de nosso casamento, com destaque para uma foto: ela, de véu e grinalda, e, eu, de terno completo e de bigode. Ela, com 20 anos, eu, com 22 – dois jovens, dois sonhos que não se realizaram.
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Saímos outras vezes e a levei para passear por Santo André. Fiz questão de passar defronte às casas onde morávamos quando casados. A primeira, agora se transformara em um salão de cabeleireiros; a segunda, um sobrado, virara um pequeno escritório; e, a terceira e última, em um conjunto de sobrado, continuava como antigamente, apenas com um muro mais alto. Numa dessas saídas, ela me pediu para parar o carro e, olhando bem nos meus olhos, disse com uma sinceridade jamais percebida por mim: Apesar de tudo o que aconteceu entre nós, eu continuo apaixonada por você. Estupefato diante da confissão, só fiz acariciar seu rosto, seus cabelos e a olhei com doçura, como se olha um anjo, como se olha a imagem de uma santa.
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Depois, fiquei sabendo as demais razões que a levaram a deixar Santo André e a viver com outro homem. Na casa onde vivia com os tios, ela sentira não ser mais benquista. A tia encontrava-se doente e, o tio, lhe dera sinais de que ela deveria encontrar um local para viver e criar o seu filho, então com menos de três anos de idade. Sem alternativa, deixou-se levar por o único homem que lhe havia prometido uma casa e a promessa de ajudá-la a cuidar do Marcelo.

Assim, disse ela, mesmo sem sentir amor por esse homem, ela aceitou – em nome do pequeno menino adotado em Manaus e que levava o meu sobrenome. Pouco mais de um mês depois desse encontro, ela regressou. Levei-a até o aeroporto e esperei que ela subisse para a sala de embarque. Antes de entrar e desaparecer de minha vista, ela olhou para trás e me acenou e, depois, colocou a mão direita nos lábios e, sorrindo, me enviou um beijo de despedida.
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Na próxima quarta-feira, o vigésimo sexto capítulo de "Memória Terminal", do jornalista José Marqueiz, Prêmio Esso Nacional de Jornalismo, falecido em 29/11/2008. O Prêmio Esso de Jornalismo é o mais tradicional, mais conceituado e o pioneiro dos prêmios destinados a estimular e difundir a prática da boa reportagem, instituído em meados da década de 50. (Edward de Souza).
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31 comentários:

  1. Bom dia amigos (as)...
    A série inédita escrita pelo saudoso jornalista José Marqueiz está prestes a terminar. Talvez mais três capítulos para o encerramento deste trabalho inédito que continua fazendo enorme sucesso na Internet. Pela primeira vez um blog publica em série, sempre às quartas-feiras, uma obra escrita por um Prêmio Esso de Jornalismo. “Memória Terminal” passa a ser um marco na internet, depois de seis meses de publicação. Nossa previsão para a apresentação desta série seria em um ano, mas resolvemos publicar dois capítulos a cada quarta-feira, percebendo que, mesmo longos, os capítulos estavam sendo “devorados” com prazer e emoção pelos nossos leitores (as).

    O capítulo de hoje é preciso ser forte. Enquanto lia para a preparação e postagem do texto, senti forte emoção com o relato e terminei a leitura com lágrimas que, teimosas, insistiam em rolar pelo meu rosto. A ligação telefônica que Marqueiz recebeu, no dia do seu aniversário, feita pelo filho que ele não via há mais de 30 anos, sua reação, tentando em segundos explicar toda uma vida desencontrada ao jovem Marcelo, fez meu coração pulsar mais forte. Certamente de todos estes capítulos apresentados, este foi, no meu modo de entender, o mais emotivo. As emoções vão continuar nos próximos três capítulos finais...

    Um forte abraço a todos...

    Edward de Souza

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  2. Olá Marqueiz

    Bom dia


    Sem palavras. A emoção impede-me de escrever.

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  3. A forma como o José Marqueiz colocou o texto emociona mais ainda. Fico imaginando o baque que deve ter sentido ao ouvir depois de tanto tempo a voz do filho ao telefone. E era dia do seu aniversário. O que poderia ter sido encarado por muitos como um presente, representou um drama para ele, conforme narra neste texto, um dos mais lindos desta série. Sabe Edward, confesso. Também chorei...

    Bjos

    Tatiana - Metodista - SBC

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  4. Olá Edward, amiguinhos e amiguinhas.
    Quando acessei este blog pela primeira vez fazia pouco tempo que a série tinha começado. Fui ao arquivo do blog, em postagens anteriores e li todos os capítulos iniciais, para poder assim acompanhar todo o relato dali para a frente. Mesmo na África, durante a Copa do Mundo, eu sempre lia todos os capítulos desta série. Muito bem. Não me lembro de ter lido que o José Marqueiz tinha um filho. Pelo relato feito hoje, com 30 anos ou mais e até casado. Será que você, Edward, ou a Ilca poderiam esclarecer melhor sobre isso? Ficaria grato.

    Abraços

    Juninho - São Paulo - SP

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  5. Bom dia amigo Edward de Souza, jornalista e escritor, responsável por essa bela edição inédita em capítulos emocionantes de Memória Terminal, do José Marqueiz. Amigos e amigas leitores concordo com o comentário do Edward. Achei este capitulo o mais forte e comovente de todos os que já li desde o inicio. Confesso que fiquei emocionado, e como também sou pai, não escondo, que algumas lágrimas caíram quando o Marqueiz conta que recebeu um telefonema do Marcelo, filho adotivo, já com 30 anos de idade e que ele não via e nem ouvia desde os três anos, quando se separou da amiga Eva, sua primeira mulher.

    Saudações, Hildebrando Pafundi, escritor e jornalista.

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  6. Tenho certeza que não vai ter um só leitor ou leitora que não irá se emocionar ao ler o capítulo de hoje. Acredito até que foi este um dos primeiros textos em que José Marqueiz nada falou sobre a doença que lhe incomodava. E cá entre nós, como escrevia maravilhosamente bem, concordam? Antes do capítulo final, já estou sentindo a falta que irá nos fazer essa série fantástica.

    Parabéns, Edward e Ilca por nos brindar com esse trabalho inédito!

    Bjos

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  7. Edward, creio que você pode nos ajudar. Aproveitando a pergunta do Juninho, seria interessante se pudesse manter um contato com o Marcelo, quem sabe com a Eva, para saber mais detalhes, não? Não me lembro de ter visto nenhum dos dois se manisfestando sobre a série. Será que acompanham? A Eva e o Marcelo moram ainda no Espírito Santo? Sobre Marcelo, parece-me que José Marqueiz tocou no assunto num dos primeiros capítulos desta série. Tem muitas meninas que frequentam o blog que imnprimem todos os capítulos, poderiam também ajudar a esclarecer isso. Quanto ao capítulo de hoje, tocante!

    Bjos

    Carol - Metodista - SBC

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  8. Juninho, Carol e amiguinhas, como o Edward parece-me tomou um chá de sumiço e não responde as perguntas que fizeram, posso ajudar em alguma coisa, porque eu sou um das muitas que imprimem esta série maravilhosa e já chorei muito ao ler o capítulo de hoje, estava até quietinha, emocionada e pensando o que dizer sobre esse relato de José Marqueiz. Prestem a atenção, se meus arquivos estiverem corretos, parte do texto que extraí foi publicado no capítulo número 10, tá bom? E José Marqueiz fala da Eva de do filho Marcelo, leiam um trecho:

    "Foi no intervalo de uma dessas viagens, que Eva tomou uma decisão que iria marcar as nossas vidas para sempre: quando regressei, ela tinha adotado uma criança e pedia para registrá-la como filho legítimo. Ainda atordoado, sem saber o porquê a levara a adotar o menino, fiz o seu registro e, mais por desatenção do que por vaidade, o registrei apenas com o meu sobrenome. Assim, passei a ser pai de Marcelo, Marcelo de Marqueiz, porque sempre achei que o “de” entre o nome e o sobrenome dá um ar de superioridade à pessoa, assim como o alemão usa o von e o sueco o mac. Não sei como, mas acabei convencendo a Eva a voltar para Santo André. Lembro-me até hoje dela partindo com uma criança de apenas dois meses no colo. O avião, ao decolar rumo a São Paulo, pareceu-me levantar vôo levando um pouco a pureza e o verdadeiro amor – tanto o carnal como o maternal".

    Pronto, leram? José Marqueiz morava em Manaus com a Eva quando ela resolveu adotar uma criança, que recebeu o nome de Marcelo. Prestei o meu serviço, espero ser contratada pelo Edward para ser guindada a chefe de informações especiais do blog. Afinal, quase tudo que me interessa, depois de ler, imprimo. E hoje valeu o esforço.

    Beijos

    Andressa - Cásper Líbero - SP.

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  9. Olá Andressa, Juninho, Carol e demais amigos(as)...
    Não se trata de tomar um chá de sumiço, Andressa, mas sim correr para cumprir alguns compromissos sérios e hoje é o dia. Você esclareceu essa dúvida do juninho e de muitos outros(as) sobre Marcelo, filho adotivo de José Marqueiz e Eva.

    Aproveito para sanar a outra dúvida levantada pela Carol. A Eva, Carol, participou dos primeiros capítulos desta série. Entrou no blog e escreveu seu comentário. Para ler o que ela escreveu é preciso voltar aos primeiros capítulos em postagens anteriores, no rodapé da página. Depois desta participação, não soube mais nada da Eva, uma pena. Quanto ao Marcelo, não sei como encontrá-lo. Pediria a ele que, caso não pretenda deixar um comentário neste espaço, que entre em contato comigo, escrevendo para: edwardsouza@terra.com.br

    Não sei se Eva e Marcelo ainda moram no Estado do Espírito Santo, isso vou deixar a Ilca esclarecer, ou quem sabe, a própria Eva, que deve estar acompanhando todos estes capítulos, já que participou no início.

    Vamos em frente...

    Edward de Souza

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  10. Caro Hildebrando Pafundi: por favor, me esclareça. Certa vez o Marqueiz apareceu lá nossa Sucursal do Estadão com um garoto índio, muito lindo. Dizia que tinha adotado. Era ele?
    Abraço!
    Milton Saldanha

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  11. Olá, Edward, acabei de ler este artigo do saudoso amigo José Marqueiz e aproveito para informar que reúno informações sobre ele para sugerir ao vereador Paulinho Serra, do PSDB de Santo André, que o município dê uma rua ao seu nome. Coincidentemente, hoje acordei com a preocupação de falar com a Ilca para saber mais dados do Marqueiz (só me restam datas exatas do nascimento e morte) para redigir a justificativa do projeto e ao ligar o computador deparei-me com a chamada que você me enviou sobre a série de Marqueiz, cujo capítulo acabo de ler. Foi uma feliz coincidência, pois pretendo na edição de outubro do POLÍTIKA DO ABC, trazer uma reportagem com a possibilidade de Santo André ter uma rua, praça ou avenida com o nome do confrade, que morreu sem ter tido a morte divulgada nem pelo jornal O Estado de S.Paulo, pelo qual ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo, nem pelo jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas. O POLÍTIKA DO ABC foi, possivelmente, o único veículo de imprensa a dedicar duas páginas ao seu falecimento e à sua história como jornalista e autor de livros.

    Abraços do Carlos Laranjeira - Jornalista e escritor

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  12. Pois é, gente, cada vez que leio um capítulo do Marqueiz fico meio baqueado, como se tivesse levado uma pancada na cabeça. Este de hoje é especialmente pertubador.
    Abraços!
    Milton Saldanha

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  13. Foi o que aconteceu comigo, Milton Saldanha. Fiquei atordoada ao final do texto de José Marqueiz. E com uma curiosidade. Será que o jornalista morreu sem antes ter visto ou falado com o filho? O Edward disse que os capítulos estão terminando, pode ser que José Marqueiz ainda toque no assunto, não sei. O que acho muito bonito em toda essa história é a atitude da Ilca. Claro que leu tudo antes de mandar a série para o Edward, mesmo assim não se sentiu incomodada com as aventuras do marido. Mesmo em seu texto hoje, José Marqueiz mostrou todo o seu carinho pela ex. Outra em seu lugar teria ateado fogo neste texto e perderíamos essa obra maravilhosa.

    Beijos

    Tânia Regina - Ribeirão Preto - SP.

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  14. Meu caro Edward, o capítulo de hoje é para quem tem o coração forte. José Marqueiz mexeu com nossos sentimentos falando do filho e da sua primeira esposa. E que atitude bonita acabo de ler aqui nos comentários. O jornalista Carlos Laranjeira, que ainda não tinha visto no blog, creio que é amigo de todos vocês, está mexendo os pauzinhos para que José Marqueiz tenha seu nome em uma rua ou avenida de Santo André. Mesmo sem conhecê-lo, meus parabéns Sr. Carlos Laranjeira e vou torcer para o sucesso desta sua empreitada.

    ET: Juninho, você é mesmo couro grosso, amigo! Nem os leões africanos conseguiram digerí-lo, seja bem vindo. Melhor ter você ao nosso lado do que contra.

    ABÇS

    Birola - Votuporanga - SP.

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  15. Andressa, você é um tesouro, muito obrigado pela ajuda, não me lembro de ter lido esse trecho. Na verdade, devo sim ter lido, mas acabei me esquecendo. Agradeço também ao Edward pelo complemento das informações. E gostei dessa atitude do jornalista Carlos Laranjeira. Uma justa homenagem ao José Marqueiz. Merece!

    Birola, meu bom amigo. Não se trata de couro grosso para sobreviver na África, mas sim da forma como você age por lá. Fui esperto e contratei os serviços do Tarzan. Está velho e alquebrado, mas é respeitado pacas nas selvas, por isso estou de volta, são e salvo. Quando o Tarzan solta o grito, agora que está rouco e desafinado, não tem fera que fique por perto. Na verdade, nem eu ficava, corria pra bem longe, credo!

    Abraços e vou ficar por perto agora.

    Juninho - Sampa

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  16. Como vai, Edward, tudo bem?
    O Milton pergunta se o indiozinho que ele viu com o Marqueiz seria o Marcelo. Olha, eu tenho certeza que também vi o Marqueiz com esse menino, mas pensei que ele estava brincando. Depois ele me disse que tinha adotado uma criança, a pedido da Eva, não sei se seria o mesmo, mas é bem possível. Só mesmo a Ilca ou o Pafundi para esclarecer isso, já que a Eva, parece-me, não tem participado do blog, pelo menos com comentários.

    Vou procurar o Laranjeira, Edward e ver no que posso ajudar para que o vereador citado por ele consiga uma rua para ter o nome de José Marqueiz. Penso que aqui no ABC ainda existem muitos jornalistas que foram parceiros de Marqueiz. Todos juntos, em breve podemos comemorar essa homenagem prestada a ele. José Marqueiz é cidadão andreense e prestou inúmeros serviços ao município, além do Prêmio Esso Nacional de Jornalismo que ganhou.

    Um abração, meu amigo,

    Flavio Fonseca - Jornalista

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  17. Depois de ler o capítulo de hoje e chorar muito, Edward, chamei a minha mãe para ler. Duas chorando, ao invés de uma. Ela está acompanhando a série e assim que cheguei em casa me pediu para ligar o micro correndo e entrar no blog para ver o capítulo desta quarta. Aí, coitada, tocou o telefone e ela foi atender. Estava impaciente para desligar logo para acompanhar esse relato, percebi. Se os capítulos que restam continuarem assim, com tantas emoções, haja coração...

    Beijos,

    Giovanna - Franca - SP.

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  18. Caro amigo Milton Saldanha, desculpe a demora em responder, mas eu estava em São Caetano do Sul, na Academia de Letras da Grande São Paulo, onde fui entregar alguns trabalhos para a próxima Revista Tamises, órgão oficial da entidade. Agora estou em Santo André e li sua pergunta a respeito de Marqueiz com um menino índio na sucursal. Como esse fato ocorreu há cerca de 30 anos, embora seja inusitado, até mesmo para o Marqueiz, aparecer com um garoto índio na Sucursal ABC do Estadão, dizendo ter adotado, não lembro com detalhes do fato. Mas com certeza, se você viu, esse indiozinho era o Marcelo, que hoje está com mais de 30 anos.

    Saudações e abraços, Hildebrando Pafundi

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  19. Amigos Hildebrando Pafundi, Milton Saldanha, Flávio Soares Fonseca e Carlos Laranjeira. Depois de ler essa discussão sobre o tal garotinho índio, sou capaz de jurar que eu também vi esse menino com o Marqueiz. Ele apareceu com o garoto segurando pelas mãos no Jequibal, onde lhe ofereceu um refrigerante, isso agora ficou nítido em minha memória. De fato, um belo garotinho índio. Hoje um homem. Gostaria muito de me encontrar com ele.

    Quanto ao amigo Carlos Laranjeira, para quem não o conhece, explico que chegou da Bahia no começo dos anos 70 e logo se empregou no Correio Metropolitano, onde eu estava, ao lado de uma equipe poderosa de jornalistas, entre eles, Dirceu Martins Pio, Onofre Leite, Lázaro Campos, Jésus Domingos, Eidy, entre outros. Laranjeira havia saido do Jornal da Bahia para tentar a vida em São Paulo, onde se deu bem, graças a sua capacidade. Foi assessor de Imprensa um bom tempo na Prefeitura de São Bernardo, é proprietário há mais de 15 anos do Jornal Politika do ABC e autor de diversos livros sobre política. Um expert no assunto. Tenho todos os livros do Laranjeira comigo, devidamente autografados. Um outro irmão querido.

    Feita a apresentação, adianto que sua iniciativa em colocar numa rua ou avenida de Santo André o nome de José Marqueiz, vai contar também com minha força e sei, de todos os amigos e amigas jornalistas. Informei a Ilca sobre isso esta manhã e ela ficou muito alegre. Já passei ao Laranjeira a data de nascimento de José Marqueiz, como também do seu falecimento, que se encontra no rodapé deste texto. Uma iniciativa que merece todos os nossos aplausos. Obrigado, Laranjeira!

    Edward de Souza

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  20. Edward, durante todo esse período em que estou acompanhando esta série do José Marqueiz, esta foi a primeira vez que meu coração bateu forte depois de ler esse capítulo. Outros capítulos também me emocionaram, alguns chocaram, outros surpreenderam, e até enterneceram, mas o desta quarta foi difícil segurar as lágrimas. A forma como José Marqueiz relatou a conversa que teve com seu filho ao telefone, machuca, porque percebe-se que o jornalista sentiu o baque de não ter se aproximado mais do filho durante sua vida, seja ele adotivo ou não. Um texto marcante o desta semana que ficará marcado em minha memória.

    Bj

    Priscila - Metodista - SBC

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  21. Verdade, Priscila, maravilhoso o texto. Emocionante o relato de José Marqueiz.

    Beijos a todos,

    Talita - Santos - SP.

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  22. Oiê, amigos (as)...
    Mais uma interessante página do livro da vida de José Marqueiz. Emocionante como as que por aqui passaram e, certamente, as que virão. Em vida, na Rádio Diário, onde trabalhou uma temporada com a gente (começo dos anos 1990), Marqueiz transmitiu sua enorme competência jornalística. Maravilha.

    Beleza, também, encontrar aqui neste espaço companheiros do naipe de Carlos Laranjeira e Hildebrando Pafundi que, além de competentes jornalistas e escritores, velhos e sempre amigos. abraços Laranjeira, abraços Pafundi.

    Oswaldo Lavrado - SBCampo

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  23. Juninho, gatinho, você deve estar com amnésia ou gosta muito de brincar com os amigos, porque, ao contrario do que disse na sua primeira intervenção, você participava do blog do Edward desde o ano passado. Lembro de vários comentários seus, muito anteriores ao início de Memória Terminal. Dizia que era de Santos, depois mudou para São Paulo...Será que a temporada africana afetou a sua memória?

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  24. Olá Bianca, difícil vai ser eu e os demais deste blog nos lembrarmos de você. Seria vc um ser extraterrestre que nos acompanha a distância usando sua magnífica tecnologia? Se vc não fosse uma estranha no pedaço, eu me arriscaria a convidá-la para tomarmos juntos um sorvete, quem sabe ajudaria a refrescar minha memória. Como não a conheço apenas peço-lhe que cuide de sua vida e comente o capítulo postado. Entrar num blog como esse para cuidar da vida dos outros é feio, minha amiga. Passar bem!

    Juninho - Sampa

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  25. Boa noite a todos. O último parágrafo deste texto esclarece as perguntas que foram feitas por alguns dos nossos coleguinhas. José Marqueiz escreve: "Assim, disse ela, mesmo sem sentir amor por esse homem, ela aceitou – em nome do pequeno menino adotado em Manaus e que levava o meu sobrenome".

    Nem seria preciso recorrer aos primeiros capítulos, concordam? Pequeno menino adotado em Manaus e que levava meu sobrenome. O texto é perfeito e o relato maravilhoso!

    Abraços,

    Francisco Heitor - Franca - SP.

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  26. Impossibilitada de comparecer ontem ao blog, Edward, registro minha presença e minha admiração cada vez maior pelo falecido jornalista José Marqueiz, que desnudou sua vida de uma forma surpreendente, escrevendo esta série que considero o melhor trabalho em toda a sua vida, superior ao Prêmio Esso de Jornalismo que conquistou. Ao deixar seus escritos nas mãos de Ilca, sua companheira fiel dos últimos dias, José Marqueiz certamente imaginava que, mais cedo, mais tarde, toda a sua história seria revelada. O que acabou acontecendo graças a essa sua iniciativa que precisa ser reconhecida por nós e elogiada.

    Beijos, amigo!

    Daniela - Rio de Janeiro

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  27. O Marqueiz, Edward e amigos leitores (as), me entregou para publicar o livro que ele fez da biografia de Dom Jorge Marcos de Oliveira, primeiro bispo de Santo André, assunto já comentando por ele nesta série. Falta de patrocínio na época e logo o falecimento de José Marqueiz, foram os motivos que impediram essa publicação.

    Uma das fotos de Dom Jorge incluídas no livro eu ampliei e fiz um quadro no tamanho 40 por 60 centímetros, muito bonito e deixei no sebo que tenho, com outras molduras, e por esse quadro recebi até várias propostas, mas não vendi por entender que valorizava o sebo. Tempos atrás entrou um padre, identificou-se, disse que estava montando um museu na Diocese que celebraria naqueles dias aniversário. Eu então doei a moldura de Dom Jorge que, para mim, possuia um valor sentimental.

    Depois, outros padres e pesquisadores da Diocese procuraram-me para eu falar do Marqueiz, falei como o conheci, conservei a amizade, com ele fiz teste para ingressar no NOTÍCIAS POPULARES, comentei a série de reportagens que publicou no jornal O Estado de S. Paulo, mostrei-lhes o livro Villas Boas e os Índios, no qual o escritor baiano Adonias Filho o considera um cientista social. E indiquei outras pessoas para falar do confrade.

    Creio que a Diocese de Santo André elaborou um trabalho do Marqueiz, mas não sei se qualquer pessoa, parente ou amigo podem ter acesso a esse documento. O quadro está sim exposto na Diocese.

    Abraços do
    Laranjeira

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  28. Acompanho todos os capítulos desta série, embora por timidez não tenha ainda deixado comentários. Sou estudante de jornalismo e fiquei fã do texto do jornalista José Marqueiz. O capítulo desta quarta-feira mexeu com meus sentimentos.

    Mariana - Jundiaí - SP.

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  29. Olá, pessoal, difícil responder a todas as dúvidas, mas o Marcelo, quando criança, visitava a avó, mãe do Marqueiz, ele o levou ao Estadão numa dessas ocasiões. A mãe natural era de Parintins, mas foi adotado em Manaus, por intermédio da Célia, uma médica vizinha. Depois não tiveram mais contato, até o dia do telefonema. Já da visita da Eva, eu tinha conhecimento, o Marqueiz nunca escondia nada de mim, sempre existiu uma confiança absoluta entre nós. Aproveito para deixar um grande abraço ao Laranjeira, um dos seres humanos mais autênticos que conheci, e a todos vocês, amigos antigos e amigos queridos do blog.

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  30. Boa tarde Edward e amigos do nosso blog querido. Viajando muito nos últimos dias, mas sempre participando deste blog. Mais uma vez me senti gratificado em ler outro capítulo escrito pelo jornalista José Marqueiz. Gostei também da participação da Ilca no comentário acima. Ela escreve que sempre houve entre o casal uma confiança absoluta e que nada entre eles era escondido. Isso, Ilca, a razão de ter dado certo esta união entre vocês. Meus parabéns!

    Um abraço a todos

    Miguel Falamansa - Botucatu - SP.

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  31. Olá Amigos

    Boa tarde

    Chovendo torrencialmente aqui em Mongaguá.
    Revendo o blog de hoje, me deparei com a frase abaixo inserida no comentário da Ilca:

    “Marqueiz nunca escondia nada de mim, sempre existiu uma confiança absoluta entre nós”.

    Está ai um dos critérios, além do amor e da paixão, para que uma união (marido e mulher) dê certo.

    Quantas lições estamos recebendo através desta série.
    É provável que muitas vidas mudem para melhor depois que os textos e comentários foram lidos por centenas de pessoas que acompanham o blog.

    Um abraço a todos

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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