terça-feira, 12 de outubro de 2010


“As crianças acham tudo em nada, os homens acham nada em tudo”. Esse pensamento, atribuído ao poeta italiano Giacomo Leopardi, é de uma profundidade fabulosa. A criança, seja ela rica ou pobre, em sua idade inocente desconhece a realidade que a cerca. Os ricos ignoram o mundo além deles. Os pobres vão um pouco mais além, pois vivem em condições subumanas em meio à riqueza materialista sem poder ter acesso a ela. E pior ainda! São invisíveis aos olhos da população indiferente.


Uma data muito especial o dia de hoje. Dois eventos são comemorados. O Dia da Padroeira do Brasil (Nossa Senhora Aparecida) e o Dia da Criança. Nada como reverenciar a inocência, a alegria espontânea e a singela sabedoria presentes nesses pequenos seres que vêm a terra, como anjos, para nos alegrar, e nos mostrar o quanto faz bem, vez ou outra, voltar a ser criança. Com sua ternura, fazem nosso coração transbordar de encantamento, magia, cores e de tudo que é belo. Possuem o dom de sempre nos fazer lembrar, ao atingirmos a maturidade, que a criança que fomos um dia permanece dentro de nós, por toda a nossa existência. Feliz sensação que nos impulsiona vida afora e nos faz, em certos momentos, encarar com menos seriedade problemas de um cotidiano às vezes tão desanimador.

O Dia da Criança se transformou, na verdade, numa data comercial, destinada a difundir o consumismo com a finalidade de aferir lucros. A figura homenageada parece permanecer em plano secundário, como vítima de atentados à formação de sua personalidade, tudo pela subestimação de itens fundamentais à construção de um sistema no qual a dignidade prevaleça. O quadro precisa ser superado: a criança, esse ser indefeso deve ser protegido vinte e quatro horas por dia tal como o fomos ou deveria ter sido, é o futuro da Nação.

Em contraponto às características festivas às quais habitualmente se associa a data em homenagem à criança, a ausência da devida assistência familiar, omissão constatada não apenas nas camadas mais carentes, mas também existente nas classes média e alta, em que a dependência das drogas entre menores tem dado causa a fatos desoladores. Ainda o crucial problema das crianças abandonadas que continua em busca de possível solução. Mas passa ao largo, ninguém ousa buscar entrar a fundo no cerne da questão. As igrejas incentivam à procriação posicionando-se contrariamente ao efetivo controle da natalidade. Do mesmo modo, os políticos se arrepiam, fogem como se avistassem um tenebroso fantasma.

As mães e pais que abandonam seus filhos; jogam em córregos; em latas de lixo ou em matagais, deveriam receber tratamento do Estado como criminosos hediondos, com pena de detenção inafiançável não superior a 30 anos e nunca inferior a 20 anos. Seus filhos poderiam ser encaminhados à adoção e as identidades e endereços dos pais adotivos, mantidos em sigilo absoluto pelo resto da vida. Estas pessoas, os pais que cometem este tipo de crueldade, por mais bárbaro que possa parecer, teriam que passar por cirurgias de esterilização, para não poderem ter mais filhos. Pessoas que agem assim serão um risco eterno e a psiquiatria moderna jamais conseguirá decifrar os códigos e reações que estas mentes podem produzir.
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O abandono de crianças é um assunto complicado, diante de valores religiosos, familiares. Mas não se pode permitir que a praga se alastre. Não podemos deixar que tudo role como se nada estivesse acontecendo. E ainda, pra complicar, a burocracia que inibe adoções. Pobre Brasil, pobres crianças abandonadas... Será que um dia alcançaremos a civilização, com a desejada inclusão social e a liberação feminina de preconceitos?

Mas, de uma forma ou de outra, as crianças sonham. Um brinquedo de última geração, uma boneca ou bola achada nos lixões... Momentos em que nada importa, pois eles acham tudo em suas ilusões fantasiosas. Ao contrário dos adultos que não acham nada, apenas uma visão egoística de um mundo muito particular e que deixam como herança aos pequeninos seus defeitos e poucas virtudes. Um círculo vicioso que se repetirá...

Este e todos os demais dias do ano deveria ser dedicado a preparação das crianças para o futuro. Uma preparação para aprimoramento do ser humano, sem o consumismo exagerado que ocorre nos dias de hoje. Infelizmente, os apelos consumistas falam mais alto. Os mais privilegiados receberão presentes mil, e os deserdados da sociedade? Párias envolvidos nas misérias ocasionadas pela própria humanidade! Como seria bom se os mandatários da nação voltassem suas atenções para as 27 milhões de crianças que vivem abaixo da linha da pobreza e que hoje estão condenadas - se sobreviverem - a uma vida sem qualquer perspectiva.

Estes são alguns dos principais desejos daqueles que se preocupam com o bem-estar de suas crianças e que, lamentavelmente, não são os mesmos que os detentores do poder comungam. Como diz o ditado popular, "enquanto há vida, há esperança", e talvez seja esta a única tábua de salvação em que se agarra a grande maioria dos pequenos deste nosso país.
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*Edward de Souza e J. Morgado são jornalistas profissionais
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LUTO - Faleceu no final da noite de ontem, o amigo Clarindo Ferracioli (53 anos), o Belão, Prefeito da cidade de Restiga, localizada há 12 quilômetros de Franca, vítima de um acidente na Rodovia João Traficante, entre Franca e Ibiraci. O funcionário da Prefeitura de Restinga, Celso Cordeiro, que o acompanhava, também morreu. Os dois, ocupantes de um Fiat Línea que capotou no quilômetro 17 desta rodovia, foram arremessados para fora do veículo. Unidades de Resgate do Corpo de Bombeiros providenciaram o socorro das vítimas e realizaram todo o trabalho de preservação da vida, mas Belão e Celso não resistiram e deram entrada na Santa Casa de Franca sem vida. A cidade de Restinga estará de luto por três dias. Os corpos foram sepultados na manhã desta quarta-feira, no cemitério público daquela cidade.
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23 comentários:

  1. Bom dia amigos (as) deste blog...
    Não poderia deixar passar em branco este Dia dedicado às crianças. Matutei um bom tempo, imaginando uma bela homenagem para nossas crianças, mas percebi que a realidade hoje é outra. Conversando com o amigo-irmão J. Morgado ontem à tarde, brincando pedi a ele que esboçasse um pequeno texto que eu completaria. Menos de uma hora chegou a encomenda. Mas, só na manhã de hoje resolvi entrar com meu trabalho. É possível que nem o Morgado descubra as linhas que escreveu, tal a mistura que aprontei, retratando os sérios problemas que hoje encontram milhões de crianças espalhadas pelo nosso Brasil.

    Gostaria, como escrevi em anos anteriores neste blog e em jornais, de falar sobre os bons tempos em que as crianças festejavam este dia com descontração e alegria. Crianças ricas e pobres faziam parte deste mundo, claro, mas eram mais respeitadas e tinham no mínimo a companhia e o carinho dos pais. Nos dias de hoje, mais de 5 milhões de jovens entre 5 e 17 anos de idade trabalham no país. Ou trabalham, ou padecem de fome, frio e doença. Não se pode negar que o governo brasileiro ratificou convenções internacionais sobre o assunto e o combate ao trabalho infantil se tornou prioridade na agenda nacional na última década, mas de nada adiantou. Na maioria das vezes os pais não encontram outra saída para o sustento da família, numerosa e sem renda alguma, a não ser obrigar seus filhos a trabalhar.

    Pergunto: Que país é esse, e que sociedade é essa que trata com tanto descaso o que deveria ser o futuro de nossa nação? Há crianças trabalhando em lixões, comércio ambulante, casas de lenocínio ou pontos de prostituição e tráfico de drogas. Há também grandes contingentes trabalhando em lavouras de cana-de-açúcar, pedreiras, serviços de olaria e cerâmica, oficinas mecânicas, pesca e avicultura. Quantas crianças no trânsito, pedindo, vendendo balas ou fazendo malabarismos com pequenos pedaços de madeira para que alguém veja e lhes dê um trocado... Por isso, creio, não temos muito a comemorar. Pobre Brasil, pobres crianças abandonadas.

    Edward de Souza

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  2. Olá Amigos

    Bom dia

    Convidado que fui a partilhar com meu amigo/irmão um texto sobre o Dia da Criança, não hesitei. Mandei ver!
    Mas, ao contrário da alegria contagiante que eu observei nas ruas de minha cidade, onde tudo era festa, lembrei-me daquelas que ali não estavam, ou melhor, estavam, mas não eram notados e nem paquerados como os meninos (as) privilegiados.
    Alguns indiozinhos que olhavam com olhares cobiçosos os brinquedos e as guloseimas lá estavam. Pertencem a uma reserva indígena local. Será que existe um Dia da Criança entre os índios? Acho que não!
    Afetados pelos chamados “civilizados”, perderam-se no tempo e no espaço. Mendigam pelas ruas das cidades do litoral sul.
    Como bem escreveu em seu comentário, Edward de Souza lembrou-se (e eu também) da infame cracolândia (um câncer dentro de São Paulo). Será que as autoridades responsáveis não conseguem dar um jeito nessa situação? Uma região onde antes o lenocínio imperava e agora se soma a droga.
    Em meio a tudo isso milhares de crianças abandonadas viciando-se e se prostituindo. Cadê os abrigos e orfanatos como existem em países mais civilizados?
    Menores passando fome e empregados em serviço escravo é manchete em jornais e revistas. Meninas se prostituindo na beira das estradas. E pior do que isso, a mando dos pais e servindo animalescamente motoristas desqualificados e sem nenhuma moral.
    Faço aqui um apelo: adultos, mudem seu modo de agir e protejam nossas crianças cada minuto, cada dia do ano e, certamente teremos um mundo melhor.

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  4. Edward e J. Morgado, se um já é bom, dois melhor ainda. Uma bela parceria e um texto real. O número publicado nesta crônica que escreveram assusta. 27 milhões de crianças na linha de pobreza neste País e nosso Presidente batendo no peito e dizendo que acabou a miséria no Brasil. Da mesma forma que prega que pagou nossa dívida externa, outra deslavada mentira. O próprio Banco Central publica em seu site que nosso País deve mais de 270 bilhões de dólares. Os problemas das crianças brasileiras deveriam ser tema destes debates entre Serra e Dilma, com projetos que visem melhorar a qualidade de vida destes inocentes. Encobrir estes fatos só piora a situação e envergonha nosso Brasil.

    Parabéns aos dois brilhantes jornalistas pelo texto-coragem!

    Gabriela - Cásper Líbero - São Paulo - SP.

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  5. Em tempo: beijos para todas as crianças do nosso imenso Brasil, mesmo com todos os problemas que enfrentam. Deus certamente está olhando por todas elas.

    Gostaria ainda de deixar meus profundos sentimentos para às famílias do Prefeito da cidade de Restinga e do funcionário da Prefeitura daquela cidade pelo falecimento em acidente, noticiado no final deste blog.

    Gabriela - São Paulo

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  6. Lamentável, um país milionário em riquezas naturais como o Brasil e tanto descaso em relação às nossas crianças. Não é necessário andar muito para encontrar crianças pedindo esmolas ou comida. Infelizmente estamos perdendo a capacidade de nos constranger com a miséria de nossos irmãos. Esperar políticos arregaçarem as mangas para resolver o problema de nossas crianças é inútil, todos sabem. Estas pobres crianças só servem a eles em época de campanha eleitoral. São carregadas no colo e beijadas. Depois que os holofotes desaparecem, são atiradas de volta para a miséria onde vivem. Nossa sociedade precisa se mobilizar e assumir a responsabilidade nesta difícil luta para ajudar a melhorar as condições de vida de nossas crianças. O futuro do nosso País está em risco.

    Meus parabéns aos jornalistas J. Morgado e Edward e Souza pela brilhante crônica. Beijos a todas as crianças do mundo!

    Michelle – Florianópolis - SC

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  7. Prezados jornalistas Edward de Souza e J. Morgado, infelizmente no Brasil, crianças e adolescentes sofrem com a falta de apoio e de políticas públicas especializadas do Governo Federal, e os municípios não têm como desenvolver este tipo de trabalho sozinhos. É triste constatar que milhares de crianças estão abandonadas e vivem nas ruas, onde acabam se envolvendo com drogas e prostituição, além de deixar de frequentar escolas por falta de oportunidades. Na maioria das vezes, sei disso porque fiz um trabalho a respeito, muitas crianças e adolescentes possuem famílias, mas normalmente enfrentam algum tipo de problema em casa. Muitos sofrem casos de violência sexual ou espancamento, a família é desestruturada e o pai ou a mãe tem envolvimento com drogas. Em casos assim, o adolescente prefere ficar na rua a ficar em casa. O assunto é complexo e nem espaço teria eu para prosseguir.

    Pena, no dia em que muitas crianças estão esperando para ver que presentes vão ganhar, outras tantas gostariam apenas de ter um lugar mais confortável para dormir em ambiente que oferecesse segurança. Esse o triste quadro do nosso Brasil.

    Beijos a todos,

    Larissa – Santo André – SP.

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  8. Boa tarde a todos!
    A proteção à infância e à juventude tem sido ineficiente em nosso país. Temos leis modernizantes, que impedem, por exemplo, o trabalho infantil, mas não garantem o encaminhamento da criança para a educação e o aprendizado que a tornem útil e competitiva no futuro. Pais e mães negligenciam com os filhos, mas, na maioria das vezes, não são cobrados a cumprirem suas obrigações. Há, entre outras coisas, a desculpa de que eles próprios também foram crianças problema e, assim, não têm estrutura para bem encaminhar a prole. Então, não se faz nada e o problema aumenta. A família tem de assumir a responsabilidade por aqueles que coloca no mundo e formá-los para o bom convívio em sociedade. Os profissionais encarregados de serviços domésticos, educação e outros têm de ser conscientes de suas responsabilidades. E todo cidadão, em defesa do coletivo, deve ter o interesse social de proteger a infância e a juventude para, com isso, ajudar na formação das futuras gerações.

    Abraços, J. Morgado e Edward de Souza, parabéns pelo texto em quatro mãos.

    Laércio H. Pinto – São Paulo – SP.

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  9. NOSSA SENHORA

    Composição: Roberto Carlos / Erasmo Carlos

    Cubra-me com seu manto de amor
    Guarda-me na paz desse olhar
    Cura-me as feridas e a dor me faz suportar
    Que as pedras do meu caminho
    Meus pés suportem pisar
    Mesmo ferido de espinhos, me ajude a passar
    Se ficaram mágoas em mim
    Mãe, tira do meu coração
    E àqueles que eu fiz sofrer, peço perdão
    Se eu curvar meu corpo na dor
    Me alivie o peso da cruz
    Interceda por mim, minha mãe, junto a Jesus
    Nossa Senhora, me dê a mão
    Cuida do meu coração
    Da minha vida, do meu destino
    Nossa Senhora, me dê a mão
    Cuida do meu coração
    Da minha vida, do meu destino
    Do meu caminho
    Cuida de mim
    Sempre que o meu pranto rolar
    Ponha sobre mim suas mãos
    Aumenta minha fé e acalma o meu coração
    Grande é a procissão a pedir
    A misericórdia o perdão
    A cura do corpo e pra alma a salvação
    Pobres pecadores, oh mãe
    Tão necessitados de vós
    Santa Mãe de Deus, tem piedade de nós
    De joelhos aos vossos pés
    Estendei a nós vossas mãos
    Rogai por todos nós, vossos filhos, meus irmãos
    Nossa Senhora, me dê a mão
    Cuida do meu coração
    Da minha vida do meu destino
    Do meu caminho
    Cuida de mim...

    Que Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, abençoe todas as nossas criancinhas...

    Martinha - SBC

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  10. Olá!
    A única saída para o Brasil não aumentar o número de crianças jogadas nas ruas a mercê da sorte é parar com reprodução em massa. Controle de natalidade é necessário! Se milhares de pais não podem educar, criar, guiar e disciplinar, o melhor a fazer é evitar filhos. Reproduzem pra todos os cantos, sem orientação e sem recursos, o resultado é o que vemos diariamente. Um bando de crianças abandonadas, viciadas em crack e todo o tipo de drogas, usadas e abusadas por marginais e pedófilos. Triste, mas uma realidade.

    Bom final de feriado a todos, parabéns aos jornalistas pela crônica. Achei este blog simplesmente maravilhoso! Vou voltar sempre.

    Cecília Tozzi – Curitiba - PR.

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  11. Oiê, amigos (as)...
    Reflectivo e didático o artigo de hoje escrito a quatro mãos pelos considerados e competentes Edward de Souza e Juliano Morgado. Pouco ou quase nada resta a acrescentar.
    Mas um velho amigo, já morando no andar de cima, dizia:
    "Debaixo do cobertor não tem miséria".
    O resultado está i.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCAmpo

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  12. Edward e J. Morgado, penso que a liberdade excessiva vivida hoje pelos jovens trouxe consequências desastrosas, como gravidez indesejada e falta de maturidade para assumir seus atos. Não quero voltar no tempo das "Amélias", mas gostaria que a mídia começasse a valorizar mais os valores éticos e morais ao invés de coisificar a mulher e torná-la mercadoria que se vende em feiras, como “melancias”, “melões”, “uva”, “pêra”, etc. Quem abandona seu próprio filho abandona a si mesmo, pois filho é a sua continuação, a sua herança e a sua marca no futuro. Deveria haver uma escola pública para preparar casais para o enlace matrimonial e ensiná-los como cuidar dos filhos, assim não se contabilizaria hoje tantas crianças jogadas nas ruas.

    Este texto eu recebi dia desses, sem autoria. Achei muito bonito e perfeitamente de acordo com o dia em as crianças são homenageadas: “Crianças me causam orgulho e me enchem de esperança. Elas em sua simplicidade me ensinam como é fácil e gostoso viver em harmonia. Nelas eu vejo uma centelha da vida que, imagino eu, Deus projetou para a humanidade. Estes pequenos seres, ignorados na maioria das vezes, como se nada soubessem da vida, são o espelho para os adultos se mirarem. São elas que no dia-a-dia, com sua maneira fácil, nos ensinam o que é e como deve ser a vida”.

    Bjos a todas as crianças deste planeta!

    Andressa – Cásper Líbero – SP.

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  13. Parabéns Edward de Souza e J.Morgado pela matéria. Realmente, festejar o que, depois de tudo que foi dito aqui? Sou 100% a favor do controle da natalidade. E acho absurdo que as leis do país sejam regidas por principios religiosos. O Estado é laico, pô. As religiões têm todo o direito de ter e exercer suas idéias. Seus seguidores que sigam, com toda a liberdade. Mas isso não pode ser imposto ao conjunto da sociedade e a quem não concorda com elas. O problema é que a religião virou um poder paralelo, que agora tudo pode e decide. E nenhum político terá peito de dizer não a elas. Todavia, é preciso lutar! Controle de natalidade sim!
    Abraços a todos!
    Milton Saldanha

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  14. Prezada Gabriela: não faz muito tempo discorri aqui sobre economia, que foi minha área na grande imprensa por muitos anos, mesmo quando exerci cargos de chefia em redações. Corra o blog, se tiver um tempinho, e veja as explicações sobre dívida externa, nos comentários. Não quero ser indelicado com uma jovem bonita e inteligente como você, quero apenas ajudar no entendimento disso. Dívida externa faz parte da vida econômica de qualquer país. Sempre vai existir. Não é como a conta do supermercado, que a gente quita e pronto. O que o Brasil (e não o Lula) pagou foi a parte referente ao FMI. Que já vinha sendo paga em parcelas, há muitos anos.
    Beijo!
    Milton Saldanha

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  15. "Todas as crianças precisam ter a mesma chance. Elas não podem ser discriminadas só porque nasceram em uma cidade muito pequena ou porque os pais são pobres e vivem em uma área de periferia. Elas devem ter a chance de estudar em escolas que são iguais às melhores escolas do país. Todas as escolas devem ter o mesmo padrão. Todos os professores e professoras devem ser formados(as) em universidades e cursos com a mesma qualidade. Isso é possível. Se você vai em uma agência do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal, em qualquer cidade do Brasil, o padrão de atendimento e de serviço é o mesmo; são instituições que mostram que o Estado brasileiro tem capacidade de gerar organizações que funcionam. Assim deveria ser também com as escolas. Professores e professoras bem remunerados(as), com meios de trabalho e ambiente adequados. Livros, currículo, computadores, tudo para ajudar a ter o mesmo padrão e a formar as crianças oferecendo-lhes a mesma chance. Os(as) professores(as) devem ter seus salários pagos pelo governo federal, seguindo um plano nacional de educação de qualidade e a escola gerenciada pela prefeitura e pela comunidade, aberta à participação dos pais, das mães e de toda a comunidade."

    Cristovam Buarque, em debate no plenário do Senado Federal.

    Edward e J. Morgado, uma crônica "forte", positiva e necessária para que todos entendam os sérios problemas que afligem nossas crianças.

    Bj

    Priscila - Metodista - SBC

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  16. Infelizmente, Edward e J. Morgado, uma enorme parcela da população infantil sofre do abandono social, político e econômico, principalmente do abandono humano que nossa sociedade vil as obriga a sofrer. Amemos nossas crianças, é obvio, mas jamais nos esqueçamos de que uma multidão delas sofre sem razão de ser, apenas porque o liberalismo econômico não se preocupa com elas, e sim com a fonte de retornos em valores financeiros, ou em produção.

    Abracemos nossas crianças com todo amor, e tentemos incutir em nós, que somos também responsáveis pela miséria de tantas crianças, nem que seja por nossa omissão e descaso.

    Aplausos para a crônica que escreveram...

    Tatiana - Metodista - SBC

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  17. Prezada Priscila: bem sacada sua lembrança aqui do Cristovam Buarque, um dos raros políticos seriamente preocupado com educação. Como foi Leonel Brizola, que pensava nisso em tempo integral e como prioridade dos governos que exerceu no RS (uma vez) e no Rio de Janeiro (duas vezes). Fora estes dois nomes, quem mais pensou nisso sem demagogia eleitoral?
    Abraço!
    Milton Saldanha

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  18. Obrigada, Milton! Eu admiro muito o Cristovam Buarque, esse sim um político sério e preocupado com a educação das nossas crianças. Quando nosso presidente criou a "lei das palmadas", com punição aos pais que agridem seus filhos, e Cristovam Buarque aprovou a atitude do presidente Lula, custei para acreditar, mas sua resposta publicada em jornais me convenceu que tinha ele suas razões. Disse Cristovam que essa medida não era para punir os pais, mas sim para preservar nossas crianças da violência que apresentava índices alarmantes no país, com muitas mortes registradas por agressões. E as estatísticas estão aí para todo mundo ver.

    Bj

    Priscila - Metodista - SBC

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  19. Boa noite a todos!
    Como classificar tal descaso, tanta falta de fraternidade, de amor para com nossas crianças? É falta de governo, de solidariedade e de vergonha na cara. Fico ainda mais indignada quando vejo a cara de pau de alguns "políticos", elogiando o tal do PAC. Que PAC é esse? Que programa é esse que nos deixa presenciar cenas de horror todos os dias nas ruas de nossas cidades, ao deparamos com crianças com 4 ou 5 anos dormindo num banco de praça?

    Nossas crianças merecem respeito, um lar, uma cama quentinha, um cobertor para se agasalhar. Precisa de alimentação saudável para crescer, boas escolas para estudar, carinho e muito amor. São tantas as necessidades dessas crianças abandonadas em nosso país que não teria espaço para enumerar. Embora exista em nosso país o “Estatuto do Adolescente", continuamos vendo crianças órfãs de amor, afeto e carinho, maltratadas e passando fome. Abandonadas, maltrapilhas, mesmo assim ainda sobrevivem ao frio e a chuva. Destino cruel... Que Deus tenha piedade das nossas crianças!

    Um abraço terno e amigo, Edward e J. Morgado! Parabéns pela crônica...

    Tânia Regina - Ribeirão Preto - SP.

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  20. Um país de tolos: tem verde e imensidão, militares por obrigação, crianças sem pão e Congresso com mensalão...

    Abraços

    Juninho - São Paulo - SP.

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  21. Jornalistas Edward de Souza e J. Morgado, excelente a crônica que escreveram neste Dia das Crianças.
    "Eduque a criança de hoje e não precisará punir o homem de amanhã", escreveu Pitágoras.O que estamos fazendo nesse sentido? Quais são as políticas públicas voltadas para a formação dos cidadãos de amanhã? No cenário da fome dos empobrecidos, contrastando com a opulência de uma elite paradisíaca (a má distribuição da riqueza), a violência se fez prosperar, enquanto o ser humano, seu principal ator, passou a ser impulsionado para o materialismo e falta de limites, onde o que vale é gozar a vida. Cuidar das crianças de hoje é preparar o nosso amanhã, se não for por bondade, que seja por inteligência.

    Bj

    Anna Claudia - Uberaba - MG

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  22. Oiê, amigos (as)...
    Não há duvida que Cristovam Buarque é, nos últimos anos e talvez na história, o maior político dedicado à educação.
    A hipocrisia tupíniquim fala muito sobre a situação da criança no Brasil, mas são poucos os que atuam dedicamente ao assunto. È necessário uma política mais ampla sobre a natalidade. Os (as) caras ficam transando e fazendo filhos às pencas e depois querem que o governo os crie. Literalmente:
    " Quem pariu Matheus que o embale"


    abraços
    Oswaldo Lavrado SBCampo

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  23. Meus amigos do blog.
    Cheguei a pensar em não comentar a matéria de hoje, no entanto, julguei ser covarde minha atitude se assim procedesse. Encontrei nela qualidade, mais pelo fato de em seu bojo, trazer oportunidade de uma discussão tão oportuna.
    Não estou muito preparado para falar do assunto em termos atuais como posto aqui. Minha formação é muito antiga, o que poderia permitir que eu não fosse entendido por falta de capacidade em expor minhas razões. Quando nasci, as mulheres geravam muitos filhos, até 20 em certos casos. O casal mais comedido criava 10, minha mãe teve 11. Os filhos trabalhavam muito cedo e não me lembro de algum que se tenha formado bandido ou que existisse craque ou menino de rua. Alguns itens, no meu entendimento, são indispensáveis para proteger a criança, tema do qual estamos tratando:
    1 * Paternidade e maternidade responsável.
    2 * Presença dos pais.
    3 * Educação e saúde. (impostos, além dos pais, pela constituição).
    Vi muita pertinência ¬ na colocação de O. Lavrado quando cravou o “Quem pariu Matheus que o embale” juntando a menção a Cristovan Buarque e a necessidade de responsabilizar as pessoas mais diretamente envolvidas: os pais.
    Ana Claudia de Uberaba cita com acerto Pitágoras. Moldar agora, cedo, enquanto tempo, melhor que punir amanhã vertendo lágrimas.
    Cuidando do meu equilíbrio, não posso culpar somente ao estado por acontecidos à volta do mundo como presenciei esta semana em Buenos Aires: pais e crianças, dormindo ao relento das ruas. A mancha negra não tem unicamente o nome Brasil.
    Um abraço do Garcia Netto

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