ENQUANTO DORMEM
AS CRIANÇAS
A tormenta se desenha no céu: faiscar de relâmpagos. Chicotes de fogo, semelhantes ao piscar incessante de luzes fantasmagóricas, iluminam com rastros afogueados e aterradores a densa camada de nuvens cinzentas que se aproxima. Potentes trovões ribombam, revelam a manifestação ruidosa da fúria da natureza. Sinal de alerta máxima: chuvarada forte, tempestade e ventos avassaladores, perigo de inundações em diversos pontos da cidade, graves consequências para a população das áreas de risco.
Transeuntes se apressam, cruzam as vias com passos rápidos, buscam o refúgio de abrigos seguros ou aguardam conduções lotadas que chegam com atraso aos pontos, engarrafadas no trânsito caótico. Moradores de rua e drogados zanzam de um lado para outro, sem destino, olhares perdidos no horizonte, à espera de um milagre que não se realiza.
Ouve-se, não muito longe, o insistente latido de um cão. Talvez esteja faminto, abandonado pelo dono. Ou mesmo ladrando para alertar sobre a presença de intrusos prestes a invadir uma propriedade. Cachorros são guardiões fiéis, atacam desconhecidos. E são muitos os que se aproveitam do pânico e do desespero que assolam os moradores diante da iminência de um temporal para roubar.
Dois meninos, irmãos de 7 e 8 anos, estão alojados na casa simples, erguida com blocos e madeira, coberta com telhas de amianto. A residência modesta se localiza num bairro da periferia desprovido de benfeitorias. A rua onde se situa o imóvel é esburacada, escura, com entulho e lixo esparramados nas imediações.
No aposento minúsculo, de paredes desbotadas, com manchas de insetos esmagados, os dois estão amarrados nas camas, impossibilitados de tentar uma desesperada fuga. As bocas foram amordaçadas para evitar gritos. Os únicos móveis são as camas velhas, além dos colchões encardidos, cheirando a mofo. A janela fechada está protegida por enorme cadeado. As crianças mais parecem desmaiadas que adormecidas após exaustivo dia de terror. O sono não é tranquilo, percebe-se agitação. As fisionomias revelam cansaço e medo. A propriedade, locada em nome de um laranja, fora um achado do Comando para servir de base e esconderijo.
Os sequestradores, três deles, estão na sala, inquietos, diante de uma garrafa de bebida. Parecem tensos, mantêm as armas junto aos corpos, dispostos a qualquer tipo de violência. São pistolas de grosso calibre, com balas explosivas, contrabandeadas por um fornecedor de confiança. O mais jovem, magrelo, aparenta vinte e poucos anos. Tem estatura mediana, braços cobertos por enigmáticas tatuagens e indecifráveis inscrições cabalísticas, usa um boné escuro. Súbito, ergue-se, caminha em círculos, coça a orelha, dirige-se ao mais velho do grupo. A voz é estridente:
- E aí, mano? Tô aqui neste mocó do fim do mundo, chumbado, sinto falta de uma cheirada. Quanto tempo de espera? Os nervos começam a mexer comigo, ta pegando mal.
O homem que parece ser o chefe tamborila com os dedos na mesa, franze o cenho e se levanta da cadeira vagarosamente. O porte é atlético, ele é alto, mais de um metro e oitenta. Possui cabelos ralos, barba por fazer, desleixada. Conhece a rudeza dos presídios, cumpriu condenação por assalto e tentativa de homicídio, mas foi beneficiado com a progressão das penas e escafedeu-se da penitenciária na primeira oportunidade. Esboça um sorriso:
- Calma, Biriba, apague o pavio, ele é curto, você parece doidão.
- Sei não, sei não, Cunha, tô com o pensamento confuso, tem alguma coisa errada, mau pressentimento, um bicho martela aqui na cabeça. Ouço vozes, confusão, coisas de mau agouro. Preciso mandar fechar o corpo, lavar o esqueleto com sal grosso, oferecer presentes pros santos. Tô em dívida, Pai Preto mandou e eu não fui.
Chapéu, o terceiro homem, mais velho, cabelos grisalhos, rosto impassível e duro, barriga saliente, fugitivo da penitenciária onde cumpria pena por estupro, intervém, gesticula com os braços peludos:
- Também estou ansioso, com frio na barriga, as horas passam, vem tempestade por aí. Detesto temporal e é chato ficar parado, ter de esperar. Gosto mesmo é de ação, movimento, assalto é mais emocionante. Pimba, passe pra cá, otário, a casa caiu. Divertido, o cara amolece, derrete feito sorvete, entrega o que tem. Embolso a grana, cartão de crédito, anéis, celular, todo o bagulho, liquido a fatura, fim de papo
Cunha acalma os companheiros
- Devagar, gente, disse e repito. Vamos pra cabeça, é só o começo, manos. Mas é galinha morta, bolada firme, na mão, pra encher os olhos. O negócio terminou, o pai das crianças concordou em pagar oitocentos mil. Foi o máximo que deu pra conseguir, mas ta de bom tamanho.
- É pouco, merreca, quanto vai sobrar? Temos de dividir com o Comando, a ordem veio do presídio, a logística, as dicas para pegar os meninos na saída da escola.
A ação de captura das crianças fora rápida e eficiente. Surpreendidas enquanto aguardavam a chegada da mãe, foram arrastadas e colocadas no banco traseiro do veículo, ameaçadas caso gritassem. Depois, os sequestradores trocaram de carro e as levaram ao cativeiro. Os contatos foram feitos com o pai dos meninos e resultaram em entendimento. Os dois seriam libertados após o recebimento do resgate exigido. Se ele chamasse a polícia as crianças seriam mortas.
- E a minha situação, mano? – indaga Biriba. Trabalhei pro cara, segurei a barra, aturei desaforos, fui funcionário dele pra checar as informações, espreitei, descobri que ele guarda bufunfa no cofre. Tive de engolir desaforos, segurei os pontos pra não mandar o idiota pro inferno. Tudo bem, tudo bem. Agora pergunto: e se eu for reconhecido pelos garotinhos que estão lá em cima? Claro, quem se ferra sou eu. Nunca fui pego, meu. Prefiro morrer a me entregar. E garanto: não vou sozinho.
- Você tava de capuz, mano. Qual é o galho? Foi tudo beleza, numa boa, ganhamos, eles perderam.
- Os meninos são espertos. Será que se ligaram na minha voz? Vejo um negócio estranho nos olhos deles, parece coisa de bruxaria.
- É só ideia maluca, mano. Lembre-se: pedimos dois milhões, oitocentos mil foi a quantia que ele pode arranjar, que tinha disponível, prazo curto, certo? Não se pode bobear, deixar o cavalo fugir. Às vezes é pegar ou largar. Se ele fosse sacar no banco, tomar empréstimo ou vender bagulho pra levantar capital podia complicar, sabe como é. Não vale a pena dar moleza pra polícia.
- Certo, então podemos ficar com os moleques, mudar de cativeiro, pedir mais, damos um tempinho maior. Se o velho resistir a gente envia de presente uma orelha ou um dedo como aviso. O cara se intimida, borra as calças e se vira. Depois a gente embolsa e dá um chega pra lá, dá um sumiço nos dois, joga na represa, põe no microondas, é mais seguro, apaga tudo, não deixa vestígio.
As luzes piscam, a tempestade se aproxima rapidamente, as primeiras gotas martelam no telhado, parecem pedras arrebentando a cobertura.
O chefe procura conversa com os comparsas, fala sobre o final da operação:
- Negócio seguinte, manos. Negão tá de campana, o pai das crianças vai deixar a pasta na Marginal, num ponto escolhido. Sozinho, sem ser seguido, cumpre o trato, larga a encomenda e dá o fora. Se negar fogo, tchau, as crianças dormem para sempre. Negão apanha a carga em segurança e traz pra cá. Logo mais ele telefona. Tá na hora. Diabo, a chuva vai engrossar.
Aguaceiro, raios, rajadas de vento. Galhos se partem, árvores caem, telhas voam, a enxurrada se avoluma, ruas ficam interditadas, águas lamacentas sobem de nível, transformam-se em riachos de forte correnteza. O lixo arrastado bóia ao lado de móveis velhos, travesseiros, utensílios domésticos..
Negão está feliz, apesar do transtorno. Após conferir, verificar de longe, aproximou-se para recolher a mercadoria. De posse da maleta contendo o dinheiro pago para que as vítimas sejam libertadas, acelera a moto expropriada de um motoqueiro durante assalto. Embora não seja a máquina de seus sonhos, quebra o galho. Terminada a missão será abandonada. Ele telefonou para informar aos companheiros que a grana estava a caminho. Podia festejar numa boa, arrumar umas minas e cair na farra. Curtição, o mundo que se danasse.
Súbito, zunido, buzina, freada brusca, barulho de colisão. O carro emparelhado desliza na lâmina de água e bate na moto. Negão voa, parece avião caindo, despenca na avenida, o corpo rola muitos metros, o nariz sangra, os dentes estão quebrados. Respira com dificuldade, a dor é insuportável. Não consegue se levantar, a perna está fraturada, fratura exposta. O resgate demora, ele se contorce, a maleta escapou da mão, está ao lado, aberta. Uma viatura policial estaciona, conseguiu furar o bloqueio das vias interditadas, invadidas pela inundação.
Na casa, os bandidos se impacientam, estranham o atraso. Negão não telefonou novamente, podia dar uma explicação. O chefe também se irrita:
- É a maldita chuva, o trânsito, fiquem frios. De qualquer modo não dá para sair, a coisa tá preta, o estrago tá feito. Negão não é de embromar, é cabra de confiança, chega logo. O celular deve estar fora do ar.
O resgate demora, os policiais cercam Negão, desconfiam do dinheiro. Iniciam ali mesmo o interrogatório. Negão se complica, não consegue explicar a origem. Os militares pressionam, exigem respostas imediatas. Pelo rádio, solicitam informações do suspeito. Descobrem que a folha pregressa do homem registra três condenações por roubo e assalto a mão armada.
Sem opção e sob ameaça dos policiais, não resiste. À espera de socorro, com fortes dores pelo corpo todo, quer ser levado a um hospital. Desaba, abre o bico, dá com a língua nos dentes, delata toda a operação e informa a localização do cativeiro.
Alertadas, várias viaturas rumam para o local indicado. Agentes treinados cercam a moradia, ordenam a rendição imediata, gritam para que joguem as armas e se entreguem. Diante da recusa, iniciam a invasão. Os criminosos abrem fogo, atiram a esmo, no escuro, guerra de tiros, fogo cruzado. Um policial é atingido, cai de costas no chão, ensanguentado. Dois bandidos agonizam. Biriba, mesmo com ferimento no braço, consegue escapar, esgueira-se entre o matagal e desaparece na noite.
A polícia, finalmente, domina a situação, entra na residência, vasculha os cômodos. No quarto, as crianças permanecem adormecidas. Um filete de sangue escorre pela cama.
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*GUIDO FIDELIS é jornalista, escritor e advogado
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ResponderExcluirEm nosso país seria preciso uma lei severa para punir sequestradores. Enquanto lia seu conto, Guido, estava aflita com tanta maldade destes marginais que pretendiam cortar dedos das crianças e até se livrar deles, enfiando-os num microondas. Certo, um conto, mas com certeza é mesmo assim que se desenrolam muitos destes sequestros. Este, com um triste final. Se entendi bem, as pobres crianças foram baleadas, já que estavam amarradas na cama e morreram. Daí a frase final: um filete de sangue escorre pela cama. Um conto com muito suspense e emoção. Valeu!
ResponderExcluirBom domingo,
Tânia Regina - Ribeirão Preto - SP.
Prezado jornalista e escritor Guido Fidelis. Admiro seu texto. Você conseguiu me prender até a última linha. Fiquei com a mesma impressão da Tânia, em seu desfecho final. As pobres e inocentes crianças acabaram sendo vítimas deste tiroteio entre policiais e sequestradores e perderam a vida. E me prendi tanto em seu texto, que revoltei-me quando li que um dos bandidos fugiram. Meus cumprimentos, você escreve divinamente bem!
ResponderExcluirABÇS
Birola - Votuporanga - SP.
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ResponderExcluirTambém concordo com o professor João Paulo, sobre o quanto sua crônica mobiliza nossa indignação frente a cena apresentada. Aí reside o seu valor literário enquanto retrato fiel da realidade.
ResponderExcluirabços.
Boa tarde Guido!
ResponderExcluirLi seu conto duas vezes. A primeira fiquei apreensiva até o desfecho do caso. Já na segunda leitura, se pudesse, mudaria o final do seu conto. Ao invés do filete de sangue na cama eu colocaria filete de sangue na casa, com todos os sequestradores mortos e as duas crianças soltas. Estragaria todo o suspense e a indignação que causa seu conto sensacional, mas eu ficaria muito feliz com esse final. Um dos melhores contos que li neste blog, parabéns.
Tatiana - São Bernardo do Campo
Olá amigos (as) deste blog... Embora distante da minha cidade, encontrei um tempo para postar meu comentário sobre o conto do amigo querido, jornalista consagrado, escritor excepcional, Guido Fidelis. Assim Guido foi apresentado na abertura do blog que mantinha: “um escritor cosmopolita, sensato, pé no chão, e sua pulsante literatura deixa pouca dúvida a respeito de suas preferências: drama policial com um aroma decididamente neonaturalista. Realmente, sua floresta urbana São Paulo é, mais frequentemente do que não, comprimida em um gênero ainda considerado opressivo”. Esse conto, gênero policial preferido de Guido foi escrito neste final de semana, corrigido por ele e enviado para meu notebook, sendo capturado aqui, em Santo André, onde Guido mora e enviado para a postagem da amiga e competente jornalista Nivia Andres.
ResponderExcluirÉ preciso lembrar que o conto enquanto gênero literário vive de minúcias significativas, pois é um flash que a retina dispara em algum momento do cotidiano, algo que o olhar captura entre o antes e o depois que nada significarão. O conto é regido pela lei da economia, cada palavra tem de ser escolhida pelo seu peso na organização da mensagem que se vai construindo a cada frase. E essa é uma das muitas outras qualidades que definem Guido Fidelis como escritor: não há um vocábulo a mais no seu belíssimo relato. Todos estão no lugar certo, somando-se para a conclusão, para o efeito final que fica aberto à imaginação. Aí também o ficcionista dá um show com o poder de sugestão de suas condensadas imagens.
Com perícia de arquiteto, ergue a narrativa de uma forma sólida desde o início, perfilando os personagens na medida em que os introduz. Um a um eles se desvelam indiciados além dos nomes. Aliás, tudo conspira para o clima de mistério em “Enquanto Dormem as Crianças”. Um presente para os leitores (as) deste blog este conto inédito de Guido Fidelis, cuja leitura, já o disseram em comentários, nos prende até o ponto final.
Um forte abraço a todos...
Edward de Souza
Oi amiguinhos e amiguinhas.
ResponderExcluirO conto escrito pelo Guido Fidelis me deixou aflita a espera do final. Li com o coração na boca e fiquei triste com o desfecho. Enquanto acompanhava essa trama bem conduzida pelo escritor, tive a impressão que estava assistindo a um filme policial. Mas, filmes quase sempre nos levam a um final feliz. Não foi o caso do desfecho escolhido pelo Guido para este conto, que teve de tudo um pouco. Ambição, suspense, violência e uma tragédia não anunciada, que poucos esperavam. Excelente!
Beijos,
Gabriela – São Paulo – SP.
Boa noite, amigos e amigas!
ResponderExcluirTodos os contos de Guido Fidelis batem fundo na gente, como um soco no estômago, tal a perícia do escritor. Edward de Souza expressou magistralmente a técnica perfeita com que Guido se expressa e cativa os leitores. Eu apenas acrescento o soco! Mais não preciso dizer. Todos devem ter experimentado emoções contraditórias ao lerem a narrativa de hoje. Muito forte, crua, violenta, fria, como é a vida nas grandes cidades. E, para nosso desespero, nas pequenas, também...
Guido Fidelis faz história neste blog, mercê de seu talento e rara apreensão da realidade. Para quem é novo por aqui, e temos muitos seguidores recentes, sugiro que leiam os contos NOITE DE PAZ, publicado em 24 de dezembro de 2009; ROSAS DE FOGO, publicado em 15 de fevereiro de 2010; A ORGANIZAÇÃO, publicado em 13 de março e AVATAR, publicado em 30 de março.
Para encontrarem os textos de Guido Fidelis, dirijam-se ao ARQUIVO DO BLOG, na barra lateral esquerda da página, cliquem no mês da postagem e rolem, até encontarem o dia em que o texto foi publicado. Tenham a certeza de que valerá a pena!
Um abraço a todos!
Gostei muito deste conto do escritor Guido Fidelis, como de outros dele que já li neste blog. O grande segredo que deixou esse conto com muito suspense, penso eu, foi a trama bem urdida, conduzida com maestria pelo escritor e o final imprevisível, que causou forte impacto.
ResponderExcluirAproveito este espaço para agradecer ao Edward e Nivia e aos jurados do blog, pelo envio do livro do escritor José Marqueiz, que recebi ontem, sábado, por volta das 10 horas da manhã.
Beijos a todos!
Daniela - Rio de Janeiro
Prezado escritor Guido Fidelis!
ResponderExcluirÉ realmente um privilégio poder ler neste blog os contos que escreve. Li, seguindo recomendações da jornalista Nivia Andres, os outros contos com sua assinatura, em postagens anteriores. Todos de muita sensibilidade e ótimos. O que me encantou neste de domingo, que acabo de ler, foi a maneira como começou toda a história. Nada dava a entender, com o faiscar de relâmpagos, a potência dos trovões e os ventos avassaladores que, poucas linhas abaixo, estaríamos envoltos num drama onde sequestradores acabariam trocando tiros com policiais e duas crianças inocentes perderiam suas vidas. Certamente uma tragédia da vida real, mas seu talento literário transformou este conto numa pérola que estou aplaudindo entusiasticamente. Meus cumprimentos.
Abraços,
Michelle - Florianópolis - SC
Guido Fidelis.
ResponderExcluirAs obras literárias são o marco de momentos, são fotografias da história. Você pinta com maestria nosso estágio contemporâneo em violência através do sequestro.
Garcia Netto
Li vários contos do Guido Fidelis neste blog. Admiro a forma como o escritor sabe conduzir o leitor de um a outro parágrafo com o mesmo fascínio que lhe causa desde as primeiras linhas. Sempre que leio um texto policial do Guido, percebo que há campo para esse gênero de conto no Brasil, muito pouco explorado, talvez o próprio Guido possa dizer a razão. Esse conto que acabo de ler, com suspense, emoção, violência e o final imprevisto, mostra o encanto desse tipo de ficção. Gosto muito de contos, principalmente quando bem escritos como os de Guido Fidelis e outros bons escritores deste blog. “Enquanto Dormem as Crianças”, pelo visto, surpreendeu a todos nós nas últimas linhas do texto com o final chocante. Meus cumprimentos ao Guido e espero que volte a escrever em breve.
ResponderExcluirUma boa semana a todos!
Bruna - Juiz de Fora/MG
Boa noite a todos!
ResponderExcluirComo gosto muito de ler contos, principalmente os do Guido Fidelis, vejo que a Nivia se esqueceu de citar um deles, publicado pelo escritor neste blog e que fez um sucesso enorme, com cerca de 40 comentários na época. Foi publicado no dia 27 de junho de 2009, com o título "Perereca Burocrática na Estrada". Neste conto Guido Fidelis fugiu do tema policial e partiu para o satírico. Um conto muito bom que também recomendo a leitura para os novatos deste blog. Basta procurar em postagens anteriores, no rodapé desta página, conforme a Nivia já orientou. O conto de hoje é simplesmente sensacional e, de fato, vale a pena ler de novo. Foi que fiz, li duas vezes.
Abraços
Miguel Falamansa - Botucatu - SP.
Guido, este conto é fantástico, mas fiquei furiosa quando li que o Biriba escapou com um tiro no braço. Logo ele que preparou a armadilha para o sequestro dos garotos, escapou do cerco da polícia. Claro, este mais um dos muitos detalhes deste seu conto que ajudou a nos prender ainda mais na leitura, entendi assim. Final previsível deixa a história sem graça. Adorei ler mais esse conto, Guido, parabéns.
ResponderExcluirPriscila - São Bernardo do Campo
Esse conto do Guido, que me impressionou e, acredito, também a muitos leitores, mostrou outro fato que costumamos ler em manchetes policiais. A imprudência da nossa polícia. Na parte final do seu conto Guido diz que a polícia invadiu o barraco atirando, mesmo sabendo que duas crianças sequestradas estavam lá. E terminou em tragédia essa invasão policial. Neste conto e em muitos casos policiais registrados e conhecidos por todos nós em nosso dia-a-dia.
ResponderExcluirBjos,
Giovanna - Franca - SP.
Olá Guido
ResponderExcluirUma realidade dos dias de hoje! Seu conto mostra a miséria, os desajustes sociais, o analfabetismo...
Tudo isso com pinceladas de misticismo e fatalidade.
Sensacional!
Um abraço
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Parece-me que o público masculino não aprecia contos. Pelo menos nesta postagem do Guido, foi marcante a presença das jovens lendo e comentando o conto do brilhante escritor Guido Fidelis. Sempre gostei muito de contos, que considero um gênero dificílimo para se escrever e deveria ser melhor divulgado e apreciado. O conto "Enquanto Dormem as Crianças" é perfeito. Tem todos os ingredientes necessários e termina com o "soco", a que a Nivia se referiu, ou seja, o impacto que surpreende os leitores no final. Muito bom, parabéns, Guido.
ResponderExcluirLaércio H. Pinto - São Paulo - SP.
As mulheres são mais sensíveis, Sr. Laércio. Lêem, vivem a história narrada e comentam, cada uma se expressando de uma forma. Eu, por exemplo, enquanto lia o conto do escritor Guido Fidelis, fui sentindo uma revolta enorme, com pena das duas crianças sequestradas e amordaçadas e dos pais, aflitos, em casa a espera de uma solução pacífica para ter seus filhos de volta. Muita humilhação passam hoje no Brasil os sequestrados, além do natural desespero que aflige vítima e toda a sua família. É preciso uma lei mais severa que puna com rigor este tipo de crime, já passou da hora. Depois de ler o final, claro, a revolta aumentou, percebendo que as pobres crianças foram vítimas de uma polícia mal preparada e de marginais sanguinários que só pensam no dinheiro para usá-lo em drogas. Sabe o que me acalmou depois de alguns minutos, ainda olhando para o texto do Guido Fidelis? Foi pensar em voz alta: "isso é apenas um conto, Andressa, acalme-se".
ResponderExcluirBeijos,
Andressa - Cásper Líbero - SP.
Onde será que andam Milton Saldanha, João Gregório, Padre Euvideo, Dr. Honório, entre outros? Não apreciam contos? Gostei dos comentários das meninas deste blog. Este último da Andressa foi um primor, parabéns!
ResponderExcluirABÇS
Birola - Votuporanga - SP.
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ResponderExcluirEdward e Nívia: que coisa boa ler uma crônica do Guido neste blog! Parabéns a vocês todos por nos proporcionar textos de qualidade e instigantes. A realidade é mesmo feia e a arte do bom cronista é esta mesma: um retrato fiel e sem retoques.
ResponderExcluirO "Pixote", relatado pelo professor João Paulo de Oliveira, é das favelas de Diadema, em outros tempos antes do José de Fillipi, que é meu amigo particular. Fillipi, quando prefeito de Diadema consertou a cidade, começando com a "Lei Seca", que proibiu a abertura de bares e similares depois das 10 da noite. Diadema hoje é uma outra cidade. "Pixote", para quem não sabe, ficou conhecido em virtude da série de reportagens feitas pelos amigos Edward de Souza e Renato Campos, no Diário do Grande ABC e até no Notícias Populares, neste jornal, apenas o Edward escreveu sobre ele. Os dois repórteres de polícia nesta época, entrevistaram "Pixote" em sua "maloca", escreveram sobre sua atuação no mundo do crime e, sem que tivessem essa intenção, claro, o transformar em celebridade. "Pixote participou do filme, voltou ao esquecimento e ao mundo do crime e teve um fim trágico, por causa de sua carreira criminosa.
ResponderExcluirLer um conto do Guido Fidelis é sempre um privilégio para poucos. Um extraordinário contista e este achei formidável.
Abraços
Luiz Antonio (Bola) - Jornalista - Santo André - SP.
Para não cometer injustiça, bom assinalar que o filme "Pixote, a Lei do mais Fraco", de Hector Babenco, foi baseado num livro do jornalista e roteirista José Louzeiro, que foi chefe de redação no Diário do Grande ABC, amigo do Renato Campos, Edward de Souza, meu e do Guido Fidelis. Aproveitando, acrescento que Fernando Ramos, nome verdadeiro de Pixote, depois de trabalhar como ator principal deste filme, foi baleado e morto por policias em 1987, quando voltou ao mundo do crime. O Louzeiro ainda tentou ajudá-lo, arrumando "bicos" em novelas para ele na Globo. Não deu certo. Diz o ditado: "pau que nasce torto..."
ResponderExcluirAbraços
Luiz Antonio
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ResponderExcluirA Nivia Andres colocou com perfeição: o conto do escritor Guido Fidelis entra como um soco na boca do estômago. É visceral, contudente, realista. Acho que já contei aqui que tenho uma amiga que ficou sequestrada por cerca de 40 dias. Seu relato é uma das coisas mais brutais que já ouvi em toda a minha vida. Ainda quero tomar, gravando, o depoimento dela, para colocar em texto, mas confesso que não deu coragem de ouvir novamente. Estou dando um tempo. E confesso a vocês: quando ela terminou, eu, que não aprecio a violência, em lágrimas e brutalmente chocado, tive certeza que não hesitaria em matar os bandidos, caso tivesse essa chance.
ResponderExcluirAbraços!
Milton Saldanha
Agradeço a generosidade de todos pela leitura e comentários. Na vida da violência não há final feliz. É a realidade da vida atual, agitada, com muitas ofertas para o consumismo. Falta vontade política, além de punição rigorosa. Toda a sociedade falha, a droga campeia livre. O resultado é o que se vê. Obigado.
ResponderExcluirGuido Fidelis
Gente eu não digo, depois dizem que a Maluca sou eu.
ResponderExcluirO professor JP está precisando ser internado o mais rápido possível na Clínica Dr. Miguel Arcanjo, a não ser que eu esteja com alucinação visual. Gente ele está maluquinho mesmo, imagine só dizer que vai votar em dois candidatos petistas e não vai votar na caninana criada pelo nosso presidente? Eu tô malucaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaamesmo. Quero rasgar notas de
R$100,00 me acudam Dr. Sebastião Honório e Dra. Ludmira Losako
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ResponderExcluirOlá Crianças.
ResponderExcluirPessoal,não sabem o quanto foi difícil ficar longe desse espaço de ouro,mas meu PC resolveu dar um piti e só ficou pronto hoje,não gosto de utilizar computador de terceiros,vai que resolva dar um piti já viu né.Mas,cá estou e prometo colocar as leituras e comentários em dia.Senti muiiiiiiita falta de todos vocês,e ficava imaginando qual seria o assunto do dia,foi uma tortura. Olá Guido Fidelis li e reli cada palavra do seu belíssimo e triste conto,embora seja um conto,o que me dói é saber que ele é real,quantas crianças já passaram por momentos terríveis,e outros que perderam sua vida por causa desses assassinos cruéis e frios,mas se as leis Brasileiras realmente fossem severas isto não aconteceria com tanta frequência,um caso que me marcou muito,foi de um garoto que os sequestradores afogaram até que a pobre criança morresse,uma crueldade sem fim,e o pai da criança já havia pago o resgate,a tortura psicológica sem dúvida é terrível,crimes como esse não deveria nem ser julgado,como não há pena de morte no Brasil,no mínimo prisão perpétua,mas o que acontece é que em poucos meses os bandidos estão soltos e fazendo mais vítimas.A meu ver os Brasileiros deveriam se mobilizar e cobrar mudanças radicais nas leis Brasileiras.
Parabéns Guido Fidelis,texto brilhante.
Beijos a todos.
Prezados Professor João Paulo e João Batista!
ResponderExcluirNão sei o porquê da ocorrência mas, às vezes, acontece, no Google Chrome e no Mozilla, de as letras do texto ficarem enormes. Creio que já promovi o desencapetamento e tornei possível a leitura em todos os navegadores.
Perdoem a falha.
Abraços a todos!
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