terça-feira, 26 de outubro de 2010



Futurologia é sempre um risco. Lembro-me, quando era garoto, década de 1960, dos desenhos que faziam sobre o mundo do ano 2000, com carros flutuantes, rampas em curvas em torno de prédios mirabolantes, tudo muito sofisticado num excesso de fantasias. O ano 2000 já se foi, há dez anos, e nada daquilo que previam os desenhos aconteceu. Fazer futurologia em política é mais arriscado ainda, porque lida com seres humanos, que são de carne e osso, e tão imprevisíveis agora quanto a meteorologia do dia de Natal, se vai chover ou não. Isto posto, vamos partir da ideia de que este artigo não tem nenhum compromisso com acertos. Vamos deixar isso para os cartomantes, que se calam nos 99% de erros e alardeiam algum eventual 1%, se tanto, de acerto.

O que acontecerá se vencer Dilma? Ou se vencer Serra? A curiosidade é grande. E este exercício analítico uma mera diversão deste autor. Poderá ser tudo diferente. Vamos começar por Dilma, que até o momento em que escrevo lidera as pesquisas com uma vantagem de 11 pontos, que não significam que a eleição esteja ganha. Que o diga Luiza Erundina e sua espetacular virada na véspera da eleição para a Prefeitura de São Paulo. Uma semana antes ninguém apostaria nela, olhando só pelo prisma das pesquisas.

Dilma é uma especialista em energia. É a área em que sempre transitou com maior desenvoltura. Tem, portanto, perfil técnico. É uma gerente, foi seu papel no governo, não vem de uma carreira política tradicional. Seu perfil não é de líder de massas, longe disso. Tornou-se, assim, a candidata ideal para pavimentar o caminho para a volta de Lula nas eleições de 2014. As composições desta campanha já sinalizam para um governo de conciliação e isso, no meu entendimento, ficou explícito nesta semana final, quando ela desengavetou o termo “governabilidade”. O que significa isso? Simples: a continuidade de uma composição ministerial tão heterogênea quanto a atual, que foi capaz de colocar na mesma mesa nomes tão díspares como Tarso Genro e Vanucchi, de um lado, e Nelson Jobim e Miguel Jorge, de outro. E haja negociação parlamentar.

Essas bravatas do Lula em campanha não contam. São apenas agora, e para vencer a eleição. Sem conciliação e negociação ninguém governa, muito menos ele, que assumiu sob a desconfiança do capital, hoje em grande parte seu apoiador. Collor que o diga, tentando governar sem respaldo parlamentar. Caiu. Dilma dará um chega prá lá no Lula e baterá na mesa dizendo “a presidente agora sou eu, não se meta”...? Acho pouco provável, porque o acordo já está todo costurado. Ou por que acham que, na prática, não existiram prévias no PT? Lula, montado em sua indiscutível popularidade, sem precedentes na História, impôs a candidatura Dilma. Será, digamos, seu grande conselheiro em todas as questões cruciais. Nessa hora, nos bastidores, vão governar juntos. Já nas questões menores Dilma tocará sozinha, administrando o cotidiano.

O interesse na vitória de sua candidata é óbvio: não será desmontada a máquina do poder, com todo o peso que significa para as eleições de 2014. Manter o PT no poder fará tremenda diferença, desde já, porque Lula não está nos palanques por Dilma, está por ele próprio, em franca campanha pelo retorno. Montará algum instituto e sairá percorrendo o país de ponta a ponta, numa campanha de quatro anos, que lá na frente se desenha quase invencível. E já articula um time de ghost writters qualificados para alimentar a mídia com artigos assinados por ele sobre todo tipo de assunto, para se manter na crista do debate.

Dilma não tem carisma público nem cacife partidário para desalojar o patrão. E ele não arriscaria suas fichas em alguém que apresentasse a possibilidade desse risco. Nem o PT tem entre seus caciques um nome capaz de competir com o próprio Lula em espaço político. Ficam todos em sua sombra, além de pulverizados em lideranças apenas regionais. Dilma terá que fazer um bom governo para assegurar que a volta do chefe ocorra sem grandes percalços. Não pode ser um novo Pitta. Não terá muito trabalho para isso, porque a economia vai muito bem, obrigado, e o índice de desemprego nunca foi tão baixo, em torno dos 6%. As reservas cambiais são astronômicas. Numa crise internacional, como ocorreu recentemente, o país pode novamente se sair muito bem.

A propósito, a habilidade demonstrada nessa crise, com aquele pacote econômico, foi irretocável e isso é que agora está abrindo a possibilidade da vitória de Dilma. Se a crise tivesse sido mal administrada teria se refletido na economia nacional, com danos que agora cobrariam seu alto preço político. Outro dia, passando por uma grande avenida da região Norte de São Paulo, fiquei espantado com a quantidade de novas lojas sofisticadas e bares de grande estrutura (foto a esquerda), que ali estão se espalhando em velocidade recorde. O que é isso? Uma micro amostra de uma economia aquecida, que avança, abrindo novas possibilidades de investimentos, consumo, empregos e todos os seus demais derivados.

Tente embarcar em Cumbica num feriadão. Observem os anúncios das agências de viagens. A classe média está tranquila. Claro que não é mérito exclusivo do governo Lula; a semeadura começou no governo Itamar Franco; se consolidou com FHC; e Lula fica com o mérito de ter surfado bem sobre a onda, sem tombar. Malandro, invoca para si toda a obra, mas isso teria sido impossível em apenas oito anos, muito menos em quatro. Nenhum presidente teria alcançado a estabilidade econômica numa única gestão. É todo um processo, que passa por fases, como uma planta que cresce aos poucos e requer todos os cuidados. Dilma pode fazer um bom governo e é o que gente espera. Exceto quem torce sempre contra o Brasil, vislumbrando tão somente um projeto pessoal de poder. E esses, a gente sabe, infelizmente existem. E podem estar tanto no PT como no PSDB, ou em qualquer outro partido, não faz diferença.
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Já José Serra (foto), vem de outra trajetória completamente diferente. É um político de vocação natural, desde os bancos escolares, e nunca escondeu seu projeto de algum dia ser presidente. Começou no radicalismo da presidência da UNE antiga, que apoiava Fidel Castro ardorosamente; subiu no palanque com João Goulart no célebre comício do dia 13, já nas vésperas do golpe de 1º de abril de 1964; conheceu o exílio; ajudou a fundar o PSDB com um grupo dissidente do PMDB, ao lado de Covas, Montoro, FHC. Estive no primeiro encontro público de lançamento do partido, no Palácio Anchieta (Câmara de Vereadores), simpatizei. Estive também na primeira assembléia de fundação do PT, no Sindicato dos Jornalistas. Saí em dúvida. O PSDB nasceu para ser um partido da classe média. E o PT nasceu de um corporativismo obreirista, que seu crescimento engoliu. No início rejeitava os intelectuais e os estudantes, que o bajulavam. Ambos cresceram muito, mais do que imaginavam, e se dividiram internamente em correntes e facções. Cada um, na verdade, tem dentro de si vários micropartidos, que se combatem com virulência nos bastidores.

Serra e Aécio disputam aberta e duramente nesse cenário, com Geraldo Alckmin (foto), também tentando ocupar um espaço. É diferente do PT, onde Lula reina absoluto, deixando as refregas entre os peixes menores. Vencendo, Serra terá também que fazer um bom governo de olho em 2014. O caroço duro será decidir lá na frente: reeleição ou candidatura Aécio? A briga SP - Minas, como pano de fundo, vai crescer. Ainda que tenha que fazer todo esse teatro entusiástico por Serra, no fundo, para Aécio, a melhor perspectiva seria um governo Dilma opaco, com os escândalos de sempre (que vão continuar ocorrendo, ganhe quem ganhar).

Aécio (foto) entraria em 2014 como a opção jovem e renovadora, cheio de energia, oferecendo novas esperanças ao país e único nome capaz de peitar Lula. Serra estaria rifado pelos sucessivos fracassos eleitorais. Por outro lado, o sucesso do governo Serra pode significar um balde de água fria nas ambições de Aécio e seu grupo partidário. Serra vai querer continuar, não tenham a menor dúvida quanto a isso. Desejo boa saúde e vida longa a todos eles. Mas são humanos, não imortais. Se algo acontecer, o que sinceramente não desejo, poderemos ter o patético Índio, vice de Serra; ou o mordomo de castelo mal assombrado, Michel Temer, vice de Dilma, governando o Brasil. Aí muda todo o tabuleiro. Será outro jogo. Completamente imprevisível.
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*Milton Saldanha, 65, é jornalista e escritor, além de tangueiro amador. Quando acha um tempinho gosta de brincar de futurólogo. Comentários para esta crônica logo abaixo do texto que noticia o falecimento do Senador Romeu Tuma.
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MORRE ROMEU TUMA
O Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, informou nesta terça-feira que o senador Romeu Tuma (PTB-SP) morreu por volta das 13h de hoje. Segundo a Agência Senado, o corpo do parlamentar será velado na Assembleia Legislativa de São Paulo. Tuma (PTB-SP) estava internado no Sírio-Libanês desde o dia 1º de setembro para tratar um quadro infeccioso de afonia (perda ou diminuição da voz). Além de exigir cuidados médicos, o problema impediu Tuma de fazer campanha nestas eleições. O candidato ficou em quinto na disputa pelo Senado em São Paulo e não se reelegeu.
No dia 2 de outubro, o senador foi submetido a uma cirurgia para colocação de um dispositivo de assistência ao coração chamado Berlin Heart. O dispositivo auxiliava a regular a pressão e circulação sanguínea do paciente. Paulistano, Romeu Tuma completou 79 anos no último dia 4 de outubro e foi investigador e delegado da Polícia Civil do Estado antes de ingressar na política. Casado com a professora Zilda Dirane Tuma, deixa quatro filhos e nove netos.
(Fonte: Redação Terra).
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39 comentários:

  1. Bom dia amigos (as)...
    Foram necessários muitos e muitos anos para que eu descobrisse que meu amigo-irmão Milton Saldanha tem poderes para manipular com habilidade uma bola de cristal e, através dela, prever o futuro político do nosso país. Sem forçar muito, digamos, tentar prever o que nos espera, caso Dilma, ou então, José Serra, claro, sejam os escolhidos nas urnas neste 31 de outubro. Sabemos que apesar de uma elevada exatidão em pontos específicos, o trabalho de um futurólogo não é indicar o que vai acontecer, mas sim o que poderá acontecer. Em futurologia os cenários e eventos são, ou não, definidos como, possíveis, prováveis e desejáveis. Na verdade, Milton Saldanha usa seu talento, como jornalista profissional, para analisar neste belo texto, o que pode acontecer caso um dos dois, Serra ou Dilma, alcançem a presidência do nosso Brasil.

    Um forte abraço...

    Edward de Souza

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  2. Bom dia amigas e amigos: foi uma delícia fazer este artigo, costurando através dos fatos presentes e imaginando onde possam desembocar. Pena que não usei desse artificio para planejar meu próprio futuro, e aí, talvez, não teria feito as várias merdas que fiz. O grande problema é que a vida planejada demais perde espontaneidade e sabor. A graça está no imprevisível, na surpresa. Oxalá que seja boa, jamais dramática. Os erros de Dilma ou Serra vão estourar nos nossos lombos. Os acertos nos trarão bons frutos. Torçamos, pois, por eles, ainda que o eleito não seja aquele, ou aquela (para evitar mal entendidos), dos nossos sonhos e utopias.
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  3. O mundo da política é fascinante porque se assemelha a um jogo de poquer. Mais do que se deixar tomar pela paixão cega, é confortável e de certo modo um prazer se colocar nessa posição que o Edward de Souza definiu com precisão: manipular a bola de cristal. Não é fácil, contudo. Isso requer anos de observação e muita leitura histórica. A paixão não nos deixa ver o jogo político. Do qual, muitas vezes, somos vítimas. O distanciamento crítico nos livra do maniqueísmo. Getúlio Vargas foi o mestre dessa arte e teve em Tancredo Neves seu melhor discípulo. Jogou loucamente, no poder e fora dele. Fez as alianças mais inimagináveis. Com Prestes, por exemplo. Já entrando na velhice, quando viu que ia perder, virou o jogo com um tiro no coração. Suponho que não haja precedentes no mundo de algo assim.
    Sorte e acaso também pesam nesse imbróglio todo. Deodoro foi acordado em casa, de pijama, para proclamar a República. Era coadjuvante, passou para a História como protagonista principal. Lott foi acordado por Odilo Denny numa madrugada para derrubar Calos Luz da presidência, em 11 de novembro de 1955. Pouco antes tinha renunciado ao comando do Exército. Política é surpresa, sempre.
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  4. Amigos do blog de ouro,bom dia
    Milton Saldanha em seu artigo de hoje descreveu o que poderá ser o governo tanto de Dilma (toc toc toc) quanto de Serra.
    Esperamos que suas profecias estejam corretas e que nenhum dos dois candidatos resolva mudar radicalmente o que prometem em seus planos de governo.
    Porem existe só um empecilho para que nada do que Milton descreveu ocorra.
    È a MORTE de qualquer um dos três
    personagens das profecias.
    Aguardemos o que nos espera.
    Abraços Milton Saldanha, parabéns pelo artigo
    Abraços Edward pelo "nosso" blog
    Abraços a os demais participantes.
    (bastante chuva na praia hoje)

    Admir Morgado
    Praia Grande SP

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  5. Caro Admir Morgado: obrigado pela presença aqui, mais uma vez. Todo mundo sabe aqui que votarei na Dilma. Já declarei isso recentemente, em meu artigo sobre seu passado. Mas se o Serra vencer estarei torcendo por um grande governo, onde só teremos a ganhar. De toda forma, como já disse antes, independente do resultado, devemos nos colocar como "oposição" no dia posse, cobrando resultados. E não sejamos fatalistas. Ninguém merece esses vices...
    Abraço!
    Milton Saldanha

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  6. Olá Milton, uma crônica interessante e um belo texto você escreveu para o blog. Eu tenho minha posição tomada e vou votar no Serra, apesar de perceber que, pelo rumo das pesquisas, Dilma deve ser eleita para a presidência do Brasil. Por mais fanática que a pessoa seja, não há como fugir dessa realidade. Por esta razão eu vou confiar em você e na sua bola poderosa de cristal, esperando que Dilma faça realmente um bom governo pensando em recolocar Lula no poder dentro de quatro anos. Sem querer menosprezar Dilma Rousseff,
    Ela é hoje manobrada pelo PT e deve seguir religiosamente as ordens recebidas para não colocar tudo a perder e complicar a volta de Lula. Dos males, o menor, o que não creio que seja bom para a democracia é o continuísmo e o PT tem tudo para ficar, no mínimo, 20 anos no poder, com a vitória praticamente selada de Dilma e a volta de Lula.

    Bjos

    Tatiana – Metodista - SBC

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  7. Olá Saldanha

    Boa tarde

    Acabo de chegar de Santos. Um trânsito infernal. Proporcionalmente pior que a capital paulista.
    Dezenas de navios esperando para carregar ou descarregar.
    Entra governo e sai governo e os problemas são os mesmos.
    Você fez uma análise política hipotética baseada nos acontecimentos atuais (excelente). É claro que existem muitos fatores de natureza política, sociais e até naturais que, naturalmente, interferirão nessa “previsão”. Mas, como você disse, esperamos o melhor para o Brasil.
    Meu voto é ideológico e não na pessoa.
    Vejo uma situação bem “vermelha” lá na frente se a Dilma ganhar.
    Por iniciativa do PT, em vários estados já começa a vigorar o controle da imprensa! Não é por ai que começa uma ditadura seja de esquerda ou direita?

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  8. Essa sua previsão para um futuro bem próximo é que me preocupa, Milton. O currículo de cada um dos candidatos que você acaba de apresentar. Sobre Dilma você escreve que ela é uma especialista em energia, área em que sempre transitou com maior desenvoltura. De resto, faz o papel de robô, comandada e esquentando a cadeira para o Lula voltar em 2014. Já o Serra, você aponta como um político de vocação natural, desde os bancos escolares, e que nunca escondeu seu projeto de algum dia ser presidente. E o currículo de Serra continua em sua crônica, mostrando virtudes que permitem a ele usar a faixa presidencial com pleno conhecimento de como administrar o Brasil.

    Pergunto: diante disso, seria certo votarmos em Dilma apenas pelo carisma de Lula e na esperança de que ela dê sequência aos mesmos programas de governo assumidos por ele? Ou melhor seria escolhermos um homem cujo currículo é irrepreensível e experiências políticas como ministro, prefeito, deputado e governador fazem parte dele? Sabe, Milton, diante deste quadro, nada me convence ao contrário. Nosso povo volta em Lula, não conhecem Dilma e não se interessam em conhecê-la. Pena!

    Bjos e parabéns pelo texto!

    Larissa - Santo André - SP.

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  9. Prezados novos comentaristas, pela ordem:
    Tatiana: um bom governo é o que todos desejamos, seja com Dilma ou Serra. Mas ninguém é bobo. Sabemos que a corrupção não vai desaparecer por mágica. Está na engrenagem dos poderes, mesmo que mudem as pessoas e os partidos. Será uma luta eterna, isso. E só acredita em Papai Noel quem quer.
    J.Morgado: sobre os conselhos de jornalismo, publiquei certa vez um artigo no jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas. Se o Edward de Souza topar, podemos repetir aqui, para abrir um debate.
    Larissa: coloquei sobre o Serra coisas factuais e conhecidas. Em nenhum momento afirmei que tem ficha limpa ou suja. Só digo que não coloco a mão no fogo por nenhum político, pois seria ingenuidade. E o Serra me deixou com a pulga atrás da orelha nesse episódio do Paulo Preto, que ameaçou claramente abrir o bico e ferrar com ele.
    Obrigado a todos pela participação e palavras simpáticas.
    Abraços!
    Milton Saldanha

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  10. Boa tarde, Milton, minha intenção era apenas analisar o texto que você escreveu e que eu gostei, mas depois de ler este último comentário que vc deixou no blog, mudei a direção dos meus comentários, que foram parar no tal "Paulo Preto" que você citou. Cá entre nós, Milton. "Paulo Preto", quando o Brasil ainda não se esqueceu de Zé Dirceu, Genoíno, Delúbio Soares e sua quadrilha, Palocci, "Professor Luizinho" que foi reeleito deputado com ficha suja pelo PT, e tantos outros... Coitado do tal "Paulo Preto" perto desta cambada de ladrões, sem contar o nosso presidente que sobre isso, não viu, não ouviu e nem ficou sabendo. Já disse isso no blog, mas não custa repetir. Em qualquer país do mundo o presidente seria destituído e seus direitos políticos cassados. Nesta terra onde cantam os sabiás isso não aconteceu. E esse mesmo povo que se indignou com o mensalão vota na indicada pelo chefe da quadrilha, uma ex-guerrilheira que tentava implantar o comunismo no Brasil, matando seus irmãos e assaltando cofres sem até hoje ter prestado contas onde foi que enfiou esse dinheiro roubado.

    Mais ainda. Enquanto a PF investiga e está ouvindo a substituta de Dilma na casa Civil, a tal Erenice, que deve ter sido colocada lá pela Dilma porque tem Guerra no sobrenome, você cita "Paulo Preto", Milton? Desculpe-me, mas, por mais que você tente disfarçar, procurando dar um tom de imparcialidade no que escreve, acaba cometendo deslizes como esse que mostram claramente que você assumiu de vez o PT. Que vota na Dilma, você já declarou, mas no caso "Paulo Preto" você foi muito, mas muito radical, principalmente diante dos fatos que citei acima.

    Apesar disto, minha admiração é enorme por você, um jornalista experiente que escreve bem quando isento de paixões partidárias.

    ABÇS

    Birola - Votuporanga - SP.

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  11. Prezado jornalista Milton Saldanha!
    Dilma Rousseff perdeu o rebolado e fez ontem, no debate da Record, a mais grave ofensa à história da Petrobras e à honra das gerações de trabalhadores que por lá passaram. Dilma tem dito mentirosamente que seu adversário José Serra quer "privatizar" o petróleo do pré-sal. No entanto, ao longo do governo Lula, como presidente do conselho de administração da Petrobrás, ela entregou a exploração de petróleo para 108 empresas privadas, 53 delas estrangeiras. Ou seja, ela comandou uma das mais agressivas transferências do patrimônio de uma empresa petrolífera estatal para o setor privado. Confrontada com esse fato, ela descontrolou-se e desrespeitou os brasileiros.

    Afirmou a candidata: "A diferença entre se descobrir uma mina de ouro e descobrir uma minazinha, pequenininha. Então, o que eu digo pra vocês, é que eles estão querendo privatizar o filet mignon. A carne de pescoço era o que existia antes". Com essa frase, Dilma confessou que privatizou, sim, o patrimônio da Petrobrás - mas só a parte chamada por ela de "carne de pescoço". Trata-se de uma das mais reveladoras confissões dessa campanha. Em primeiro lugar, porque o petróleo é dos brasileiros, não importa de que profundidade venha. Depois, porque, como Presidente do Conselho da Petrobrás, Dilma comandou, sim, o leilão do Bloco 9 de exploração, que também inclui o petróleo do pré-sal.

    Luiz Carlos Ruiz – Jornalista – São Paulo

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  12. Caro Birola: o engraçado é que você me contesta e concordo com quase tudo o que você disse. Eu disse quase tudo. O seu final peço licença para não comentar. Meu caro, não tenho interesses com governo, partido,nada. Jamais fui filiado a partidos, nunca tive cargos públicos, não preciso e não quero. E chances para isso, se quer saber, não me faltaram. Uma vez corri da minha sala, num jornal que dirigia, um prefeito que tentou me subornar. Este é Milton Saldanha! Minha trincheira sempre foi o jornalismo. E meu caráter. E minha vida pessoal vai muito bem, felizmente, nada mudará nela com Dilma ou Serra. Sou, portanto, um analista independente. O que não me impede de ter preferências em determinadas circunstâncias, como eleições. Como eleitor tenho que fazer uma opção pelo menos ruim, apenas isso. E minha opção é Dilma. Sem delírios, sem sonhos, sem utopias. E, meu caro Birola, tenha a paciência. Ficar comparando quem é mais ladrão é muita perda de tempo e energia.
    Abraço grande!
    Milton Saldanha

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  13. Prezado Luiz Carlos Ruiz: sou radicalmente pela manutenção da Petrobrás estatal. Não é uma posição corporativista, como a dos funcionários da estatal, e sim estratégica, de segurança nacional. Nisso fecho 100% com os militares brasileiros, que pensam do mesmo modo. O petróleo tem que estar nas mãos do Estado brasileiro. E seus lucros idem. Agora vem o pré-sal. Nossa Petrobrás vai ter que fazer joint ventures com capital externo para a extração, não há outro modo, pelo menos até agora. Isso é diferente de entregar a bacia continental. Teremos que ser realistas. Mas a Petrobrás tem que ser intocável. Obrigado pela contribuição inteligente ao debate.
    Grande abraço!
    Milton Saldanha

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  14. Olá Milton, mais uma belo texto e um lindo visual, acredito que tenha sido preparado pelo Edward, Não? Fica gostoso acompanhar uma leitura como a sua, bem ilustrada. Sobre o assunto, você não pode criticar a vidente Vera Alckmin, de quem quero falar agora. Não sei se é parente do futuro governador de São Paulo, mas seria falta de ética um vidente, (você), criticar uma colega, concorda? (rsrrsrsrsrsrsrsrsr). Depois que li no final de seu texto a nota sobre o falecimento do Senador Romeu Tuma, a primeira coisa que pensei é que podemos ter um Presidente da República que, se fosse candidato, não receberia votos nem da família, o Michel Temer.

    E não estou errada, Milton. Sabemos que o câncer, por mais que digam que a pessoa está curada, sempre volta. Sincera e honestamente, rezo e peço a Deus que proteja deste mal a Dilma. Terrível essa doença, mas se ela voltar a se manifestar e a Dilma deixar a presidência, vamos para o fundo do abismo. E o Lula não volta mais a presidência. Certo que o vice do Serra é outra brincadeira, mas ele, parece, está bem de saúde, não é velho e tem menos possibilidades de morrer durante quatro anos de mandato. Olhe bem em sua bola de cristal. Tomara que não veja ninguém de preto em volta de um caixão. Seria terrível para nós, brasileiras e brasileiros.

    Bjos

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  15. Milton e Gabi, o ditado é antigo, diz: "para morrer, basta estar vivo". Eu já contei neste blog uma ou duas vezes. Perdi minha mãe muito cedo, jovem, não faz muito tempo, num acidente aéreo com um avião da Gol. Saiu de casa feliz, beijou-me prometendo voltar em três dias com alguns presentes e não pode cumprir sua promessa. Fiquei com essa imagem dela, feliz e sorrindo para mim. Por isso, ninguém pode prever o futuro de Dilma ou de Serra. Só espero que, qualquer um dos dois que vencer estas eleições, consiga cumprir com dignidade sua missão de governar nosso Brasil por mais quatro anos. Michel Temer e Índio da Costa é brincadeira de péssimo gosto na presidência do nosso país.

    Gostei de suas previsões, Milton. Torço para que isso ocorra, ganhe Serra ou a Dilma. E concordo. Seja quem for, no dia seguinte vamos de oposição, cobrar as promessas que fizeram e exigir que respeitem nosso voto, trabalhando com honestidade e lutando pelo crescimento do Brasil

    Bjos a todos,

    Carol - Metodista - SBC

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  16. Pois é, querida Gabriela, minha bola de cristal pegou virus e teve que ir para manutenção quando o Tancredo baixou hospital e morreu sem ter tomado posse. Então não pude prever que o dono do Maranhão presidiria nosso país. E lembro-me bem que a gente morria de medo quando alguém falava nessa possibilidade, em tom de piada. Piada que virou fato. O governo Sarney foi de uma mediocridade total. Basta perguntar: alguém lembra do Sarney presidente? O final da minha crônica e seu comentário remetem a esse terror. Ter algum desses vices na presidência. O da Dilma seria o PMDB, esse saco de gatos, finalmente, no Planalto. E o Indio, parceiro do Serra, só de pensar, me apavoro. É um moleque sem preparo e além de tudo com ficha suja no governo carioca.
    Beijo!
    Milton Saldanha

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  17. Milton, você foi injusto comigo. Eu também, em momento algum, disse que você escreveu que o Serra tem a ficha limpa ou suja. Simplesmente fiz valer a explanação que você fez do currículo Dilma/Serra para tecer o que penso a respeito. Leia o que escrevi acima, O.K.?

    Bjos,

    Larissa - Santo André - SP.

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  18. Estimada Carol: obrigado! O lamentável acidente que matou sua mãe é uma lição para todos nós. A consciência da finitude da vida. Vale a pena ser decente, humanista, solidário, ter consciência social. É o que fica da nossa passagem pelo mundo. Já a arrogância e indiviadulismo não deixam rastro, é como um ser que evapora.
    Beijo grande!
    Milton Saldanha

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  19. Boa tarde, Milton!
    Não faz muito tempo ouvi do José Serra a seguinte frase: "Lula só volta ao poder se eu vencer as eleições". Não é preciso pensar muito para perceber que Serra estava prevendo um governo desastroso de Dilma, o que certamente refletiria negativamente contra Lula e o PT. Sua bola de cristal, Milton, parece-me mais confiável que a do Serra, até porque não posso imaginar que a Dilma vai se soltar e voltar-se contra o seu criador. Deve seguir todas as regras estabelecidas previamente para governar na mesma linha, e não deixar cair a credibilidade da sua administração, cujos reflexos negativos respingariam em seu sucessor, no caso Lula.

    Mas, posso fazer uma pergunta que não me sai do pensamento? Só falam de um governo duvidoso e pouco esperam de Dilma na presidência, a não ser cumprir ordens de Lula e do PT. E se Dilma, contrariando o que penso e citei nos primeiros parágrafos, for melhor que Lula, conseguir a mesma aprovação popular ou até superior, será que ela abdicaria de sua candidatura a reeleição em favor de Lula? E o PT, como ficaria e a quem apoiaria? Em política, todas as hipóteses devem ser pensadas e esta é uma delas. Tem mais, Milton. Dilma é que estaria com o poder e com as chaves do cofre. Pra se pensar...

    Bjos,

    Giovanna - Franca - SP.

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  20. Querida Larissa, ser injusto com alguém é algo que me pertuba muito. Corri a reler seu texto. E está lá, escrito exatamente assim: "currículo irrepreensível", referindo-se ao Serra. E foi isso que coloquei em dúvida. Eu não apostaria nisso, mas prefiro não avançar mais, nem tudo que a gente pensa (ou sabe) pode sair escrevendo, né. Há irresponsáveis que fazem. Eu não.
    Beijo!
    Milton Saldanha

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  21. Milton, ao descrever José Serra, nada consta em seu texto que o desabone, por isso eu usei o termo irrepreensível, mas se achou muito forte, deixo para muito bom o currículo do candidato tucano, pode ser? No frigir dos ovos, verás que dá na mesma.

    Beijinhos,

    Larissa - Santo André - SP.

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  22. Prezada Giovanna: você faz uma provocação super interessante, que enriquece muito esta troca de idéias entre amigos que pensam diferente. E tem toda a razão: tudo pode acontecer, o futuro é imprevisível. E tem mais: quatro anos não são 4 dias ou meses, é tempo pra caramba. E os problemas a enfrentar são de grande magnitude, geralmente contrariando interesses os mais variados. Vejo como inevitáveis grandes conflitos dentro do governo, o que não será novidade, sempre foi assim. Os ministros divergem, no âmbito partidário o pau corre solto, é o normal. Claro que Lula e Dilma terão atritos, não são irmãos siameses em pensamento. Como já tiveram, na Casa Civil. Só que agora será outra relação de forças. E Dilma é decidida, tem personalidade forte, uma das razões que me fizeram decidir pelo voto nela. O Brasil precisa de uma presidente afirmativa. Quem pensa que será uma marionete nas mãos do PT vai cair do cavalo. Não me surpreendo se tiver grandes crises com o partido, como teve Erundina, e como teve o próprio Lula. Na Casa Civil ela já mostrou esse perfil. Imaginem, então, quando sentar naquela cadeira. Com certeza ela e Lula terão grandes brigas, mas ficará dentro do palácio, suponho. E espero que briguem muito, para errar o menos possível. Se forem cordatos em tudo será muito pior e perigoso. É claro que para consumo público o Lula vai dizer nas entrevistas que não tem nada mais a ver com o comando do país -- "Isso é com a Dilma" -- dirá, mas obviamente estará correndo por fora, nos bastidores. Podem romper? Quem sabe? Minha bola de cristal não meu deu ainda essa resposta.
    Abraço!
    Milton Saldanha

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  23. Olá Milton, você como vidente se deu muito bem. Gostaria de ver uma foto sua com turbante enfeitando a cabeça, sentado numa mesa redonda ao lado de um esfera de cristal. Mas, conheci um vidente que supera você. Esse não conheceu Lula, muito menos Dilma e José Serra. Certamente você o conheceu e até deve ter escrito alguma dele ou sobre ele. A bola de cristal que o General Mourão Filho usava tinha o poder de revelar fatos surpreendentes, como esse que ele escreveu no início dos anos 70:

    "Ponha-se na presidência qualquer medíocre, louco ou semi-analfabeto e vinte e quatro horas depois uma horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso".

    Vou dar os créditos deste texto, Milton, e a sugestão para a leitura do livro: MOURÃO FILHO, Olympio, Memórias: A verdade de um revolucionário. Porto Alegre, L&PM, 1978. Pag. 16.

    Abraços

    Juninho - SAMPA

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  24. Prezado Juninho: tenho esse livro do Mourão, que conheci pessoalmente quando comandou a guarnição de Santa Maria (RS), onde comecei no jornalismo. Li há muitos anos, quando o livro foi lançado. Algum tempo depois o general morreu. Mourão, que se auto-intitulou como "vaca fardada", quando perguntado sobre política, foi uma figura folclórica, meio Dom Quixote, e bastante fanfarrão. Para quem não sabe, ele detonou o golpe militar de 1964 em Juiz de Fora, onde comandava, antecipando-se ao planejamento dos conspiradores, liderados por Castelo Branco. Castelo ficou furioso, mandou Mourão recuar, mas ele não obedeceu e quase colocou tudo a perder, não fosse também a bagunça em que estava o governo do Jango, sem condições reais de resistir. Mourão queria ser ministro do Exército, mas nem isso conseguiu, e logo foi colocado na geladeira pelos golpistas. Acabou sua vida no ostracismo. O livro é interessante, conta os bastidores e a mobilização em Minas. E tem coisas muito engraçadas, como a confissão dele de que cobiçava a empregada da casa, em Santa Maria, mesmo sendo casado. Era uma peça rara o general.
    Abraço Juninho!
    Milton Saldanha

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  25. Oiê, amigos (as)...
    Novamente o mestre Milton Saldanha nos presenteia com um artigo atual e,claro, pra lá de polêmico. porém excelente, como sempre, alías.
    Data vênia, Nostradamus/2010 prevê que se Dilma vencer haverá no decorrer do mandato o rompimento com o guru Lula. A criatura irá desbancar o criador tudo em nome do "puder", especialidade do PT, cujos integrantes, capitâneados pelo maquiavélico Zé Dirceu,
    "matam" pela "caneta poderosa"
    e fazem acertos
    com diabo para não perder. Haja vista a aliança com o inefável PMDB que encaixou Michel Temer
    como vice de Dilma, Alías, bela dupla.
    Lula, por sua vez, fora do "puder" é um peixe morto
    por absoluta falta de competência pra tudo. Sem a caneta, Lula morre.

    Já José Serra, vencendo ou não, está praticamente liquidado
    politicamente e a derrota agora fecha o caixão e abre as portas para o mineiro Aécio, este sim
    muito mais arrojado e centrado que Serra. Vencendo, Serra abrirá espaço para Aécio que,em 2014, pula doSenado para o Palácio da Alvorada. Como se sabe, Serra é mais difícil de engolir do que chupar marisco sem colocar limão.
    Ambos, Serra e Alckmin, juntos não acrescentam sabor ao picolé de xuxu.
    Tudo isso, no contexto do artigo do Saldanha, são visões futuristas sobre uma política nefasta, infame, galhofeira e corrupta instalada no Brasil desde os tempos de Cabral.
    Nosso Nostradamos, mais confuso que os marcadores de Pelé, perdeu-se no tempo e no espaço e Mãe Dinah tem que vender livros e ilusões para sobreviver, já que isso não é possível apenas com seus chutes dignos de Pepe. Nem o primeiro e muito menos a segunda, caso arriscassem uma fezinha, acertariam três números da megasena e nem mesmo uma simples
    dezena no simpático jogo do bicho.
    Valeu Saldanha, de novo, seu artigo chacoalha este bolg.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo.

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  26. Obrigado, grande Oswaldo Lavrado!
    Super abraço!
    Milton Saldanha

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  27. Apesar de ainda estar claro, já é boa noite, Milton! Mais uma vez obrigada por ter me enviado a chamada para seu texto neste blog do Edward, que sempre gostei muito. Interessante suas previsões sobre Dilma e Serra. Como acredito que essas eleições já estão ganhas, Dilma deve assumir a Presidência da República no próximo ano. A partir de então, Milton, é preciso deixar de lado o rechanchismo e nos unirmos, para juntos cobrarmos o cumprimento das promessas feitas por ela em palanques e debates. E mais que nunca, torcermos para que seu governo seja bom e justo. Sou também contra o continuismo, mas até 2014 muita coisa deve mudar em nossa política. Não acredito que Serra, sendo derrotado mais uma vez, volte ao cenário político. Pelo menos não deve tentar mais a presidência.

    Esta derrota de Serra, caso se confirme, bem entendido, vai fortalecer e muito o candidato mineiro, Aécio Neves, protegido de Itamar Franco que, a contragosto se viu obrigado a pender para o lado de Serra. Até lá muitas pedras vão rolar e Lula não pode se considerar reeleito, daqui a quatro anos, com Dilma no poder. Para nós, brasileiras e brasileiros, o importante é que Dilma conduza nosso país com justiça e sabedoria, não nos interessa que ela atire o Brasil no buraco para que outro partido ganhe força e assuma o poder. Isso não é um problema nosso. Nem dos que amam nossa Pátria.

    Beijos, parabéns pelo texto,

    Vanessa

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  28. Depois de postar o primeiro comentário não voltei ao blog, até porque gosto de cutucar o Milton com vara curta e neste texto de hoje não encontrei nada que pudesse me fazer discutir um pouco com meu bom amigo. A não ser quando ele escreve que Dilma é uma especialista em energia, área que transita com desenvoltura. Imaginem se Dilma não entendesse nada de energia, estaríamos todos às escuras há um bom tempo. Digo isso porque jamais esqueço um determinado dia em que Dilma convocou a Imprensa e prometeu solenemente que o Brasil jamais teria problemas energéticos. No dia seguinte, 24 horas depois de sua promessa, o Brasil registrou o maior blackout de sua história, atingindo os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Distrito Federal, Goiás e municípios do Paraguai na divisa com o Brasil.

    O mais engraçado é que a Imprensa, sempre combatida pelo PT, na época publicou em manchetes garrafais que ocorreu um apagão em vários estados do Brasil. No dia seguinte lá estava a Dilma, especialista em energia, para contestar as informações da Imprensa: "não houve apagão, houve blackout". Aqui nós já vemos o PT atuando também nas entranhas da linguística, querendo conferir às palavras “apagão” e “blackout” sentidos diferentes quando na realidade é tudo a mesma coisa. “Apagão”, disse Dilma, era coisa do Fernando Henrique. No governo Lula, interrupção no fornecimento de energia é “blackout”.

    Tomara que, se eleita, Dilma não sofra nenhum apagão e afaste para bem longe do Planalto os velhos ratos de porão que estão às escondidas para dar um novo bote neste enorme queijo chamado Brasil.

    Milton, meus cumprimentos pelo texto. Plagiando a Larissa, irrepreensível.

    Abraços...

    Edward de Souza

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  29. Gostaria de convidá-los para acompanhar e comentar nesta quarta-feira, aqui no blog, o último capítulo de "Memória Terminal", série inédita escrita pelo saudoso amigo, jornalista José Marqueiz, Prêmio Esso Nacional de Jornalismo.

    Obrigado...

    Edward de Souza

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  30. Prezada Vanessa: fico feliz e grato por sua opinião. Esses debates na TV não deveriam ocorrer só em eleições. Seria muito bom ter pelo menos um grande debate anual, do presidente e ministros com seus opositores, ao vivo, quando seriam colocados questionamentos do interesse coletivo. Seja Dilma, ou seja Serra, cobrança neles!
    Abraço!
    Milton Saldanha

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  31. Gostaria de cumprimentar todos vocês, jornalistas deste blog, pelos textos inteligentes postados nestes dias que antecedem as eleições deste segundo turno. Sempre uma oportunidade para que possamos aprender alguma coisa, debater e procurar escolher o melhor candidato para assumir a presidência do Brasil. Votei em Serra no primeiro turno e vou repetir o voto. Penso que Serra é melhor preparado para comandar o nosso Brasil. Isso de dizer que a Dilma vai seguir orientações de Lula e do partido para não sair do eixo e não deixar a peteca cair, como usamos na gíria, é conversa mole pra boi dormir. Ou ela tem condições de assumir a presidência, ou não tem. Teleguiados são os mísseis.

    Um abraço,

    Miguel Falamansa - Botucatu - SP.

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  32. Detesto debater com gente despreparada, de pensamento primário, casos em que prefiro deixar sem resposta, por ser impossível qualquer argumento. Mas gosto muito da provocação de alta qualidade, a exemplo desta do Edward sobre crise energética. Como resposta ao amigo Edward vou reproduzir aqui trechos de longo artigo que fiz sobre o grande apagão do governo FHC, em maio de 2001. "Desde 1995 técnicos da área energética, brasileiros e consultores ingleses, vinham alertando sobre o problema" (do apagão). "O governo (de FHC) encheu os bolsos das empresas estrangeiras com dinheiro do BNDES para financiamento das privatizações no setor de energia. Quase 30% da área de geração foi para o capital privado. Gastou no que já existia e não no que precisaria ser criado. O montante das privatizações, acima dos US$30 bilhões, não foi canalizado para o que seria seu destino natural - a geração e distribuição de energia. Os números provam o declínio: até 1989 os investimentos no setor eram acima dos US$10 bilhões. Nos anos seguintes cairam pela metade, e até menos, chegando aos US$4 bilhões". E mais adiante, depois de outras considerações, escrevi: "Sem alternativa para atender à demanda, sobretudo de alta tensão (para a indústria pesada), queimaram irresponsavelmente os estoques estratégicos dos reservatórios, que desceram a menos de 30%, quando deveriam permanecer com pelo menos 50% da capacidade". E bem mais adiante (o texto foi longo): "FHC vendeu patrimônio público levianamente, em condições e a preços lesivos aos interesses nacionais; não criou regulamentação com cláusulas prévias obrigatórias para investimentos; em nome da política de mercado permitiu que a população pagasse preços abusivos pelo direito elementar de ter luz em casa, com reajustes que superam os índices de inflação, fora os repasses tributários".
    E vai por aí, foi longo. Agora me responda, querido Edward: por que houve novo apagão? Deixe, eu respondo: porque FHC não investiu no setor, como acabei de mostrar acima. Centrais elétricas não nascem do dia para a noite. São necessários vários anos. Planejamento de longo prazo, que seu amado FHC não fez, sem pensar no futuro, e estava mais do que avisado sobre os problemas que aconteceriam. Esse meu artigo, repito, é de maio de 2001, quando o PSDB governava soberano este país e entregava nosso patrimônio sem garantias de investimentos numa área tão estratégica. Foi culpa da Dilma? Por favor, Edward, me poupe.
    Grande abraço!
    Milton Saldanha

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  33. Miguel Falamansa, obrigado a você também pela participação neste espaço.
    Abraço!
    Milton Saldanha

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  34. Rsssssssss... Juro Milton, se você e o Edward resolverem debater qualquer assunto, eu pago o preço que for para assistir. Acho uma delícia ver como vocês conseguem discutir qualquer tipo de assunto desta maneira, cordial e ao mesmo tempo com palavras contundentes. O Edward chegou de mansinho, como quem não queria nada, deu a alfinetada e sumiu, certamente esperando o troco que veio agora e eu achei uma delícia a resposta. Assim deveriam ser os debates entre Dilma e Serra, com classe e com respostas firmes e conscientes. Pelo horário não sei se o Edward volta, mas venho depois, fico de olho para ver a tréplica, se é que vai acontecer.

    Milton, parabéns pelo texto e pela sua bola de cristal. Torço por ela, cheia de esperança que Dilma de fato siga os rumos da política até agora colocada em prática pelo governo Lula. Mesmo não votando no PT por uma série de fatores que prefiro não entrar em detalhes, porque não vem ao caso agora, acima de tudo sou brasileira e amo nosso país.

    Bjos

    Andressa - Cásper Líbero - SP.

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  35. Leiam o que escreveu o jornalista Gilberto Dimenstein na Folha de São Paulo de ontem e me digam, deve-se votar num partido cujo comandante é capaz de tomar esta atitude?
    "Lula tinha tudo para fechar maravilhosamente seu mandato: a economia cresce, a inflação está baixa, batem-se recordes de empregos, melhora a distribuição de renda, milhões de pessoas saem da pobreza. Sua candidata, tirada do anonimato, é a franca favorita. Nesse momento, o único inimigo verdadeiro de Lula é o próprio Lula - um inimigo terrível. Raras vezes eu assisti a tamanha falta de compostura de um presidente brasileiro como nesse episódio da agressão a José Serra. Mesmo que tivesse sido apenas uma bola de papel atirada contra o candidato do PSDB, um presidente jamais deveria referendar, mesmo que tacitamente, um gesto desrespeitoso. Depois que se viu, na TV, que era mais do que uma bolinha, Lula continua no ataque, como se não fosse um presidente, mas um chefe de bando. Com todo seu prestígio, Lula deveria saber o perigo de determinadas atitudes para a criação de padrões no país. Um presidente é, antes de mais nada, um educador diante de uma gigantesca sala de aula. Nessa sala de aula, ele se comportou não como um professor, mas como um daqueles alunos baderneiros".

    Boa noite!

    Solange - SP.

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  36. Obrigado pelo carinho, querida Andressa! É isso, você foi ao ponto, debate tem que ter qualidade. E quem se mete nele tem que ter bagagem cultural pra aguentar o tranco, senão é melhor se calar. Edward e eu divergimos numa boa, sem alisar, mas também sem agredir. Somos grandes amigos e admiro muito ele.
    Grande beijo!
    Milton Saldanha

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  37. Meu caro amigo Milton, a recíproca é verdadeira. Andressa, o que a fez pensar que durmo com as galinhas? Estou em pé ainda, ou melhor, sentado. Escrever em pé não deve ser fácil, quem sabe um dia eu tente, não custa. Olha, se você espera eu discordar totalmente do Milton, desta feita errou. Concordo em quase tudo com as explicações dadas por ele sobre os problemas da crise energética no país. Principalmente quando Milton diz que centrais elétricas não nascem do dia para a noite. São necessários vários anos. Planejamento de longo prazo. Só não concordo é mais uma vez ver o nome de Fernando Henrique Cardoso jogado nesta encrenca. Ora, se são necessários muitos anos e um planejamento de longo prazo, porque a bomba tinha que estourar em cima do FHC? Não poderia, por exemplo, ter vindo da época do Getúlio esse problema? Dizer que ele, FHC não investiu no setor, pergunto. Getúlio investiu o necessário? Juscelino, Sarney, Collor e outros investiram? E lula, quanto investiu nesta área. Coitado do Fernando Henrique, é mesmo a bola da vez!

    Uma boa noite que agora vou para o puleiro, amanhã tem o último capítulo de José Marqueiz...

    Milton, meu irmão, meus cumprimentos mais uma vez. Você é brilhante!

    Edward de Souza

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  38. Boa noite, Milton Saldanha e Edward de Souza!
    Olha, com essa última pesquisa divulgada agora a noite pelo Jornal Nacional, perdi as esperanças. Dilma fatalmente será eleita domingo para a presidência do nosso país. E já estou pensando em não votar em Serra e sim na candidata do PT. Explico: como não acredito que Dilma tenha capacidade de dirigir o Brasil, deve colocar os pés pelas mãos, sua eleição será o único meio de ficarmos livres do Lula e sua tropa de choque. Sim... Com Dilma no poder e toda a sua arrogância, nosso país vai virar de cabeça para baixo. Duvido que esse mesmo povo, encantado com Lula e seus poderes mágicos, votem nele novamente. A memória do brasileiro é curta, só enxerga um palmo adiante do nariz. Deve prevalecer o que fez Dilma nestes quatro anos no poder. Certamente nada. Mesmo que me chamem de pessimista, não importa. Tenho o direito de não acreditar nela. Pobre Brasil!

    Bjos, Milton e Edward!

    Tânia Regina - Ribeirão Preto - SP.

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  39. Oiê, amigos (as)...
    Caro Edward, as meninas que estão pagando pra ver (ao vivo) um pega entre o você e o Saldanha, certamente pagariam muito mais pra assistir nossas (suas a minhas) pendengas esportivas. Vamos formar um trio (eu, você e o Saldanha) e montar uma rinha. Ficaremos ricos.
    No rodapé do artigo de hoje do Saldanha e no noticiário noturno das TVs, está anunciada a morte do senador Romeu Tuma. Com o respeito necessário do momento, vale dizer que o senador, não reeleito agora, esteve no cargo por longo tempo e não se tem notícia que tenha apresentado sequer um projeto relevante para São Paulo. Antes, no tempo da ditadura, era o chefão que iria reservar o Morumbi, o Maracanã, o Mineirão e o Beira Rio para colocar todos os curruptos deste País. Os estádios continuaram a programar jogos de futebol para sobreviver. Sem nenhum rastilho que maculasse sua carreira política, teve em um dos filhos, supostamente, o vilão acusado de maracutais. Descanse em paz, excelência.

    gratos
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

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