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Como contei no último final de semana neste blog, fui vítima de dois sequestros relâmpagos, ambos bem complicados e ameaçadores. O raio pode não cair duas vezes no mesmo lugar, mas sou testemunha, despenca mais vezes na mesma cabeça. Passados quase dez anos do primeiro, marcado por sequelas emocionais, o segundo, que completou uma década, igualmente deixou rastros que dificilmente se apagarão. Fisicamente sai ileso de ambos, mas as marcas das ações permaneceram.
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Uma tarde ensolarada de domingo, trafegava pela Avenida Robert Kennedy, Bairro Assunção, São Bernardo, quando fui abordado por um trio; dois rapazes e uma moça. Pelos meus cálculos, nenhum deles passava dos 25 anos. São Bernardo tem duas Avenidas com o nome Kennedy, ambas com intenso movimento de veículos e de pessoas que procuram as duas vias para o lazer. A Kennedy (John) fica no sofisticado Jardim do Mar, que abriga a classe média alta, mansões e hotéis de luxo; a Robert Kennedy, no Assunção, mais modesta, porém com moradores de bom poder aquisitivo. Na região da Robert Kennedy estão instaladas algumas empresas de porte como Scania, Rolls Royce, a Nestlé e também o heliporto, hoje utilizado pelo presidente Lula quando vem a São Bernardo, onde tem residência.
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Uma tarde ensolarada de domingo, trafegava pela Avenida Robert Kennedy, Bairro Assunção, São Bernardo, quando fui abordado por um trio; dois rapazes e uma moça. Pelos meus cálculos, nenhum deles passava dos 25 anos. São Bernardo tem duas Avenidas com o nome Kennedy, ambas com intenso movimento de veículos e de pessoas que procuram as duas vias para o lazer. A Kennedy (John) fica no sofisticado Jardim do Mar, que abriga a classe média alta, mansões e hotéis de luxo; a Robert Kennedy, no Assunção, mais modesta, porém com moradores de bom poder aquisitivo. Na região da Robert Kennedy estão instaladas algumas empresas de porte como Scania, Rolls Royce, a Nestlé e também o heliporto, hoje utilizado pelo presidente Lula quando vem a São Bernardo, onde tem residência.
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Bem, meu caminho era o Bairro do Alvarenga, as margens da Via Anchieta e Imigrantes. Iria visitar um amigo adoentado e que residia ao lado da fábrica da Nestlé, mas não fui. Por ser uma tarde de domingo a Robert Kennedy estava com pouco ou quase nenhum movimento de veículos, o que permitia, se desejasse, cometer infração e ultrapassar os cruzamentos com o semáforo no vermelho. Como não era, e não é, o meu costume, parei no farol fechado em frente ao Mesc - um dos muitos clubes recreativos de São Bernardo. Percebi que no canteiro que separa as duas pistas havia uma moça e dois rapazes e imaginei, naturalmente, que fossem atravessar a via. O trânsito era zero naquele momento e poderia passar com o farol vermelho sem problemas, mas a prudência fez com que eu parasse. Em segundos estava com um revólver no meu ouvido, arrastado para o banco traseiro por um cara, o outro dirigindo meu Uno e a moça no banco do passageiro com a arma abaixada, mas na mão.
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A mesma ladainha: "calma tio - dizia o rapaz que estava ao volante - só queremos grana". O cara que estava comigo no banco traseiro pediu meu cartão do banco. Felizmente, não viu meus outros documentos, os "manos" odeiam jornalistas. Logo à frente de onde fui abordado, há uma rotatória chamada área verde, onde ficava uma dessas viaturas de policia comunitária e os caras sabiam disso: "vamos passar perto da viatura e se o senhor abrir a boca estará morto, fique quietinho ai e tudo irá bem", decretou o moreno de bigodes ralinhos que estava ao meu lado. Cruzamos a área verde sem problemas e descemos a Joaquim Nabuco, rua do pronto-socorro central, que normalmente tem viaturas da polícia, mas o motorista se apressou em me alertar de novo que poderia me matar ali, caso desse qualquer alarme. Seguimos em direção ao Centro de São Bernardo, onde ficam as agências bancárias da região central. Com pouco de coragem, ou burrice, arrisquei: "olha amigos (amigos?), acho que vocês pegaram o cara errado e estão perdendo tempo, além do risco da casa cair" - não dei tempo para apartes e prossegui: "a agência do meu banco fica exatamente na esquina da rua que eu moro (Marechal Deodoro com Rio Branco, ao lado da Praça da Matriz). Além de estar sem saldo no banco (não menti), sou muito conhecido no pedaço e sempre há na praça da igreja uma viatura. Se vocês pararem ali e os taxistas da praça me virem certamente irão acionar a polícia".
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Sei lá se meu anjo da guarda, novamente, não estava na televisão vendo o jogo do Timão, mas os "manos", assim que entraram na Marechal Deodoro, pararam próximo a Praça Lauro Gomes, onde está a famosa feirinha paraguaia do ABC e muitos camelôs também me conhecem. Pararam, mas não desligaram o motor do Uno. Ao lado havia uma banca de jornais, cujos donos e empregados são meus amigos: "oi Lavrado, tudo bem?" disse a mulher da banca: "tudo bem", respondi, com o coração saindo pela orelha, mas foi a hora. O "mano" que dirigia engatou uma primeira e saiu devagar para não despertar suspeitas. Estávamos cerca de 150 metros do banco e não havia como retornar sem passar em frente da agência, da igreja matriz, da viatura e de uma meia dúzia de taxistas do ponto. Então os caras resolveram me deixar. Falavam entre eles que não valia a pena ficar comigo e correr riscos desnecessários, uma vez que eu não tinha grana, ao menos naquele banco. Mesmo assim eu tremia, pois na praça, quando a mulher da banca me cumprimentou achei que tinha chegado o fim da linha, já que o trio estava nervoso e o cara, que havia pego o revólver da menina, tremia mais que eu.
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Pela Marechal Deodoro fomos em frente, o piloto entrou na Avenida Faria Lima, ao lado do corredor do trólebus, e quando chegamos na rotatória do Paço Municipal, encostou o carro em frente ao Conjunto Anchieta. Descemos todos e eu já me apressava em cair fora e largar o carro com os caras, mas eles saíram correndo, apressados, rumo a favela do DER, que fica na região do Paço. Sorte minha, porque minutos antes, o “mano” que dirigia meu Uno sugeriu rumar para o Rio Pequeno, na Represa Billings, onde resolveriam o que fazer comigo, pois temiam que, me liberando no Centro, eu poderia acionar a polícia. Ainda bem que desistiram da ideia e se mandaram a pé. Minhas pernas tremiam e, diabético que sou, achei que não sairia dali. Mas consegui. Como deixaram as chaves no contato, para minha sorte, liguei o carro e voltei para casa. Meu amigo (doente), que eu iria visitar, economizou algumas xícaras de café ou umas latas de cerveja.
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Não fui ao boteco da Praça da Matriz para o tradicional papo de encerramento do domingo. Sem opção, vi a tranqueira do final do Faustão e a mesmice do Fantástico inteiro. No apto que morava, ainda tremendo, agradeci a Deus por mais esta chance, pois pensava que meu crédito com Ele havia se esgotado no primeiro sequestro. Bem possível que essa tenha sido a primeira vez na história que alguém agradeceu aos céus por estar com a conta bancária no vermelho.
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Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no ABC
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Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no ABC
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Bom dia amigos (as)...
ResponderExcluirCumprindo o prometido, estamos apresentando neste final de semana o segundo sequestro relâmpago sofrido pelo amigo-irmão jornalista e radialista Oswaldo Lavrado. Para muitas (os) que conhecem bem São Bernardo do Campo, os trechos por ele citados, trajetória que fez com o carro de posse dos marginais, são muito conhecidos. Percebam, tudo teve início num domingo a tarde, no centro de uma das maiores cidades do Brasil, com mais de um milhão de habitantes, quando Lavrado parou obedecendo a sinalização de trânsito.
Quando cheguei ao ABC, no começo dos anos 70, São Bernardo, que foi bairro de Santo André, ainda esboçava ares de cidade do interior. Tranquila, habitada por uma colônia italiana, só começou a se desenvolver de uma maneira grandiosa com a chegada das primeiras montadoras ao município. Junto, outras grandes indústrias de autopeças. Com as greves que passaram a pipocar, anos mais tarde, no município, vieram as demissões em massa e surgiram as primeiras favelas, hoje em número assustador para uma cidade que arrecada mais de um trilhão de reais de impostos e supera várias capitais do Brasil.
A violência não se fez esperar e de cidade pacata, depois dos anos 90, São Bernardo já assustava seus moradores. Traficantes dominavam as favelas e ditavam ordens e a polícia, despreparada, como em todo o Brasil, não conseguia conter a violência que foi se espalhando. Esse o retrato hoje de uma linda e grande cidade, palco de dois sequestros relâmpagos contra uma só pessoa, o jornalista e radialista Oswaldo Lavrado.
Um bom domingo a todos, comentem o caso!
Edward de Souza
Bom dia, Oswaldo Lavrado!
ResponderExcluirE a vida do motorista fica cada dia mais difícil, veja o drama que é hoje parar num semáforo quando ele assinala o vermelho. Se parar, pode ser sequestrado, ou sequestrada, se passar o sinal vermelho, pode receber uma multa, perder pontos em carteira e até ter o carro guinchado. O que fazer? De madrugada, e é difícil eu estar nas ruas altas horas, não penso duas vezes. Com prudência olho para os lados, caso o semáforo esteja fechado e podendo, acelero, não espero de jeito nenhum. Você precisa se cuidar, Oswaldo Lavrado, dois sequestros não é brincadeira enfrentar.
Bjos, bom domingo a todos!
Gabriela - Cásper Líbero - SP.
Eu acredito que os anjos estavam de plantão, Oswaldo Lavrado, tanto no primeiro sequestro que o vitimou como neste segundo. Esses marginais, quando sabem que a vítima está sem dinheiro, costumam levá-la para uma "quebrada" e acabam tirando sua vida sem nenhuma piedade. Meu pai sempre fala isso para mim. Leve algum dinheiro sempre em sua bolsa. É preciso ter alguma coisa para dar aos ladrões, senão acaba perdendo sua vida. Uma triste realidade que enfrentamos hoje. Levar dinheiro para entregar a marginais. E pagamos impostos para ter segurança. Várias crônicas foram postadas pela Nivia e pelo Edward esta semana sobre política, uma assinada pelo Milton Saldanha, outra pela própria Nivia Andres e este último do J. Morgado. E a segurança foi muito discutida, principalmente agora, época de eleições. O difícil são as promessas vãs. Prometem maior segurança, saúde, educação e depois esquecem. Lamentável!
ResponderExcluirBjos
Tânia Regina - Ribeirão Preto - SP.
Um texto muito bem escrito, onde a verdade é exposta de modo bem claro. Passei por algo parecido, só que ao chegar de carro em casa. A própria não tinha grades e entraram 3 homens e 1 mulher comigo, com a arma na cabeça do meu filho mais velho, com 5 anos na época. Os outros dois filhos dormiam pela casa e a empregada fazia o almoço. Enquanto eu, ela e o meu mais velho estávamos trancados e amarrados no quarto do casal, os outros dois ficaram à mercê dos assaltantes. Não lhes aconteceu nada. "Não dedure, ou nóis vórta aqui pra matá seu fio!". Claro que não dei parte. Fiquei sabendo, depois de uma semana, que um grupo de 4, com as mesmas descrições (inclusive a mulher grávida) foi cercado e morto no Planalto Paulista.
ResponderExcluirImaginem o coração dos pais quando seus filhos saem à noite para estudar ou mesmo passear. Eu não consigo dormir enquanto não chegam e dou sempre graças a Deus que voltaram sãos e salvos. Fui vítima de assalto quando estava saindo de uma agência bancária, no centro de São Paulo. É possível que estes dois marginais que me abordaram, armados, viram que eu havia sacado dinheiro do caixa eletrônico, me seguiram e mesmo com a rua movimentada, apontaram suas armas em minha direção, tomaram meu dinheiro e fugiram numa moto. Oswaldo Lavrado, você é abençoado, coloque as mãos aos céus e agradeça a Deus por ter lhe livrado de algo pior, depois de ter passado por dois sequestros.
ResponderExcluirAbraços,
Laércio H. Pinto - São Paulo - SP.
Olá Lavrado
ResponderExcluirBom dia
Só resta a esperança! Um dia, quem sabe, poderemos sair às ruas como nas décadas de 50, 60... e voltarmos ilesos para nosso lar!
Um fraterno abraço
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Eu observei, Oswaldo Lavrado, que tanto no primeiro, como no segundo sequestro que vc sofreu, todos os assaltantes tinham pouca idade. Tenho a certeza que muitos menores, graças à impunidade que hoje gozam, se aproveitam disso. Sempre que uma vítima morre, o primeiro a assumir a culpa do homicídio, ou latrocínio, como intitula a polícia o crime para roubar, é um menor. Pouca coisa acontece com ele. É levado para a tal Fundação Casa, antiga Febem e depois de alguns meses está nas ruas, roubando e matando novamente. Leis mais severas, porque não, para menores acima de 13 anos e um combate efetivo às drogas, um meio de se coibir, pelo menos um pouco, essa violência que nos assusta. Você deu sorte, Oswaldo Lavrado, felizmente.
ResponderExcluirBjos,
Daniela - Rio de Janeiro
Acompanhei os dois relatos que fez sobre os sequestros que sofreu, Oswaldo Lavrado. E acabo de ler todos os comentários. Esse último da Daniela me fez pensar. Os menores hoje carregam armas nas mãos com uma desenvoltura de fazer tremer Billy The Kid. Como será que conseguem essas armas com tanta facilidade assim? Não estariam sendo armados por maiores, por causa dessa impunidade que possuem? Muitos mal deixaram de usar a chupeta e já estão nas ruas e sequestrando pessoas, fortemente armados. Li isso nos dois sequestros que vc sofreu, Oswaldo Lavrado. Onde vamos parar com tanta violência praticada por meninos que deviam estar na escola ou brincando de empinar pipas? É revoltante!
ResponderExcluirBom domingo!
Carol - Metodista - SBC
Eu acho que sou uma felizarda nos dias de hoje. Depois de ler os dois sequestros do Oswaldo Lavrado, outro contra a residência da Boni de Souza, penso que é a Silvana que escreve sempre contos aqui, não é Nivia e Edward? Também do Laércio H. Pinto, da Larissa, na semana passada, dou graças a Deus porque nunca fui alvo destes bandidos. Sinceramente, nem sei como reagiria se estivesse num carro com bandidos armados. Teria um ataque cardíaco, sei lá. Deve ser horrível e um trauma para a vida toda. Hoje em dia, pode se contar nos dedos quem ainda não foi vítima de uma violência. Pior é que não aproveitamos esta época de eleições para cobrar mais segurança de nossos políticos. E fazê-los reconhecer em cartório suas promessas.
ResponderExcluirBeijos a todos, bom domingo!
Fabiana - Metodista - SBC
Olá querido amigo Lavrado, que experiência triste. Felizmente você está aí para nos contar, sabe-se lá o que poderia ter acontecido.
ResponderExcluirMas como você é uma pessoa especial, tenho certeza de que tem muitas histórias felizes para nos contar. Um ótimo domingo.
Boa tarde, Oswaldo Lavrado!
ResponderExcluirTanto no primeiro como no segundo, a sorte lhe acompanhou. Num matagal, caso do primeiro sequestro que você contou domingo passado, e a noite, os marginais deixaram você entrar no carro e seguir para casa já foi um milagre. Neste segundo sequestro, você foi reconhecido por amigos e ainda disse aos bandidos que estava sem dinheiro no banco, o que, por si só já é um enorme risco que correu. A sorte, talvez, é que você estava em ruas movimentadas e os bandidos não se arriscaram a disparar suas armas. Mas, o drama que passou em poder destes bandidos deve ter sido terrível, mesmo caso da Boni de Souza, em casa, com a família e dominada por bandidos. Um trauma para o resto da vida.
Bom domingo!
ABÇS
Birola - Votuporanga - SP
Não sei se descuidei na leitura dos dois relatos que você fez dos sequestros que sofreu, Oswaldo Lavrado, mas existe, nesses dois casos seus, chamados sequestros relâmpagos, o perigo do fogo cruzado. Uma amiga e sua mãe passaram por isso. Estavam na Moóca, em São Paulo, aguardando a abertura do semáforo, quando três homens armados as obrigaram a passar para o banco traseiro. Um deles assumiu o volante, outro sentou-se no banco de passageiro e o terceiro, com o revólver apontado para elas gritava para que se calassem, senão morreriam. Então aconteceu o pior. Surgiu uma viatura policial que desconfiou do sequestro e partiu para fechar o carro. Troca intensa de tiros. Um dos projéteis dos policiais atingiu o braço da mãe desta amiga. Os marginais, desesperados, tentando fugir, bateram o carro contra um poste e dois deles foram presos. Um terceiro fugiu. Mãe e filha foram levadas a um hospital. Estão até hoje, isso faz uns dois anos que aconteceu, sob cuidados de um psicólogo. Você teve sorte, principalmente neste segundo sequestro, de não ter aparecido uma viatura da polícia, acredite! A que ponto chegamos... Rezar para não aparecer policiais, fim do mundo!
ResponderExcluirBeijos, bom final de domingo!
Tatiana - SBC
Existe uma grande preocupação de todos nós sempre quando saimos de casa. Na verdade, Oswaldo Lavrado, até ao chegar em casa corremos riscos, veja o que relatou a Boni de Souza em seu comentário. Violentos e covardes, na maioria das vezes esses marginais não vacilam em nos matar se esboçarmos qualquer tipo de reação. O que fizeram com o filho da Boni é revoltante. Para intimidar a mãe enfiaram um revólver na cabeça de uma criança de 5 anos...
ResponderExcluirFico imaginando o que você deve ter passado, Oswaldo Lavrado, levado duas vezes por marginais, ameaçado muitas vezes de morte e pressionado o tempo todo. Relatos como esses dois feitos por você (domingo passado e hoje) e o da Boni, nos assustam, está claro, mas também nos ajudam a tomar sempre muito cuidado para não sermos surpreendidos por esses marginais que atormentam a todos nós.
Bom final de domingo,
Andressa - Cásper Líbero - SP.
Agradeço a Deus nunca ter passado por situação semelhante, Oswaldo Lavrado, mas fico com a nítida impressão que violência como essa, praticada por esses deliquentes, sequestrando uma pessoa e a mantendo como refém em seu próprio carro, sempre a ameçando de morte, provoca um terrível sentimento de impotência, não é verdade? Claro que violência como essa jamais será esquecida, mas é terrível ficar sem poder de reação diante, muitas vezes, de crianças fortemente armadas. Nosso código penal precisa ser revisto com urgência, vivemos num mundo de terror!
ResponderExcluirParabéns pelo texto e pela coragem de nos contar toda essa violência que o vitimou, Oswaldo!
BJ
Anna Claudia - Uberaba - MG
Atualmente a polícia orienta motoristas a não pararem num semáforo fechado caso estejam dirigindo a noite em num lugar escuro e perigoso. Vejam onde estamos, até a polícia, impotente diante da ousadia destes bandidos nos ensinando a desobedecer a lei do trânsito para não sermos vítimas de assaltantes. Prevenção que deveria existir, com mais viaturas circulando e policiais armados e preparados nas ruas nem sonhar... Desta forma, a cada dia outros sequestros relâmpagos vão acontecendo, vitimando homens, mulheres, crianças e nos deixando apavorados, até mesmo dentro de casa. Até quando, não sei! Você, Oswaldo Lavrado, é um sobrevivente desta selva de pedra.
ResponderExcluirMartinha - Metodista - SBC
Oiê amigos (as)...
ResponderExcluirNovamente obrigado pela solidariedade. Abraço especial para a Boni de Souza, que suportou uma ação terrível em sua casa com marginais a ameaçando, como também os seus filhos, um deles com apenas 5 anos de idade. Não é fácil enfrentar esse tipo de situação. Deus estava ao seu lado, prezada Boni.
Bem gente, não há como descrever a baque que o cidadão sofre quando percebe que sua vida está nas mãos desses crápulas. Nos dois relatos apenas descrevi a ação técnica dos abutres, mas não pude relatar o estado emocional. Nada a fazer, a não ser confiar em Deus. A cada segundo, nos dois casos, os "manos" mudavam de opinião, nunca a favor da vítima. Você fica apavorado. No primeiro levaram meu relógio e alguns trocados, no segundo uma centena de reais que eu tinha no bolso, pois estava zerado no banco do cartão que portava. Os rumos que os bandidos pegaram, o primeiro, à noite, em direção a Suzano, e o segundo, à tarde, para o Centro de São Bernardo, foram apenas o diferencial de tempo de angustia e agonia. Em ambos, no entanto, não levaram minha vida.
Jornalista que sou e até escolado com esse tipo de ação, senti a fragilidade do ser humano diante de tanta indiferença. Em nenhum dos casos acionei a polícia nem procurei uma delegacia para relatar os sequestros. O motivo é conhecido e simples: confio na polícia, mas desconfio de policiais, além de não tolerar ficar em situação humilhante, mesmo que estressado, em uma delegacia, no aguardo do atendimento que, como quase todos, acaba em nada. Sei que não agi certo, mas optei por essa linha.
Novamente obrigado a todos.
Abraços...
Oswaldo Lavrado – SB Campo
O pior, Oswaldo Lavrado é que desarmaram a população para facilitar ainda mais a ação dos marginais. Em Franca muita gente tem casa de campo e ranchos na beira de rios, alguns sofisticados, verdadeiras mansões. Acabou a tranquilidade para todas estas pessoas. A nova modalidade de crime adotada pelos bandidos é invadir ranchos, sítios, chácaras, casas de campo, amordaçar toda a família, que depois passa a viver um trauma com toda essa ação e roubá-los, sempre a poder de muita violência. Isso está ocorrendo na zona rural de Franca todos os dias. A polícia está às cegas. Imagine só. Se nem dentro da cidade controlam os bandidos, como fazer isso fora? E agora, ainda por cima, arrumaram uma arma paralisante para a polícia usar contra bandidos. Desta forma, a polícia paralisa os marginais e eles dão o troco, matam! Não é mesmo um país sério, convenhamos.
ResponderExcluirNestes dois sequestros que você sofreu Oswaldo Lavrado, a única coisa boa foi nada ter lhe acontecido, assim somos privilegiados em ler suas crônicas no blog. Mas, fique esperto, você mesmo escreveu, o raio despenca mais vezes na mesma cabeça. Por isso, todo o cuidado é pouco!
Bom final de domingo,
Giovanna - Franca - SP
Boa noite, amigos e amigas!
ResponderExcluirOlá, Lavrado, sobrevivente!
Após dois sequestros, você é realmente, um sobrevivente, em vista do terror que vivemos em nossas ruas, seja em grandes ou pequenas cidades. A maioria das pessoas fica paralisada, não sabe o que fazer. Qualquer atitude pode ser interpretada como reação, pelos bandidos, geralmente jovens, nervosos e sob o efeito de drogas.
Você, certamente, estava sob a proteção de seus anjos e teve sangue frio suficiente para negociar e sair da aflitiva situação.
Não faço ideia, mas depois que tudo passa, a sensação deve ser terrível - alívio e pânico, ao mesmo tempo, ao pensarmos que, em segundos, a situação poderia ser alterada.
Vida longa para você, caro amigo!
Prezado jornalista e radialista Oswaldo Lavrado! Eu sou um dos ouvintes da saudosa Rádio Diário do Grande ABC e dos Craques do Rádio. Não perdia nenhuma transmissão de vocês nem os programas esportivos que apresentavam. Coincidentemente, procurando um assunto no Google descobri este blog em que, além de você, está também o Edward de Souza, meu locutor favorito de esportes. Ele é bom demais, assim como você nos comentários. Uma dupla de ouro do rádio, sinto saudade de todos vocês.
ResponderExcluirOlha, Oswaldo Lavrado, depois de ler seu texto vou lhe confessar, fiquei revoltado com o acontecido. Estamos nas mãos de bandidos faz tempo, tanto armados como de colarinhos brancos. Enquanto houver desigualdade social, educação de péssimo nível no país, continuaremos conhecidos mundialmente pela criminalidade. A escola da marginalidade começa antes dos 10 anos, o que é inadmissível.
Ninguém está livre da violência, inimigo número um de qualquer ser humano. Não podemos mais viver com tranquilidade nos dias de hoje. Você sai para o serviço e não sabe se sua volta para casa é certa. O medo toma conta de qualquer cidadão brasileiro. Por cima, nossa liberdade acabou, vivemos trancados em casa, com cães de guarda ferozes, muros altos e grades. Se sairmos de carro, somos sequestrados, ameaçados de morte, ofendidos, espancados, roubados e ficamos felizes por estar vivos. Como aconteceu com você em duas oportunidades. Pior, não existe mais lugar seguro, estamos à mercê dos bandidos.
Uma boa noite!
Sandro Barion Siqueira – Mauá – SP.
Uma homenagem ao jornalista Oswaldo Lavrado e a todas as vítimas de violência deste país...
ResponderExcluirNão há mais bela musica que o ruído da maçaneta da porta quando meu filho volta para casa. Volta da rua, da vasta noite, da madrugada de estranhas vozes, e o ruído da maçaneta e o gemer do trinco, o bater da porta que novamente se fecha, o tilintar inconfundível do molho de chaves são um doce acalanto, uma suave cantiga de ninar.
Só assim fecho os olhos, posso afinal dormir e descansar. Oh! a longa espera, a negra ausência, as historias de acidentes, sequestros relâmpagos e assaltos que só a noite como ninguém sabe contar!
Oh! os presságios e os pesadelos, o eco dos passos nas calçadas, a voz dos bêbados na rua e o longo apito do guarda medindo a madrugada, e os cães uivando na distância e o grito lancinante da ambulância!
E o coração descompassado a pressentir e a martelar na arritmia relógio do meu quarto esquadrinhando a noite e seus mistérios.
Nisso, na sala que se cala, estala a gargalhada jovem da maçaneta que canta a festiva cantiga do retorno. E sua voz engole a noite imensa com todos os ruídos secundários.
-Oh! os címbalos do trinco e os clarins da porta que se escancara e os guizos das muitas chaves que se abraçam e o festival de passos que ganham a escada!
Nem as vozes da orquestra e o tilintar de copos e a mansa canção da chuva no telhado podem sequer se comparar ao som da maçaneta que sorri quando meu filho volta.
Que ele retorne sempre são e salvo, marinheiro depois da tempestade a sorrir e a cantar. E que na porta a maçaneta cante a festiva canção do seu retorno que soa para mim como suave cantiga de ninar. Só assim, só assim meu coração se aquieta, posso afinal dormir e descansar.
(Infelizmente desconheço o autor)
Beijos,
Regina Yara - Maringá
Bom dia Oswaldo Lavrado!
ResponderExcluirAcabo de ler agora seu relato sobre o segundo sequestro relâmpago que sofreu. No domingo passado eu contei aqui como fui dominada por bandidos em frente a uma farmácia em Santo André, por volta das 21 horas, quando descia do meu carro para comprar remédios para minha mãe doente. Faz algum tempo isso e até hoje tenho pesadelos e não consigo esquecer o ocorrido. O tempo todo eles gritam e nos ameaçam de morte. Segundos que parecem horas, intermináveis, e a gente à mercê destes desqualificados. Quando me deixaram com o carro em frente ao sindicato dos metalúrgicos de Santo André, que estava fechado naquela noite e chovia muito, chorei e tremia tanto que mal conseguia dirigir e voltar para casa. O sequestro relâmpago deveria ser punido com severidade, emocionalmente desestrutura a vítima por um longo tempo, muitas vezes, para sempre. Tomo todos os cuidados depois do que aconteceu comigo para não cair mais nas mãos deste marginais. Você suportou esse segundo sequestro, eu creio que não aguentaria.
Uma boa semana
Larissa - Santo André - SP.
Oie, amigos (as)...
ResponderExcluirOlá Sandro Barion, de Mauá, legal o senhor ter sido ouvinte da Rádio Diário e dos Craques do Rádio. Saudades desse tempo. O senhor desfila elogios ao Edward de Souza, mas desconhece a "mala" que é o cara. Convivi com ele por mais de 30 anos, viajando por estes "brasis" e fui vítima de sua generosidade, solidariedade e, especialmente, amizade. Somos irmãos de microfone e de vida. Um "mala", levíssimo. Gratos, Sandro e, caso queira se comunicar com este velho amigo:
oswaldolavrado@hotmail.com
Obrigado Nivea, obrigado Regina Yara, da nossa esfuziante "cidade canção".
abraços
Oswaldo Lavrado - SBCampo
Hoje em dia não estamos seguros nem dentro da tumba.
ResponderExcluirPois estão saqueando os túmulos para roubar tudo o que tiver valor, ex: dentadura, perucas, roupas, dente de ouro, prótese ortopédica, sapatos, brincos, trinco de caixão, etc.
E se o defunto for bonitinho..., bom deixa prá lá.
Padre Euvideo.
Ladrão escolhe só os boa pinta para assaltar.
ResponderExcluirSe você foi escolhido por duas vezes, ai tem!
Se você não tinha dinheiro no banco mais foi assaltado, é porque come salame e arrota peru!
Caso nada disso que eu escrevi procede, é por que você é muito azarado mesmo!
Crotilde Afanasio
Edward, desculpe-me usar este espaço destinado a comentários sobre o segundo sequestro escrito pelo Oswaldo Lavrado, mas a postagem acima, atual, não tem mais como comentar. O que houve? O nosso blog vai acabar? Estou muito, mas muito triste com essa notícia. E rezando para não acontecer isso.
ResponderExcluirBeijos,
Gaby - São Paulo
Também estou sem entender nada, Edward, por favor, não faça isso, pense em nós... Adoramos o blog, se isso acontecer, prometo nunca mais entrar em blog nenhum. Não gosto dos outros, são chatos e com comentários bobos.
ResponderExcluirCarol
Não podemos ficar sem esse blog, que é um dos mais bem escritos da blogosfera!!! Não nos abandone órfãos!!1 Bjs amigo querido...vc foi um dos primeiros seguidores do meu blog e me honrrou muito com alguns maravilhosos comentários, será uma perda irreparável pra esse mundinho sem cultura e fútil... Bjs e pense melhor
ResponderExcluirEdward, caminhar é preciso, mesmo que os caminhos sejam tortuosos, cheios de pedras.
ResponderExcluirNós temos que tirar exemplo da própria natureza.
Veja as pedras enormes que os riachos encontram pelo caminho, eles simplesmente a contornam com delicadeza.
E quando as águas calmas de rio caudaloso encontram um abismo pela frente, elas simplesmente despencam com sutileza respeitando os desníveis da mãe terra, e nos devolve com alegria como fossem umas eternas noivas rumo ao altar da mãe natureza.
Por um acaso você meu caro amigo Edward, reparou alguma vez que as minúsculas sementes são as que se transformam nas mais belas e exuberantes árvores?
Pois é, esse blog surgiu minúsculo, e com o tempo se transformou em grande lugar para abrigar sem distinção os mais abalizados seres cultos desse país.
O que eu tenho aprendido aqui, inclusive um modo mais aprimorado de comportamento frente à rede mundial com responsabilidade e cônscio que do outro lado existe pessoas delicadas e sensíveis, é um tesouro inalienável que guardo com sete chaves dentro do meu coração.
Você com paciência e delicadeza de um grande homem que é, me ajudou bastante a respeito da ética e moral frente aos valores mais sagrados da família internauta.
Fico aqui na esperança de ver novamente esse blog a todo vapor, assim como tem sido sempre na firmeza das hábeis mãos criadoras que você tem.
Um forte abraço do amigo de sempre.
Padre Euvideo.