Nivia Andres
___*___ No escurinho do cinema...
...Chupando drops de anis, longe de qualquer problema, perto de um final feliz... Qualquer semelhança com os versos de Rita Lee não é mera coincidência! O escurinho do cinema sempre despertou frisson nas pessoas, especialmente nos tempos idos, quando éramos bem jovens.
O gancho para essa viagem no tempo dos antigos cinemas surgiu quando fui assistir a um filme, em março, no novíssimo Barrashopping Sul, em Porto Alegre. Sabem por quê? Cinema de alta tecnologia é outra coisa – nem para comprar ingresso a gente entra em fila! Ao lado da bilheteria tem um caixa eletrônico – basta inserir o cartão do banco, adquirir o bilhete e escolher o lugar preferido. Poltrona hiper-megaconfortável, som perfeito, tela enorme, ambiente limpo e perfumado. O filme “Quem quer ser um milionário?” também foi bom. Saí do cinema com uma sensação de assepsia completa e daí recordei dos velhos cinemas de Santiago – o Neno e o Imperial (que agora só existem na nossa lembrança), palcos de grandes emoções e aventuras dominicais.
Pois bem, o Imperial era mais usadinho enquanto o Neno era recém-construído, mas isso não interessava. No domingo após o almoço, eu, minhas irmãs e amigas, caprichosamente vestidas, corríamos para o cinema, cheias de boas intenções e expectativas. Dependendo do filme, a fila era enorme – mais um atrativo, para sabermos se os “guris” também estariam lá. Cumprida a paciente espera pelo ingresso, a próxima etapa era o bar. Sem balinha ou pipoca não tinha graça...
O Teatro Cine Neno tinha 1.300 lugares, era um dos maiores do estado, na época, e passava os filmes da moda. Escolhido o lugar estratégico aonde íamos nos sentar, as poltronas passavam por vistoria prévia, para observar se não havia algum chiclete grudado. Acomodadas, iniciava a espera pelo sinal das três badaladas, que anunciaria o tão esperado escurinho... Luzes apagadas entrava o “Canal 100”, com as últimas notícias e o futebol, com aquela trilha inesquecível! Depois, os “trailers” dos próximos filmes em cartaz. Só aí começava a sessão.
Os westerns e os românticos eram os nossos gêneros preferidos. Giuliano Gemma, o valente mocinho italiano dos faroestes e Gianni Morandi, o jovem cantor italiano que fazia par com Gigliona Cinquetti provocavam suspiros na gurizada. Clint Eastwood já era herói. Quem não se lembra de “O bom, o mau e o feio”, em que ele atuava ao lado de Lee Van Cleef e Eli Wallach? E da dupla italiana (com nomes americanos) Terence Hill e Bud Spencer, dos westerns-spaghetti? O francês Alain Delon (um pão!) também era um dos preferidos das meninas. Musical? Só se fosse com o Elvis Presley! Comédia? Gargalhadas com as performances de Jerry Lewis! Nessa época choramos rios de lágrimas assistindo “Romeu e Julieta” e “Love Story”. Também não podemos esquecer os filmes do Roberto Carlos e do Beatles...
Quando a sessão era dupla, o primeiro filme era bom e o segundo, geralmente, uma porcaria. Daí, aproveitávamos pra brincar, incomodando Daniel, o lanterninha, que era o guardião do cinema e nos vigiava de perto. No corredor lateral, que servia de saída, entre uma sessão e outra, ele deixava estacionada a sua bicicleta – um flamante modelo vermelho, sua paixão. Nem é preciso dizer que adorávamos dar uma voltinha... Para a sua agonia! Muitas vezes ele trouxe os guris pela orelha, de volta ao salão do cinema. Muitas outras os colocou porta a fora, de modo a serenar o ambiente. Memoráveis também eram as batalhas de bolinhas de cipreste que travávamos com os colegas. Espetava mais do que doía. Mas o Daniel ficava louco, correndo naquela imensidão, com a lanterninha acesa, para identificar os transgressores. Acho que devia ter um preparo físico fantástico, de tanto correr atrás dos piás. Hoje, ele trabalha na prefeitura, cuida dos parques e jardins, e sempre batemos um papinho quando nos encontramos, lembrando aqueles bons tempos.
O Cine Imperial, atualmente, é uma grande loja de eletrodomésticos. Já o Cine Neno foi transformado em casa de eventos. Só abre quando há algum show ou formatura da Universidade. Porém, as aventuras das tardes de domingo no cinema são eternas, porque estão armazenadas na nossa lembrança.
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*Nivia Andres, jornalista, graduada em Comunicação Social e Letras pela UFSM, especialista em Educação Política. Atuou, por muitos anos, na gestão de empresa familiar, na área de comércio. De 1993 a 1996 foi chefe de gabinete do Prefeito de Santiago, Rio Grande do Sul. Especificamente, na área de comunicação, como Assessora de Comunicação na Prefeitura Municipal, na Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACIS), no Centro Empresarial de Santiago (CES) e na Felice Automóveis. Na área de jornalismo impresso atuou no jornal Folha Regional (2001-06) e, mais recentemente, na Folha de Santiago, até março de 2008.
O gancho para essa viagem no tempo dos antigos cinemas surgiu quando fui assistir a um filme, em março, no novíssimo Barrashopping Sul, em Porto Alegre. Sabem por quê? Cinema de alta tecnologia é outra coisa – nem para comprar ingresso a gente entra em fila! Ao lado da bilheteria tem um caixa eletrônico – basta inserir o cartão do banco, adquirir o bilhete e escolher o lugar preferido. Poltrona hiper-megaconfortável, som perfeito, tela enorme, ambiente limpo e perfumado. O filme “Quem quer ser um milionário?” também foi bom. Saí do cinema com uma sensação de assepsia completa e daí recordei dos velhos cinemas de Santiago – o Neno e o Imperial (que agora só existem na nossa lembrança), palcos de grandes emoções e aventuras dominicais.
Pois bem, o Imperial era mais usadinho enquanto o Neno era recém-construído, mas isso não interessava. No domingo após o almoço, eu, minhas irmãs e amigas, caprichosamente vestidas, corríamos para o cinema, cheias de boas intenções e expectativas. Dependendo do filme, a fila era enorme – mais um atrativo, para sabermos se os “guris” também estariam lá. Cumprida a paciente espera pelo ingresso, a próxima etapa era o bar. Sem balinha ou pipoca não tinha graça...
O Teatro Cine Neno tinha 1.300 lugares, era um dos maiores do estado, na época, e passava os filmes da moda. Escolhido o lugar estratégico aonde íamos nos sentar, as poltronas passavam por vistoria prévia, para observar se não havia algum chiclete grudado. Acomodadas, iniciava a espera pelo sinal das três badaladas, que anunciaria o tão esperado escurinho... Luzes apagadas entrava o “Canal 100”, com as últimas notícias e o futebol, com aquela trilha inesquecível! Depois, os “trailers” dos próximos filmes em cartaz. Só aí começava a sessão.
Os westerns e os românticos eram os nossos gêneros preferidos. Giuliano Gemma, o valente mocinho italiano dos faroestes e Gianni Morandi, o jovem cantor italiano que fazia par com Gigliona Cinquetti provocavam suspiros na gurizada. Clint Eastwood já era herói. Quem não se lembra de “O bom, o mau e o feio”, em que ele atuava ao lado de Lee Van Cleef e Eli Wallach? E da dupla italiana (com nomes americanos) Terence Hill e Bud Spencer, dos westerns-spaghetti? O francês Alain Delon (um pão!) também era um dos preferidos das meninas. Musical? Só se fosse com o Elvis Presley! Comédia? Gargalhadas com as performances de Jerry Lewis! Nessa época choramos rios de lágrimas assistindo “Romeu e Julieta” e “Love Story”. Também não podemos esquecer os filmes do Roberto Carlos e do Beatles...
Quando a sessão era dupla, o primeiro filme era bom e o segundo, geralmente, uma porcaria. Daí, aproveitávamos pra brincar, incomodando Daniel, o lanterninha, que era o guardião do cinema e nos vigiava de perto. No corredor lateral, que servia de saída, entre uma sessão e outra, ele deixava estacionada a sua bicicleta – um flamante modelo vermelho, sua paixão. Nem é preciso dizer que adorávamos dar uma voltinha... Para a sua agonia! Muitas vezes ele trouxe os guris pela orelha, de volta ao salão do cinema. Muitas outras os colocou porta a fora, de modo a serenar o ambiente. Memoráveis também eram as batalhas de bolinhas de cipreste que travávamos com os colegas. Espetava mais do que doía. Mas o Daniel ficava louco, correndo naquela imensidão, com a lanterninha acesa, para identificar os transgressores. Acho que devia ter um preparo físico fantástico, de tanto correr atrás dos piás. Hoje, ele trabalha na prefeitura, cuida dos parques e jardins, e sempre batemos um papinho quando nos encontramos, lembrando aqueles bons tempos.
O Cine Imperial, atualmente, é uma grande loja de eletrodomésticos. Já o Cine Neno foi transformado em casa de eventos. Só abre quando há algum show ou formatura da Universidade. Porém, as aventuras das tardes de domingo no cinema são eternas, porque estão armazenadas na nossa lembrança.
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*Nivia Andres, jornalista, graduada em Comunicação Social e Letras pela UFSM, especialista em Educação Política. Atuou, por muitos anos, na gestão de empresa familiar, na área de comércio. De 1993 a 1996 foi chefe de gabinete do Prefeito de Santiago, Rio Grande do Sul. Especificamente, na área de comunicação, como Assessora de Comunicação na Prefeitura Municipal, na Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACIS), no Centro Empresarial de Santiago (CES) e na Felice Automóveis. Na área de jornalismo impresso atuou no jornal Folha Regional (2001-06) e, mais recentemente, na Folha de Santiago, até março de 2008.
Blog da jornalista: http://niviaandres.blogspot.com/
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Olá Nivia e amigos do Blog,
ResponderExcluirQue doce começar a segunda-feira com aquela leve sensação do domingo que se esvai. Na certeza de que teremos outros e outros, esta semana inclusive com um feriadão. Só mesmo você, Nivia, para manter no ar esse perfume suave de bons momentos.
As peraltices e folguedos dos escurinhos de cinema jamais vão sair de nossas lembranças.
A vantagem de morar em cidade pequena é que todos se conhecem, crescem juntos e ainda podem reencontrar com o lanterninha, décadas depois. Aqui em Santo André não tivemos oportunidade nem mesmo de conhecer quem eram eles.
Obrigado, Nivia, por esta viagem.
Boa semana a todos.
édison motta
Santo André, SP
Bom dia Nivia, amigos e amigas deste blog. O Édison acertou o alvo. No interior todos se conhecem. Na minha infância, quando procurar gabiroba no mato era excitante aventura para a criançada, eu não conseguia entender porque as mães não deixavam as filhas apanharem as frutinhas nos campos, com os namorados. Pensava eu, que mal poderia fazer a elas essa frutinha tão saborosa? Certo dia ouvi minha mãe comentando com uma vizinha: “viu só a Mariazinha? Foi “catar” gabirobas com o namorado e agora está grávida”. Fiquei assustado e não levei mais gabirobas para casa, com receio que minhas irmãs, ao comerem a frutinha, engravidassem. Mais tarde, já crescidinho, caiu minha ficha.
ResponderExcluirNaqueles tempos, a criançada levantava da cama e já ia direto para um pomar, mesmo que fosse do vizinho, às escondidas. Os pés de abacate, ameixa, tangerina, manga, morango, carambola e jabuticaba ficavam carregados, à disposição de quem quisesse saborear. Atualmente, em Franca, existem poucos quintais arborizados com frutas brasileiras que teimam em resistir. Mas, também, pra que quintais? Hoje, as crianças passam a maior parte do tempo diante da uma tela de um monitor. Que lembranças elas terão no futuro? Elas não vão ter histórias para contar!
Para se ter uma idéia, o meu computador nem conhecia a palavra gabiroba, pois colocou aquele sublinhado vermelho, indicando que é necessário fazer a correção ortográfica. Quando escrevi jabuticaba, ele também mostrou que não conhecia a palavra. Acho que meu computador não teve infância!
Além das matinês aos domingos, minha infância tinha os circos, um bom assunto que prometo escrever nesse blog. Há muito tempo fui a um circo de lona, quase caindo aos pedaços, um chão poeirento que fazia dó, as arquibancadas tão velhas que o próprio vendedor de ingresso chamava-as de poleiro. A trapezista e o equilibrista – coitados - a gente não sabia se admirava ou tinha pena! Mas, que coisa gostosa, quanta saudade matava na gente! Era um circo e tinha palhaço!
Infelizmente, o cinema dos, o circo, com os velhos palhaços, trapezistas, malabaristas e as bailarinas, são nada mais que doces reminiscências de um passado que cada vez se perde nas esquinas escuras da vida apressada.
Parabéns Nivia, todos nós temos um cinema em nossas lembranças, com suas matinês movimentadas. Ainda ouço o grito do Tarzan quando bailava garbosamente no ar levado por um cipó. Ouço os tiros dos revólveres de Roy Rogers e Rocky Lane. Tiros que não tinham fim e munição que não acabava nunca. Éramos felizes e não sabíamos!
Edward de Souza
Olá Nivia...
ResponderExcluirVamos lendo sua crônica, os comentários dos mestres Motta e Edward e nossa mente, sem muito esforço nos transporta para uma sala de cinema dos velhos tempos. As gostosas "Balas Chita", naquele tempo só existiam as de papel amarelo, hoje já vi em vários outros sabores; a garrafinha de Coca... Ahhhhh... Como eu gostava, de atirar uma bala dentro da garrafa, segurar firme com os dedos a boca e depois tentar segurar a pressão da Coca goela abaixo. Todos os meus colegas faziam isso. E os bate pés nas matinês quando o "mocinho" se aproximava para livrar a "mocinha" das mãos dos marginais? E as balas "Piper"? Ainda existem envoltas em um papel verde. Mas eram mais gostosas no escurinho do cinema, assistindo a um filme de Tarzan ou um bang-bang à italiana". O Edward lembrou bem. As balas dos revólveres nunca acabavam. John Wayne passava horas atirando contra os pobres índios e nunca se via o nosso herói carregando um revólver. Bom demais recordar...
Beijos Nivia, lindas lembranças nos trouxe sua crônica de hoje.
Rafael Alexandre Bianchini - Ribeirão Preto - SP.
Õi Nivia, eu e minhas amigas não vivemos esse tempo, mas vc nem imagina quanto nos agrada essas histórias. Vamos aprendendo coisas do passado, dias em que viveram nossos pais e avós e os costumes de uma época não tão distante. O Edward é expert nesse tipo de matéria (leia comentário dele acima) e por isso tem hoje a coluna mais lida de Franca. Disputada logo nas manhãs das quintas-feiras. Felizmente papai assina o jornal e não tenho que entrar na fila. Parabéns pelo artigo, tá bom?
ResponderExcluirBjos,
Ana Paula - Franca - SP.
Olá Nivia!
ResponderExcluirEnquanto lia sua crônica de hoje, deliciosa, ficava pensando. Nossos domingos hoje em dia são mesmo sem graça. Pra vc ter uma idéia, ontem fiquei em casa o dia todo, sem nenhum opção para ir. Shoppings? Cheio de gente mas vazios de sentimentos. Procurar um cinema pra assistir a um bom filme, quase nunca se encontra. Nossos cinemas de hoje se transformaram em templos religiosos e alguns que resistiram, nunca exibem filmes que agradam. Ver o Faustão, Gugú e outras porcarias? É... vcs viveram mesmo uma época de ouro, menina!!! Tinham matinês e circos e nós?
Beijinhos,
Gabriela ( Cásper Líbero ) SP.
Sabe Nivia, também gosto muito do que vc escreve. Mas, não entendo tanto amargor por parte da Gabriela, colega de outra faculdade, mas que também cursa jornalismo. É preciso se entender que todos nós temos um tempo pra se viver. Foi bom pra vcs naqueles anos que o Edward sempre chama de "dourados", é bom pra nós também o tempo em que hoje vivemos. São outros costumes, passeios diferentes de outrora, a moda com os anos se sofisticou, enfim, não vejo motivo para não gostar desses nossos dias em pleno Século XXI. Não temos as matinês, mas podemos alugar bons filmes em locadoras e, temos sim, ainda, bons cinemas, vc mesmo cita um em que assistiu a um filme, em Porto Alegre, não é?. Temos conforto que outrora a geração passada nem sonhava ter, como o celular, computador, Notebook, MP3, MP4, MP5e muitas outras coisas. Cada tempo no seu tempo. Temos que viver e, acima de tudo, aprender a viver!
ResponderExcluirBeijos, querida...
Larissa ( Metodista ) SBC
Bom dia, Nivia.
ResponderExcluirNos meus tempos das matinês dominicais arrumaram duas funções para o lanterninha. A primeira delas, e seria só essa sua obrigação, era conduzir as pessoas a um acento, depois que o cinema estivesse às escuras. Ele abaixava a lanterna para o solo, evitando que a gente tropeçasse em degraus ou coisa parecida, e nos conduzia para uma poltrona desocupada, claro. Mas, nossa geração já era sapeca e o lanterninha ganhou a segunda função. Ao perceber casais se transformando num só, dando aquele amasso pra valer, ele surgia do nada e mandava a luz da lanterna no rosto dos namorados que passavam da medida ( quá-quá-quá-quá). E a platéia ia ao delírio. O casalzinho, envergonhado, procurava se recompor. Muitas vezes esperava alguns minutos para ser esquecido da platéia e mudava de lugar, para ninguém saber quem era ao final da sessão. Era muito engraçado. Uma vez um amigo meu, forte à bessa, flagrado pelo lanterninha, se enfureceu, deixou a poltrona e deu uns cascudos no coitado. A laterna voou pra longe e o lanterninha, para não apanhar mais, desapareceu pela saída de emergência. Essa crônica sua me fez lembrar de tudo isso e muitas outras história da época. Legal, Nivia...
Abraços...
Laércio H. Pinto - São Paulo - SP.
Nivia, acho que vc omitiu essa parte quando citou o escurinho do cinema. E os amassos? Não vai nos dizer que só roubavam a bicicleta do lanterninha pra dar umas voltas, não é?
ResponderExcluirTem tempo ainda pra vc se redimir (rsssss...).
Cindy - São Caetano do Sul - (Metodista)
Uma linda crônica Nívea. O cinema de então. O cinema dos anos dourados. O cinema com salões enormes e que lotavam nos fins de semana. O programa predileto das famílias e dos namorados e dos fanáticos como eu.
ResponderExcluirAos sábados, quanto estava sem namorada é claro, dirigia-me ao centro de São Paulo, na famosa Cinelândia. Munido da programação, começava na seção das 14 e em seguida corria apara outro para pegar a das 16 e assim por diante. Quando começou a seção da meia noite, na década de 50, lá estava eu!
Aquela Cinelândia acabou! Mas, parece que estão querendo revitalizá-la. Assim, em breve teremos a reinauguração do Cine Marabá (inaugurado em 1945), totalmente reformado. Em seguida, segundo informações, virão outros na mesma região.
É claro que aquele clima do passado jamais voltará. Portanto, fica a saudade. Saudades de beijos e apertos no escurinho do cinema...
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Ôi Nivia, sabe o que me deu inveja dos seus tempos? Os galãs de cinema eram mais bonitos que os nossos de hoje. Esse da foto é o Alain Delon que vc cita em sua crônica, não? Um gatinho.
ResponderExcluirBeijusssss...
Ingrid - São Caetano - (Metodista)
Niva, vim ao blog hoje pela manhã, antes das seis horas e li seu texto, adorei e contei pra minhas amigas, daqui a pouco todas elas estarão por aqui. Sabe o que me assustou pela manhã? Foi o volume de presenças nesse blog. Vc nem vai acreditar, mas, menos de 6 horas da manhã, olhei aquele marcador lá embaixo, à esquerda, e tinha cinco pessoas online comigo. Em segundos o número passou para dez. Curiosa, tanto que não deixei nenhum comentário, preferendo fazê-lo agora, esse número em menos de dois minutos saltou para 22 pessoas online. Isso mesmo, menina, 22 pessoas estavam lendo os artigos do blog pela manhã. O engraçado, e fiquei observando, conforme lhe disse, é que nenhum desses 22 deixaram comentários. Que coisa, não? Lêem, visitam o blog mas não escrevem. É bem típico do brasileiro, isso.
ResponderExcluirBeijos, mais tarde volto pra ver se minhas amigas participaram também.
Thalita (Santos)
“Nossa senhora da aparecida”!
ResponderExcluirA hora que eu abri o blog hoje, e vi aquela foto da matéria de hoje, levei o maior susto.
Pensei que tinham colocado a minha foto no blog.
Depois de reparar bem eu vi que o cara é mais feio do que eu, ai passou o susto.
Padre euvidio.
Olá Nivia: você está devendo uma resposta à Cindy, de São Caetano que pergunta: e os amassos?
ResponderExcluirA torcida espera ansiosa!
Abração,
édison motta
Santo André, SP
Oie Nivia, Sou colega da Thalita e estudo com ela na Universidade Católica de Santos. É a primeira vez que venho ao blog e já está em meus favoritos. Simplesmente adorei. Muito bom sua crônica sobre o escurinho do cinema. Li outros bons artigos de outros jornalistas seus colegas, ótimos. Uma curiosidade, esse acima é mesmo padre? Engraçado, nunca tinha visto um em blogs....
ResponderExcluirBeijos e obrigada, volto sempre porque amei esse pedaço!
Isabella - Santos - (UNISANTOS)
Olá D. Nivia, esse pessoal num perdoa a senhora di jeito ninhum. A minina de São Caetano qué memo sabê si a sinhora deu uns amasso nu cinema nu seu tempu. Agora até u Edison Motta também qué sabê. Éta povo curioso, sô. I num é que aqui nu buteco tem mais curioso???
ResponderExcluirO zoinho e os treis perna fica mi cutucano pra sabê u que aconteceu nu escuro du cinema. Em Pinda, nus meus tempu di rapaizinho, só tinha nego safadu. Era um tar de jogá pó di mico nu cinema qui num acabava mais. Saia todo mundo correno e coçandu. Até o SAMDU muitas vezes socorreu nóis, di tanto coçá. Êta raça porreta, sô!
Beijus pra senhora i si num quiser contá o segredo pra nóis num conta, viu???
Abraços du Moleque Sací aqui de Pinda
Agostinho de Freitas (Moleque Sací)
Pinda
Lendo sua crônica Nivia, não pude deixar de recordar de meus pais, que infelizmente não estão mais nesse mundo, vítimas da violência do trânsito em nossas estradas. Papai, que se estivesse vivo competaria 63 anos amanhã, sempre me contava das matinês de cinema na cidade em que ele nasceu, Andradina, no interior de São Paulo e pertinho do Mato Grosso. Ainda guardo comigo revistas que ele lia e que encontrei em seus guardados dos anos 60, entre elas o Pato Donald, Tarzan, Mickey e outras de bang-bang. Foi num cinema de Andradina que papai conheceu minha mãe, namoraram algum tempo e se casaram. Sou a filha mais nova entre outros três irmãos e estudo aqui em Santos, com a Thalita, na Unisantos. Moro aqui com uma irmã e um irmão. O outro casou-se e vive hoje no Canadá. Que bom foi recordar um pouco as histórias que papai contava. Apesar de não conseguir segurar as lágrimas, valeu a leitura e essas lembranças...
ResponderExcluirBeijos, Nivia e desculpe-me pelo desabafo!
Alzira Campos - (Santos) - Unisantos
Queridas amigas e amigos
ResponderExcluirParabéns Nivia Andres pelas gostosas lembranças. Vivi 9 anos em Santa Maria, onde você estudou. Havia só 3 cinemas na cidade, um deles depois virou igreja. Nada contra igrejas, mas elas são ricas, poderiam construir em outros locais sem avacalhar com a cultura da cidade.
Larissa, concordo inteiramente com você. A gente fala do passado, é gostoso, mas ficar comparando épocas é perda de tempo. Gosto do passado, mas gosto mais ainda dos dias atuais, mesmo com todos os problemas que todos conhecemos. Problemas a parte, que sempre existiram (duas guerras mundiais com total pavor, por exemplo), é importante perceber que estamos vivendo numa época fantástica.
Beijos!
Milton Saldanha
Queridos amigos!
ResponderExcluirQue bom que gostaram de minhas recordações! Bons momentos, sejam do passado ou atuais, sempre são inesquecíveis - os mais jovens logo vão notar isso!
Quero me dirigir, em espaecial, para as amigas:
Gabriela
A gente sempre encontra algo agradável para fazer. Se não há um programa específico, procure um bom livro. Garanto que você vai apreciar (já deve fazer isso, com toda a certeza!
Larissa
Claro que todas as épocas da nossa vida são boas! Mas somos nós que devemos torná-las assim. Amargor e tristeza deixemos para quem não quer viver...
Cindy e Édison Motta:
Eheheheh...acontece que nessa época que eu relatei na crônica eu tinha uns 12 ou 13 anos e as meninas "do interior" ainda não namoraravam, nem no escurinho do cinema! Valiam só os olhares, muito envergonhados e "de longe"!
Eu era muito tímida...naquela época, é claro! Ahahahahah...
Thalita
Você tem razão. As pessoas leem e não comentam. Acho isso uma pena. Se soubesse como é agradável e estimulante para nós recebermos os comentários de nossos queridos leitores, talvez se animassem a escrever umas linhas, até mesmo para criticar...Quem sabe, tem que partir de todos nós, "sócios" deste blog, um estímulo maior para que as pessoas deixem um pequeno comentário...
Saci:
Não tem nenhum problema em contar. Só que não aconteceu nada demais no escurinho "daqueles" cinemas...Bom, de outros, é "outra" história!
Isabella:
Que bom que você gostou do que escrevemos! Adoramos a sua presença!
Quanto ao Pe. Euvídio, ninguém sabe o que ele, exatamente, é! Só sabemos que é uma pessoas sensacional. Um dos que melhor exerce o contraditório neste espaço!
Alzira:
Fiquei contente porque minha crônica ativou a sua lembrança e, ao mesmo tempo, triste, porque a fiz chorar, lembrando de seus pais que, infelizmente não estão mais com você! Tenho certeza de que eles sempre estarão na sua memória e permanecerão com você pelo amor que unia sua família. Um grande abraço.Continue conosco.
Edward;
Você é impagável! Também adorava guabiroba, jabuticaba, araçá, pitanga (tenho um pé no meu pátio!). Que delícia!
Sei que vão pegar no meu pé, por isso, retifico: quis dizer, em meu comentário anterior: "quero me dirigir, em especial, às amigas e amigos..."
ResponderExcluirOlá Nivia!
ResponderExcluirQuase todos os dias venho ao blog e faço isso sempre com tempo. Primeiro leio as crônicas que vocês escrevem, essa sua hoje foi ótima, depois os comentários. Tem dias que são polêmicos e instrutivos, outras vezes alguns bem engraçados, como os do padre e do Moleque Sací hoje. Com a cara que o padre postou seu comentário, nem a pontinha do nariz dele se parace com Alain Delon, mesmo hoje, depois de velho. E o Sací, que engraçado, contando a história do pó de mico no cinema. No final me entristeci com o relato da Alzira, de Santos. Que triste quando contou sobre a morte dos pais. Aceite minha solidariedade, Alzira!
Beijos a todos vocês!
Fernanda - Rio de Janeiro
Você nunca sabe que resultados virão da sua ação.
ResponderExcluirMas se você não fizer nada,
não existirão resultados.
Mahatma Gandhi
Pronto Cindy, Édison Motta e turma do boteco do Sací, Conhecendo a Nivia, sei que iria tirar de letra essa do escurinho do cinema. Afinal, ela é uma garota aeroespacial, vive em outros tempos, não é Nivia?
ResponderExcluirE não é que a Nivia me fez lembrar mais histórias do cinema daqueles bons tempos? Essa passagem, quando eu tinha 16 anos e vivia querendo entrar em filmes proibidos para menores de 18 anos, não me esqueço. Quando os cinemas de minha cidade - eram quatro na época - exibiam filmes da atriz francesa Brigite Bardot, eu fazia de tudo para quebrar a vigilância do porteiro do cinema. Certa vez consegui um bigode postiço, coloquei um terno e gravata e fui firme com o ingresso nas mãos para ver o filme do mito sexual dos anos 60. Se eu não estiver enganado, o filme tinha esse título: "E Deus criou a mulher...". Dei azar. Uma coceira terrível no nariz, e não era o pó de mico do Sací, fez eu esfregar as narinas. Para meu desespero e para surpesa do porteiro, o bigoge postiço caiu ao solo. Fiquei sem assistir ao filme de Brigite Bardot. E, confesso, nunca assisti a nenhum deles.
Por isso eu digo, muitos artigos postados aqui trazem lembranças aos mais antigos e ensinamentos aos mais jovens. Não se trata de ser ou não saudosista. Seriam saudosistas os professores de história?
Abraços a todos, parabéns Nivia, pela crônica maravilhosa postada hoje aqui no blog. E vamos em frente...
Edward de Souza
Viu só Nivia, o Edward foi o primeiro a pegar no seu pé, mesmo vc tendo se retratado. Não deixam escapar uma. E essa dele, Edward, com bigode postiço querendo entrar em filme proibido, pode? (rss....) Cada uma... Só nesse blog.
ResponderExcluirAmei seu artigo de hoje, Nivia....
Beijinhos,
Karol - São Paulo - Cásper Líbero
Belíssimo artigo, Nivia.
ResponderExcluirFilmes ingênuos, com trilhas marcantes como "Os três patetas" , "O Gordo e o Magro", demais!
E hoje, além de tudo que perdemos, ainda ganhamos as pipocas bem ao estilo americano para fazer concorrência ao filme!
Abraços,
Francisco G. Gimenez - Franca - SP.
Olá Nivia!
ResponderExcluirTudo se falou sobre seu texto de hoje. Lembraram (o Sací), até do "pó de mico" que jogavam no cinema e era um desespero geral. Mas, tinha uns idiotas que gostavam de assoprar outro pó, de "rapé". Não havia quem resistisse. Eram espirros pra todos os lados no cinema. Certa vez isso aconteceu aqui na minha cidade e foi tão grave que suspenderam a projeção do filme, luzes foram acessas e deram em cima do engraçadinho, ou engraçadinhos. Mas, claro, não encontraram. Eram os desconfortos dessa época de bons filmes, grande atores e atrizes e o nosso gostoso matinê aos domingos.
Beijos e obrigado pelas recordações.
Saulo C. Rezende - Patos de Minas
Eita, a turminha da velha guarda tá bombando no blog e, parece quer "matar" os anciãos de saudade e a moçada de inveja. Execelente artigo Nivia... normal.
ResponderExcluirEntão, em São Caetano, nos anos 50/60/70 havia um punhado de cinema. O Max, na Francisco Matarazzo, o Vitória, na Baraldi, o Olido, na Manoel Coelho, o São Caetano, ao lado da Matriz, o Primax, na Amazonas, o Eden, na Visconde, Vila Gerti, e varios cines paroquiais dos bairros.
Neles que a gente assistia os seriados de Tarzã, Nyoka, Zorro, Capitão Marvel (Shazam), Super Homem, a Deusa de Joba e outros, além, claro do Mazzaropi, Oscarito, Grande Otelo, Ankito, Adelaide Chioso, Tonia Carreiro, Ivon Cury, Cyl Farney, Anselmo Duarte, Alberto Russel, José Lewgoy e tantos outros nacionais. Lembrando ainda o Candelabro Italiano, O Gladiador, O último por do sol, Duelo de Titãs, Por quem os sinos dobram e, claro, Paixão de Cristo, repetitivo, mas que sempre lotavam os cinemas.
A Nivia fala das balas gaúchas, aqui havia a bala Paulistinha, os refrigentes Grapete e Cerejinha e o "universal" chiclete.
As meninas Ingrid e Cindy, de São Caetano, não devem ser do tempo dos cinemas acima citados, mas podem perguntar aos pais ou avós que eles vão lembrar e com saudade.
Edward, conte direito a história da gabiroba! Por acaso não é de seu tempo de menino que o cearense do bar da esquina cantava: " o que que ocê foi fazer no mato Maria Chiquinha ? eu persisava corta lenha Genaro meu bem..." Então, fala a verdade sobre as coitadas das gabirobas pois, ao que consta, não tinham e, acho, não têm, o poder da inseminação.
abraços
Oswaldo Lavrado - SBCampo
Estou enviando uma foto recente minha,
ResponderExcluirpara vocês poderem comparar com a do Alan.
Eu sou conhecido como “Alan de Longe”
De dois cliques na minha foto, entre no meu blog e confiram a minha beleza.
Porco Euvidio,
aliás Padre Euvidio.
Boa noite a todos...
ResponderExcluirNívia, adorei ler seu texto,belos tempos,que pena, a moçada de hoje, pensam que se divertem e que os "antigos" eram caretas, coitados, não viveram todo o encanto da época...
Beijossssssssssss.
Ana Célia de Freitas. Franca/SP.