segunda-feira, 18 de maio de 2009

NAQUELE TEMPO NEM TUDO ERA DOURADO

Milton Saldanha
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AH, OS BAILES DE ANTIGAMENTE...
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Comecei a dançar aos 14 anos, naquelas festinhas de garagem dos anos 50 e 60, regadas a cubra libre (coca-cola, gelo, rodela de limão e uma dose moderada de pinga). Rolavam em intermináveis tardes domingueiras (o tempo antes parecia mais longo), sob os olhares censores de mães que conversavam sentadas num cantinho, simulando distração, quando estavam mesmo era de olho nos rapazes loucos por um bom amasso em suas filhas. O som provinha de LPs de vinil, geralmente com seis faixas de músicas de cada lado, que rodavam em grandes eletrolas de madeira e eram parte do mobiliário da casa. As eletrolas mais sofisticadas tinham dois alto-falantes que dividiam o som. Se hoje isso é banal, naquele tempo era o máximo em tecnologia.
Os rapazes, de cabelo puxado e engomado, usavam ternos e sapatos bem lustrados. Bastavam algumas nuvens no céu para, preventivamente, acrescentarem à indumentária guarda-chuvas pretos e enroladinhos, que manuseavam como se fossem charmosas bengalas. O chapéu já entrava em decadência, mas os mais velhos, como meu pai, mantinham o hábito. As meninas iam com vestidos bem comportados, que desciam abaixo do joelho. Decote ousado ou costas de fora, nem pensar. E jamais calça comprida, seria um escândalo. O jeans começava a aparecer e a se espalhar, mas as mulheres ainda demoraram algum tempo para aderir. Mas jamais iriam numa festa em jeans. O maior estímulo veio do cinema de Hollywood. Se atrizes famosas podiam, ainda mais americanas, todas também podiam. Pode parecer bobagem, mas foi um símbolo de liberação feminina. Nas ruas, por onde circulavam ruidosos bondes elétricos, com seus motorneiros e cobradores de quepe e farda amarela, começavam a surgir os primeiros espécimes da recém nascida indústria automobilística brasileira, como o Gordini, DKW, Fusca, Kombi, caminhões Ford, que se misturavam aos mais variados modelos importados que ainda circulavam em grande quantidade. Para proteger a indústria nacional a importação foi totalmente proibida. A construção de Brasília, com seus imensos canteiros de obras, era tema de todas as edições da revista Manchete, enquanto O Cruzeiro dedicava páginas aos concursos de Miss Brasil e Miss Universo. A Tupi, em ondas curtas, repleta de chiados, era a rádio de maior alcance. O Carnaval era tão forte, e realmente popular, que a Tupi mantinha o ano inteiro um programa diário com o nome de “Sempre é Carnaval”. Pulamos muitos carnavais fantasiados, em pequenos blocos de amigos, ou mascarados.
A soja e suas possibilidades era restrita a poucos pesquisadores e curiosos, enquanto o café se mantinha como principal produto de exportação. A renúncia irresponsável de Jânio Quadros, em agosto de 1961, quase jogou o país numa guerra civil. O Rio Grande se levantou em armas e evitou a antecipação da ditadura. Vou contar isso aqui no blog brevemente. O sucessor, João Goulart, montou um ministério híbrido, onde misturava os mais típicos expoentes do conservadorismo paulista, como Carvalho Pinto, com estrelas da esquerda intelectual, como Celso Furtado e Darci Ribeiro. A salada não impediu a eclosão do golpe militar de 1964, que vinha sendo tentado e planejado desde a crise de 1954, que culminou com o suicídio de Getúlio Vargas. Para orgulho nacional, conquistamos a primeira Copa do Mundo, na Suécia, em 1958, revelando um garoto de 17 anos com o apelido de Pelé. Quatro anos depois, a segunda Copa, no Chile, com um desempenho de Garrincha jamais igualado por nenhum outro jogador em todos os tempos. Viajava-se muito sobre trilhos, em alguns casos com ousadia. Havia até um trem de passageiros, o Paulista, com Maria Fumaça, entre São Paulo e Porto Alegre. E duas empresas de cabotagem (navegação nacional), a Costeira e o Loyd Brasileiro, que transportavam simultaneamente cargas e passageiros, subindo e descendo toda a costa, para o Norte até Manaus, entrando pelo rio Negro; para o Sul até Porto Alegre, entrando pela Lagoa dos Patos. Minha família viajou duas vezes na Costeira, nunca esqueci, foram incríveis e belas aventuras. Eram navios precários e lentos, balançavam muito. Levamos 15 dias de Pelotas ao Rio, com várias escalas, no Itatinga. Viagem que hoje, de avião, leva uma hora. Um ano depois voltamos no Itaquatiá, fazendo tudo de novo. Nasceu disso meu fascínio por ferrovias e navios.
Era o Brasil e os tais anos dourados, que hoje nostálgicos tentam resgatar em bailes temáticos que misturam as épocas, confundindo modas e hábitos dos anos 60 com seus antecessores dos anos 50 e sucessores dos anos 70. Alguns confundem também o cardápio musical. Nos anos 60 a gente dançava ao som principalmente de Miltinho, King Kole, Caubi Peixoto, Maysa, Nelson Gonçalves, Frank Sinatra, Carlos Gardel, clássicos das big bands de New Orleans e dos grandes musicais americanos. Enquanto isso, uma garota tentava a sorte em famoso programa dominical de calouros da rádio Farroupilha (Porto Alegre), o Clube do Guri. Seu nome: Elis Regina.
Certo dia, em Santa Maria, chegou com estardalhaço um grande circo. Faziam carreatas pela cidade, exibindo animais em jaulas e palhaços fazendo estrepolias em caminhões coloridos. A maior atração era a banda, que prometida revelar um novo e revolucionário ritmo. O tal ritmo, diziam, era irresistível, ninguém agüentava ficar parado, todo mundo iria se sacudir. Fomos ao circo com a ansiedade de conhecer a tal hipnose sonora. Será que ficaríamos em nossas cadeiras ou sairíamos dançando freneticamente? O nome, recém surgido nos Estados Unidos, tirado de uma gíria americana que significava “fazer amor no banco traseiro do carro”, era Rock and Roll. Quase no final do espetáculo, finalmente, a bandinha atacou. Os músicos tocaram em pé, balançando o corpo e quase se arrebentando, vermelhos, de tanto esforço para tocar rápido e alto com seus metais. Não saímos do lugar, apáticos. Foi uma grande decepção.
Nossos bailinhos estavam longe de ser a maravilha que alguns hoje tentam contar. Havia preconceito de todo tipo: racial, físico, de idade, condição social. Um homem não podia dançar com uma mulher mais alta, ou mais velha. Negros e brancos não se misturavam, nem as classes sociais. As roupas eram incômodas, e impostas por uma etiqueta opressora. Dentro dos ternos com ombreiras, que nos deixavam quadrados, todos escuros e de tecidos pesados, a gente suava muito. O ar condicionado era uma novidade ainda restrita a poucos ambientes luxuosos do Rio e São Paulo. Em Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul, onde eu morava, nem pensar. Quando minha família foi morar no Rio, em 1955, recordo que os ônibus da Cometa tinham ar condicionado na linha SP-Rio. A empresa esnobava com a informação escrita na lataria. Nós ficávamos muito curiosos querendo experimentar um ar condicionado. No calor carioca havia uma delícia recentemente lançada, vendida nas ruas só por ambulantes em bonitinhos carrinhos amarelos. Os sorvetes Kibon, com seu picolé Chicabon que enlouquecia a criançada. Levou um tempão para se espalhar pelo Brasil.
De repente surgiu uma novidade, o radinho de pilha. Os homens iam para o footing no centro de Santa Maria carregando seus radinhos com antenas esticadas. Era um grande status ter um radinho daqueles. O segredo da engenhoca era algo chamado “transistor”, que permitia, pela primeira vez na História, ouvir rádio sem necessidade de um fio ligado à tomada. Alguns dias depois anunciaram outra novidade: a TV chegaria à cidade. A maioria da população nunca tinha visto uma TV, então algumas lojas colocaram aparelhos ligados nas vitrines, sem imagens, claro, só com chuvisco. Como as estações só tinham alcance municipal, tiveram a idéia de fazer linhas com aparelhos retransmissores em postes. A imagem, emitida de Porto Alegre, ia diluindo pelo caminho e chegava precária nas antenas do interior, com vários segundos de atraso. Tudo, lógico, só em preto e branco.
O maior impacto naqueles anos 60 foi o lançamento do primeiro satélite artificial em torno da terra, pelos russos. O Sputinik, do tamanho de uma bola de basquete e cheia de antenas, emitia um som, bip, bip, bip, que virou marchinha de Carnaval e deu motivo para todo tipo de piada. O satélite ficou muitos meses rodando em torno do planeta. Todas as noites, quando o céu estava limpo, nós víamos sua passagem sobre nossa cidade, várias vezes, como se fosse uma pequena estrela caminhando lentamente pelo espaço.
As fantasias de então sobre o futuro tomavam como referência o ano 2000, que nos parecia absurdamente distante. Os carros e as cidades do ano 2000 eram desenhados das mais variadas formas futurísticas, com todos os exageros, e, lógico, nenhuma delas correspondeu à realidade.
Nossos bailinhos, caseiros e nos dois melhores clubes da cidade, estavam longe de ser tão bons quanto os bailes de hoje, em todos os sentidos, principalmente de integração racial e social. Mas era o que a gente tinha e naquele tempo achava legal. Eles jamais nos permitiriam prognosticar o que um dia aconteceria com a dança de salão, transformada num verdadeiro movimento artístico, educativo e de convivência. Nem eu poderia imaginar que continuaria sempre dançando, e amando como nunca fazer disso uma das razões da minha felicidade.
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Milton Saldanha, 63 anos, gaúcho da fronteira, é jornalista profissional, com mais de 40 anos de atividades. Começou em Santa Maria, Rio Grande do Sul, em 1963. Foi repórter e exerceu cargos de chefia em alguns dos principais veículos do Brasil, como Rede Globo, jornais O Estado de S.Paulo e Jornal da Tarde, Diário do Grande ABC, revista Motor 3, Folha da Manhã (RS) e outros. Foi repórter em Última Hora, trabalhando com Samuel Wainer. Já assinou artigos e reportagens em mais de uma centena de publicações de todo o Brasil. Trabalhou também em assessoria de imprensa, para empresas e entidades públicas, como Ford Brasil, Conselho Regional de Economia e IPT- Instituto de Pesquisas Tecnológicas. É autor do livro “As 3 Vidas de Jaime Arôxa”, pela Editora Senac Rio, e participou como cronista da antologia “Porto Alegre, Ontem e Hoje”, pela Editora Movimento, do Rio Grande do Sul. Assinou também orelhas de diversos livros sobre dança e música, de autores brasileiros. Um ano antes de se aposentar, quando era editor-chefe do Jornal do Economista, em São Paulo, fundou o jornal Dance, que em julho completa 15 anos. Tem novo livro pronto, ainda inédito. É “Periferia da História”, onde conta de memória 45 anos da recente história brasileira. Trabalha em novos projetos editoriais, como jornalista e escritor. Na área de dança, organiza uma coletânea com os melhores editoriais publicados no Dance. Atualmente prepara um livro sobre Maria Antonietta, grande mestra da dança de salão carioca, que morreu recentemente. Apaixonado por viagens conhece quase todo o Brasil e já visitou cerca de 40 países. Por hobby e paixão é dançarino de tango.
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24 comentários:

  1. Olá!
    Também sou apaixonada pela dança!
    Me emociono com um tango, adoro bailar um chamamé amo dança flamenca. Não vivi nesta época dourada, infelizmente. Passei minha infância e adolescência já numa época em que se valoriza o som estridente, o barulho, músicas que muitas vezes nem imaginamos o que querem dizer. E a dança passou da emoção para a vulgaridade. Os jovens preferem o maxixe e outros ritmos mais "calientes".
    Minha mãe conta com saudade destes "bailinhos" onde não havia tanta integração, mas havia mais repeito, menos violênca, menos drogas.
    Acho que temos que tentar resgatar alguns valores antigos, que estão esquecidos e a dança, a música tem muito a ensinar neste sentido. Meus filhos conhecem as músicas da onda, mas mostro para eles que além destas, existem outros ritmos que não só fazem barulho, mas passam uma mensagem de paz, transmitem emoções, nos fazem feliz.
    Abraços...

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  2. Olá Milton

    Um abraço

    Um saudosista que não tem saudade (paradoxo?)! Lindo, gostoso de se ler. Sua crônica provavelmente fará com que os leitores deste blog viagem com suas próprias lembranças. Não importa a época. Os mais velhos como eu, irão mais longe. Década de 40, 50...O local pode ser muito particular, mas as situações serão muito parecidas.
    O chorinho, o bolero, o samba-canção, a valsa, etc. eram os ritmos quando comecei a dançar nos bailinhos nas festas de casamento, aniversários, etc. Mais tarde, os salões tradicionais no centro de São Paulo. Eu também fui um “pé de valsa” como eram chamados os aficionados da época.
    Anos dourados sim. Isso não quer dizer que aqueles tempos deveriam voltar, não! Ficam as lembranças douradas para sempre, mesmo porque, o contato com o passado concreto, muitas vezes pode ser muito desagradável.
    Obrigado Saldanha por mais essa página de saudade.

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  3. Bom dia meus amigos e amigas!
    Claro, li o texto do Milton Saldanha primeiro que todos vocês. Enquanto lia, preparado-o para a postagem, recordava os anos 60, esses sim, considerados "anos dourados". Época de Roberto Carlos com seu LP no final de ano, sempre em dezembro, e das serenatas e bailinhos com a "Sonata". Era um privilégio ter uma. Portátil, esse aparelho cabia debaixo dos braços e nós, da jovem guarda da época, o carregávamos por toda a parte. Numa das mãos o aparelho para tocar LP e compacto, tanto o duplo, com quatro músicas, duas de cada lado como o simples, que tocava apenas duas músicas. Tinha uma de cada lado. Ninguém chamava aquilo de eletrola portátil, era simplesmente "Sonata", que na verdade era o nome da firma fabricante, como outros objetos que usamos e chamamos pela marca, como Bom-Bril (palha de aço) Gillete (lâmina de barbear) e muitos outros. Eu lhes confesso, era e sou até hoje um "perna dura" pra dança. Sempre gostei de ver e acompanhar as pessoas dançando, mas nunca aprendi a dançar. Nem em carnaval eu tinha o requebro suficiente pra acompanhar o ritmo dos foliões nos salões, preferia ficar na minha, sentadinho, observando. Arriscava um passeio pelo salão, mas logo parava. Definitivamentge não tenho jeito para dança. Algumas vezes, sob o efeito do Cuba Libre, a mistura de Coca com rum que era a bebida preferida da rapaziada, eu entrava na dança, arrastado por uma corajosa donzela. Logo a coitada se arrependia. Levava pisões pra todos os lados e, se insistisse em me transformar em bailarino, no mínimo ficava sem andar umas boas semanas. Voltando a tal "Sonata", eu tinha uma. Por isso, era sempre convidado para os bailinhos nas casas das meninas de minha cidade. Sempre com uma condição. levar o aparelho e os discos do Roberto Carlos debaixo dos braços. As mamães ficavam de olho na turma que dançava ao som da "Sonata". Eu era o DJ da turma. Acabava o LP ia lá e colocava outro, enquanto curtia o "ponche" (vinho com maçã picada, bem gelado) e a dança rolava solta. As serenatas também eram assim. Só de vez em quando alguém levava um violão pra debaixo da janela da amada e soltava a voz. Era mais simples a "Sonata" com os Lps escolhidos a dedo para homenagear a pretendente. Vez ou outra surgia um pai rabugento na janela e estragava a festa. Mandava água gelada nos seresteiros modernos e era um corre-corre danado, principalmente para salvar a "Sonata" com os discos. Bons tempos, belas recordações que são muitas, mas paro por aqui. E não me convidem para dançar, combinado? Se tiverem amor aos seus calos!
    PS: agradeço a todos os amigos e amigas às homenagens que prestaram pelo transcurso de meu aniversário ontem, domingo, dia 17 de maio. Abraços, obrigado a todos...

    Edward de Souza

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  4. Ana Maria Mendonçasegunda-feira, 18 maio, 2009

    Bom dia Milton Saldanha!
    Que saudade daquele tempo, onde tudo era magia e encantamento!
    Os bailes que a gente esperava e se preparava com vestidos esvoaçantes e cabelos arrumados com muito laquê. Tinham ainda bailes de formatura, tudo preparado com carinho e muito romantismo. As músicas eram ao som da Orquestra de Severino Araújo, Silvio Mazzuca e muitas outras orquestras. Quem curtiu, sabe o quanto foi bom!

    Hoje sinto muita falta daquilo tudo e muita pena desses jovens da atualidade, que não sabem o que nós deixamos para trás e não tem como lazer esses divertimentos inesquecíveis.
    Obrigada por trazer de volta, nesse texto maravilhoso, a melhor fase de minha juventude!

    Ana Maria Mendonça - Curitiba/PR

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  5. O gostoso de ler esses artigos é que estamos sempre aprendendo com vocês. O Edward de Souza é um mestre em relatar histórias dos velhos tempos, como também o Édison Motta, Nivia Andres, Oswaldo Lavrado, Morgado e o Milton Saldanha. Contando sobre os bailes de antigamente, Milton Saldanha faz toda uma retropectiva daqueles anos e isso é cultura. Se aprende mais lendo artigos assim, que nos prendem pelo encantamento da época. Ficamos sabendo de muitas outras coisas além dos bailes, desde a chegada do Rock and Roll no Brasil até o sucesso que faziam os rádinhos de pilha. Como poderia eu saber que foi "tchan" naqueles anos tem um radinho de pilha? E ainda por cima carregá-lo nas ruas? Hoje seria, no mínimo motivo de chacota, o que antes era luxo. Por isso adoro essas crônicas do blog. Parabéns, Saldanha, Edward e todos os outros brilhantes jornalista que nos trazem o passado de volta.

    Karina - Campinas - SP.

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  6. Olá Milton, eu gosto de ouvir e dançar certas músicas, mas não de algumas, entre elas essa tal de tarrachinha, vc, claro, deve conhecer. Se não me engano é de origem angolana, não sei. A nossa juventude exagera ao dançar a tarrachinha. Acredito que se poderia dançá-la de uma maneira menos estravagante, tudo parte também da educação de cada um. Alguns anos atrás havia uma dança lenta e dançávamos com todo respeito. Essa dança é o slow. Aí está a grande diferenca: o slow dançava-se com respeito, mas a tarrachinha dança-se sem despeito nem respeito, por isso chamam a dança do sexo com roupa. Eu sou jovem, gosto muito de dançar, mas tarrachinha, sinceramente, é uma pouca vergonha. Devemos lembrar que a culpa não é da dança mas das pessoas que não sabem como dançar. Em seu relato percebe-se que nossos pais faziam da dança uma arte e dançavam com maestria e respeito. Infelizmente não vemos isso nos dias de hoje. Uma lástima!

    Andrea ( Cásper Líbero) S.Paulo

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  7. Bom dia Milton. Gostei muito do seu artigo, mas o comentário da Andrea sobre a tal de tarrachinha me deixou na dúvida. Nunca vi falar sobre essa dança. Gostaria de saber o que tarrachinha? Se pude me ajudar, aguardo explicação.

    Bjos,

    Gabi - São Bernardo - SP

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  8. Adorei seu artigo, Milton. Nossa geração, hoje, não sabe o que é dançar. Eu não sei. Nunca dancei e nem incentivada fui por amigas ou amigos. É da faculdade para a praia, ou então algum barzinho da moda e casa. Creio que nos tempos citados por vc a dança era a bola da vez, havia divulgação, iam a salões, mas hoje, nada disso existe. Só vejo anúncios aqui na Baixada de bailes de terceira idade. Para a juventude, dificil.
    Bjos, parabéns pelo texto, lindo!!!

    Thalita (Santos)

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  9. Legal ler bons artigo como o seu, Milton! Pelo menos ficamos sabendo coisas do nosso passado. Verifiquei através do seu artigo que vc tem paixão por dança, vi até em sua biografia que tem um jornal, foi então que lembrei-me daquela máxima que diz “dance como se ninguém estivesse olhando”? Pois é. Não funciona mesmo. ainda mais pra mim, que adoro dançar, mas não gosto de me destacar na multidão. O truque? Torcer sempre pra ligarem aquela luz piscante, sob a qual qualquer mortal parece um bailarino de primeira! Sabe, acho que chamam de estroboscópicas, sei lá. No seu tempo não tinha isso, né, Milton? No nosso é assim. Mantenha distância. Proximidade máxima permitida entre os pares, 3 metros (rssssssssssss....)]
    Beijinhos....

    Larissa - Santo André - SP.

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  10. Agostinho Freitas (Moleque sací)segunda-feira, 18 maio, 2009

    Olha Sêo Milton, essa molecada de hoje não sabe o que é bom. Tem uma menina aí que falou sobre a tal dança de atarraxar e ninguém explicou pra ela o que é. Aqui em Pinda e no nordeste, de onde vim, atarraxar é grudar pra valer e não largar a bichinha de jeito nenhum. Frequento os forrós aqui em Pinda e a dança corre solta. O salão do Juca martelo onde vou nas sextas feiras fica lotado e todo mundo dança atarraxado mesmo, sem vergonha nenhuma. Tem que grudar e sentir o esqueleto batendo no outro. É bom demais, gente! Essa molecada hoje só requebra e fica olhando o outro pular, não sabe o que é dança. Nem o padre, porque sumiram com ele hoje. Até que eu pagava uns goles pra ver o danado dançar de batina. Se a mulher pisasse na batina dele então, ia ser o máximo, ele de cuecas no salão, hahahahahahahahahaha.
    Gostei de ler o que escreveu hoje, Milton, quem sabe essa turma resolve tomar umas aulinhas de dança com você!!!!!
    Meu abraço,

    Agostinho Freitas (Moleque sací)
    Pindamonhangaba -SP.

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  11. Veja bem Milton, depois que tive um amigo que dançava feito cobra mal matada e mesmo assim era feliz, deixei de me importar com meu desempenho na pista de dança. E quanto ao estilo da música, depois da terceira latinha de cerveja viro um prostituto musical: eu aceito o que vier. Bem, desde que eu continue anônimo, no meio da multidão, é claro. Dançar bem é privilégio pra poucos. Mas que os tempos narrados por você eram bons para se dançar, não resta dúvida. Conheci minha esposa num baile, namoramos uns 5 anos e nos casamos. Pena que hoje, como disseram acima, em outro comentário, não se incentiva mais a dança e nem locais tem pra isso. Outro dia organizaram um baile da jovem guarda dos anos 60 aqui em Itú e eu fui com a minha esposa. Com orquestra e tudo. Que delícia! Tudo com antes. Uma volta ao passado. Foi maravilhoso e o salão estava lotado. Todos dançando ao som de músicas que eram tocadas por Silvio Mazzuca, Ray Conniff e outros. Pena que isso acontece vez em quando. Quando tiver outro evento desses quero levar o Edward para ensiná-lo a dançar, será que ele vai?

    Paolo Cabrero - Itú - S.Paulo

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  12. Então Milton...
    Sou o maior pé de valsa… Na verdade,um perito em dança da pedra, aquela que a gente fica paradinho...

    Hihihi…

    Abraços do Gaspar

    Santo André - S.Paulo

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  13. Olá Milton!
    Além da dança, outros assuntos abordados por vc nesse artigo de hoje me chamaram a atenção. antes disso vou lhe contar da minha mãe, Clara, que leu ao meu lado todo seu artigo e opinou. Ela frequentava o Clube Recreativa, aqui de Ribeirão Preto, já na metade da década de 60 e contou-me muitas histórias dos bailes que frequentava. Mamãe disse que os homens, quando iam tirar uma mulher para dançar, morriam de medo de tomar uma tábua (gíria que ela disse que era usada quando a mulher rejeitava o convite para dançar). Mamãe contou que se os homens fossem muitos ousados, ficavam sózinhos no meio do salão. Amassos, segundo ela, nem pensar (rsssssssssssss). Agora, o que chamou minha atenção foi o racismo que existia naqueles tempos, que horror, Milton! Vc escreveu que um homem não podia dançar com uma mulher mais alta, ou mais velha. Negros e brancos não se misturavam, nem as classes sociais. Então hoje, pelo menos nesse aspecto, melhoramos muito, não? Mamãe conta que no clube que ela frequentava, negros nem perto chegavam. Nem sócios podiam ser, mesmo se tivessem dinheiro. Não eram aceitos. O esclarecimento que foi feito por vc nesse artigo também me agradou, pelo menos agora sei que a moda e os hábitos dos anos 50, 60 e 70 eram diferenciados. Para mim e muitas de minhas colegas, tudo era a mesma coisa, agora sei que não foi assim. Enfim, ótimo sua matéria. Já imprimi e vou levá-la à Faculdade amanhã para mostrar para meus colegas.
    Obrigada! Mamãe manda um beijo!

    Ana Caroline - Ribeirão Preto - SP.

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  14. Prezado Edward Souza, o Édison Motta tem solicitado a mim que leia o seu "blog". Tenho feito isso com atenção. Lembro-me mt bem de sua performance como jornalista e radialista, principalmente esta última, quando nos deliciavamos ouvindo a Rádio Diário AM, com a narrativa esportiva perfeita, sua e de Rolando Marques, os comentários sempre firmes e picantes de Oswaldo Lavrado, além do plantão esportivo de Luís Carlos Maia. Após esta fase ouvi, por muito tempo, suas investidas na CBN-Globo. Enfim, vc faz parte do rol de vozes que ouvíamos com muito prazer.
    Agora nos vemos diante de uma homenagem ao jornalista e memorialista Ademir Médici, um batateiro dos bons e que justamente é homenageado pela Câmara Municipal de Diadema.
    Parabéns ao Ademir Médici pela justa homenagem. A você - Edward - sucesso crescente em sua brilhante carreira. O Brasil e não só a "Franca do Imperador" merecem um jornalista correto e de grande sensibilidade como a tua!
    Continue brilhando, pois estaremos sempre lendo suas belas crônicas e notícias do "blog."
    Parabéns ao Milton Saldanha por essa bela crônica de hoje que acabo de ler.

    Abraço fraterno do ANTONIO FABRIS (Advogado e Professor de São Bernardo do Campo)

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  15. Olá Milton!
    Adorei todo esse seu relato. Matérias assim mostram um pouco da nossa história e nos ensinam sobre costumes da época.
    Quanto à arte de dançar, bem que já pensei em aprender, mas não saberia onde exercer os ensinamentos que receberia. Não temos, pelo menos que eu saiba aqui no Rio, uma salão decente de danças. Uma pena!
    Bjos. Lindo seu artigo!

    Fernanda - Rio de Janeiro

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  16. Acompanhei todo o seu texto Milton e vou lhe dizer uma coisa. Prefiro nossa época, pelo menos temos conforto. Vocês nem sabiam o que era um ar condicionado, cruzes!!! Uma pergunta: nem ventilador existia? Caso positivo, pelo menos um arzinho, não é? Acredito, pelo seu relato, que vc não gosta muito de se lembrar desses tempos, ou estou enganada? Criticou preconceitos, os ternos da época, só elogiou os bailes que existiam. Eu não sei dançar, mas adoro assistir espetáculos de ballet.
    Beijinhos, meus cumprimentos pela crônica!!!

    Maria Paula - Araçatuba - SP.

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  17. Prezado Milton Saldanha!
    Acho que o Cuba Libre que você tomava nos seus tempos de rapaz no Sul do País era diferente dos que eu tomava aqui em São Paulo. O nosso era rum com Coca, nada de cachaça. Até porque o nome Cuba Libre é em razão da bebida (rum) natural da ilha de Fidel. Tinha putra bebida que as moçilas da mi nha época tomavam nos bailinhos ou barzinhos da época. Chamava-se "Kalú", já ouvir falar? Era um copo enorme e gordo, com duas conchas de sorvete misturado com Coca-Cola. As garotas mexiam e tomavam com canudinho.
    Quanto ao seu relato, magnífico, nos transporta para um passaado de muitas recordações, sem dúvida.
    Abraços,

    Michel Borges Torres - São Paulo - SP.

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  18. Ana Célia de Freitas.segunda-feira, 18 maio, 2009

    Belíssimo relato...
    Embora não tenha curtido esse tempo, penso que deve ter sido muito divertido.
    Participei de bailes de 1985 para cá, e sem dúvida era muito legal, os jovens realmente sabiam se divertir, todos se respeitavam, curtiam a essência de cada música, de cada melodia, os jovens de hoje que se acham tão espertos, só sabem ouvir músicas sem nexo, letra que é bom, não existe, sem contar que aquela magia de conhecer e convidar alguém para dançar também não faz parte da atualidade, a maioria dos jovens de hoje,vão as festas ou bailes, para embebedar e se drogar, não sabem curtir os amigos e a noite...
    Parabéns.
    Ana Célia de Freitas. Franca/SP.

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  19. Ao ler esses relatos do nobre Saldanha, muita coisa veio à tona dos meus miolos. Já estou cá na minha alcova, e ainda não tinha dado o ar da minha graça, porque a net aqui na minha cidade estava fora do ar até agorinha pouco.

    “O homem não tem noção do futuro quando venera o passado”. Padre euvidio.

    Dias desses fui questionado por uma blogada que disse, “a quem devo me dirigir”. E eu respondo: — foi num átimo que me transformaram em vitima de uma felonia nesses tempos hodiernos. Mas essa ignomínia não pode imolar-me por uma razão inócua. Mas é verossímil a incerteza do sofisma que atribuem a mim.
    Eu não posso prescindir ao misantropo dessa mácula incipiente e que é eferente aos meus ideais, e que serve apenas para dulcificar-me.

    Respondendo as indagações do amigo Agostinho Freitas, eu lhe digo: — Eu era muito requisitado para dançar, alem de dançar bem eu era muito bonito, e na época as meninas chegavam até brigar de puxar o cabelo e tudo mais para ficar comigo.

    Edward de Souza, eu sou do tempo da “sonata rio”, lembra? Pois é, naquele tempo a maioria das casas tinham assoalho de madeira, e tínhamos que dançar bem agarradinhos para não balançar o assoalho, e conseqüentemente não pular a agulha no disco de vinil. Eu nunca levei uma tabua, ao contrário, era eu quem dava,(só nas feias)é óbvio. Eu tinha um amigo que falava assim, “tem que pegar as feias por que atrás delas vêm as bonitas. Como eram muitas meninas no meu pé eu não precisava disso.

    Abraços a todos, espero ter atendido aos seus anseios.
    Padre Euvidio.

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  20. Ufa! Consegui chegar aqui. Após um dia de pauleira e sem conseguir ir até Diadema para dar um abraço apertado em meu grande amigo Ademir Médici que está sendo homenageado agora com o titulo de cidadão.
    Milton: parabéns. Mais uma vez, você nos brinda com seu texto preciso, repleto de informações e de emoções. Transporta-nos à época dos anos dourados.
    Veja como algumas transformações aconteceram rapidamente. No início dos anos sessenta, eu tinha 7 anos e frequentava o clube dos empregados da Willys Overland, na Sacacura Cabral, Santo André porque meu pai trabalhava na empresa. Adorava ficar na piscina. Antes das 16 hs, quando começavam os bailinhos,todos os domingos, havia pouco espaço porque os "marmanjos" de 15, 16 anos ocupavam e dominavam o ambiente. Quando começava o baile lá iam eles e eu ficava com a piscina e os amigos de minha idade. Ao fundo, escutava aquelas deliciosas músicas de Nat King Cole; Elvis Presley, Ray Coniff, Billi Vagaun. Mas não deu tempo para dança-las porque, quando cheguei à adolescência fui tomado pelo ie-ie-iê - como se chamava à época a Jovem Guarda. Comprei um violão aos 12 anos e aos 13 já tirava, de ouvido, todos os sucessos de Roberto Carlos, Erasmo, Vanderleia, Vips, Renato e seus blue capts etc.
    Eu era o cara do violão. Onde chegava, abafava. Fui resgatado pelo jornalismo porque se não, provavelmente, iria mergulhar de cabeça no mundo artístico.
    Obrigado, Milton, por esta viagem àqueles anos dourados.
    Concordo com você que eles não eram tão "dourados" assim, especialmente devido aos preconceitos. Mas o que dizer dos dias atuais? Nossos jovens não tem nem mesmo músicas interessantes à disposição. O que restou de melhor ainda vem de Caetano Veloso,
    Chico Buarque, Gilberto Gil, Rita Lee, enfim, os agora sessentões.
    Assassinaram a música, as letras e o encanto da aproximação entre as pessoas.

    Grande abraço,

    édison motta

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  21. Queridas amigas e amigos
    Eu já havia feito um texto para este espaço, mais cedo, mas deu problemas no Speed, não consegui enviar e perdi. Ufa! Mas foi melhor, porque agora há mais intervenções, todas muito boas. Agradeço a todos pela honra de receber tantos comentários inteligentes e agradáveis. São tantas as questões, que peço a licença de vocês para não personalizar as respostas, senão fica muito longo.
    Tive uma vida maravilhosa, sempre. Por exemplo, não é qualquer pessoa que pode ficar 6 meses viajando direto pelo exterior, sem trabalhar. Eu fiz isso, e com grana no bolso. Nunca liguei para carros, consumo, gastei tudo em viagens, livros. Só que ter vida boa não é sinônimo de perder o espírito crítico. Nem a preocupação com as questões sociais. Senão eu teria me transformado num idiota e alienado, que só vê o próprio umbigo. Logo, não tomem minha visão crítica do passado como rejeição a ele. Se eu não amasse o passado não teria essa memória que assumo como fantástica. Teria esquecido tudo. Nem seria fanático por História. Nem teria escrito um livro contando minha vida, o "Periferia da História", que segue a linha deste texto e daquele sobre a morte do Getúlio. Sobre dança: percebi na maioria dos comentários uma grande carência de informação. O Brasil é o país mais dançante do mundo. Primeira prova: nosso Carnaval, que é uma festa dançante, é única. No gênero, disparado, a maior. É um raro país onde se dança de tudo, do balé clássico aos ritmos regionais. E nossa dança de salão não morreu, muito pelo contrário, está mais forte do que nunca. Não é só baile. Virou show de palco. Profissão. Existem fantásticas companhias profissionais. Hoje, existem centenas de academias. Antigamente a gente contava nos dedos de uma mão. Tem associações. Grandes festivais, que trazem até artistas do exterior. Jornais, dos quais o meu foi o primeiro. O glamour dos grandes bailes também não desapareceu. Meu jornal, por exemplo, festeja todos os anos seu aniversário com a Milonga de Gala, um baile no Clube Homs, na Av. Paulista, em que os homens vão de terno escuro ou black-tie e as damas com muito brilho. Trazemos há anos orquestras famosas de Buenos Aires para tocar tango, DJ para os demais ritmos, colocamos tapete vermelho, recepcionistas de vestido longo, taça de vinho na entrada, mesas com flores, telão, etc. A Costa Cruzeiros ajuda a patrocinar. A propósito, meu jornal é promotor e divulgador oficial também de 4 cruzeiros dançantes, em imensos navios, com rotas para a Bahia e Buenos Aires. Colocamos 3 mil dançarinos no navio, com centenas de aulas, 5 bailes simultaneos por noite (um para cada ritmo), bandas, shows em teatro, edição especial do Dance, etc. Só no maior cruzeiro a Costa investe mais de 300 mil dólares. Gente, tudo isso não é brincadeira. Então, vejam que a dança de salão está mais viva e forte do que nunca, poderosa. Por que acham que fui fazer um jornal para esse meio? Eu mesmo passo o ano inteiro viajando, cobrindo festivais por todo o Brasil e as vezes no exterior. Já fui a Cuba, a convite oficial, fiz uma histórica edição especial. Só a Buenos Aires, mais de 20 vezes. Europa. Vocês podem conferir tudo isso, inclusive edições anteriores, no site
    www.jornaldance.com.br
    Vale a pena conhecer melhor a dança de salão e, principalmente, participar dela. Serve para todas as idades, sexos, raças, estratos sociais. E todo mundo aprende, viu Edward. Eu danço e faço aulas de tango há 5 anos. Virou paixão irrestível, é uma delícia. Quando lancei o jornal, em 1994, lancei uma frase que virou bordão do meio, hoje todo mundo usa, em toda parte: Quem dança é mais feliz!
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  22. Dançar é interpretar com meneios
    e oscilações impressionantes
    ao nosso olhar surpreso,
    pois temos os pés no chão,
    as nuances da mensagem, do enredo,
    da palavra e das formas desenhadas
    no espaço...

    LUMEM

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  23. Atiramos o passado ao abismo, mas não nos inclinamos para ver se está bem morto.

    William Shakespeare

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  24. Milton Saldanha!

    De fato, dançar torna as pessoas felizes. E não precisa ser numa pista de dança. Qualquer lugar serve. Dançar é remédio para a alma.

    Isso não quer dizer que não tenha frequentado os salões na juventude...Na metade dos anos 70, então na faculdade, em Santa Maria, nossa agenda de final de ano era lotada pelos bailes de formatura da UFSM, festas maravilhosas nos clubes Caxeiral, Comercial, Avenida Tênis Clube.
    Cavalheiros e damas vestidos a rigor, bandas de primeira linha. Hoje isso não existe mais...Boas lembranças de um tempo mágico.

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