SEQUESTRO RELÂMPAGO
Rotineiro e banalizado hoje em dia, o sequestro relâmpago é uma das modalidades de crime rentáveis aos marginais e traumáticas às vítimas. Esse tipo de delito acontece em número assustador todos os dias, principalmente nas grandes cidades. Tive o "prazer" de sofrer dois, em épocas diferentes e que serviram para lembrar que "o raio não cai duas vezes no mesmo lugar, mas despenca duas vezes na mesma cabeça", com estragos consideráveis. O primeiro, em 1993, ocorreu em um sábado à noite, no portal de uma casa noturna, localizada na Estrada Velha do Mar, a beira da Represa Billings, no Riacho Grande, São Bernardo. Quatro rapazes, em idades calculadas entre 16 e 25 anos, todos armados, me abordaram e, com um deles ao volante do meu carro, me obrigaram, sem nenhuma gentileza (ao contrário) a passar para o banco traseiro e em alta velocidade deixaram a Estrada Velha e entraram na Rodovia Índio Tibiriçá, sentido São Bernardo/Mogi das Cruzes; uma via de pista única e com tráfego intenso dos dois lados.
.O cara que dirigia, parecia ser menor, conduzia minha Brasília reluzente, incrementada e de dois carburadores como se estivesse nas pistas de Interlagos. Eu estava no meio dos outros dois no banco traseiro. Na frente, o "motorista" e mais outro ao lado. No agitado caminho, cruzando com carros, caminhões e ônibus, o rapaz que parecia comandar o trio, apenas me alertava: "calma tio, não vai acontecer nada ao senhor. Vamos dar uns lances (roubos) lá na frente. Se aparecer alguma barca (viatura policial) aí a coisa complica, já que não vamos nos entregar numa boa e pode sobrar para o tio". Aguenta coração.
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Sempre em alta velocidade rumaram para um local que, em virtude da escuridão e minha "paura", não reconheci, mas sabia onde estávamos e não era reconfortante. Lembrei, então, que o combustível de minha inseparável Brasília estava acabando, e iria abastecer assim que deixasse a casa noturna onde fui prestigiar a estreia de um amigo aqui de São Bernardo. Torci para acabar a gasolina, então os caras teriam que parar e me liberar, já que na Índio Tibiriçá existem apenas dois postos; um ficou para trás e o outro estava um pouco distante. Vale lembrar que a rodovia é conhecida aqui no ABC como Estrada da Morte (essa via, liga São Bernardo a Mogi das Cruzes, passando por Santo André, Mauá, Ribeirão Pires, Poá, Suzano e Mogi). Mas, o combustível não acabou. Deixamos a rodovia e entramos em uma estradinha de terra estreita.
.Eram aproximadamente 23h. Apenas com a luz dos faróis da Brasília iluminando, paramos no que deduzi ser o fim do caminho, já que seria impossível prosseguir. Antes, o cara que parecia ser o chefe havia me prometido: "tio vamos fazer um trato, a gente deixa o senhor ir embora com o carro, o tio não chama os "home" (polícia), assim tudo acaba bem pra todos". Já fora do carro, um dos moleques sentenciou: ”que nada mano a gente já apagou uns caras metidos a besta e não vamos deixar esse ‘véio” nos caguetar aos tiras”. Gelei, nem poderia ser diferente, mas o chefinho" ordenou: "senhor, pode entrar no carro e cair fora".
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Depressinha pulei para o banco do motorista, mas na hora de dar a partida, cadê as chaves? O pilantra que vinha dirigindo sumiu na escuridão carregando o chaveiro. "ei, como vou embora, se o rapaz levou a chave", arrisquei. O líderzinho então berrou: "mano" (em nenhum instante se trataram pelo nome), volta aqui com as chaves senão vai sobrar pra você, fiz um acordo com o tiozinho e vamos cumprir, não é tio?
O "mano" me entregou as chaves e o chefinho ainda me desejou boa sorte (ironia). Não podendo manobrar (o espaço não permitia) fui saindo de ré, sem enxergar nada (uns 300 metros), e encontrei a rodovia. Entrei para o lado que me deu na cabeça e depois de rodar cerca de 200 metros percebi que estava no rumo de Ribeirão Pires. Era o que eu queria.
.O "mano" me entregou as chaves e o chefinho ainda me desejou boa sorte (ironia). Não podendo manobrar (o espaço não permitia) fui saindo de ré, sem enxergar nada (uns 300 metros), e encontrei a rodovia. Entrei para o lado que me deu na cabeça e depois de rodar cerca de 200 metros percebi que estava no rumo de Ribeirão Pires. Era o que eu queria.
Então, minha querida e estimada Brasília se encarregou de mostrar que um amontoado de latas, embora conservada, não tem coração nem estima por ninguém. A gasolina acabou cerca de 50 metros de um posto de combustível com pouca iluminação, dando a entender que estava fechado. A pé, fui até lá. Deveria ser 23h30 (os "manos" levaram meu relógio de estimação e a grana que eu carregava). Entrei no posto onde um frentista veio me atender. Expliquei a situação e o rapaz mandou que fosse falar com o gerente, um gaúcho de quase dois metros, que me atendeu com cara de poucos amigos. Relatei o que ocorreu e pedi que liberasse alguns litros de gasolina pra chegar ao Centro de São Bernardo, onde eu residia. Falei que os "manos" levaram minha grana, mas deixaram meus documentos. Mostrei ao Paulão (esse era o nome do gerente, soube depois), minha identidade e minha credencial de jornalista/radialista. Quando viu os documentos, Paulão berrou: "o senhor é o Lavrado que trabalha na Rádio Diário com o Rolando Marques, Edward de Souza e o Jurandir Martins no esporte? - "sim, sim, eu mesmo", respondi. O gauchão deu ordem para o frentista encher o tanque. Queria acionar a polícia para pegar os "manos", mas não permiti. Ele então disse que era sócio do Santo André, do qual não perdia um jogo, ouvindo a Rádio Diário do Grande ABC.
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Agradeci, liguei a traidora Brasília, e rumei para São Bernardo. Em casa, tomando meu banho, tremia e suava frio. Foi então que caiu minha ficha e me dei conta do perigo que havia passado, onde muitos, por menos, sucumbiram. Agradeci a Deus. Na manhã seguinte, domingo, com a equipe de esportes, viajei para Bragança Paulista, onde fomos transmitir um jogo do Santo André com o Bragantino. Durante a transmissão enviei, discretamente e sem detalhes, um abraço ao Paulão e na terça-feira fui ao seu posto pagar a gasolina e agradecer seu auxilio, este impagável. Na viagem contei a história ao Rolando, ao Ney Lima e ao motorista que conduzia a equipe. Nenhum deles disse nada, mas fiquei com a impressão que o silêncio dos três indicava que não estavam acreditando na minha odisseia. Deixei pra lá. Mais à frente, caso nosso amigo-irmão Edward de Souza autorize, conto como foi o segundo sequestro relâmpago, que durou pouco mais de dez minutos, porém não menos angustiante que o primeiro.
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Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no ABC.
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Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no ABC.
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Bom dia amigos (as) deste blog...
ResponderExcluirO crime de sequestro está cada vez mais perto de nós. No blog deste domingo o relato de um caso real ocorrido com meu amigo-irmão Oswaldo Lavrado. Na verdade, Lavrado sofreu dois sequestros e, claro, eu sabia desses casos, porque trabalhávamos juntos nestas duas ocasiões. Se antes sequestro era "coisa de rico", hoje não há quem não conheça alguém que já tenha sido vítima desse crime, pelo menos na modalidade que ficou conhecida como "sequestro relâmpago", caso destes dois, ocorridos com Oswaldo Lavrado. O segundo ele fica devendo o relato e já começo a cobrá-lo a partir de agora.
Sequestro-relâmpago, para quem desconhece, é o nome pelo qual ficou conhecida a prática de assalto à mão armada, no qual a vítima permanece em poder dos assaltantes por um período de tempo variável, enquanto se pratica furtos em caixas bancários automáticos e frequentemente violências físicas contra a vítima, inclusive estupro. Lavrado não foi levado pelos marginais neste seu primeiro sequestro a caixas eletrônicas para sacar dinheiro, nem foi fisicamente agredido, felizmente, mas ficou sem os seus objetos pessoais e o dinheiro que carregava. O grande problema, quem sofreu violência desta natureza sabe, são os prejuízos das principais funções psíquicas ligadas à ansiedade e ao medo, que possui um efeito devastador, permanecendo por longo período, algo assim como uma "cicatriz" a ponto de incapacitar o indivíduo para suas atividades do cotidiano, notadamente no trabalho, lazer e vida afetiva. Traduzindo. O trauma que marca a pessoa por muito tempo.
Comentem...
Um forte abraço a todos e um bom domingo...
Edward de Souza
Bom dia Oswaldo Lavrado e Edward!
ResponderExcluirFico imaginando como deve ser terrível ficar sob a mira de revólveres e nas mãos de marginais sem escrúpulos, geralmente drogados e alcoolizados que não pensam duas vezes em matar uma pessoa. As mulheres, já li casos assim de sequestros relâmpagos, normalmente sofrem ainda mais, porque podem também ser violentadas por esses desqualificados. Felizmente nada de mais grave aconteceu com você, Oswaldo Lavrado, a não ser o trauma que certamente fica.
Bom domingo!
Giovanna - Franca - SP.
Olá Meu Amigo Lavrado
ResponderExcluirBom dia
Você é um sobrevivente da violência que hoje impera em todo o país. O Grande ABC já na década de setenta era violento. O índice de criminalidade era muito grande.
Sua narração que parece um excelente conto policial narrado na primeira pessoa tão a gosto de muitos autores do gênero é emocionante.
Graças a Deus, os “manos” deixaram você vivo. Vivo para compartilhar conosco este espaço e contar suas aventuras.
Espero o conto/verdade do outro seqüestro relâmpago.
Um fraterno abraço
Um bom domingo
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Meu caro jornalista e radialista Oswaldo Lavrado, você deve agradecer muito a Deus, porque escapar de um sequestro como esse que você narrou e depois enfrentar outro, que espero ainda ler aqui no blog, é dose pra elefante. E esses moleques não tem nada a perder, vão para o tudo ou nada e nem se importam em apertar o gatilho por qualquer coisinha. Imagino como você deve ter ficado depois de tudo isso. Marca a gente para o resto da vida, não é verdade?
ResponderExcluirABÇS
Birola - Votuporanga - SP.
Bom dia Oswaldo Lavrado!
ResponderExcluirEu posso imaginar o que vc sentiu porque passei por isso, felizmente um só vez e se Deus quiser, nunca nunca mais. Parei o carro no centro de Santo André, perto de uma farmácia de plantão, por volta de 21 horas para comprar remédios para minha mãe. Nem havia descido do carro quando um homem alto me empurrou de volta, encostando um revólver na altura da minha cintura. Fez com que eu em sentasse no banco de passageiros e um outro comparsa que esperava atrás do carro sentou-se no banco traseiro. Os dois armados e gritavam para que eu não esboçasse reação ou iriam me matar. E que reação poderia eu esboçar? Estava paralisada de medo, na verdade, apavorada, pensando em minha mãe, doente, esperando os remédios. Sei lá, passa tantas coisas na nossa cabeça neste instante e os minutos parecem séculos. Enfiaram a mão em minha bolsa e como eu tinha uma boa quantia em dinheiro, desistiram de me levar a um caixa eletrônico. Pararam em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, na rua Gertrudes de Lima, tiraram as chaves do contato e desceram, sempre me ameaçando de morte caso eu gritasse. Percebi que um deles, já na esquina, fez sinal para mim que estava jogando as chaves do carro, no chão. Esperei um pouco, apanhei as chaves e corri para casa, nem pensei em ir à delegacia. Estava simplesmente apavorada. Os remédios de minha mãe pedi a uma prima que fosse buscar, mas avisei a ela que tomasse cuidado e evitasse ir nesta mesma farmácia. Jamais vou me esquecer do horror que passei nestes poucos minutos que fiquei a mercê destes ladrões. Por isso, repito, entendo o que vc sentiu.
Beijos,
Larissa - Santo André - SP.
Oswaldo Lavrado e Larissa, se eu já andava com muito medo de sair de carro, principalmente à noite, agora, lendo os dois relatos de vcs, estou apavorada. Não temos segurança em lugar nenhum, seja no carro, em casa, no trabalho, na escola, onde estamos chegando? E os nobres candidatos só enrolam quando são solicitados a falar um pouco sobre segurança. E se prometem, não cumprem. Desarmaram a população, coisa do Lula e armaram os bandidos. Esses sequestros relâmpagos, dois com o Oswaldo Lavrado e um com a Larissa, mostram como os marginais estão cada dia mais ousados. É preciso tomar muito cuidado!
ResponderExcluirBjos a todos,
Gabriela - Cásper Líbero - SP.
Prezado Oswaldo Lavrado, entendo o que você ter ter sentido, após dois sequestros relâmpagos. Uma frustração terrível, não é isso? Também a Larissa. Esse sequestro relâmpago, que se não me engano teve uma lei aprovada para que as penas sejam mais severas, alguém pode me confirmar, deixa todos nós inseguros. E os pais, como ficam, sabendo que seus filhos estão nas ruas de carro? Hoje em dia é preciso pedir muito a ajuda do céus para sair de casa e para voltar inteiro. Relatos como esse seu, Oswaldo Lavrado, e da Larissa, ajudam para todos nós ficarmos atentos contra os perigos que nos rondam constantemente.
ResponderExcluirUm abraço,
Miguel Falamansa - Botucatu - SP.
Oi Oswaldo Lavrado, depois de ler o seu relato, eu disse em voz alta, "ainda bem que ele está vivo para nos contar todo esse drama". E teve coragem ainda de pedir a chave de contato do carro. Fosse eu, deixava eles irem embora e voltaria a pé mesmo, até porque, nem voz eu teria para conversar, tão assustada estaria. Eu gostaria que você escrevesse o segundo sequestro que o vitimou. Não gostei nada do que aconteceu com você, mas do texto, ótimo.
ResponderExcluirBom final de domingo!
Priscila - São Bernardo do Campo
Caro amigo Oswaldo Lavrado: Quando acabei de ler a impressionante história do seu pesadelo real, vivido de olhos arregalados, ocorreu-me que exatamente neste momento alguém está num cativeiro, nas mãos dos piores bandidos, ou alguém sofrendo um sequestro relâmpago. Isso passou a fazer parte do cotidiano, um problema estrutural, porque este país prioriza a construção de pontes fantásticas e não de escolas fantásticas e saneamento básico. E não culpem só o atual governo, falem sério e culpem todos os governos, desde Pedro I. O Edward de Souza observou corretamente que os danos do crime não terminam ali, com o fim do episódio. Eles continuam depois, no trauma. Sei muito bem o que é isso, e o que é ter armas apontadas. Quando fui preso por razões políticas, tive cinco revólveres e duas metralhadoras apontadas para o meu corpo. Minha única preocupação era acalmar os caras, muito nervosos, porque sempre entravam esperando reações. Quando sai da cadeia, meu trauma durou mais de um ano. Virgi, o domingo pesou hoje aqui no blog. Está um dia lindo, de sol, vou curti-lo. Parabéns Lavrado pelo relato.
ResponderExcluirAbraços a todos e bom domingo!
Milton Saldanha
Prezado Miguel Falamansa e Oswaldo Lavrado. Atento ao seu comentário, percebi que o amigo (Falamansa) disse que uma nova lei para o sequestro relâmpago foi aprovada e prevê penas mais severas. Ao contrário. Antes o sequestro relâmpago (sendo enquadrado no art. 159) era crime hediondo. Agora deixou de ser crime hediondo (porque a extorsão do art. 158, § 3º, não está catalogada, no Brasil, como crime hediondo - ver art. 1º da Lei 8.072/1990). Não sendo possível analogia contra o réu, não pode o juiz suprir esse vácuo legislativo (nem o doutrinador pode violar a garantia dalex stricta). Portanto, a nova lei é mais benéfica ao réu
ResponderExcluirAntes não se permitia para o sequestro relâmpago a anistia, graça, indulto etc. Agora todos esses institutos são cabíveis. Antes se exigia o cumprimento de dois quintos (se primário) ou três quintos (se reincidente) para a progressão de regime; agora basta o cumprimento de um sexto da pena para esse efeito (LEP, art. 112).
A pena nova do delito de sequestro relâmpago (embora menor que a anterior, contemplada no art. 159 do CP), comparada com o delito de homicídio simples, é totalmente desproporcional. Aliás, a pena é idêntica nas duas situações: de seis a doze anos de reclusão. Praticar sequestro relâmpago ou matar uma pessoa no Brasil é a mesma coisa (no que diz respeito à pena). A desproporcionalidade é patente. Sendo o Brasil um país tradicionalmente patrimonialista, nota-se o quanto que o patrimônio "vale" (na consideração equivocada do legislador) mais que a vida.
Obrigado e parabéns pelo blog inteligente que engrandece nossa internet.
Antonio Alírio Bocaiúva - Advogado - Belo Horizonte
Nossa querido amigo Lavrado, quantas histórias guardadas, que bom que começou a escrever. Mas a vida prova a cada dia que pessoas como você estão nesse mundo para nos ensinar e mostrar o que é ser forte, sensível, batalhador.Ainda bem que a sensibilidade ninguém pode sequestrar. Obrigada amigo. Bom domingo.
ResponderExcluirOlá Oswaldo Lavrado, estou com a Betinha, que bom que vc está escrevendo novamente, gosto do seu texto, direto, muitas vezes até engraçado, caso dos "manos". Apesar de toda o trauma de um sequestro, que certamente vc não irá se esquecer jamais, caso também da Larissa, o que revolta são as leis deste país. Só ler as explicações do Sr. Antonio Alírio acima. São criadas para proteger bandidos. Junta-se as essas leis o tal de "direitos humanos" e temos um prato cheio para marginais se fartarem. E você acabou mesmo tendo a proteção Divina, Oswaldo Lavrado, porque ficou duas vezes à mercê destes bandidos. Espero que nos conte como foi essa segunda vez, tá bom?
ResponderExcluirBeijos, uma boa semana, prestes a começar.
Tatiana - Metodista - SBC
Prezado advogado Antonio Alírio, só agora pude voltar ao blog, muito obrigado pelos esclarecimentos acima. Fico triste, porque achava que a nova lei iria penalizar sequestradores com rigor. Vejo que me enganei. Lamentável e como disse acima a Tatiana, só mesmo no Brasil para se criar leis que beneficiam bandidos.
ResponderExcluirAbraços
Miguel Falamansa - Botucatu -SP.
Bons amigos.
ResponderExcluirBom final de domingo para todos com a próxima semana bastante fértil em todos os bons sentidos.
Andei ausente por algum tempo, no entanto, hoje de volta, revisei a semana com relação ao nosso blog.
Tomei conhecimento do que foi dito sobre o lançamento literário do Hildebrando Pafundi a quem cumprimento com votos de renovado sucesso.
Li o amigo J. Morgado, sempre portador de um raio de luz para nossos espíritos.
Finalmente, um fato real trazido pelo Oswado Lavrado. O sequestro relâmpago ja faz parte do dia-a-dia da vida brasileira. Cabe muita calma para não entrar nele, enquanto o governo não assume ações legítimas com a finalidade de conter seus efeitos.
Um abraço a todos. Garcia Netto
A desiguale no Brasil não é só a social, é a moral também.
ResponderExcluirEm um pais que o tiririca, vampeta (mistura de vampiro com capeta), netinho e muitos outros candidatos medonhos concorrem ao uma vaga senado, fica difícil imaginar o dia que a criminalidade era coisa do passado.
Eu gostei da história de hoje, afinal ainda existe bandido bom!!!
Padre Euvideo.
Oiê, amigos (as), obrigado pela solidariedade.
ResponderExcluirA Larissa passou por isso e sentiu o drama. Graças a Deus saimos ilesos da parada. No meu caso, não sofri seguer um arranhão, mas o baque emocional fez alguns estragos. Dias após o sequestro, andava por uma rua (Municipal) do Centro de São Bernardo, tipo 13h, quando um rapaz de bermudas e com uma faca na mão veio em minha direção. Gelei e disse sem pensar muito: "DE NOVO ?"; o rapaz também assustou-se. Era apenas um vendedor ambulante, que trazia uma faca em uma das mãos e um abacaxi na outra para oferecer aos possíveis clientes um pedaço da fruta.Ele não entendeu meu susto e também não fiz questão de explicar.
O outro sequestro, também aqqui em São Bernardo, foi no começo da tarde, 14h30, de um domingo com o sol a pino, que contarei no próximo artigo.
gratos a todos
Oswaldo Lavrado/SBCampo
Boa noite, Oswaldo Lavrado!
ResponderExcluirSobre o sequestro relâmpago, além do trauma, de acordo com um amigo que passou por isso e teve que sacar um bom dinheiro em caixas eletrônicos, sempre na companhia dos bandidos armados e de madrugada, fica também o sentimento de impotência, além da humilhação, que também é terrível. Creio que ninguém melhor que vc, Oswaldo Lavrado, e a Larissa, para contarem a angústia que a pessoa sequestrada passa, imaginando que a qualquer instante pode morrer. Estamos nas mãos de bandidos, das ruas e daqueles que ocupam o poder.
Bom final de domingo!
Andressa - São Paulo
Olá meu irmão Lavrado!
ResponderExcluirE os "manos" voltaram a aprontar, desta feita na presença de mais de 30 mil pessoas, no Pacaembu lotado. Meteram 3 x 0 no São Paulo e só não aconteceu uma goledada histórica, de 5 ou 6 x 0 porque Rogério Ceni, goleiro do São Paulo, impediu, com defesas fantásticas. E tem quem afirme que está na hora de Rogério se aposentar...
Foi um passeio, assisti conformado pela Net, até porque, eu não tinha nenhuma esperança no atual time do São Paulo, mesclado com jovens inexperientes, como Casemiro, Marcelinho (17 anos) e Sergio Motta. O Corinthians dominou o jogo de "cabo a rabo", como dizem no interior e nunca foi tão fácil ganhar do São Paulo, um time em queda livre e ameaçado pelo rebaixamento. Parabéns aos "manos".
Sobre o segundo sequestro, Lavrado,você está intimado a nos contar em breve aqui no blog. Além dos pedidos feitos através de comentários, já recebi vários e-mails de leitores querendo ler como aconteceu esse segundo sequestro com você, também em São Bernardo do Campo. Os "manos" gostam de você, porque será?
Abraços...
Edward de Souza
Antes que alguém interprete errado, deixa-me esclarecer que, ao escrever que os "manos" gostam do Lavrado, não quis dizer os leitores, mas os "manos" sequestradores, que fique bem claro. Mais um detalhe. O texto do Oswaldo Lavrado foi postado pouco mais de 9 horas da manhã deste domingo e já tivemos registrados até agora, mais de 300 visitas ao blog. Marca que será maior. Em pleno domingo de sol em quase todo o país, com praias e jogos pelo Brasil, sem dúvida uma presença marcante de leitores.
ResponderExcluirAbraços...
Edward de Souza
Boa noite, Oswaldo Lavrado!
ResponderExcluirVocê deve comemorar, sair ileso de dois sequestros é ganhar o grande prêmio acumulado. Claro, sobram traumas, sentimento de impotência, revolta e dias a fio de muita insônia e quando dorme, pesadelos. Vivemos em um mundo onde psicólogos, sociólogos, autoridades políticas e policiais tem procurado um meio de acabar com a violência de várias formas. Entra ano e sai ano e tudo indo de mal para pior. O homem já não entende o próprio homem. Soluções das mais diversas são propostas pelos nossos políticos: educação, mais policiamento nas ruas, extinção das diferenças sociais etc., mas tudo inútil... O que fazer? Só há um jeito, Oswaldo Lavrado, Deus! A criatura precisa voltar para o seu criador.
Uma boa semana!
Anna Claudia - Uberaba-MG
Oie, Oswaldo Lavrado!
ResponderExcluirSabe qual a razão de ter acontecido dois sequestros relâmpagos com vc em São Bernardo do Campo? Foi o fato de ter deixado nossa querida São Caetano. Lá eu garanto que isso não aconteceria contigo, acredite!
Coleguinhas de São Bernardo, é brincadeirinha, não se irritem. Mas que São Caetano é primeiro mundo, não se discute.
E vc deu mesmo sorte, pelo menos neste primeiro sequestro cujo relato acabo de ler, Oswaldo Lavrado. Penso que se os marginais tivesse visto suas credenciais de jornalista e radialista, não o deixariam sair vivo. Certamente estava escuro, pelo que vc contou e eles nem notaram esse detalhe, pra sua sorte. E foram as credenciais que acabaram lhe ajudando no posto de gasolina. Pelo menos isso! É revoltante, sinceramente...
Beijinhos,
Cindy - São Caetano (Metodista de SBC).
Oiê, amigos (as)... de novo obrigado pelas opiniões e solidariedade. Faz quase 20 anos desse episódio lamentável e a gente não conseque esquecer os detalhes. È complicado.
ResponderExcluirNa semana vamos contar o outro sequestro relâmpago que ocorreu comigo, no ínicio dos anos 2000.
Lembro de outro lance, no Rio de Janeiro, no início dos anos 90. Estávamos, eu, o Edward de Souza, o Maurcinho Muniz e o Lampeão (todos da Rádio Diário), de folga e dever proffisional cumprido, a caminho do bondinho da Urca, quando se aproximaram quatro moleques certos que iriam furtar a máquina fotográfica do Edward. Ao se apróximarem de nós, um deles falou para o Edward - "oi tio, tá calor né". Esperto e escolado, afinal é um dos melhores jornalistas policiais do Brasil, o nosso Edward recolheu a máquina que levava a tira-colo (alvo do garoto)e respondeu - é verdade garoto, tá um inferno". Sem poder concluir seu "trabalho" o menino, com cara desolada, uniu-se aos outros três e sumiu pela areia da praia. Nós quatro seguimos rindo do drible que o Edward deu nos pivetinhos, caso contrário a máquina fotográfica teria ficado no Rio. Foi hilariante, mas não certamente nenhum de nós repetiría a dose nos tempos atuais.
abraços
Oswaldo Lavrado - SBCampo.
Corrigindo a última frase:
ResponderExcluirFoi hilariante, porem, certamente, nenhum de nós repetiria a ação nos dias atuais.
Abraços
Oswaldo Lavrado - SBCampo
Oiê , Cindy... você tem razão... nasci em São Caetano onde morei por 42 anos e lá estão meus familiares. Nunca tivemos problemas, mas a ação de bandidos e generalizada. Afinal São Caetano tem 140 mil habitantes e em São Bernardo cerca de um milhão, daí...
ResponderExcluirMas devo morrer e ser sepultado mesmo em São Caetano, onde já estão meus pais e duas irmãs. È cidade de Primeiro Mundo, porém e talvez por isso, também tem lá seus problemas com a violência.
abraços - garota
Oswaldo Lavrado - SBCampo
Experiência terrível, Oswaldo Lavrado. Escapou com vida, foi muito importante.
ResponderExcluirInfelizmente isso acontece todos os dias e a gente sabe, mas quando acontece conosco ou com alguém próximo é que nos damos conta da nossa fragilidade diante desses bandidos insensíveis. Vivemos um momento histórico de pura maldade e violência. Há uns três anos mais ou menos, fui assaltada por um pivete, armado com uma faca, quando estava passeando na orla, ainda com sol claro. Muita gente passando viu, mas nada fez e a gente sabe que a solidariedade acaba por medo de represálias Na época foram levados talões, cartões e dinheiro, mas o maior prejuízo foi o mental. Até hoje não me refiz do trauma e ainda sinto calafrios quando vejo alguém desconhecido se aproximar de mim na rua. Serviu para eu ficar mais cuidadosa e menos receptiva e por consequência, menos solidária.
Tenha uma semana com muita paz!
Talita – Santos – SP.
Lamentável e preocupante o que aconteceu com você, Oswaldo Lavrado, e está a acontecer diariamente em nosso país. O inferno é mesmo aqui, neste mundo cão. No Rio de Janeiro, onde moro, todos sabem, somos reféns em potencial da criminalidade. Vivemos em cativeiro, presos em nossas casas, com receio de tudo. E não é pra menos. O crime alcançou um ponto que não sei se há mais solução. As próprias autoridades se veem com as mãos atadas, quando também não são coniventes e partícipes da criminalidade e corrupção. A nós cabe cada vez mais cautela e desconfiança, que nos leva a evitar um pouco as pessoas, infelizmente. As coisas estão indo de mal a pior, afundando cada vez mais neste abismo social. E o pior é a impunidade que rola solta. Todo o sistema está errado neste país...
ResponderExcluirParabéns pelo texto e que Deus nos livre de tanta violência.
Bjos,
Daniela – Rio de Janeiro
Bom dia, Oswaldo Lavrado!
ResponderExcluirPenso que cada um de nós tem uma história sobre violência. É possível hoje em dia contar nos dedos as pessoas que ainda não foram vítimas de marginais. Assaltos a mão armada, latrocínios, invasão de chácaras, agora comum aqui no interior, sequestros e por aí vai. Uma amiga minha também sofreu um sequestro como o seu, chamado relâmpago. Só que ela não teve a mesma sorte que você, Oswaldo Lavrado. Foi atirada no porta-malas do próprio carro e alí permaneceu por mais de 3 horas, com os bandidos praticando assaltos com o carro dela. No último deles, trocaram tiros com a polícia e minha amiga só não foi atingida por verdadeiro milagre. Vários tiros atingiram o porta-malas, afinal, os policiais que perseguiam os bandidos não sabiam que ela estava lá. Saiu ilesa, mas está ainda fazendo tratamento psicológico.
Gostaria que você nos contasse também sobre o segundo sequestro relâmpago que sofreu. Gosto da forma como escreve, parabéns.
Tânia Regina - Ribeirão Preto - SP
Bom dia amigos(as)
ResponderExcluirTem tempo que não venho aqui.Mas é que tem me faltado esse precioso tempo. Razão: Mudei de emprego fixo e agora estou numa carreira solo. Sabem como é dificil êstes momentos, não é?
Sequestro relâmpago - Quando uma vida está entregue nas mãos de inimigos. Não é dona de sua própria sorte. Terrível isso, pois a vítima pega de surprêsa, passa por momentos longos de tensão, torturantes e muito penosos ao coração e quando não são penalisadas pelo verdugo a própria morte. Triste situação.
O principal direito humano, a vida agora nêste instante de um sequestro não tem valor algum.
Agora mesmo no Rio de Janeiro, amigo meu, paraibano, cresceu na vida, tornou-se magnifico empresário de restaurante em Copacabana. Bela noite foi sequestrado em seu carrão. Ao ser interpelado quem êle era - estava de paletó e gravata - disse ser motorista de uma empresa. Fácilmente conseguiu enganar aos meliantes, passaram por uma blitz na linha vermelha e tal, passearam bom tempo pela cidade e como era apenas um motorista particular decidiram soltá-lo e levar apenas o carro.
Outro dia, tem um mês mais ou menos, chamei um rapaz de 26 anos para me substituir em uma construção no Leme, Copacabana enquanto voltava para ver minha família. Este chegou contente ao Rio, veio de automóvel Corolla, exibiu todo contente seu carro novo para mim. Peguei o avião e voltei para Vila Velha,ES, onde resido. Tomava café com minha espôsa quando recebi um telefonema onde este rapaz fora assassinado no túnel Copacabana...Essa história foi bem veiculada na mídia.
Esse tema Oswaldo Lavrado não é antigo,- sua história foi no tempo da Brasília - é bem atual e muito nos entristece. No enterro do jovem aqui em Vitória minha espôsa ao contemplar a jovem esposa que chorava a morte do marido, fez o seguinte comentário: " Poderia ser eu no lugar dela ".
Por essa e outras razões decidi mudar de trabalho para não me expor tanto lá pelo Rio de Janeiro...
Será justo isto? Perdemos nossa liberdade de vida, não podemos andar por qualquer lugar, perdemos até emprêgos, perdemos a vida.
Já tentamos tudo em nossa sociedade para resolver isso?
O tema vai longe!
Abraços a todos e em especial ao Oswaldo, ao Morgado, Edward,Nívia, Cristina.
Bom dia Oswaldo Lavrado!
ResponderExcluirÉ apavorante esse tipo de crime, que deixa marcas profundas nas vítimas. Mas, neste país, tenho a impressão que tudo vira arroz com feijão. Não se houve mais notícias de sequestros, embora sabemos que a cada hora um está acontecendo. Teria a mídia cansado de divulgar notícias asim? Ou não o faz para não incentivar ainda mais quem pratica esses delitos? Pode também ocorrer que não dá mais Ibope falar em sequestros, quem sabe! Felizmente nada aconteceu com você, pelo menos neste que relatou este fim de semana.
Bjos a todos, boa semana!
Renata - Metodista - SBC