terça-feira, 8 de setembro de 2009

PAIS SEM FILHOS... FILHOS SEM PAIS

OSWALDO LAVRADO
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A maioria dos brasileiros sensatos, verdade, não são muitos, demonstra séria preocupação com o futuro das crianças - libertas num 7 de Setembro às margens plácidas do Ipiranga - que irão, mais à frente, dirigir nossa nação. Seria maravilhoso encontrar o ponto de equilíbrio desta geração, não fosse utópica e, em muitos casos, hipócrita a cantilena dos que apenas apontam o cisco em olho alheio, mas recusam-se a soprar. Não fica difícil constatar que na atualidade qualquer recanto tupiniquim conta com considerável número de pais e mães, cuja idade não supera os 18 anos. Também não é complicado perceber que nesses casos, a situação econômica dos neófitos pais é, em sua grande maioria, paupérrima e degradante. Nesse contexto, como criar as próximas gerações como pessoas íntegras, cultas, inteligentes, comedidas e de moral ilibada para substituir os que estão no balaio atual e que comandam a nação? Certamente, fome, pobreza, falta de cultura e expectativa de futuro não serão alavancas para lapidar caráter e dignidade. Os presídios e as ditas casas de recuperação de menores (as antigas Febens e atuais Fundação Casa) com gente saindo e entrando pelo ladrão (sem trocadilho), comprova que a rigidez familiar na conduta e comportamento da juventude não é a principal preocupação dos pais da geração atual. O problema é muito mais amplo e angustiante
para que apenas uma "penada" governamental resolva a curto, médio e, sem ser muito pessimista, longo prazo. Como exemplo, que não poderá ser considerado caso isolado, basta lembrar o caso da menina morta por uma bala perdida, semana passada, na favela Heliópolis, a maior de São Paulo e aqui pertinho do ABC. A garota, estudante é verdade, mas com apenas 17 anos, estava grávida. Atentem para o noticiário do cotidiano, nas ações policiais, quantas meninas na faixa 14/20 anos carregam vários rebentos, alguns nos braços, outros no ventre. Todas, sem exceção, vivendo na mais completa penúria.
Lembro, apenas como ilustração, ou constatação, de três irmãos que conheço. Eles "olham" carros na Avenida Kennedy, point noturno de São Bernardo e bem próximo ao prédio onde resido. Por motivos óbvios, os nomes dos meninos serão omitidos, mas eles residem com a mãe, que tem apenas 35 anos, (o pai, não sabem onde anda) num barraco na favela Imigrantes, uma das mais carentes e degradadas de São Bernardo. O
mais velho, agora com 18 anos, me disse no final de 2007: "Cara tô feliz da vida, ontem nasceu meu filho". A mãe é uma menina de 16 anos, moradora num casebre na mesma comunidade. Em meados de 2008, o outro irmão, então com 17 anos, também alardeava que há dois meses era pai de uma menina, resultado de uma relação com uma garota de 14 anos. Por fim, há questão de um mês, encontrei o terceiro irmão agora com 16 anos. Orgulhoso, disse que seu filho nasceu há dez dias. A mãe, segundo ele, tem 14 anos. "È, mano, sou "home" e se meus irmãos têm filhos eu também sou pai", disse todo feliz. "Parabéns" limitei-me a dizer e, por acaso, haveria alternativa?
Nos três casos, os meninos justificaram: "sou homem cara, e pretendo dar aos meus filhos o que nunca tive: brinquedos, roupas boas, estudo e uma vida diferente da minha". O trio, como disse acima, "cuida" de carros na Kennedy somente as sextas, sábados e domingos à noite (nos outros dias não fazem nada) e apenas um deles completou o ensino fundamental. Falam em carros, motos, andam com celular a tira-colo (mesmo sem crédito) e demonstram não estar preocupados com mais nada a não ser
com o momento em que precisam batalhar o pão de cada dia. São solidários, já que dividem o diminuto espaço do barraco com a mãe, avó de seus rebentos. Os filhos dos três garotos estão com a família das respectivas mulheres, adolescentes como eles e igualmente paupérrimas.
Este relato dos meninos reflete a atualidade da criança e do adolescente brasileiro, que mutilam a infância e a juventude e abreviam a maturidade por absoluta falta de conhecimento e orientação familiar, cujos pais, causa e efeitos de uma geração também desequilibrada, deixam, como legado consciente, filhos sem nenhum piso sustentável. Em todos os rincões desta Nação, existe este quadro desalentador. Nas grandes áreas metropolitanas as armas e as drogas auxiliam, em sentido inverso, os meninos e meninas suportarem a ausência dos pais, mas no agreste e caatingas a fome amarra o respeito dos filhos aos genitores. A estrutura social, mambembe e flexível desde país, oriunda de um passado que congrega pelo menos mais duas gerações, sugere que a tendência é conduzir os filhos dos filhos dos filhos ao patamar mais baixo da dilapidação do caráter, humilhação e dignidade.
O garoto mais velho do relato acima está preso num dos CDPs - Centro de Detenção Provisória - aqui na Grande São Paulo, e seu terceiro filho, fruto de relações com uma segunda mulher nas visitas íntimas na cadeia, nasceu há questão de um mês. Consequência de um assalto a mão armada, o rapaz foi condenado a 8 anos de prisão.
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Oswaldo Lavrado é jornalista e radialista na região do ABC Paulista.
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36 comentários:

  1. Olá meu amigo Lavrado

    O assunto ventilado por você hoje é chocante e merece um longo comentário, que não é possível neste momento, pois as trovoadas aqui na baixada estão violentas e tenho que desligar o micro.
    Volto mais tarde.
    Um abraço
    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  2. Bom dia amigos (as) do blog...
    O amigo - irmão Oswaldo Lavrado aborda nesta terça-feira outra grave problema social: a gravidez na adolescência, que envolve diversos reflexos sociais, físicos e emocionais. O mais imediato é o físico, já que a mãe adolescente, ainda em processo de desenvolvimento, acelera seu crescimento em decorrência da gravidez.

    A perpetuação da pobreza é outro aspecto que envolve a gravidez na adolescência. As mães adolescentes, em sua maioria, são de um padrão sócio-econômico menos favorecido, estão solteiras ou namorando, pararam de estudar e não trabalham, ou então vivem em condições de miséria em favelas espalhadas em morros nas grandes cidades.

    Elas têm, normalmente, um exemplo na família de gravidez na adolescência e experiência em cuidar de bebês já que, por muitas vezes, assumem ainda pequenas cuidar dos irmãos mais novos. Com o novo bebê se repete esse padrão familiar, no qual a jovem mãe pára de estudar, busca trabalho que exija pouca qualificação e, consequentemente, recebe baixa remuneração.

    Não raro, o futuro pai – também adolescente – deixa igualmente os estudos para trabalhar e ajudar, num primeiro momento, no sustento do bebê. Muitos deles, caso como esse citado pelo Lavrado, partem para o crime para sustentar a casa e dar conforto ao filho. Quando não morrem jovem ainda, vão para atrás das grades. Que futuro pode ter uma criança assim? Pai preso, mãe jovem, sem dinheiro, desempregada e vivendo de favores. Mais um marginal nas ruas, certamente.

    Infelizmente no Brasil temos a triste realidade onde crianças se tornam adultos cada vez mais cedo para cuidar de outras crianças, o que acaba resultando em um atraso social em muitas gerações.

    Antigamente era até comum ver jovens, moças ainda desfilarem seus barrigões pelas cidades, porém sempre acompanhadas de seus respectivos e legítimos maridos, hoje em dia o assunto é bem mais grave pois as crianças de antes desfilam agora sozinhas e muitas vezes sem nem saber quem é pai ou então sem o reconhecimento paterno do próprio.

    A maternidade não é algo ruim, pelo contrário é uma coisa mágica que existe tanto na vida de uma mulher quanto na vida de homem. Se tornar mãe e pai é divino, mas claro que tudo tem a sua hora, e a adolescência não é o melhor momento para isso.

    Sempre haverá um ponto negativo em se ter filho tão cedo, como depressão pós-parto ou problemas emocionais descontados na própria criança. A prevenção é muito importante, mas além dela a conscientização também. Jogar a culpa no Governo é a primeira coisa que se pensa. Na verdade, todos devemos fazer nossa parte para evitar que mais crianças percam o direito de aproveitar a vida no lugar de cuidar de outras crianças.

    Um forte abraço a todos...

    Edward de Souza

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  3. Dura realidade contada por voce com
    muita competencia.
    Há que se ensinar as crianças de hoje.
    Resgatar valores esquecidos ao longo do tempo.
    Sempre bom visitar teu cantinho.

    Bjo


    Glória

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  4. Queridas amigas e amigos, dileto Oswaldo Lavrado: numa pincelada nosso articulista do dia nos deu um panorama complesto desse problema social, complementado pelo Edward de Souza, acima. Não há o que acrescentar quanto ao problema, então vamos pensar na solução. Existe? Sinceramente, não sei. É tão vasto, e complexo resolver, que fica difícil ser otimista. Por outro lado, se houver vontade política e determinação, isso pode ser reduzido. Basta sim que se faça um programa de planejamento familiar amplo, com medidas restritivas que desestimulem a natalidade. Não estou inventando a roda, isso já existe há muitos anos na China, que precisa conter seu excesso populacional. Na Rússia, no tempo do regime comunista, era exatamente o contrário, a ponto de terem criado uma estrutura assistencialista para as mulheres, casadas ou solteiras, que ficavam grávidas. Com a mudança do regime não sei, sinceramente, como ficou isso. Esses dois exemplos mostram que, num sentido, ou no outro, dá para se implementar uma política pública nesse campo. Parabéns Lavrado pela abordagem competente de questão tão crucial para nossa organização social.
    Abraços!
    Milton Saldanha

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  5. Bom dia, Oswaldo Lavrado, meus cumprimentos pelo texto.
    Caro Milton Saldanha e demais amigos deste blog comandado com competência pelo Edward...
    Os grandes problemas do País estão congelados pelo conservadorismo da nossa sociedade e por conta da nefasta influência que a Igreja Católica ainda exerce sobre nossos governantes, como se ainda vivêssemos na Idade Média e o estado não fosse laico.

    O aborto sofre toda essa resistência por conta da Igreja. É ela que resiste. Vem com o discurso do direito à vida. E eu pergunto: que direito à vida tem as crianças que nascem no morro e têm como mecenas traficantes armados até os dentes? Que direito à vida tem as centenas de mães que morrem ao tentar abortos clandestinos?

    A Igreja não pode fechar os olhos para a realidade. O aborto existe. E da maneira que existe hoje, mata. Mata gente de verdade, mães que ao tentar não ter um filho indesejado que será do tráfico no futuro, deixam no mundo, como mão-de-obra para os traficantes das favelas, crianças órfãs.
    Bjos,

    Liliana - Santo André - SP.

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  6. Nos tempos de nossos avós e bisavós, ter relações sexuais antes do casamento era um desrespeito; já hoje, a pessoa pode até ser ridicularizada pelos outros por ainda não ter tido a chamada primeira vez. O início da vida sexual entre os adolescentes é cada vez mais precoce no mundo atual. Estimulados pela televisão,
    pelos amigos e sobretudo pelo prazer da relação, os jovens acabam não se prevenindo e podem sofrer com os diversos riscos representados pelo ato sexual, entre eles doenças e a gravidez indesejada.
    Nos jornais e noticiários de todo o mundo, esse fato tornou-se banal e até tema de crônicas irônicas. Porém, para quem vivencia o problema, a gravidez precoce é uma realidade muito triste. Essas jovens perdem a adolescência e por isso amadurecem mais cedo; perdem a oportunidade de estudo e sua vida social, tendo de se dedicar totalmente a este pequeno ser que agora faz parte de suas vidas. É difícil pensar em como seu mundo pode desabar repentinamente por um pequeno descuido. Muitos de seus sonhos e ambições são arruinados, há a certeza de que suas vidas nunca mais serão as mesmas, e surge uma nova responsabilidade inesperada: dar um futuro digno a seu filho. Muitos, sem emprego se desesperam e partem para o mundo do crime, desgraçando sua vida e de toda a sua pequena família, conforme relatou Oswaldo Lavrado em seu artigo hoje.
    Obrigada pela oportunidade de me manifestar em seu blog, Edward de Souza.

    Lenise Maria - Rio de Janeiro

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  7. Edward e demais amigos do Blog de ouro, bom dia !!
    Parabéns ao Oswaldo Lavrado, pelo artigo hoje aqui postado, e que é sempre um tema atual.
    Como evitar qua a nóssa juventude se perca em meio a permissividade que tomou conta de todas as classes sociais ?
    Oswaldo citou em seu artigo,fatos acontecidos com crianças analfabetas e moradores em favélas, mas esse desajuste da juventude, engloba ricos e póbres,que se espelham nas famósas telenovélas nas quais TUDO é permitido e assim a mocidade entende que se na novéla faz, porque não podemos fazer ?
    Infelizmente este é só um exêmplo dentre as centenas que existem e que a mocidade copia.
    Acompanhando meu amigo e Méstre J.Morgado, tenho que desligar meu aparelho, pois a tempestade por aqui ainda persiste.
    Abraços Edward, Oswaldo Lavrado e demais amigos do Blog
    Tenham todos uma ótima semana.

    Admir Morgado
    Praia Grande SP

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  8. Querida Liliana: é um prazer, e um alento, ver sua lucidez, inteligência e articulação neste mar de imbecilidade que existe por aí. Parabéns!
    Milton Saldanha

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  9. Amigas e amigos!

    A questão que o Lavrado levanta é delicadíssima. Estamos perdendo uma geração de jovens, que destroem suas vidas por falta de EDUCAÇÃO, INFORMAÇÃO e CUIDADO - da família, da escola e do poder público.

    Soluções existem, mas falta vontade política dos governantes, que preferem distribuir esmolas a enfrentar o problema.

    Precisamos de políticas públicas eficientes de controle da natalidade, de informação, de cuidado com os jovens e com as crianças, para que possam vislumbrar um futuro digno e decente.

    Sempre gosto de citar exemplos práticos e exequíveis. Aqui na minha cidade, como de resto, deve existir no resto do país, há o programa governamental Estratégias de Saúde da Família - ESEF. Há um posto em cada bairro, com médico generalista, dentista e outras especialidades. Isso funciona. Também há o programa Primeira Infância Melhor, do governo do estado em parceria com a prefeitura, para acompanhar, estimular e prover o desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos. Santiago é referência na América Latina neste programa. Quando há interesse público as coisas funcionam.

    Resultado: diminuiu a população de crianças e aumentou a população de idosos, a ponto de serem criados programas específicos para manter aa qualidade de vida dos idosos.

    Aliás, o Rio Grande do Sul é um dos únicos estados brasileiros onde o controle da natalidade funciona. Agora, poucas famílias têm mais de 3 filhos. A última amostragem do IBGE apontou que Porto Alegre aumentou em apenas 76.000 habitantes à sua população, enquanto Curitiba incorporou mais de 200 mil à sua população.

    O que precisamos, na verdade, é mostrar a força da cidadania, exigindo mudanças.

    Um abraço a todos.

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  10. Olá Lavrado

    Parece que a chuva deu uma pequena trégua aqui na baixada.
    Há muitos anos atrás, li em um livro sobre viagens de autoria de Francisco Barros Jr. Onde ele relata uma cena pungente. Início da década de 1940 encontrava-se ele no norte de Minas Gerais quando encontrou mais de uma centena de migrantes nordestinos dirigindo-se a pé para São Paulo. Parando seu carro junto aquela procissão de esfarrapados, foi logo cercado por vários deles. A pergunta de todos era se São Paulo ainda estava muito longe. Com lágrimas nos olhos, Francisco respondeu que sim, lhes desejando sorte.
    Narra em seguida, haver encontrado muitas outras levas fugindo da fome provocada pelas secas proverbiais do Nordeste.
    Qual a razão de estar me lembrando desses fatos tão comuns relatados em jornais e revistas da época?
    Quantos escândalos envolvendo políticos locais e fora deles a respeito de desvio de verbas de alimentos além de obras contra a seca?
    Quantas obras faraônicas foram construídas e outras abandonadas?
    Agora pergunto: quantos projetos para educação e cultura de massa foram levados a efeito para essa mesma população?
    Não sei se me fiz entender, mas o abandono de uma boa parte da população brasileira por todos os governos é uma das grandes causas da miséria que ai está.
    Hoje assisti a um vídeo da TV Globo mostrando que o Congresso Brasileiro é o mais caro do mundo. Um absurdo tal que dá vontade de chorar. Países de primeiro mundo gastam bem menos para manter seus legislativos.
    O dinheiro desviado para satisfazer ambições pessoais, daria para educar convenientemente a população carente.
    E quando falo em educação, me refiro a todos os ângulos. Alfabetização, sexualidade, comportamento, civilidade...
    Mas quem se importa com isso? Para determinadas facções políticas, quanto pior melhor!
    Continua...

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  11. A gravidez infantil atingiu índices alarmantes no nosso país. Cada vez em maior quantidade e, cada vez mais cedo, crianças e adolescentes iniciam a sua vida sexual. Tudo isto é fruto de uma sociedade permissiva, mas também da ampla divulgação que a mídia faz da sensualidade, com exposição frequente de corpos desnudos em horários comerciais na televisão e apelos sutis à sensualidade, através das músicas, danças e novelas, mesmo nos horários diurnos, ditos infantis.

    Verdadeiras meninas – ainda na idade de estarem a brincar com bonecas - são aprisionadas pela maternidade precoce, muitas vezes, abandonadas pelos pais dos bebês, em idades que variam entre os 11 e os 17 anos. Não, não se trata de casos isolados. O índice da população feminina, nesta situação, é gritante.

    Os nossos meninos e meninas, e note-se que não menciono jovens, são seres sexuados, que vivem neste tempo e que são bombardeados constantemente, com mensagens que provocam a curiosidade e o interesse pela iniciação sexual. Não sou moralista ao ponto de dizer que sou contra este gênero de divulgação, mas penso sinceramente, que existem sérios limites, que gostaria de ver implementados. No entanto, se depender do Governo Federal, bom esperar em pé, sentado cansa.
    Abçs a todos...

    Fernanda - Rio de Janeiro

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  12. Boa tarde!
    Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. (Estatuto da Criança e do Adolescente - LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.)

    Pablo Ramirez - Cuiabá/MT

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  13. Olá Oswaldo Lavrado e amiguinhos do blog... Bom o assunto hoje e complicado para se encontrar soluções. Lendo os comentários, estou de pleno acordo com o que disse a Liliana, quase médica, num depoimento corajoso. Até porque, a palavra aborto gera polêmica quando nela se toca. Creio que até o Professor João Paulo de Oliveira não tenha entendido a colocação da Liliana. Quero reforçá-lo, porque estudei e defendi essa tese na Universidade de Juiz de Fora.

    A Organização Mundial da Saúde estima que 20 milhões dos 46 milhões de abortos realizados por ano em todo mundo são feitos de forma clandestina e em condições precárias, resultando na morte de 80 mil mulheres por ano, vítima de infecções, hemorragias, danos no útero ou pelo efeito de agentes tóxicos usados para induzir o aborto. Os grupos que se reivindicam pró-vida ameaçam na verdade a vida destas 20 milhões de mulheres, sobretudo as mais pobres que não têm outra alternativa senão realizar o aborto mesmo com a sua vida em risco. Além disso, são consideradas criminosas por não terem condições de criar um filho ou por simplesmente não poderem optar sobre o próprio corpo.

    Esses tais grupos pró-vida se recusam a ver que a proibição do aborto é uma questão de saúde pública. Quando a mulher pobre tem uma gravidez indesejada ela não dispõe de recursos financeiros para realizar um aborto - muito menos para manter um filho. Parte então para métodos absolutamente arriscados e precários, usando agulhas de tricô para perfurar o colo do útero, chás medicinais ou até mesmo "simpatias" que supostamente fariam ela ter um aborto induzido.

    Por isso concordo plenamente com a Liliana quando defende aqui a legalização do aborto. Justamente pensando nessas pobres infelizes e, viram, são milhões, que perdem a vida buscando na clandestinidade abortos provocados ou induzidos e perdem suas vidas. É para se pensar, principalmente depois do caso daquela garota de 9 anos, grávida de gêmeos, lembram-se? A muito custo, com o voto contrário da igreja, essa pobre menina conseguiu se livrar daqueles fetos indesejados. Se dependesse da igreja, isso não ocorreria e uma inocente, de 9 anos de idade, poderia até ter perdido a vida num parto de extremo risco.
    Beijos a todos e aplausos para a Liliana pela sua coragem em jogar no blog esse tema polêmico.

    Bruna - Universidade Federal de Juiz de Fora/MG

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  14. Sabe Bruna, sinto muita pena das mulheres sem condições de pagar uma clínica para fazer o procedimento de aborto com segurança e por essa razão acabam enfiando agulhas de tricô, tomando comprimidos, chás abortivos, socos na barriga e todo o tipo de atrocidades.

    Pior ainda são essas clínicas clandestinas. Você lembra que quando fecharam uma clínica, no Mato Grosso do Sul, quase 10 mil fichas de mulheres foram apreendidas? Duas mil e trezentas dessas coitadas foram indiciadas. E algumas mulheres já estão sendo obrigadas a fazer serviço comunitário em creches, porque os juízes acham que isso vai fazer com que as mulheres reflitam sobre o que elas fizeram. Eles querem que elas se arrependam, ou que se sintam culpadas. Eles acham que elas não pensaram direito sobre isso. Nunca imaginariam que elas decidiram sozinhas que não era o momento – por qualquer motivo – de serem mães. Eles acham que a maternidade é o destino obrigatório para as mulheres. Quase divino.

    Eles esquecem que mulheres que já são mães também recorrem ao aborto por não querer outro filho no momento. Enfim, eles acham um monte de coisa, baseados em outra crença deles: que eles sabem o que é melhor pras mulheres, que as mulheres não têm capacidade de decidir. Eu não tenho dúvida: Se os homens engravidassem, o aborto seria legal...
    Bjos,

    Larissa - Metodista - São Bernardo

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  15. Ôi Larissa...
    É por isso que o filme “O aborto dos outros”(documentário) deveria ser obrigatório para todos os operadores do direito e da polícia. Se pensassem que teriam dividir o medo, a vergonha, às vezes, o terror (quando não se tem condições financeiras) que as mulheres que decidem fazer um aborto passam, se tivessem que dividir a pena pela metade com suas parceiras (isso quando fossem encontráveis) acho que o aborto já seria legal.

    Tem outro filme 4 meses, 3 semanas e 7 dias (ou algo parecido), que ganhou vários prêmios em festivais internacionais de cinema, e que deveria fazer parte da videoteca básica de todos e todas. A tensão que se vê ali nas 2 jovens e o contexto opressivo de país do Leste Europeu é uma brilhante amostra da triste realidade do aborto no mundo. O direito civil da integridade da pessoa não vale ainda para milhares de mulheres brasileiras e de outros rincões do mundo.

    Fora a hipocrisia de quem condena o aborto dos outros: muitos homens quando tem um filho que engravidou a namorada que precisa recorrer a um aborto ou acontece consigo mesmo, aí a coisa muda de figura. Na verdade é uma ideologia e uma prática de controle sobre os corpos das mulheres.
    Beijos...

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  16. Corajosas e admiráveis Fernanda, Bruna e Larissa: fico novamente feliz pelo apoio e pelos novos esclarecimentos que vocês agregaram ao comentário inicial da Liliana. Cá entre nós, mas vocês mulheres, quando resolvem ser guerreiras, são insuperáveis! Nós, homens, perdemos de lavada nesse quesito para vocês. Aliás, homem bundão e burro é o que mais tem por aí, infelizmente. Essa turma precisa estudar e ler muito. De fato, a Igreja Católica sempre se colocou como dona das decisões que devem ou não interessar à sociedade. Os padres não conseguem resolver nem seus problemas internos, entre eles o da pedofilia, mas querem decidir em questões que na verdade não lhes dizem respeito. A começar pelo absurdo da condenação do uso da camisinha. Como diz o Macaco Simão, na Folha de S.Paulo, se o Papa é contra a camisinha, ele que não use.
    Parabéns, meninas!
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  17. Olá Lavrado

    Vamos ver se dá para concluir meu comentário. As chuvas continuam.

    A “liberação” sexual acontece em todo o mundo. Basta assistir os filmes estrangeiros que nos chegam, além das notícias vinculadas nos principais jornais e TVs de países como a Inglaterra, Estados Unidos e por ai adiante.
    Acontece que esses países são os chamados primeiro mundo. Existem misérias morais e físicas? Claro que há! Só que as misérias físicas são de 1ª. Classe. Aqui no Brasil, recebemos até o lixo importado por brasileiros (?!)
    O consumismo exagerado provocado por uma mídia implacável atua na mente de jovens e adultos.
    O “ontem” é o objetivo de parte da sociedade atual e a informação útil é relegada para segundo plano.
    O sexo é tratado de forma banal. O amor? Ora o amor... Os pais permitem que os namorados durmam com suas filhas na própria casa antes do casamento. E há uma razão para isso. O medo! O medo da violência que impera no mundo e em especial aqui no Brasil, nas grandes cidades.
    Qual a solução?
    Lavrado, Edward, Saldanha, Edison e talvez nossa dama Nívea, já vivemos em uma época em que não havia menores abandonados nas ruas. Havia mendigos, como os há em todas as partes do mundo. O que aconteceu? Explosão demográfica ou descaso e ganância de autoridades públicas?
    Apoiar o aborto seria a solução? E depois? Talvez a eutanásia ou o afastamento dos velhos...
    Paro por aqui.
    Excelente artigo meu amigo Lavrado. Um alerta!

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  18. Olá Oswaldo Lavrado e jovens estudantes... Também sou a favor do aborto, mas em caso de violência contra a mulher, dependendo da idade, condição financeira e por aí vai. Não sou a favor de uma mulher de 18 anos abortar porque não quis engravidar. Vou repetir o que meu pai falou quando minha ex-esposa engravidou pela segunda vez (tenho dois filhos e graças a deus tomamos a decisão de têlos): “hoje só engravida quem quer, tem camisinha masculina e feminina, pílula, Diu e outras alternativas.”
    Beijos...

    Luiz Fernando - Ribeirão Preto - SP.

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  19. Nem padres, nem pastores, nem moralistas de plantão. Quem tem que decidir o que é melhor para seu corpo, sua vida e sua consciência é cada mulher.
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  20. Olá amigos (as) deste blog vencedor.
    Embora o assunto do artigo de hoje possa gerar quilômetrica polémica o ambiente está mais calmo, certo Edward ?
    Obrigado a todos que estão se manifestanbdo e emitindo opiniões, todas democráticas e, portanto, absolutamente válidas.
    O exemplo citado dos três meninos, todos meus conhecidos, apenas sugestiona a problemática atual. As gerações anteriores tem grande parcela de responsabilidade na atual conjuntura. Nunca ninguém se preocupou em explicar ao filho adolescente que: fazer um filho é fácil; o problema é levar a empreitada à frente. As Fundações Casa (ex-Febem) nunca abrigaram tantos adolescentes (meninos e meninas)como agora, a maioria com filhos. Pior, tem unidade Casa que ainda facilita a chamada visita íntima. Então...
    O assunto é complicado mesmo.
    Mestre Morgado: aqui no ABC pela manhã e agora a tarde, tipo 15h, precia que o mundo viria abaixo: chuva, granizo, raios, trovões, ventos e uma escuridão de meia noite. Agora tudo calmo.
    Obrigado a todos e o mais absoluto respeito pelas opinões.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

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  21. Caro Lavrado: tudo bem, o problema é que a qualquer momento surge alguém baixando o nivel. Sempre fui a favor da triagem dos comentários, como fazem outros blogs. Nosso Edward é que sempre relutou, com seu espírito democrático. O problema é que existem pessoas que não estão preparadas para o exercício da democracia e do respeito humano. Já estou saturado dos "humoristas" chatos e que, de repente, mostram sua verdadeira face mau caráter. Num blog, como rolou até agora, dá gosto participar.
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  22. Gabriela, pelos horários, postamos quase juntos. Incluo você nos meus elogios acima, com imenso prazer.
    Beijo!
    Milton Saldanha

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  23. Olá Milton, obrigada!
    Beijos...
    Lavrado, parabéns pelo seu texto. Polêmico, sem dúvida, tanto que até nos adiantamos no assunto, saltando da gravidez para o aborto, mas tudo válido, faz parte do contexto.
    Beijinhos,

    Gabi

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  24. A gravidez na adolescência está cada vez mais comum. Diante de uma gravidez a adolescente acaba optando por uma de três opções: um aborto provocado, casar por conveniência, ou ser mãe solteira adolescente. Eu acho que os jovens tem vergonha de conversar com os pais sobre isso! Eu tenho 15 anos e minha mãe conversa mto comigo sobre essas coisas, desde meus 12 anos...
    Ela está ao meu lado e já leu o texto e os comentários. Pediu para que eu participasse.
    Obrigada

    Mariana - Porto Alegre

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  25. A gravidez na adolescência é um grave problema social. Uma jovem de 14 anos, por exemplo, não está preparada para cuidar de um bebê, muito menos de uma família. Com isso, entramos em outra polêmica, o de mães solteiras. Por serem muito jovens os rapazes e as moças não assumem um compromisso sério e na maioria dos casos quando surge a gravidez um dos dois abandona a relação sem se importar com as consequências. Por isso o número de mães jovens e solteiras vem crescendo consideravelmente.

    É muito importante que haja diálogo entre os pais, os professores e os próprios adolescentes, como forma de esclarecimento e informação.
    Mas o que acontece é que muitos pais acham constrangedor ter um diálogo aberto com seus filhos, essa falta de diálogo gera jovens mal instruídos que iniciam a vida sexual sem o mínimo de conhecimento.

    Alguns especialistas afirmam que quando o jovem tem um bom diálogo com os pais, quando a escola promove explicações sobre como se prevenir, o tempo certo em que o corpo está pronto para ter relações e gerar um filho, há uma baixa probabilidade de gravidez precoce e um pequeno índice de doenças sexualmente transmissíveis.

    O prazer momentâneo que os jovens sentem durante a relação sexual transforma-se em uma situação desconfortável quando descobrem a gravidez. É importante que quando diagnosticada a adolescente comece o pré-natal, receba o apoio da família, em especial dos pais, tenha auxílio de um profissional da área de psicologia para trabalhar o emocional dessa adolescente. Dessa forma, ela terá uma gravidez tranquila, terá perspectivas mais positivas em relação a ser mãe, pois muitas entram em depressão por achar que a gravidez significa o fim de sua vida e de sua liberdade.
    Parabéns pelo artigo, Oswaldo Lavrado e a todos pelos comentários.

    Francineide - Florianópolis

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  26. Ana Célia de Freitas.terça-feira, 08 setembro, 2009

    Boa noite Oswaldo Lavrado...
    Belíssimo texto que você escreveu com muita competência e autoridade.
    Infelizmente a cada ano a gravidez precoce cresce assustadoramente,claro que isso acontece pelo fato de que esses adolescentes e crianças não tem nenhuma perspectiva de vida.
    O pior de tudo que essas "pobres"crianças crescem nesse mesmo ambiente,o que gera uma repetição dos mesmos erros,muitos bandidos que assistimos pela TV foi gerado assim,com total irresponsabilidade,e diante de tal fato a criminalidade cresce assustadoramente.
    Conheço uma jovem senhora com 22 anos,que tem 3 filhos,o último foi gerado dentro do presídio,e o pior,segundo ela a exposição diante do próprio filho e demais visitantes é um tanto comprometida,a meu ver visita íntima deveria ser proibida.
    E aos Governantes cabe investir mais na Educação,que a meu ver é
    a base de tudo.
    Ana Célia de Freitas.

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  27. Ana Célia de Freitas.terça-feira, 08 setembro, 2009

    Boa noite Professor João Paulo.
    Assim como você também gostaria de deixar claro a minha insatisfação com certas pessoas.Dias desse uma pessoa muito mal educada "puxou" a minha orelha simplesmente por eu ter trocado uma letra por outra,mas ele não deixou de ser grosseiro e muito indelicado, ele poderia sim ter chamado a minha atenção,mas poderia fazê-lo educadamente.
    Acho que não tem o que escrever.
    Abraçossssssssssssssssssss.
    Ana Célia de Freitas.

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  28. Oswaldo Lavrado e amigos...
    Muita gente quando pensa em gravidez na adolescência só vê o lado triste da história, de mães sem preparo algum para gerar um bebê e para cuidar dele e manter uma família. Mas a sociedade precisa acordar para o fato de que a gravidez na adolescência, que já começa a ser tolerada (por ser algo normal, ocorrendo com cada vez mais frequência), é um risco muito grande para a sociedade como um todo, visto que temos aí uma geração de crianças que vão crescer sem nenhum apoio familiar e estarão muito mais suscetíveis a andar pelo lado errado da vida, experimentar drogas e cometer crimes.
    Imagine só: uma menina de 13 ou 14 anos tem um filho. Ela não sabe cuidar nem dela mesma. O que ela vai fazer com a criança? Brincar de boneca?
    Abraços, parabéns pelo texto!

    Só curiosidade: foi o Padre o autor de todo aquele fuzuê ontem?

    Paolo Cabrero - Itú - SP.

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  29. De novo,,ou novamente,
    obrigado pelos comentários, valeu a pena a polêmica...
    Apenas lembrando que todo adolescente (adulto também), sabe que transar é prazeroso e hoje tá fácil, portanto eles pouco estão se lixando para o que vai acontecer. Tinha um amigo, já falecido, que dizia: "debaixo do cobertor não tem crise nem miséria" e é assim que funciona agora. Nossa geração, minha, do Edward, do mestre Morgado, do Saldanha, do professor João Paulo, da Nivea e da maioria dos bloguistas, após os 11/12 anos a gente também sentia prazer e nem por isso engravidamos ninguém e eram raras as meninas que se entregavam precocemente. Nossos pais, por pudor e/ou ignorância, não falavam no assunto e a gente aprendia no papo com amigos. Sobrevivemos e não temos filhos largados por aí. Isso também se aplica a pedofilia onde, na imensa maioria dos casos, o criminoso está dentro de casa (irmão mais velho, pai, mãe, irmã, padrasto e avô). Enfim...
    Valeu gente.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

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  30. É caro Lavrado, mas vamos contar tudo, o lado ruim da nossa geração: a gente sofria muito com sexo. Não tínhamos direito ao prazer. Nossa iniciação era com prostitutas, pessoas que respeito, vejo como profissionais mais honestas que qualquer madame que case só por dinheiro e poder do marido. E não tínhamos prevenção, todo mundo da minha geração pegou gonorréia. Que depois da Aids e outras DSTs virou até lucro. Não havia naquele tempo uma campanha pelo uso da camisinha, foi uma pena, isso teria nos evitados tais transtornos. Então, no campo sexual, fomos uma geração reprimida e sofrida. Raros pais conversavam com os filhos sobre isso. Hoje ainda está longe do ideal, mas já há mais diálogo. Lembro-me uma vez na escola primária, iam falar sobre sexo para as meninas, então tiraram todos os meninos da sala. Vejam que absurdo. Isso criou mistérios na nossa cabeça e malícias que teriam sido evitadas se os caras chegassem lá e mostrassem tudo claramente, inclusive usando manequins, para as crianças entenderem. Ou seja, seria a desmistificação do sexo. Logo, além do nosso natural despreparo, havia o despreparo dos pais e mestres. Quando uma menina "de familia", como diziam, num preconceito explícito, ficava grávida, o rapaz era obrigado a casar com ela. Outro absurdo. Imaginem, assumir um casamento na marra. Qualquer pessoa sensata vai perceber que isso vai explodir lá na frente, e geralmente da pior forma. Hoje a juventude é mais feliz na sua vida sexual. Não tenho nada contra isso, apenas sinto a falta de uma maciça campanha educacional. Para que se cuidem, tenham prevenção, higiene, façam tudo com a cautela necessária. E sejam felizes, o ser humano merece ser feliz!
    Beijos
    Milton Saldanha

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  31. Your blog keeps getting better and better! Your older articles are not as good as newer ones you have a lot more creativity and originality now keep it up!

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