J. MORGADO
"Eu era feliz e não sabia"
*
Minhas primeiras lembranças de um passado longínquo são de um pequeno garoto puxando uma velha panela através de uma cordinha. A caçarola cheia de terra vermelha era levada de um lugar para outro. A rua? Arapuá, no Jabaquara, em São Paulo. Outra, provavelmente anterior a essa, era eu empinando uma “capucheta” (uma espécie de pipa feita com jornal) nos fundos de minha casa na Av. Diederich, também naquele bairro paulistano. A partir daí as lembranças são mais fortes e sucessivas. “Jogo de botões na calçada”, como na música de Ataúlfo Alves, brincadeiras de roda, de esconde/esconde, mão na mula, jogo do bafa, realizado com as figurinhas das balas de futebol. As travessuras eram constantes. O estilingue era uma arma terrível nas mãos da molecada da época.
O Jabaquara na década de 1940 possuía muito campos e capões de mato além de matas virgens preservadas. Era um paraíso, comparado a selva de pedra de hoje. Aves canoras, hoje extintas ou em extinção eram abundantes. Pintassilgos, canários da terra, pixoxós, coleirinhas... Geralmente as tardes eram dedicadas ao futebol em campinhos improvisados. Espaço não faltava. Bolas de meia. Bolas de capotão? Eram raras! E quando aparecia, o dono dela mandava no time. “Eu era feliz e não sabia”, disse Ataúlfo.
E o calor? Um convite para a turma se refrescar no “podrão”, um pequena represa formada em uma depressão artificial e alimentada por um riacho cristalino. O mesmo riacho que irrigava todas as chácaras de verduras (e eram muitas) na região. Os garotos, todos nus, mergulhavam naquelas águas e se divertiam. Uma vez, minha e outras mães apareceram de surpresa e recolheram todas as nossas roupas. Foi um “Deus nos acuda”. Salvem-se quem puder! As sovas foram o prato do dia! Mas, ninguém desistiu do “podrão”. Houve mais cautela e as mamães não mais conseguiram nos pegar.
Bolinhas de gude, temporada dos balões nas festas juninas... Festas juninas... Quase dois meses de intensos divertimentos. Sim quase dois meses! Em meados do mês de maio, os balões já eram vistos aos milhares nos fins de semana nos céus de São Paulo. Os portugueses radicados no bairro (e eram muitos) competiam entre si no aprimoramento da melhor festa. Santo Antonio, São João e São Pedro, eram e são os santos festejados e seguiam as tradições herdadas da “terrinha”. Pau de sebo com muitos prêmios para quem conseguisse alcançar o topo, grande fogueiras, quitutes da época e música, muita música, não faltando o gênero português. “Eu não sei pra que a gente cresce”, o Ataúlfo outra vez...
No meu primeiro dia na escola, tudo era estranho, esquisito! Mas criança é criança, logo se enturma. Minha primeira professora era uma senhora de meia-idade, Dona Amélia. Interessante, esqueci o que comi ontem e não esqueço o nome de minha primeira professora e já se passaram quase 70 anos. Para chegar à escola (particular) eu caminhava quase dois quilômetros por locais desertos. Nunca me aconteceu nada e não me recordo de ter acontecido algo ruim com qualquer outro garoto. Bons tempos...
Eram comuns na época escolas particulares com uma só sala. Os três primeiros anos do ensino fundamental eram ensinados dessa forma e como funcionava! O último ano (o quarto), a criança era encaminhada para o grupo escolar mais próximo para obter o diploma. Assim aconteceu comigo em 1945. Fiquei apenas alguns meses na escola de Dona Amélia. Meu pai conheceu o Professor Otávio, proprietário da Escola Paroquial São Judas Tadeu, e lá fui eu de malinha, tabuada e cartilha...
Os gibis foram minhas primeiras leituras. Gibi Mensal, O Globo Juvenil, Guri (cômico e mensal), Lobinho, além do tradicional Tico-Tico. Essas revistas entre outras, da época, valem hoje uma fortuna cada exemplar nas mãos de colecionadores. O meu e outros pais proibiam a leitura dessas revistas em quadrinhos. Os padres da época diziam que era pecado ler gibis. A molecada lia escondido. Os mais velhos emprestavam para os mais jovens e assim íamos aprendendo a ler e adquirindo cultura, apesar do preconceito bobo.
As professoras da época (pelo menos no meu caso e na minha escola) encaminhavam os alunos para uma leitura sadia. A biblioteca era dirigida para crianças até a adolescência. Ali travei conhecimento com Monteiro Lobato, Julio Verne, entre outros. Também li contos de fadas e fábulas.
Naquela época, não sei de onde vinham determinadas modas. De repente, a vez era colecionar tampinhas de garrafas (marcas diferentes), outras, cartelas vazias de maços de cigarros, bolinhas de gude coloridas estrangeiras (melosinhas como eram chamadas). Ah! E os circos e os parquinhos? Era uma verdadeira festa quando se instalavam na região. Geralmente, nas proximidades da Igreja São Judas Tadeu. “Eu era feliz e não sabia”, sábias palavras do saudoso Ataúlfo Alves.
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*J.Morgado é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. Morgado escreve quinzenalmente neste blog, sempre às sextas-feiras. E-mails sobre esse artigo podem ser postados no blog ou enviados para o autor, nesse endereço eletrônico: jgacelan@uol.com.br
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O Jabaquara na década de 1940 possuía muito campos e capões de mato além de matas virgens preservadas. Era um paraíso, comparado a selva de pedra de hoje. Aves canoras, hoje extintas ou em extinção eram abundantes. Pintassilgos, canários da terra, pixoxós, coleirinhas... Geralmente as tardes eram dedicadas ao futebol em campinhos improvisados. Espaço não faltava. Bolas de meia. Bolas de capotão? Eram raras! E quando aparecia, o dono dela mandava no time. “Eu era feliz e não sabia”, disse Ataúlfo.
E o calor? Um convite para a turma se refrescar no “podrão”, um pequena represa formada em uma depressão artificial e alimentada por um riacho cristalino. O mesmo riacho que irrigava todas as chácaras de verduras (e eram muitas) na região. Os garotos, todos nus, mergulhavam naquelas águas e se divertiam. Uma vez, minha e outras mães apareceram de surpresa e recolheram todas as nossas roupas. Foi um “Deus nos acuda”. Salvem-se quem puder! As sovas foram o prato do dia! Mas, ninguém desistiu do “podrão”. Houve mais cautela e as mamães não mais conseguiram nos pegar.
Bolinhas de gude, temporada dos balões nas festas juninas... Festas juninas... Quase dois meses de intensos divertimentos. Sim quase dois meses! Em meados do mês de maio, os balões já eram vistos aos milhares nos fins de semana nos céus de São Paulo. Os portugueses radicados no bairro (e eram muitos) competiam entre si no aprimoramento da melhor festa. Santo Antonio, São João e São Pedro, eram e são os santos festejados e seguiam as tradições herdadas da “terrinha”. Pau de sebo com muitos prêmios para quem conseguisse alcançar o topo, grande fogueiras, quitutes da época e música, muita música, não faltando o gênero português. “Eu não sei pra que a gente cresce”, o Ataúlfo outra vez...
No meu primeiro dia na escola, tudo era estranho, esquisito! Mas criança é criança, logo se enturma. Minha primeira professora era uma senhora de meia-idade, Dona Amélia. Interessante, esqueci o que comi ontem e não esqueço o nome de minha primeira professora e já se passaram quase 70 anos. Para chegar à escola (particular) eu caminhava quase dois quilômetros por locais desertos. Nunca me aconteceu nada e não me recordo de ter acontecido algo ruim com qualquer outro garoto. Bons tempos...
Eram comuns na época escolas particulares com uma só sala. Os três primeiros anos do ensino fundamental eram ensinados dessa forma e como funcionava! O último ano (o quarto), a criança era encaminhada para o grupo escolar mais próximo para obter o diploma. Assim aconteceu comigo em 1945. Fiquei apenas alguns meses na escola de Dona Amélia. Meu pai conheceu o Professor Otávio, proprietário da Escola Paroquial São Judas Tadeu, e lá fui eu de malinha, tabuada e cartilha...
Os gibis foram minhas primeiras leituras. Gibi Mensal, O Globo Juvenil, Guri (cômico e mensal), Lobinho, além do tradicional Tico-Tico. Essas revistas entre outras, da época, valem hoje uma fortuna cada exemplar nas mãos de colecionadores. O meu e outros pais proibiam a leitura dessas revistas em quadrinhos. Os padres da época diziam que era pecado ler gibis. A molecada lia escondido. Os mais velhos emprestavam para os mais jovens e assim íamos aprendendo a ler e adquirindo cultura, apesar do preconceito bobo.
As professoras da época (pelo menos no meu caso e na minha escola) encaminhavam os alunos para uma leitura sadia. A biblioteca era dirigida para crianças até a adolescência. Ali travei conhecimento com Monteiro Lobato, Julio Verne, entre outros. Também li contos de fadas e fábulas.
Naquela época, não sei de onde vinham determinadas modas. De repente, a vez era colecionar tampinhas de garrafas (marcas diferentes), outras, cartelas vazias de maços de cigarros, bolinhas de gude coloridas estrangeiras (melosinhas como eram chamadas). Ah! E os circos e os parquinhos? Era uma verdadeira festa quando se instalavam na região. Geralmente, nas proximidades da Igreja São Judas Tadeu. “Eu era feliz e não sabia”, sábias palavras do saudoso Ataúlfo Alves.
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*J.Morgado é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. Morgado escreve quinzenalmente neste blog, sempre às sextas-feiras. E-mails sobre esse artigo podem ser postados no blog ou enviados para o autor, nesse endereço eletrônico: jgacelan@uol.com.br
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Bom dia amigos amigas do blog...
ResponderExcluirAlgo que não devemos jamais deixar morrer em nosso espírito, é aquela criança que um dia fomos, e que existia em nosso corpo. Era uma criança muito feliz, que pulava, ria e adorava brincar com tudo, jamais querendo se desfazer de seus brinquedos velhos. Quanta coisa fizemos em nossa infância, e que esquecemos depois, como pular amarelinha, rodar pião, voltar pra casa bem devagar em dias de chuva, chapinhando nas poças d'água, correr feito doido pelas calçadas, tocando campainhas e trepando em árvores. Como era gostoso roubar as jabuticabeiras dos vizinhos...
Vibrava quando ganhava brinquedos novos. Adorava brincar com tampinhas, soldadinhos de chumbo, caminhãozinho de madeira, bolinha de gude. Adorava brincar de médico, "examinando" as meninas... Sonhava ser médico só para poder tocá-las à vontade... Ainda bem que não fui... Amava de paixão jogar futebol de botão. Meu tricolor ganhava todas.
Essa criança não devemos deixar morrer jamais, devemos conservá-la dentro de nós, e passar sua imagem para nossos filhos e netos, ensinando que não devem deixar o adulto que vai aparecer sufocar esse espírito alegre e meio rebelde que toda criança tem. Se ela tentar fugir, devemos procurá-la. Se em determinada fase de nossa vida a perdermos de vista, devemos dela nos lembrar e ir buscá-la lá naquele poço onde a jogamos, e resgatá-la, porque a idosidade não deixa de ser uma volta ao passado....
E se nosso físico não nos permite pular corda, jogar futebol, brincar de "uma na mula", deixemos que nossa alma o faça, e nos sentiremos igualmente felizes. Obrigado, querido irmão J. Morgado por esse mergulho no passado.
Edward de Souza
Bom dia J. Morgado!
ResponderExcluirAssim você mexe com nossos sentimentos. Você, pintor de quadros, desta feita retratou o passado, onde a gente era feliz e não sabia. É engraçado como a gente vai lendo o texto e um filme passa em nossa memória. Acabamos nos lembrando de tantas e tantas coisas, maior parte delas ligadas à infância querida. Lindo J. Morgado!
Meu cumprimentos,
Paolo Cabrero - Itú - SP.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPrezado J. Morgado, dizia o poeta: "feliz é aquele que tem histórias pra contar". Belo relato de sua infância e do nosso São Paulo querido!
ResponderExcluirAbraços,
Laércio H. Pinto - São Paulo - SP.
Quantas recordações. Um sábado que promete boas coisas depois de ler essa crônica.
ResponderExcluirObrigado Sr. J. Morgado
Maria Monge
Mairinque - SP
Ôi J. Morgado!
ResponderExcluirTenho poucas lembranças, mas vou aprendendo, lendo seu texto, a guardá-las para relembrar com saudades no futuro. Gostei da sua crônica.
Mônica - São Caetano - Metodista
Olá Senhor J. Morgado...
ResponderExcluirO bom ao ler sua crônica é que passamos a conhecer um pouco da nossa cidade antigamente. Como devia ser gostoso poder andar livremente pelas ruas, sem medo de ser abordado por marginais, respirar ar puro, cada vez mais raro nos nossos dias e sentir a solidariedade de um aperto de mãos, de um bom dia, muito dificil hoje de se ouvir. As pessoas, nos dias atuais, se atropelam nas ruas em busca do pouco espaço e nem olham mais nos rostos das outras. A violência toma conta de cada canto dessa cidade grande, que tão linda em seus relatos, transformou-se em desumana nos dias atuais.
Obrigada pela linda crônica e um bom final de semana para o senhor...
Larissa - Cásper Líbero - SP.
Bom dia J. Morgado!
ResponderExcluirAcompanhei com interesse sua crônica e passei a imaginar. Quais seriam as lembranças da minha geração? O que teriam os meninos e meninas de hoje para recordar? Dos tempos em que ficavam enfiados 24 horas dentro de um quarto teclando? Ou se lembrarão do seu primeiro tênis Nike, cuja função era exibi-lo aos coleguinhas no Shopping? Poderão também se recordar do primeiro amor cibernético que tiveram, quando, beijando apaixonadamente a tela do velho computador, julgavam estar alí sua namorada primeira. Alguns terão tristes recordações. Dos tempos em que agrediam professores e professoras nas salas de aulas, ou usaram seu primeiro cigarro de maconha.
Por isso, o Senhor tem razão, ao bater no peito e dizer alto e bom tom: "eu era feliz e não sabia".
Beijos no coração,
Karina - Campinas - SP.
Até concordo com os comentários de algumas amigas sobre sua crônica, senhor Morgado, mas não vejo os tempos de agora tão ruins assim, como propagam. Do que se queixam, do modernismo atual? Gostariam de voltar a escrever naquelas velhas máquinas Remington ou Olivetti? Trocariam o carro por uma carroça, ou o celular por um berrante? O conforto de se ter em casa uma geladeira para conservar os alimentos e congelar as bebidas, uma bela TV de plasma 50, aparelhos sofisticados de som, DVD onde se assiste o filme que quer sem sair de casa não foram ganhos dessa época moderna? Os que se queixam aqui deveriam morar num rancho no mato, ser mordidos por pernilongos, mas não o fazem. Preferem dizer que tudo de bom aconteceu há 100 anos atrás. Não concordo com isso. Concordo sim com lembranças como as suas, senhor Morgado, que fala da sua infância feliz. Mas a minha, certamente será também feliz. Cada tempo no seu tempo.
ResponderExcluirBeijos a todos,
Cindy - São Caetano - Metodista
Olá meus amiguinhos e amiguinhas...
ResponderExcluirEu acabo de ler a crônica do J. Morgado e gostei. Mas não gostei dos comentários da Cindy. Vc está revoltada porque, Cindy? Não vi ninguém aqui no blog falar em modernismo, mas sim de lembranças. A Karina talvez seja seu alvo. Mas ela tem razão quando diz que nossa geração de hoje não terá muito que se lembrar. Não leu a crônica do J. Morgado? Ele fala dos tempos em que as pessoas podiam sair às ruas sem medo de violência, que crianças se divertiam nas ruas jogando bola, nadando em córregos e assim por diante. É real quando dizem que nossa geração não teve infância. Vivemos num mundo de informática, com conforto, concordo com vc, mas sem viver a vida como ela deveria ser vivida. De que valem todos esses bens que vc citou se a humanidade hoje vive trancada em casa, infeliz? Olha Cindy, vc é minha amiga, vou parar por aqui, onde se discute boas lembranças, não modernismo que só atrapalha a nossa vida e polue o meio ambiente!
Beijinhos,
Tatiana - Metodista
Tatiana e Cindy, vcs não se desgrudam e resolvem discutir aqui, no Blog do Edward? Calma meninas, as férias chegaram, vamos curti-las tomando sol na praia, paquerar, assim, também iremos armazenar boas lembranças, com as que o J. Morgado guardou do seu tempo. Sei, Cindy, que cada tempo e cada tempo, mas é preciso valorizá-los, do contrário....
ResponderExcluirBjos meninas e se acalmem, please!
Angélica - Santo André - Metodista
O desenho de uma gangorra ilustrando a matéria de hoje traz outras recordações. As férias em uma fazenda do interior paulista na década de 40. As crianças em férias escolares agrupavam-se em torno do tosco brinquedo, feito com machado e ferramentas rústicas. A algazarra e a disputa para “gangorrar”.
ResponderExcluirPaz. Muita Paz.
J. Morgado
Prezado J. Morgado, viu só o que arrumou? De suas ingênuas lembranças um quebra pau entre as garotas da faculdade. Esse blog é incrível, sempre arrumam uma polêmica. E está até interessante. Meus cumprimentos pela crônica, mas está na hora de sua intervenção, senão essas garotas se pegam no tapa...
ResponderExcluirAbraços,
Francisco Heitor - Franca - SP.
Pessoal, não estamos brigando, mas trocando idéias apenas. Sou jovem e não tenho cabeça de vento, como os mais velhos vivem dizendo de nossa geração. Apenas acho que é preciso viver o presente, o futuro é uma certeza e o passado, o nome diz. Não sou contra lembranças, tanto que adorei ler a crônica de J. Morgado, sou contra julgar que nossa geração não sabe viver, que tem conforto demais e por isso não terá recordações no futuro. Balela pura isso...
ResponderExcluirTatiana, queridinha, experimente vender seu carrinho importado e andar de madrugada a pé pelas ruas. Se sobreviver, terá boas lembraças para recordar.
Beijinhos a todos que vou ao clube me divertir um pouco. Lá armazenarei lembranças para contar aos meus netinhos!
Cindy - São Caetano - Metodista
Para ilustrar ainda mais a crônica de hoje transcrevo pela segunda vez a letra da música de Ataúlfo Alves, que o Edward chama de hino nacional e com toda a razão.
ResponderExcluirEu daria tudo que eu tivesse
Pra voltar aos dias de criança
Eu não sei pra que que a gente cresce
Se não sai da gente essa lembrança
Aos domingos, missa na matriz
Da cidadezinha onde eu nasci
Ai, meu Deus, eu era tão feliz
No meu pequenino Miraí
Que saudade da professorinha
Que me ensinou o beabá
Onde andará Mariazinha
Meu primeiro amor, onde andará?
Eu igual a toda meninada
Quanta travessura que eu fazia
Jogo de botões sobre a calçada
Eu era feliz e não sabia
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
senhorita cindy o jmorgado só falou da felicidade de ter sido feliz na sua infância e não falou nada da sua geração eou da geração de ninguém. o filinha relaxa.
ResponderExcluirum brasileiro - chapada dos viadeiros.
Senhor viadeiro, não lhe perguntei nada, portanto não seja intrometido. Pelo jeito que escreve, analfabeto, do contrário entenderia que eu não me referi ao senhor J. Morgado, a quem respeito e sempre gostei do que escreve, mas sim às alegações de algumas amigas que frequentam esse blog.
ResponderExcluirAgora vou me divertir, tem estranhos na conversa.
Cindy
jmorgado lendo sua crônica chorei de saudades da minha infância. como é bom descobrir na musica do saudoso ATAUNFO ALVES a felicidade de ter sido criança. mas minhas lembranças são muito boas também; como adorava garregar a mochila nas pescarias com meu amado pai, no pantanal também na companhia do meu velho em goias ah.....como fui feliz. obrigado jmorgado a sua crônica me fez muito feliz neste sábado, apesar de toda tecnologia.um abraço.
ResponderExcluirum brasileiro - chapada dos viadeiros.
senhorita cindy sou analfabeto mesmo assumido mas não sou mau, ah sou educado tabém. seja feliz criança.
ResponderExcluirum brasileiro chapada dos viadeiros.
Seu Juliano, eu ainda sou muito novo, mas já tenho saudade de quando era garotinho. Morei no pé da Serra do Mar. Quantas brincadeiras que não voltam mais.
ResponderExcluirAnderson
São Vicente - SP
Sêo Morgado, gostamo muito das suas lembrança. O Sací pergunta se o sinhor conhece o Chapado dos viadero. Ele só entra quando o sinhor comenta aqui. É amigo do sinhor?
ResponderExcluirZóim - Buteco do Sací - Pinda
J.Morgado
ResponderExcluirAdorei o seu artigo,e ele me fez recordar muito a minha infância que foi muito boa também. Como diz a Música recordar é viver "Mas só coisas como essas"
bjs
Jacira - SBC
sinhô saci pererê ocê nâo entra no blog todo dia num é? pois é tem comentário meu de matérias de outras pessoas também. não conheço o sr jmorgado. mas adoraria conhecer. tenho afinidades com o próprio, pois sou espírita também. um abraço sinhoooooooooô saci. ah gosto muito do seu jeito caipira.tchauuuuuu. o sinhô é curioso emmmmmm.
ResponderExcluirum brasileiro chapada dos viadeiros.
Sr. Zóim – Buteco do Sací – Pinda
ResponderExcluirÉ um prazer trocar figurinhas com tão graciosa figura. Depois de mais de seis meses escrevendo neste blog, tenho a impressão que conheço todos os que aqui fazem comentários.
Não sei se é o caso, mas você dá a impressão de freqüentar um daqueles butecos folclóricos e simpáticos na saída das pequenas cidades onde nos fins de semana, o pessoal da roça vai tomar umas e outras e dançar o catira e o fandango.
Em minhas viagens pelo Brasil, eu os vi muitos e os freqüentei. E pode acreditar “Seu Zóim” já acompanhei até boiada. Foi uma experiência maravilhosa. Um dia eu conto.
E por falar em Pinda, o trenzinho que leva turistas até Campos do Jordão ainda funciona?
Sempre a sua disposição
Abraço de um caipira para outro.
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Olá morgado, oi gente.
ResponderExcluirEu sou uma criança de apenas cinqüenta anos de idade.
Estou chegando agora, levei o maior susto a hora que eu li a sua crônica.
Pensei que você estava falando da minha infância.
Quase tudo que você fez eu também fiz, nadei pelado no córrego e brinquei de quase tudo o que você brincava.
A minha paixão era ler gibis, por sorte, ninguém proibia.
Vou imitar você.
Paz.Muita paz.
Padre Euvidio.
J. Morgado, que maravilha esse blog, que bela sua crônica. Por isso não deixo de visitá-los. Os assuntos mudam de uma forma surpreendente. O Edward nos deu um show com sua série, onde tivemos de tudo, fantasmas, espíritos, alhos, copos e pratos voando, enfim... E não estou ridicularizando a série não! De forma alguma. Sei bem desses casos paranormais e as explicações foram mais que suficientes pra tirar qualquer dúvida. É que o Edward, como todos vocês, dominam com maestria a arte de escrever, e isso faz com que o artigo ou crônica que escrevem, seja maravilhosa.
ResponderExcluirBjos pra todos e um bom domingo!
Roberta - Curitiba
Olá senhor J. Morgado!
ResponderExcluirEu gostei demais de sua crônica. Todos os dias eu venho aqui e só hoje estou comentando. Engraçado, senhor Morgado, sempre os jornalistas que escrevem aqui batem papo, participam, discutem, hoje só vi um comentário do Edward e outro do Padre Euvídio. Será que seus amigos o abandonado? Ou estão de folga no final de semana?
Abçs,
Margareth - Metodista - SBC.
Senhor J. Morgado!
ResponderExcluirPrimeiro dizer que amo tudo que o senhor escreve. Segundo, como hoje parece-me é o dia das broncas e queixas, quero deixar a minha. De tempos para cá parei de participar com meus comentários, juntamente com outras amigas. A razão é simples. Vocês escrevem uma crônica, ou artigo e a turma que entra aqui desvirtua tudo, principalmente o Padre Euvídio. Ele nunca comentou uma só das matérias desse blog. Ou aparece com gracinha ou quer falar de pererecas. Eu acho uma tremenda falta de respeito para quem escreve. Desculpe-me pelo desabafo, mas achei necessário!
Bom final de semana!
Martinha - SBC. (Metodista)
Margareth
ResponderExcluirSeja bem vindo ao blog em meu nome e de meus amigos.
Ninguém é de ferro. Provavelmente estão curtindo o fim-de-semana descarregando as tensões da semana finda.
Obrigado.
Um fraterno abraço
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Martinha
ResponderExcluirNão nos deixe. O Padre Euvídio é apenas um sábio irreverente. Tenho certeza que você acabará gostando dele.
Obrigada querida leitora
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
J. Morgado, o senhor é uma gracinha, sabia? Adoramos o senhor. Eu, minha irmã e minha mãe. Papai é piloto internacional de avião, nunca está em casa. Está hoje na Europa. Só falamos com ele por telefone quando está em hotéis. A mamãe é espírita e me pediu para mandar um abraço ao senhor e perguntar o dia que sai aquela coluna do senhor, sobre espiritismo. Eu tenho 16 anos, minha irmão 17 e a mamãe 39 anos.
ResponderExcluirMinha irmã é a Renata, eu sou a Carol e a mamãe é Leonor.
Um abraço para o senhor,
Carol
Olá Carol
ResponderExcluirUm abraço
Diga mamãe que minha matéria especial sobre espiritismo sai às sextas-feiras, a cada quinze dias. Na próxima sexta, dia 10, é dia. Comentem.
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá, Juliano, olá amigos e amigas do blog!
ResponderExcluirJamais deixaria de participar dos comentários a um artigo de Juliano Morgado! Tanto pela beleza do seu texto como pela maravilhosa pessoa que ele é! São palavras de vida, de compreensão da existência e da alma humana. São palavras de bondade e de esperança. São palavras de um homem extremamente culto, tolerante e afável. Por isso, muito, muitíssimo preciosas e raras, como pérolas.
E hoje, que belo e precioso baú de reminiscências você abriu para nós, Morgado! Que tempos felizes, alegres, plenos! A infância bem-vivida e aproveitada nos prepara para sermos mulheres e homens melhores.
Algumas das jovens que compartilham conosco este espaço de comunicação ainda não compreendem, pela tenra idade, que o fato de falarmos no passado e sentirmos saudade daqueles tempos não quer dizer que não apreciamos a nossa vida presente. Ao contrário, nossas recordações fazem parte da vida, assim como serão incorporadas na vida de todas as pessoas, com o passar dos anos.
Morgado é o nosso guru. O Mestre que semeia a PAZ. Mais não é preciso dizer!
Um abraço carinhoso e bom final de semana a todos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAmigos e amigas e os nem tanto.
ResponderExcluirPrezado Morgado...
Beleza, beleza, beleza...
Recordar é viver duas, três, quatro, mil vezes... Maravilha.
Seu relato nos conduziu à infância na querida São Caetano, com suas ruas de terra, olarias, pequenas fábricas de porcelana, as cavas da cerâmica, os ribeirões dos Meninos e Tamanduateí, onde à época nosso pai pescava uns lambaris, caras, bagres e havia o matão da Cerâmica para treinar nossos perversos estilingues nos coitados dos passarinhos. Tinha também muitas rãs (calma padre Euvideo, falei rã, não perereca) e que muitas vezes quebraram o galho da família no almoço no jantar. As únicas grandes indústrias eram a General Motors e a Cerâmica São Caetano.
Os estudos na Escola dos Padres - Sagrado Coração de Jesus - rua Niterói e no Grupo da Cerâmica, no bairro São José, hoje Raphael Pellegrino, na Estrada das Lágrimas.
Falo dos anos 40/50, caro Morgado. Você tem razão, a gente era feliz e não sabia.
As meninas de São Caetano que curtem este blog nem imaginam que a cidade era uma espécie de fazendola à época e que a suntuosa avenida Goiás era uma ruazinha estreita de paralelepípedos.
Ainda faço um artigo sobre a pequena São Caetano, seus personagens e curiosidades que fizeram dela uma Cidade de Primeiro Mundo.
Ainda na semana passada, morreu um de seus grandes persoangens: Cláudio Mussumeci (80 anos). Lembra dele Edward ?
Bons tempos, Morgado, bons tempos.
abraços
Oswaldo Lavrado - SBCampo
Olá Edward!
ResponderExcluirAtravés de blogamigos, chegamos aqui... Excelentes suas crônicas, parabens pelo blog, vc prende a atenção do leitor desde o princípio...
A vida passa e as lembranças vão escrevendo em nossa memória uma história, que pode ser representa em um livro, o livro que conta a vida de cada um… alguns com muitas histórias felizes outros nem tanto assim, mesmo que nem tudo seja um mar de rosas sempre sobrarm alguma lembrança boas não é mesmo?? rs
Parabens pelas 50 mil visitas, mereciderrimas... e que venham outras milhares pela frente, seu espaço merece!!!
Ótimo final de semana!
Professor João Paulo, eu fico muito agradecido, com o carinho, e a atenção que você atribui a minha pessoa.
ResponderExcluirConfesso-lhe que tão pouco tempo que a vossa excelência participa desse conceituado blog, e eu já estou encantado com a sua humildade sábia.
Se algum dia o destino cruzar as nossas estradas, eu terei o maior prazer de conhecê-lo pessoalmente, como também, confesso o interesse de conhecer pessoalmente o homem luz J. morgado.
Eu sou um devedor de vocês, pelo aprendizado que eu tenho adquirido com as suas elucidações.
Deus os abençoe.
Padre Euvidio.
Lembremo-nos de que o homem interior se renova sempre.
ResponderExcluirA luta enriquece-o de experiência, a dor aprimora-lhe as emoções e o sacrifício tempera-lhe o caráter. O Espírito encarnado sofre constantes transformações por fora, a fim de acrisolar-se e engrandecer-se por dentro.
Chico Xavier
Querida Martinha, muito obrigado pelo puxão de orelhas que você me deu.
ResponderExcluirEu não fiquei nem um pouco magoado com você.
Eu acredito que a sinceridade é umas das virtudes maiores que a pessoa pode ter.
Muitas vezes o sincero é crucificado.
Mais eu tenho a sã consciência, que se você ainda não agradou comigo, é por que você ainda não conhece a minha alma de criança.
Às vezes eu só quero quebrar o clima, e muitas vezes eu chego a ser bizarro.
Mas isso é a marca registrada da pessoa irreverente que eu quero demonstrar que sou.
A respeito das pererecas, eu te garanto que eu só conheço o anfíbio da família dos anuros.
Um padre não pode ir alem do que é permitido pelo juramento solene, feito aos pés da cruz.
Amem!
Padre Euvidio.
Bom dia, Sr. Morgado!
ResponderExcluirUm relato lindo esse seu da nossa São Paulo da garôa. E ainda tem pessoas perdendo tempo em discutir o sexo dos anjos aqui nesse espaço. A obrigação de todos é curvar-se diante desse seu relato, e parabenizá-lo por tão bela crônica.
Aceite meus cumprimentos!
Nilza R. Bertolazzi - São Paulo - SP.
Olá meu amigo
ResponderExcluirAqui, de um cantinho de Portugal,leio o que escreveu e me identifico muito com cada palavra. Nasci em Moçambique onde vivi até aos 33 anos!! Por força da história, mudei de hemisfério..mas,quando não se muda de alma, está tudo bem. Abraços Graça
Boa noite J.Morgado.
ResponderExcluirBelíssima crônica, e lendo o comentário do Edward foi possível voltar a infância.
Bons tempos quando éramos crianças,nossos brinquedos eram inventados por nós,cada um a sua maneira e criatividade,e nos sentíamos muito felizes apesar das dificuldades.
Tenho pena das crianças de hoje,muitas vezes lhe tiram até mesmo o direito de ser criança,de pular amarelinha,jogar bugalho,peteca,soltar pipa,bilboquê,entre outros.
Também pudera,os brinquedos são vendidos pronto e acabados,não há espaço para criação,o que torna uma chatice,acho que é por esse motivo que grande parte das crianças de hoje vivem frustradas,tristes e sem perspectiva,e pior,se tornam, adolescentes rebeldes e muitas vezes violento.
Parabéns pela belíssima crônica.
Ana Célia de Freitas.Franca/SP.