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O VÔO CEGO DAS METRÓPOLES
O VÔO CEGO DAS METRÓPOLES
Mergulhar no futuro desconhecido pode ser uma encantadora utopia. Podem-se construir os castelos que a imaginação alcança, adorná-los com grandes tesouros e edificar um mundo de confortáveis fantasias. Porém, com um pé na realidade do presente e um pouco de conhecimento do passado é preciso ser muito otimista para não imaginar a evolução e o agravamento do caos em que nos encontramos. Porque não há nenhum indicador, no momento, que permita sonhar com um Grande ABC livre de seus principais problemas nas próximas décadas. Pelo simples fato de que não existe esforço coletivo e tampouco mecanismos institucionais que permitam, ao menos, instituir um planejamento sobre a estrada que vamos percorrer logo mais à frente.
No início dos anos 70, a pequena redação do Diário do Grande ABC estava instalada na Rua Catequese, numa casa de quatro cômodos que já não existe mais. A poucos metros do terreno que abrigava as oficinas e escritórios do News Seller e onde seria construído o imponente edifício do jornal.
Numa tarde quente de verão lá apareceram dois leitores indignados. Eram Fernando Vitor de Araújo Alves e Jorge Ubirajara Cardoso Proença, moradores do bairro Eldorado, em Diadema. Eles acabavam de criar a Comissão de Defesa da Billings, uma entidade civil rara naqueles tempos de regime militar. A indignação de ambos era a transformação da represa, outrora um aprazível local de lazer, onde empresários da Capital construíram casas de veraneio às suas margens. Ali se praticavam esportes náuticos nos anos 50 e até mesmo uma incipiente indústria de construção e reparos de embarcações florescia. Porém, o crescimento vertiginoso da produção industrial da Grande São Paulo e a decisão de tecnocratas, abraçada pelo governo, de reverter o curso do Rio Pinheiros para jogar suas águas na Billings e, com isso, garantir o volume necessário para fazer girar as turbinas da Usina Henry Borden, de Cubatão, para produção de energia elétrica, destruira os melhores sonhos dos desencantados moradores do Eldorado. O paraíso agora estava sendo um verdadeiro inferno malcheiroso e impregnado de ratos, insetos com suas águas putrefatas do esgoto da região metropolitana.
Naqueles tempos não se falava em defesa do meio ambiente. O “milagre brasileiro” pulsava com intensidade nas chaminés das fábricas do Grande ABC com seus equipamentos obsoletos e poluentes, grande parte deles importados como sucata do primeiro mundo. O “eldorado”, para muitos, era transferir-se das zonas rurais e da seca inclemente dos Estados do Nordeste, de Minas, do Paraná e do interior para um local onde existiam muitos empregos.
Fernando Vitor e Jorge Ubirajara estavam na contramão da tendência generalizada daquele momento. Sentiam na própria pele que o “desenvolvimento” tão apregoado pelos defensores das chaminés acabaria por alcançar, mais tempo menos tempo, toda a sociedade. Eles eram as primeiras vítimas, porém muitas outras viriam.
Foi o que aconteceu. A poluição da Billings tornou-se de tal forma avassaladora e insuportável que, duas décadas depois, foi efetivamente enfrentada. E a Constituição Estadual de 1988 proibiu a reversão do Rio Pinheiros e o bombeamento dos esgotos para a represa. Porque se descobriu que o manancial tinha uma importância maior do que servir à produção de energia elétrica. As pessoas do Grande ABC e de parte da Grande São Paulo precisavam da represa como reservatório de água.
Na verdade, o bombeamento diminuiu, mas não cessou de vez. Ainda é utilizado nos dias atuais conforme decisões técnicas – ou tecnocratas – às quais a sociedade pouca informação recebe.
Ao mesmo tempo, ainda vai demorar para que as águas da Billings sejam consideradas livres da poluição. O adensamento populacional e a expansão irrefreada sobre as áreas de mananciais, no entorno da Billings, trouxeram outro problema, tão grave como o primeiro: agora, é o esgoto das precárias habitações construídas naquelas áreas de invasão quem compromete a represa, de vital importância para o suprimento de água para os mais de 2,5 milhões de habitantes da região.
A história da Billings ilustra o que acontece em praticamente todos os setores do Grande ABC e também nas periferias das regiões metropolitanas do País. Decisões de vida ou morte são tomadas em escalões onde a sociedade e a cidadania não têm acesso. Não que existam barreiras legais ou força militar que as impeçam. O que existe é uma apática distância entre os mecanismos institucionais de nosso regime democrático do cotidiano das pessoas.
Anel (in) Viário
O Grande ABC – como de resto toda a Grande São Paulo e as demais regiões metropolitanas - navega um vôo cego sem qualquer rumo planejado para o futuro. Existe um conflito natural entre a autonomia municipal e as questões regionais. Porque a água, a coleta e destinação dos esgotos, do lixo, o trânsito, a saúde, educação, habitação, o meio ambiente e até mesmo o lazer estão interconectados na região. Não há como tratar dessas questões de forma isolada, no âmbito municipal.
A represa Billings foi poluída sem que qualquer vereador ou prefeito pudesse opinar sobre seu destino. Assim está acontecendo com a construção do elo Sul do Anel Viário que vai despejar em Mauá o tráfego pesado de carretas e caminhões que atravessam o País de Norte a Sul, Leste a Oeste. Incompleto nesta primeira fase, ainda longe da Via Dutra e da Rodovia Ayrton Senna, fará com que a região importe um grave problema que hoje congestiona as marginais do Tietê e Pinheiros e também a Avenida Bandeirantes, na Capital.
Ainda nos anos 70 foi iniciada a obra de coletores de esgotos ao longo do Rio Tamanduateí e do Ribeirão dos Meninos. O projeto é retirar os despejos até agora jogados in-natura nesses afluentes do Tietê para tratá-los na Estação de São Caetano. Ocorre que ainda falta interligar a grande maioria das tubulações que neles deságuam para conectá-las aos emissários. Quando isso ira acontecer? Não há autoridade, em qualquer dos escalões administrativos capaz de responder à pergunta. Significa que a população da região ainda terá que conviver com seus principais rios poluídos durante muito tempo.
As Prefeituras não têm jurisdição sobre as águas e, conforme a Lei Orgânica dos Municípios estão impedidas de aplicar um único centavo na recuperação de seus rios. Soluções paliativas, aqui e ali, são adotadas como a canalização de córregos, algo como varrer o problema para debaixo do tapete.
Situações assemelhadas acontecem com a destinação final do lixo. Cada qual procura resolver à sua maneira. Ocorre que São Caetano já não dispõe, a muito tempo, de espaço para tratar seus próprios resíduos. Por enquanto, se socorre de Mauá, mas até quando? Na divisa da Zona Leste da Capital com Mauá a construção de um novo aterro sanitário está tirando o sono dos moradores das imediações.
Nos tempos antigos, um “slogan” era muito conhecido dos paulistas. O de que “São Paulo não pode parar”. Até que o engenheiro José Carlos de Figueiredo Ferraz, um competente urbanista transformado em interventor da Prefeitura paulistana pelo governo militar teve a lucidez de contrariar a corrente ufanista e declarar que São Paulo precisava sim, parar. Para pensar e para planejar seu futuro. Não é diferente com o Grande ABC e com as outras regiões do país que se industrializam. O Consórcio Intermunicipal e a Agência do Grande ABC jamais conseguiram ordenar nem mesmo uma pauta de prioridades para o futuro regional. Não se pode, a bem da Justiça, penalizar os prefeitos e técnicos que formaram os quadros dessas duas instituições. Porém a raiz do problema é que elas não dispõem de autonomia legal, institucional e nem mesmo de recursos para enfrentar aquela que seria sua verdadeira missão.
Nosso “eldorado” tupiniquim ufana-se de ser o terceiro maior mercado consumidor do País. Recuperou seu pulsar desenvolvimentista após o susto e a desconstrução da década de 90. Vivemos o céu e o inferno nos últimos 30 anos. E ainda não paramos para pensar como serão os próximos 30. No momento, preocupa a população os problemas da saúde, da violência e o congestionado trânsito de nossas ruas e avenidas além da falta de transporte coletivo com dignidade.
Mas alguém já parou para pensar que esses problemas – sentidos no dia-a-dia das pessoas – são apenas a ponta de um gigantesco iceberg? Que não se resolvem com medidas isoladas deste ou daquele Município?
É razoável pensar que nada vai mudar enquanto a sociedade, cada cidadão, não se preocupar em formar uma massa crítica e se organizar politicamente para exigir mudanças. E são mudanças profundas que devem começar com uma revisão da Constituição Federal. As regiões metropolitanas e suas subdivisões (no caso, o Grande ABC é formalmente a Região Sudeste da Grande São Paulo) precisam deixar o papel e passar a existir de fato e de direito. No regime militar, ainda nos anos 70, foram criadas no âmbito do Governo do Estado a Secretaria de Negócios Metropolitanos, a Emplasa – empresa pública destinada ao planejamento - o Consulti - Conselho Consultivo da Grande São Paulo e o Codegran, Conselho de Desenvolvimento. Formulações teóricas e tecnocratas que serviram, tão somente, para acomodar apadrinhados políticos.
Há um conceito generalizado de que a classe política é o espelho da sociedade. E será melhor ou pior conforme a cidadania tiver ou não interesse em assumir as rédeas de seu próprio destino. Para que o Grande ABC possa evitar a repetição de erros como o da represa Billings – que, infelizmente, ainda ocorrem em todos os rincões do País – e construir seu futuro será necessário um novo despertar de seus habitantes. Que os seres humanos acordem, deixem de ser autômatos e escravos da noção de que progresso é apenas e tão somente dinheiro. Afinal de que vale um bom emprego se o acesso a ele, desde o momento em que se deixa a residência com destino ao trabalho é uma perigosa aventura? Uma partida onde não se têm certeza da volta? Uma verdadeira maratona diante do caos do trânsito, da epidemia egocêntrica do individualismo, sob o terror da criminalidade cada vez mais violenta? Estamos todos embarcados numa grande nave espacial que faz vôo cego. Os que podem, andam escondidos atrás de vidros escuros, recolhidos no interior de carros blindados. Ofuscados pela reluzente ilusão dos shopping-centers cada vez mais sofisticados. Uma precária e fútil sensação de segurança que faz lembrar, para quem tem alguma consciência, a precariedade social da decadente qualidade de vida em que, apáticos, estamos inseridos.
Os pivetes colocados à margem da ilusória opulência de uma sociedade apartada do coletivo e, portanto, sem compromissos com a cidadania, estão à espreita, destilando fel em seus corações, nas esquinas e nos cruzamentos de nossos caminhos. Desprezamos os erros do passado e não temos nenhuma noção para onde estamos indo como coletividade. Porque, ao abrir mão da cidadania, não valorizamos a democracia – tão arduamente conquistada através de muitas lutas e até mesmo através do sangue dos resistentes – e não nos damos ao luxo de ir perguntar e aprender, nos países desenvolvidos, o que podemos fazer para construir o cenário que vamos deixar para as futuras gerações. Oxalá por elas sejamos perdoados.
A represa Billings foi poluída sem que qualquer vereador ou prefeito pudesse opinar sobre seu destino. Assim está acontecendo com a construção do elo Sul do Anel Viário que vai despejar em Mauá o tráfego pesado de carretas e caminhões que atravessam o País de Norte a Sul, Leste a Oeste. Incompleto nesta primeira fase, ainda longe da Via Dutra e da Rodovia Ayrton Senna, fará com que a região importe um grave problema que hoje congestiona as marginais do Tietê e Pinheiros e também a Avenida Bandeirantes, na Capital.
Ainda nos anos 70 foi iniciada a obra de coletores de esgotos ao longo do Rio Tamanduateí e do Ribeirão dos Meninos. O projeto é retirar os despejos até agora jogados in-natura nesses afluentes do Tietê para tratá-los na Estação de São Caetano. Ocorre que ainda falta interligar a grande maioria das tubulações que neles deságuam para conectá-las aos emissários. Quando isso ira acontecer? Não há autoridade, em qualquer dos escalões administrativos capaz de responder à pergunta. Significa que a população da região ainda terá que conviver com seus principais rios poluídos durante muito tempo.
As Prefeituras não têm jurisdição sobre as águas e, conforme a Lei Orgânica dos Municípios estão impedidas de aplicar um único centavo na recuperação de seus rios. Soluções paliativas, aqui e ali, são adotadas como a canalização de córregos, algo como varrer o problema para debaixo do tapete.
Situações assemelhadas acontecem com a destinação final do lixo. Cada qual procura resolver à sua maneira. Ocorre que São Caetano já não dispõe, a muito tempo, de espaço para tratar seus próprios resíduos. Por enquanto, se socorre de Mauá, mas até quando? Na divisa da Zona Leste da Capital com Mauá a construção de um novo aterro sanitário está tirando o sono dos moradores das imediações.
Nos tempos antigos, um “slogan” era muito conhecido dos paulistas. O de que “São Paulo não pode parar”. Até que o engenheiro José Carlos de Figueiredo Ferraz, um competente urbanista transformado em interventor da Prefeitura paulistana pelo governo militar teve a lucidez de contrariar a corrente ufanista e declarar que São Paulo precisava sim, parar. Para pensar e para planejar seu futuro. Não é diferente com o Grande ABC e com as outras regiões do país que se industrializam. O Consórcio Intermunicipal e a Agência do Grande ABC jamais conseguiram ordenar nem mesmo uma pauta de prioridades para o futuro regional. Não se pode, a bem da Justiça, penalizar os prefeitos e técnicos que formaram os quadros dessas duas instituições. Porém a raiz do problema é que elas não dispõem de autonomia legal, institucional e nem mesmo de recursos para enfrentar aquela que seria sua verdadeira missão.
Nosso “eldorado” tupiniquim ufana-se de ser o terceiro maior mercado consumidor do País. Recuperou seu pulsar desenvolvimentista após o susto e a desconstrução da década de 90. Vivemos o céu e o inferno nos últimos 30 anos. E ainda não paramos para pensar como serão os próximos 30. No momento, preocupa a população os problemas da saúde, da violência e o congestionado trânsito de nossas ruas e avenidas além da falta de transporte coletivo com dignidade.
Mas alguém já parou para pensar que esses problemas – sentidos no dia-a-dia das pessoas – são apenas a ponta de um gigantesco iceberg? Que não se resolvem com medidas isoladas deste ou daquele Município?
É razoável pensar que nada vai mudar enquanto a sociedade, cada cidadão, não se preocupar em formar uma massa crítica e se organizar politicamente para exigir mudanças. E são mudanças profundas que devem começar com uma revisão da Constituição Federal. As regiões metropolitanas e suas subdivisões (no caso, o Grande ABC é formalmente a Região Sudeste da Grande São Paulo) precisam deixar o papel e passar a existir de fato e de direito. No regime militar, ainda nos anos 70, foram criadas no âmbito do Governo do Estado a Secretaria de Negócios Metropolitanos, a Emplasa – empresa pública destinada ao planejamento - o Consulti - Conselho Consultivo da Grande São Paulo e o Codegran, Conselho de Desenvolvimento. Formulações teóricas e tecnocratas que serviram, tão somente, para acomodar apadrinhados políticos.
Há um conceito generalizado de que a classe política é o espelho da sociedade. E será melhor ou pior conforme a cidadania tiver ou não interesse em assumir as rédeas de seu próprio destino. Para que o Grande ABC possa evitar a repetição de erros como o da represa Billings – que, infelizmente, ainda ocorrem em todos os rincões do País – e construir seu futuro será necessário um novo despertar de seus habitantes. Que os seres humanos acordem, deixem de ser autômatos e escravos da noção de que progresso é apenas e tão somente dinheiro. Afinal de que vale um bom emprego se o acesso a ele, desde o momento em que se deixa a residência com destino ao trabalho é uma perigosa aventura? Uma partida onde não se têm certeza da volta? Uma verdadeira maratona diante do caos do trânsito, da epidemia egocêntrica do individualismo, sob o terror da criminalidade cada vez mais violenta? Estamos todos embarcados numa grande nave espacial que faz vôo cego. Os que podem, andam escondidos atrás de vidros escuros, recolhidos no interior de carros blindados. Ofuscados pela reluzente ilusão dos shopping-centers cada vez mais sofisticados. Uma precária e fútil sensação de segurança que faz lembrar, para quem tem alguma consciência, a precariedade social da decadente qualidade de vida em que, apáticos, estamos inseridos.
Os pivetes colocados à margem da ilusória opulência de uma sociedade apartada do coletivo e, portanto, sem compromissos com a cidadania, estão à espreita, destilando fel em seus corações, nas esquinas e nos cruzamentos de nossos caminhos. Desprezamos os erros do passado e não temos nenhuma noção para onde estamos indo como coletividade. Porque, ao abrir mão da cidadania, não valorizamos a democracia – tão arduamente conquistada através de muitas lutas e até mesmo através do sangue dos resistentes – e não nos damos ao luxo de ir perguntar e aprender, nos países desenvolvidos, o que podemos fazer para construir o cenário que vamos deixar para as futuras gerações. Oxalá por elas sejamos perdoados.
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*Édison Motta, jornalista e publicitário é formado pela primeira turma de comunicação da Universidade Metodista. Foi repórter e redator da Folha de S.Paulo e Jornal do Brasil; editor-assistente do Estadão; repórter, chefe de reportagem, editor de geral (Sete Cidades) e editor-chefe do Diário do Grande ABC. Conquistou, com Ademir Médici o Prêmio Esso Regional de Jornalismo de 1976 com a série “Grande ABC, a metamorfose da industrialização”. Conquistou também o Prêmio Lions Nacional de Jornalismo e dois prêmios São Bernardo de Jornalismo, esses últimos com a parceria de Ademir Médici, Iara Heger e Alzira Rodrigues. Foi também assessor de comunicação social de dois ministérios: Ciência e Tecnologia e da Cultura. Atualmente dirige sua empresa Thomas Édison Comunicação.
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ResponderExcluirQueridas amigas e amigos, grande jornalista e dileto amigo Édison Motta: comecei meu dia, depois de uma madrugada de fechamento de edição, apreciando o show de inteligência, lucidez, boa-informação, domínio do tema e brilho no texto -- tudo isso e mais um pouco -- que definem sob diferentes óticas seu artigo. Jornalismo é isso! É luta sim, gente! É profissão para rebeldes e edificadores. Gente bem comportada e dócil pode encontrar outras profissões dignas e respeitadas, farão bem seu papel. Mas se optarem pelo jornalismo serão péssimos profissionais. Édison Motta é um exemplo disso. Seu artigo neste blog é auto-explicativo para se entender o que estou dizendo. Sua rebeldia, não a rebeldia barata dos inconsequentes, ou dos incultos que se vestem "diferente" achando que são contestadores, explode aqui com todo o vigor. Nem por isso cai no panfletismo. A paixão é controlada pelo bom-senso e pela lógica. Orgulho-me ao ler meu amigo de tantos anos e que certa vez tentei levar para ser repórter da Globo, quando eu lá era chefe de reportagem. Já naquele tempo eu estava certo, sabia, desculpem a imodéstia, escolher as pessoas. Você lembrou do velho e grande Fernando Vitor. Foi fonte diária de toda mídia do ABC, incluindo nossa Sucursal do Estadão e Jornal da Tarde. Durante os 4 anos da minha gestão na Sucursal não ficamos uma única semana sem receber a visita do Vitor, que chegava cheio de pastas, papéis, mapas, documentos, nos documentando para as denúncias em defesa do meio ambiente. Certo dia Vitor foi assassinado, crime passional, numa chácara onde tinha ido morar. A Billings perdia seu grande advogado e defensor. Recentemente aqui mesmo neste blog comentamos meio de passagem os estragos que este anel viário está fazendo e ainda vai fazer na Grande São Paulo. Os fiapos de Mata Atlântica que ainda restam vão desaparecer, não tem jeito. Como as margens dos mananciais desapareceram. Lembro-me dos tempos da Sucursal do Estadão, da Emplasa e tudo aquilo mais que Édison lembrou. A gente olhava fotos aéreas e constatava a lei de proteção indo para o esgoto, no sentido literal. Não sobrou um metro de terra protegendo as águas, está tudo cercado de construções, que despejam merda, merda mesmo, nas águas que precisamos para beber e que poderiam ser também para a recreação de uma população desprovida de pequenos prazeres, indispensáveis à vida. Parabéns meu querido amigo-irmão Édison Motta. Que bom que você voltou com seu brilho para este nosso canto, ilha de inteligência no mundo dos blogs idiotas.
ResponderExcluirMilton Saldanha
Bom dia meus amigos e amigas deste blog! Percebam que o amigo-irmão e brilhante jornalista Édison Motta trouxe ao blog nesta terça-feira um dos mais belos textos aqui publicados. E não se trata essa matéria apenas da Represa Billings que, muitos pode ser que não saibam, é o maior manancial de água doce do Estado de São Paulo, mas de outros problemas que hoje afligem a população de todo o Mundo.
ResponderExcluirÉdison Motta lembra com propriedade as obras do anel viário que deve prejudicar em demasia a cidade de Mauá, que vai receber o tráfego pesado de carretas e caminhões que atravessam o País de Norte a Sul, Leste a Oeste. Ou seja, o ABC vai importar um problema antes apenas de São Paulo.
O jornalista sacode a população, pedindo que acorde para todos esses graves problemas que atingem nossas cidades, como a coleta e destinação dos esgotos, do lixo, o trânsito, a saúde, educação, habitação, o meio ambiente e até mesmo o lazer, prejudicado com a poluição de nossos rios e represas.
Transcrevo aqui o e-mail que enviei ao Édison Motta logo pela manhã na íntegra: "Prezado amigo-irmão Édison Motta, belíssimo texto e um assunto palpitante, que me lembrou as idas à Represa Billings no Riacho Grande, cobrindo pela Rádio Globo-CBN as constantes mortandades de peixes com o envio dos esgotos do Rio Pinheiros para aquela região. Tenho comigo um caderno enorme, com mais de 500 páginas escrito pelo José Contreras Castilho, ecologista. Antes que se tornasse livro, e não sei se isso aconteceu, Contreras me brindou com esses rascunhos, inclusive me entregando autografado. É maravilhoso, e tem testemunhos de
muitos amigos jornalistas sobre o descaso com que nossas autoridades tratavam e tratam, a represa Billings, entre eles, Petrolli e Ademir Medici.
Estou com esse rascunho de livro nas mãos nesse momento, lendo capítulos fascinantes desde a criação da Billings, há 84 anos, como dos primeiros relatos da poluição que começou, aos poucos, a destruir o maior manacial de água doce do Estado de São Paulo. Sem dúvida, tenho uma relíquia nas mãos, datada de 1990. Vou ver se, no decorrer do dia eu consigo postar alguns capítulos desse livro.
Um forte abraço a todos!
Edward de Souza
Olá meu irmão Motta
ResponderExcluirLindo (se não fosse trágico), lúcido, abrangente e responsável esse artigo. Só um jornalista com sua visão e experiência poderia descrever e mostrar os estragos que a falta de planejamento ocasionam ao meio-ambiente.
Lembro-me da Represa Billings da década de 50 quando ali ia fazer minhas pescarias. Para chegar a Riacho Grande ou ao bairro de Eldorado, era uma pequena aventura. Mochila e apetrechos para acampamento. Traíras, bagres, acarás, lambaris, carpas, canivetes etc. A paisagem era linda. Se fôssemos para o Alto da Serra, também chamado de Rio das Pedras, ouvíamos os sabiás cantarem o dia todo. Pela manhã e a tarde os Inhambus, urus... Vez outra um veado ou outro animal silvestre se mostravam graciosos.
No início da década de 70, uma peste de abateu sobre toda a região. O nome que deram para isso foi “Poluição”. Eu a chamei de outra coisa; “Descaso”, ou interesses escusos. “Que se dane a natureza desde que eu encha os bolsos”. Tenho certeza que é assim que pensam os gananciosos.
Minha primeira reportagem turística, no Diário do Grande ABC, foi sobre o bairro de Riacho Grande e seu potencial turístico. Já na época eu alertava sobre a poluição.
Como disse o Milton Saldanha, o anel rodoviário ora em construção, trará mais prejuízos ao meio ambiente. Se houve um planejamento consciente, os estragos poderão ser minimizados. Mas, as empreiteiras envolvidas da obra, estão interessadas em preservar alguma coisa?
Esta é a primeira parte de meu comentário.
J. Morgado
Bom dia Édison Motta!
ResponderExcluirRealmente, uma das melhores matérias já apresentadas aqui neste blog, concordo com o Edward e com o Milton Saldanha. Tenho guardado comigo um documento redigido pela ONU, em 22 de março de 1992, intitulado Declaração Universal do direitos da Água, cujo primeiro item menciona o seguinte: “A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão, é plenamente responsável aos olhos de todos”. Já no item 5 temos: “A água não é somente herança de nossos predecessores, ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras”.
Destacamos ainda o item final: “O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra”. Ao que parece, as boas intenções demonstradas anteriormente estão seriamente ameaçadas, Édiso, Edward, Milton e amiguinhas(os) do blog.
Se não houver uma conscientização, seguida de uma grande mobilização daqueles que realmente se interessam pela causa ambiental, corremos o risco de ver, muito mais cedo do que imaginamos, grandes corporações loteando os mercados mundiais de água. E o pior é saber que experiências desse tipo já aconteceram, trazendo muitas vezes resultados calamitosos.
Em Atlanta (Estados Unidos), a Empresa Suez ganhou contrato de 20 anos, cancelado em apenas 3, porque aumentava o preço de seus serviços, sem realizar os investimentos prometidos. Esta mesma empresa, pelos mesmos motivos, também teve que se retirar de Manila (Filipinas) e Buenos Aires (Argentina).
O Governo do Canadá foi processado pela companhia Sunbelt, que pediu indenização de 600 milhões de dólares por supostos prejuízos com a suspensão da exportação de água dos Grandes Lagos, uma das principais fontes de água potável em toda América do Norte. É bom saber que o governo canadense proibiu a exportação maciça de água através de caminhões, navios ou canais de derivação a partir da constatação da Comissão Internacional sobre Águas Limítrofes de que somente 1% das águas dos Grandes Lagos é renovável. Esse, por certo, outro grave problema a nos afligir. Precisamos ficar alertas, como o Édison disse me seu texto. A população tem que acordar, antes que nosso Planeta sofra consequências irreparáveis.
Beijos a todos vocês, e mais uma vez meus cumprimentos pelo texto, Édison Motta!
Karina - Campinas - SP.
Ôi Édison Motta, Edward de Souza e pessoal do blog. Sabe, é incrível, mas até hoje, em pleno século 21, o ABC não possui um sistema de coleta de esgoto, e não é por falta de uma estação de tratamento. A ETE-ABC, construída pela Sabesp, na divisa de São Paulo e São Caetano, recebe apenas 2% do esgoto da região. O resto vai para os rios. Nós temos as redes que tiram o esgoto de nossas casas, mas não temos nada que o leve até a estação de tratamento. É como se uma casa tivesse torneiras, mas não canos que as ligassem à caixa d’água. A Sabesp tem planos para fazer esses coletores, mas são obras caras e difíceis de executar. Enquanto isso, os rios ficam irremediavelmente poluídos. Não são apenas materiais orgânicos que são jogados lá, mas poluentes químicos vindos das indústrias e das residências. Planos para recuperação existem, mas são para longuíssimo prazo. lamentável.
ResponderExcluirExcelente artigo, que sirva para concientizar nossas autoridades e acordar a tempo nosso povo.
Beijos,
Liliana Diniz - Santo André - FUABC
Olá Motta
ResponderExcluirAqui estou outra vez.
Os loteamentos e conseqüentes construções as margens da Represa Billings, precisam ser revistos imediatamente. É um problema social de difícil solução. Mas, se o governo está gastando bilhões para fazer o anel rodoviário poderia gastar um pouco mais, instalando esgotos e o tratamento em todos os bairros ou vilas que se fincaram “ilegalmente” e proibindo rigorosamente a construção de qualquer edificação.
J. Morgado
Motta, meu irmão
ResponderExcluirMais comentários. A Represa Billings estava poluída em 1983 quando o Tâmisa, na Inglaterra, depois de uma bem sucedida operação de despoluição começou a ser freqüentada por diversas espécies de peixes.
O Senna, na França, em plena Paris é comum se ver pescadores em suas margens.
Os dois rios são aproveitados para transporte de carga e passageiros. Você já imaginou o Tietê, transportando passageiros da Zona Leste para a Zona Oeste e visse versa? Quem sabe daqui uns 50 anos!
Na década de 40, meu tio me levava até o Tamanduateí, em pleno Parque D. Pedro II e ali fazíamos gostosas pescarias!
A culpa? De todos os governos que passaram por este nosso País, sejam eles federais, estaduais ou municipais.
Como já disse a ganância aliada à falta de aplicação na educação e cultura desta tão sofrida Nação, deixou o povo à deriva. O resultado aí está!
Aqui na Baixada Santista, os prefeitos se reúnem mensalmente, para resolverem os problemas comuns – transporte, lixo, poluição, esgoto... Mas a maldita burocracia (interesse dos cartéis) atravanca qualquer medida.
J. Morgado
Em 22 de março de 1992, a ONU redigiu a "Declaração Universal dos Direitos da Água".
ResponderExcluir01- A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão, é plenamente responsável aos olhos de todos.
02- A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura.
03- Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.
04- O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
05- A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
06- A água não é doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
07- A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
08- A utilização da água implica em respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
09- A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica sanitária e social.
10- O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
Abçs,
Maria Paula Fonseca - Barbacena/MG
Boa tarde, amigos!
ResponderExcluirCumprimentos ao Édison Motta por provocar tão importante, necessária e urgente discussão. Acredito que somente uma pressão da sociedade organizada pode mudar a feição desse problema. Temos que aprender a fazer valer os nossos direitos de cidadãos. Uma só voz não é ouvida, mas muitas vozes tornam o grito mais forte, capaz de transformar a realidade. Todas as vezes que a sociedade se organiza há resultados. E então? A vida é que está em jogo...
Ah! Aproveito para lembrar aos amigos do blog do Edward que votem no Prêmio Top Blog, já que este espaço de comunicação tão querido por todos nós está entre os favoritos. Votem! Queremos ganhar o prêmio! Afinal, este é ou não é o melhor blog de comunicação profissional do Brasil? A resposta está com vocês. Não esqueçam de votar!
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ResponderExcluirOlá Édison Motta, Edward de Souza e amigos!
ResponderExcluirpermitam-me acrescentar o que penso sobre essa "Declaração Universal dos Direitos da Água", citadas aqui pela maria Paula de Barbacena, linda cidade que conheço, aqui em Minas:
1): "A água não é doação gratuita da natureza;" discordo da expressão "gratuita" com conotação econômica quando, na verdade, a Terra não cobra e nem pratica a gratuidade dentro das visões política e econômica que a civilização impõem sobre ela.
Onde a terra não cobra financeira e econômicamente não há como falar em gratuidade. Esse pensamento restrito, menor, advem da influência capitalista que é um "sistema" e não uma ordem natural e da "natureza" em sua forma de ser!
2): "ela tem um valor econômico."
Tal valor econômico é a humanidade que lhe dá em razão de seus sistemas de exploração mercantilista! Se for praticada a verdadeira solidariedade social a água, em seu estado natural, nunca seria cobrada e a responsabilidade social faria com que cada um a usasse parcimoniosamente e apenas dentro do respeito ao bem de todos e naquilo que servisse a todos, sem abusos e apropriações para enriquecimento ilícito, imoral ou antiético.
3): "....necessidades de ordem econômica, sanitária e social".
O subconsciente ou inconsciente coletivo sempre trai aqueles que redigem declarações e códigos, já que deixam escapar seus sentimentos mais profundos e arraigados. Surge aí, e por isso, a colocação de apenas três ordens, dentre elas, primeiro, a "econômica", em segundo a "sanitária" e por último a "social". Mais ainda. Eu não concordo com, SMJ, e inverteria, substituindo, pelo menos, assim: necessidades "vitais", "sociais" e "planetárias", omitindo a econômica, já que seu uso deverá, sempre, estar contido dentro do verdadeiro espírito social e com responsabilidades para com a vida e o planeta. Justo o econômico tem sido a razão maior pela qual agridem a natureza, a exaurem, a poluem, e a exploram irresponsavelmente.
Cabe toda uma tese sobre isso mas aqui não é hora nem lugar para tal.
Obrigada...
Daniela - Universidade Federal de Juiz de Fora/MG
Amigo Professor João Paulo, a Nivia acaba de nos alertar. Recebemos nesse momento o aviso de que estamos entre os favoritos para receber o grande prêmio comunicação. Para votar é simples. Do lado esquerdo do blog, professor, tem um selo com o nome Top Blog, abaixo da velha máquina de escrever. Por favor, clique nesse selo. Vai abrir nosso blog e duas linhas para preencher, coisa rápida. Faça isso e clique em votar. Depois irá receber um e-mail em sua caixa de mensagens. Confirme. Pronto. E peça a amigos e amigas para fazerem isso. Estamos pertos do primeiro lugar em comunicação entre blogs famosos.
ResponderExcluirAbraços...
Edward de Souza
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Édison Motta e Edward!
ResponderExcluirFiquei encantada com este texto. O Édison some, mas quando aparece vem para arrebentar a boca do balão. Quem sou eu para emitir um comentário entre esses cobras da comunicação. Mas fico feliz em ler um artigo de peso como esse, que traz à tona toda a destruição de nossas represas, rios e matas. É preciso sim reagir e mostrar que nós, brasileiros e brasileiras, temos sangue nas veias. Meus cumprimentos, Édison.
Edward, eu já havia votado no blog, acho que não aceitam nova adesão, estou errada? Se puder me avise que volto lá e voto novamente, adoro esse blog! Sem dúvida, como disse a Nivia, é o melhor blog de comunicação profissional do Brasil.
Bjos,
Maria Luiza Cavalcanti - Franca - SP.
Queridos amigos e amigas do Blog
ResponderExcluirQue satisfação perceber que, à parte do artigo, os comentários aqui postados são verdadeiras aulas sobre o tema. Não há compensação maior do que sentir a repercussão instantânea de nossas idéias. Fico feliz, muito feliz, com a participação de todos.
Não posso deixar de agradecer as palavras emocionadas e cheias de carinho do amigo e irmão Milton Saldanha. É verdade que ele me convidou para trabalhar na Rede Globo quando foi chefe de Reportagem em São Paulo. Depois, a coisa não prosperou. Imaginem que, no mesmo dia em que compareci para fazer um teste lá se encontrava um jovem alto, elegante, com uma mecha branca no cabelo. Era nada mais, nada menos, do que o William Bonner. Que, acredito, também passou pelo crivo do mestre Saldanha.
Morgado: amigo de fé, irmão camarada. É verdade. Suas matérias no Diario do Grande ABC foram as primeiras que valorizaram o entorno da Billings e suas atrações naturais. Sua vivência na região, no País e no mundo muito contribui com esta escola mágica da internet proporcionada pelo Blog do Edward e seus amigos jornalistas.
A todos que participam do debate fica uma consciência unânime: precisamos nos mexer, conscientizar as novas gerações.
Há um movimento orquestrado mundialmente pelos grandes interesses econômicos para privatizar a água sob o pretexto de cuidar da destinação dos esgotos. Precisamos ficar atentos.
Voltarei mais tarde. O debate está empolgante,
Abraços,
édison motta
EM TEMPO: Não esqueçam de votar no Blog para o Top. Afinal, somos ou não somos o Top?
EM TEMPO II - Para quem puder acompanhar, estou diariamente na TV Sehal (www.sehal.com.br) entre 17 e 18 hs, ao vivo, ao lado do amigo Wilson Bianchi comentando as principais notícias do dia e divulgando este valoroso Blog.
Ôi Édison e Edward! Ainda estamos em férias, mas gostaria de lhes passar o que a Universidade Metodista de São Paulo fez no dia 30 de março passado, quando a Billings comemorava 84 anos. Será que posso transcrever na íntegra o que foi publicado por nosso jornal? Bem.... Vou tentar, acompanhem, por favor:
ResponderExcluirO maior reservatório de água da região Metropolitana de São Paulo fez 84 anos na última sexta-feira (27). Criada para ser um reservatório para a geração de energia, a represa se transformou em um dos principais fornecedores de água para os municípios de Ribeirão Pires, Diadema, Rio Grande da Serra, São Bernardo do Campo, Santo André e São Paulo.
Apesar de ser resguardada pela Lei de Proteção dos Mananciais, o reservatório sofre com a ocupação irregular. Atualmente, vivem 700 mil pessoas próximas aos arredores, o que vem causando problemas ambientais devido ao lançamento de esgotos domésticos e o desmatamento de áreas verdes.
Recentemente, foi divulgado um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), que detectou poluentes bem acima do permitido pelas leis ambientais. A pesquisa foi realizada de setembro de 2007 a maio de 2008 e encontrou 95 diferentes substâncias. Entre as que foram estudadas, algumas tiveram índices muito acima dos parâmetros tidos como aceitáveis, como é o caso do metal alumínio, associado ao desenvolvimento do mal de Alzheimer nos seres humanos; os cianetos, ligados a danos na tireóide e ao sistema nervoso; o clorofórmio, suspeito de ser cancerígeno; coliformes termotolerantes, que contém bactérias e vírus. A que mais chamou atenção foi o chumbo, que atingiu valores 100 vezes acima do estabelecido.
No ano passado, o governador do Estado de São Paulo, José Serra, assinou o projeto de Lei Específica da Billings, que pretende reduzir 73% dos resíduos poluentes despejados na represa. A proposta de diretrizes urbanas visa à legalização e urbanização das moradias existentes, preservação da cobertura vegetal e ampliação da fiscalização, em parceria com os municípios banhados pelo reservatório.
No dia 16 de maio, a Billings receberá (recebeu) a ação “Dia Mais Cidadania Metodista” promovida pela Universidade Metodista de São Paulo. Com o tema “A Billings vive com você”, a ação contará (contou) com atividades de aprendizado sobre o meio ambiente e seletiva de lixo na represa. A ação terá (teve) a participação dos alunos da Metodista.
Essa votação, Édison e Edward, na Assembléia me parece que ocorreu no final de junho agora e não virou nada, pelo que fomos informados. Só a Represa de Guarapiranga, aqui em São Paulo, foi contemplada com medidas de redução dos poluentes.
Beijos e parabéns pelo brilhante texto.
Morgana - Metodista - São Paulo
Prezado Édison Motta, parabéns pela lucidez de seu artigo desta terça no blog. Suas hóstias estão reservadas para o dia de sua visita ao meu estabelecimemto em Itú. Com ou sem piloto automático.
ResponderExcluirUm abraço deste admirador...
Paolo Cabrero - Itú - S.Paulo
Morgana: Atitudes como esta, da nossa querida Metodista, fazem o diferencial de uma universidade. Tenho muito orgulho de ter sido formado na primeira turma de comunicação desta inesquecível escola.
ResponderExcluirPara atualizar: o governador José Serra assinou ontem (13), segunda-feira, em Rio Grande da Serra a promulgação da Lei Específica da Billings. Mas ainda há muita água para passar debaixo da ponte até que a realidade comece a se transformar. Até porque a nova lei transfere para os municípios a fiscalização da ocupação irregular. Se não funcionava com o Estado, alguém acredita que vai sair do papel sob a tutela de prefeitos e vereadores? Somente a mobilização da população poderá assegurar que o assunto ande.
Estimado amigo Paolo Cabrero. Esteja certo: não vejo a hora de conhecer sua churrascaria, na adorável cidade de Itu, para sorver aquelas hostias. Na primeira brecha corro pra aí, com ou sem piloto automático.
Abração,
édison motta
Santo André, SP
EM TEMPO: Avisem os amigos, passem emails, vamos ganhar o Top Blog !
Ôi Édison, é isso, eu ia pedir a você que atualizasse o assunto. Bom que, pelo menos na esfera estadual, ou entre políticos, uma lei específica beneficiando a Billings tenha sido aprovada. E esperamos que a água que passar debaixo da ponte, a partir de agora, seja limpa, ou, menos poluída. É preciso nossa força!
ResponderExcluirVocê me lembrou, Édison, vou votar no blog. Se ganhar vai ser uma festa.
Bjos a todos,
Morgana - Metodista - São Paulo
Ôi Édison e Edward, apesar da distância, com dificuldades consegui hoje entrar no blog. Li seu artigo maravilhoso. Precisamos nos unir e exigir providências imediatas contra essa destruição do nosso meio ambiente, antes que seja muito tarde. Saudades de todos deste blog e já votei daqui de Barcelona, na Espanha, onde estou com meus pais, no blog do Edward, vamos ganhar. Amiguinhas da Metodista, beijão, semana que vem estou de volta.
ResponderExcluirBeijos gente, carregado de saudade de todos!
Thalita de Santos ( Barcelona-Espanha)
Amigo Edison Motta, demorou mas voltou "com tudo", abraços.
ResponderExcluirParabéns pelo artigo ou melhór artigos, que nos mostram a triste realidade de um País ainda subdesenvolvido.
Com a vontade de nóssos "governantes" e sem o grito indignado do pôvo, provavelmente não deixaremos para nósssos nétos, um mundo habitável, tal a ganancia dos poderosos que não se importam em destruir o pouco que résta da natureza em detrimento do propalado progrésso, que sem um amplo planejamento está seguindo seu rumo e só Deus sabe o que acontecerá com as próximas geraçãoes (se houverem)
Abraços ao Edward, e aos demais amigos deste exelênte Blog, que lógo será eleito o primeirão.
Admir Morgado
Praia Grande SP
Boa noite a todos...
ResponderExcluirBelíssimo e lúcido texto,penso que nós seres humanos devemos agir e cobrar providências sempre que necessário, e, jamais ficar assistindo de camarote.
Sem dúvida vocês serão os vencedores,acabei de votar,já havia votado há algumas semanas,também já enviei para amigos.
Boa sorteeeeeeeeeeeeee.
Ana Célia de Freitas.Franca/SP.
Olha, Edward, Édison, Milton Saldanha, Lavrado, J. Morgado, Ademir Medici e Nivia. Se esse blog não ganhar é marmelada. É o melhor entre todos eles. Basta ver o número de comentários e de visitas e... Um texto como esse, do Motta. Brilhante, gostoso de ler e que mexe com nosso patriotismo. Nos chama à luta contra esse desmando contra o meio ambiente. É um sacudidela para ver se a gente de toca e se faça ouvir.
ResponderExcluirParabéns a todos vocês que praticam nesse blog o verdadeiro jornalismo.
Tanaka - Osasco - São Paulo - SP.
Obs: Já deixei meu voto. Pena que só pode votar uma vez, do contrário ficaria três dias clicando para eleger esse, o melhor de todos os sites da Internet.
Olá amigos e amigas...
ResponderExcluirMotta,,parabéns pelo providencial artigo sobre a Billings, aliás, manchete e tema principal do Diário do Grande ABC de hoje.
Me identifico muito com nosso manancial aguático que conheci límpido nos anos 40 e hoje dilacerado. A utopia, regada a demagogia dos nossos governantes nos deixa intrigados. O Estado, ao qual o assunto está intrinsicamente ligado, não parece muito interessado e não serão os mambembes prefeitos regionais que irão se empenhar em salvar a represa. A hipocrisia, no caso, desnuda um deputado da região que faz questão de aparecer em todas as fotos ( no melhor estilo papagaio de pirata), cuja família tem farta participação na invasão das margens da hoje moribunda represa. O incentivo à invasão das margens da Billings alavancou um balaio de votos a muitos políticos do ABC, especialmente de São Bernardo. Hoje fica praticamente impossível, limpar o entorno do reservatório. Mas, felizmente, tem gente que ainda luta para salvar a Billings. Você e o nosso Ademir Medici estão inseridos neste contexto.
Caro Motta, aqui do lado pobre do Ribeirão dos Meninos tá um frio pra pinguim procurar cobertor. Felimente você mora do lado mais quente.
Além do frio, a solidão de não ver as meninas da Metodista, todas em férias, passar em frente ao préido que resido, deixa meu já famoso binóculo triste e desconsolado encostado num canto.
abraços
Oswaldo Lavrado - SBCampo
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi Edward.
ResponderExcluirHoje não vou comentar o texto do Édison Motta, pois só estou passando pelos blogs amigos para desejar uma NOITE DE SONHOS MARAVILHOSOS e uma EXCELENTE QUARTA.
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Que bom que pegou o selo SORRISO APROVA. E como não aprovaria o seu espetacular blog que não só nos faz refletir sobre o nosso Brasil, como também, nos ensina através das experiências de incríveis profissionais?
Só sendo doido. :-)
♥.·:*¨¨*:·.♥ Beijos mil! :-) ♥.·:*¨¨*:·.♥
http://brincandocomarte.blogspot.com/
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Queridas amigas e amigos:
ResponderExcluirExcelentes as participações aqui nos comentários. Parabéns a todos, e de forma especial ao mestre J.Morgado. Não me tomem por mal-humorado, por favor, mas de vez em quando é muito animador ver que as brincadeiras deram uma trégua e foi possível acompanhar uma discussão séria como esta, onde todos estamos de acordo no sonho de preservar nossos recursos naturais.
Beijos!
Milton Saldanha
Bom dia Senhor Édison Motta!
ResponderExcluirArtigos como esse seu deveriam chegar com urgência às mãos de nossas autoridades. É preciso lutar para preservar nosso meio ambiente com unhas e dentes, antes que seja muito tarde. Aceite meus cumprimentos pela excelente condução desse texto.
José Roberto Paim - Rio de Janeiro