DATA MARCADA COM A MORTE
MILTON SALDANHA
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Capítulo do livro inédito “Periferia da História”, especialmente
adaptado para o blog do Edward de Souza.
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O episódio que vou contar aqui aconteceu alguns meses depois do golpe militar de 1º de abril de 1964, iniciando o período da ditadura. O Uruguai ainda tinha regime democrático e lá se formou uma colônia de exilados brasileiros, com civis e militares. Os personagens mais importantes e famosos dessa colônia eram o ex-presidente João Goulart, o Jango, e o ex-governador gaúcho Leonel Brizola, que na época do golpe era deputado federal.
Até onde ia o delírio e a fantasia das pessoas não sei, mas o fato é que de uma hora para outra me vi envolvido numa grande enrascada, para a qual, aos 18 anos, não estava preparado: fui convocado para uma conspiração que pretendia desalojar os militares recém instalados no poder, restabelecendo a democracia ou, talvez, substituindo uma ditadura por outra, com a volta de Jango e Brizola do exílio.
Eu não tinha vínculos formais com nenhum partido político ou com qualquer outro tipo de organização. Fazia política estudantil, integrando um grupo de lideranças de esquerda, tão numeroso que lotaria uma Kombi, mas dotado de brilho intelectual, proporcional à nossa idade, e capacidade incrível de agitar. Entre os garotos havia ótimos oradores. Um deles era Tarso Genro, atual ministro da Justiça, como já contei aqui no blog do Edward. Eu escrevia num dos dois jornais de Santa Maria, RS, “A Cidade”, de propriedade do jornalista Clarimundo Flores, meu primeiro grande e inesquecível mestre na profissão. Foi Clarimundo, muito ligando ao Brizola, homem da sua confiança, que me meteu nessa confusão. Ele recebia seguidamente emissários em seu apartamento, os chamados “pombos correio”, que eram os contatos dos exilados com os políticos e militantes no Brasil. Aires era um deles. Sujeito todo metido a machão, fanfarrão, que adorava curtir o status de bandido, contar suas façanhas, e de ouvir relatos sobre outros bandidos. Era alto, claro, com olhos de raposa e um bigode que formava duas pontas afinadas que lhe conferiam expressão agressiva. Andava sempre bem barbeado e penteado, unhas feitas por manicure, ternos bem cortados, escondendo sob o paletó duas pistolas. A caricatura perfeita do capanga vaidoso. O cara me impressionava, ou melhor, assustava. O Aires passava um medo físico às pessoas e parecia gostar disso. Ele foi o “pombo correio” responsável pela enrascada em que me meti.
O contragolpe, com o suposto apoio de um coronel com o comando de poderosa tropa de blindados, informação de que sempre duvidei, mais sargentos e contingentes da Brigada Militar (a PM gaúcha), consistiria em tomar os quartéis na madrugada, com golpes de mão, como se diz no jargão militar. Contavam que estavam sendo até confeccionadas fardas para os civis que participariam da ação, onde o elemento surpresa seria essencial. Como se os militares fossem imbecis e não estivessem preparados para essa possibilidade. A confusão era tão mal planejada, que eu, um garoto, sabia tudo isso. Imaginem se poderia dar certo.
Minha missão seria participar da tomada de uma rádio, simultaneamente ao ataque aos quartéis, de onde ficaríamos emitindo proclamações ao povo, chamando-o também à luta. É indispensável explicar aqui que Santa Maria, localizada no coração do Rio Grande do Sul, bem no centro, é um poderoso centro militar terrestre e aéreo, montado ali como estratégia para eventual confronto com a Argentina, possibilidade sempre presente na articulação da defesa nacional. Não é por mero acaso que o III Exército, com jurisdição até o Paraná, foi sempre o maior dos quatro, embora o mais bem equipado tecnologicamente seja sempre o primeiro.
Sem talento e vocação para herói, eu não estava achando a menor graça nessa brincadeira e comecei a vislumbrar o risco da morte se aproximando. Imaginava até a cena, eu lá atrás do vidro da cabine de locução, falando ao microfone, e os inimigos invadindo a rádio à bala, atirando, o que não era nada inverossímil, pois eles é que tinham as armas e no golpe já tinham demonstrado disposição de luta. E as nossas armas, como e de onde viriam? E o nosso treinamento? Nunca soube.
Passei muitos dias preocupado, tinha insônia. Cumprindo orientações, não comentava nada com ninguém, muito menos em casa, onde isso causaria imprevisível impacto. Ao mesmo tempo, ao contrário do que faria hoje, eu não tinha coragem de dizer “isso é uma aventura muito louca, tô fora”, como seria o correto. Quando você é muito jovem, e está envolvido com compromissos políticos muito fortes, vai deixando de ser dono da própria vontade. Por maior que seja a insanidade, como era esse plano, você tem compromissos com seus companheiros e quer preservar sua integridade moral até o fim, a qualquer preço. Apesar do medo, aceitei minha tarefa e fui aguardando instruções. A experiência me ensinou que coragem não é desconhecer o medo e sim conseguir suportá-lo com responsabilidade. Bandidos são péssimos soldados, porque são covardes, entram fácil em pânico. Os melhores soldados foram sempre os homens do bem, que não abandonam seus postos porque pensam na vida também dos seus companheiros. É o senso de responsabilidade falando mais alto.
A ação deveria eclodir no prazo máximo de um a dois meses, dizia-me Clarimundo Flores, enquanto a cada duas semanas o macabro Aires aparecia por lá. Eu fazia contagem regressiva. E o pior é que não acreditava na possibilidade da nossa vitória. Ou seja, tudo de ruim para um confronto, que é o moral baixo. Era burrice demais. Os militares tinham acabado de dar um golpe com tremenda demonstração de força. Fui me preparando para o pior. Até que numa tarde Clarimundo me chamou e informou que o plano tinha vazado, os militares já sabiam de tudo. Por essa razão, “o Uruguai” (referindo-se aos exilados), tinha decidido abortar.
Ufa! Saí do apartamento e entrei no primeiro bar. Precisava de uma cerveja.
Algum tempo depois eclodiu aquela aventura maluca do coronel Jefferson Cardin, que tomou as armas de um destacamento de fronteira da Brigada Militar, lançou um manifesto anunciando o início da guerra civil, e saiu com seus revolucionários em cima de um caminhão, sem saber o que fazer e para onde ir. O Exército mobilizou todos os seus efetivos gaúchos e catarinenses para pegá-los. Tiveram o choque, numa estrada, e quase todos os rebeldes morreram em combate. Na lista dos mortos, divulgada em todos os jornais, um eu conhecia e me chamou a atenção: era o Aires.
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*Milton Saldanha, 63 anos, gaúcho da fronteira, é jornalista profissional, com mais de 40 anos de atividades. Começou em Santa Maria, Rio Grande do Sul, em 1963. Foi repórter e exerceu cargos de chefia em alguns dos principais veículos do Brasil, como Rede Globo, jornais O Estado de S.Paulo e Jornal da Tarde, Diário do Grande ABC, revista Motor 3, Folha da Manhã (RS) e outros. Foi repórter em Última Hora, trabalhando com Samuel Wainer. Já assinou artigos e reportagens em mais de uma centena de publicações de todo o Brasil. Trabalhou também em assessoria de imprensa, para empresas e entidades públicas, como Ford Brasil, Conselho Regional de Economia e IPT- Instituto de Pesquisas Tecnológicas. É autor do livro “As 3 Vidas de Jaime Arôxa”, pela Editora Senac Rio, e participou como cronista da antologia “Porto Alegre, Ontem e Hoje”, pela Editora Movimento, do Rio Grande do Sul. Assinou também orelhas de diversos livros sobre dança e música, de autores brasileiros. Um ano antes de se aposentar, quando era editor-chefe do Jornal do Economista, em São Paulo, fundou o jornal Dance, que em julho completa 15 anos. Tem novo livro pronto, ainda inédito. É “Periferia da História”, onde conta de memória 45 anos da recente história brasileira. Trabalha em novos projetos editoriais, como jornalista e escritor. Na área de dança, organiza uma coletânea com os melhores editoriais publicados no Dance. Atualmente prepara um livro sobre Maria Antonietta, grande mestra da dança de salão carioca, que morreu recentemente. Apaixonado por viagens conhece quase todo o Brasil e já visitou cerca de 40 países. Por hobby e paixão é dançarino de tango.
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Até onde ia o delírio e a fantasia das pessoas não sei, mas o fato é que de uma hora para outra me vi envolvido numa grande enrascada, para a qual, aos 18 anos, não estava preparado: fui convocado para uma conspiração que pretendia desalojar os militares recém instalados no poder, restabelecendo a democracia ou, talvez, substituindo uma ditadura por outra, com a volta de Jango e Brizola do exílio.
Eu não tinha vínculos formais com nenhum partido político ou com qualquer outro tipo de organização. Fazia política estudantil, integrando um grupo de lideranças de esquerda, tão numeroso que lotaria uma Kombi, mas dotado de brilho intelectual, proporcional à nossa idade, e capacidade incrível de agitar. Entre os garotos havia ótimos oradores. Um deles era Tarso Genro, atual ministro da Justiça, como já contei aqui no blog do Edward. Eu escrevia num dos dois jornais de Santa Maria, RS, “A Cidade”, de propriedade do jornalista Clarimundo Flores, meu primeiro grande e inesquecível mestre na profissão. Foi Clarimundo, muito ligando ao Brizola, homem da sua confiança, que me meteu nessa confusão. Ele recebia seguidamente emissários em seu apartamento, os chamados “pombos correio”, que eram os contatos dos exilados com os políticos e militantes no Brasil. Aires era um deles. Sujeito todo metido a machão, fanfarrão, que adorava curtir o status de bandido, contar suas façanhas, e de ouvir relatos sobre outros bandidos. Era alto, claro, com olhos de raposa e um bigode que formava duas pontas afinadas que lhe conferiam expressão agressiva. Andava sempre bem barbeado e penteado, unhas feitas por manicure, ternos bem cortados, escondendo sob o paletó duas pistolas. A caricatura perfeita do capanga vaidoso. O cara me impressionava, ou melhor, assustava. O Aires passava um medo físico às pessoas e parecia gostar disso. Ele foi o “pombo correio” responsável pela enrascada em que me meti.
O contragolpe, com o suposto apoio de um coronel com o comando de poderosa tropa de blindados, informação de que sempre duvidei, mais sargentos e contingentes da Brigada Militar (a PM gaúcha), consistiria em tomar os quartéis na madrugada, com golpes de mão, como se diz no jargão militar. Contavam que estavam sendo até confeccionadas fardas para os civis que participariam da ação, onde o elemento surpresa seria essencial. Como se os militares fossem imbecis e não estivessem preparados para essa possibilidade. A confusão era tão mal planejada, que eu, um garoto, sabia tudo isso. Imaginem se poderia dar certo.
Minha missão seria participar da tomada de uma rádio, simultaneamente ao ataque aos quartéis, de onde ficaríamos emitindo proclamações ao povo, chamando-o também à luta. É indispensável explicar aqui que Santa Maria, localizada no coração do Rio Grande do Sul, bem no centro, é um poderoso centro militar terrestre e aéreo, montado ali como estratégia para eventual confronto com a Argentina, possibilidade sempre presente na articulação da defesa nacional. Não é por mero acaso que o III Exército, com jurisdição até o Paraná, foi sempre o maior dos quatro, embora o mais bem equipado tecnologicamente seja sempre o primeiro.
Sem talento e vocação para herói, eu não estava achando a menor graça nessa brincadeira e comecei a vislumbrar o risco da morte se aproximando. Imaginava até a cena, eu lá atrás do vidro da cabine de locução, falando ao microfone, e os inimigos invadindo a rádio à bala, atirando, o que não era nada inverossímil, pois eles é que tinham as armas e no golpe já tinham demonstrado disposição de luta. E as nossas armas, como e de onde viriam? E o nosso treinamento? Nunca soube.
Passei muitos dias preocupado, tinha insônia. Cumprindo orientações, não comentava nada com ninguém, muito menos em casa, onde isso causaria imprevisível impacto. Ao mesmo tempo, ao contrário do que faria hoje, eu não tinha coragem de dizer “isso é uma aventura muito louca, tô fora”, como seria o correto. Quando você é muito jovem, e está envolvido com compromissos políticos muito fortes, vai deixando de ser dono da própria vontade. Por maior que seja a insanidade, como era esse plano, você tem compromissos com seus companheiros e quer preservar sua integridade moral até o fim, a qualquer preço. Apesar do medo, aceitei minha tarefa e fui aguardando instruções. A experiência me ensinou que coragem não é desconhecer o medo e sim conseguir suportá-lo com responsabilidade. Bandidos são péssimos soldados, porque são covardes, entram fácil em pânico. Os melhores soldados foram sempre os homens do bem, que não abandonam seus postos porque pensam na vida também dos seus companheiros. É o senso de responsabilidade falando mais alto.
A ação deveria eclodir no prazo máximo de um a dois meses, dizia-me Clarimundo Flores, enquanto a cada duas semanas o macabro Aires aparecia por lá. Eu fazia contagem regressiva. E o pior é que não acreditava na possibilidade da nossa vitória. Ou seja, tudo de ruim para um confronto, que é o moral baixo. Era burrice demais. Os militares tinham acabado de dar um golpe com tremenda demonstração de força. Fui me preparando para o pior. Até que numa tarde Clarimundo me chamou e informou que o plano tinha vazado, os militares já sabiam de tudo. Por essa razão, “o Uruguai” (referindo-se aos exilados), tinha decidido abortar.
Ufa! Saí do apartamento e entrei no primeiro bar. Precisava de uma cerveja.
Algum tempo depois eclodiu aquela aventura maluca do coronel Jefferson Cardin, que tomou as armas de um destacamento de fronteira da Brigada Militar, lançou um manifesto anunciando o início da guerra civil, e saiu com seus revolucionários em cima de um caminhão, sem saber o que fazer e para onde ir. O Exército mobilizou todos os seus efetivos gaúchos e catarinenses para pegá-los. Tiveram o choque, numa estrada, e quase todos os rebeldes morreram em combate. Na lista dos mortos, divulgada em todos os jornais, um eu conhecia e me chamou a atenção: era o Aires.
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*Milton Saldanha, 63 anos, gaúcho da fronteira, é jornalista profissional, com mais de 40 anos de atividades. Começou em Santa Maria, Rio Grande do Sul, em 1963. Foi repórter e exerceu cargos de chefia em alguns dos principais veículos do Brasil, como Rede Globo, jornais O Estado de S.Paulo e Jornal da Tarde, Diário do Grande ABC, revista Motor 3, Folha da Manhã (RS) e outros. Foi repórter em Última Hora, trabalhando com Samuel Wainer. Já assinou artigos e reportagens em mais de uma centena de publicações de todo o Brasil. Trabalhou também em assessoria de imprensa, para empresas e entidades públicas, como Ford Brasil, Conselho Regional de Economia e IPT- Instituto de Pesquisas Tecnológicas. É autor do livro “As 3 Vidas de Jaime Arôxa”, pela Editora Senac Rio, e participou como cronista da antologia “Porto Alegre, Ontem e Hoje”, pela Editora Movimento, do Rio Grande do Sul. Assinou também orelhas de diversos livros sobre dança e música, de autores brasileiros. Um ano antes de se aposentar, quando era editor-chefe do Jornal do Economista, em São Paulo, fundou o jornal Dance, que em julho completa 15 anos. Tem novo livro pronto, ainda inédito. É “Periferia da História”, onde conta de memória 45 anos da recente história brasileira. Trabalha em novos projetos editoriais, como jornalista e escritor. Na área de dança, organiza uma coletânea com os melhores editoriais publicados no Dance. Atualmente prepara um livro sobre Maria Antonietta, grande mestra da dança de salão carioca, que morreu recentemente. Apaixonado por viagens conhece quase todo o Brasil e já visitou cerca de 40 países. Por hobby e paixão é dançarino de tango.
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Bom dia amigos (as) do blog!
ResponderExcluirMilton Saldanha mais uma vez me surpreende com esse relato. Uma parte de sua vida que eu desconhecia e, com certeza, todos vocês que frequentam esse blog. Como poderia eu imaginar o Milton jornalista que conheço, homem bom e de caráter, na pele de um terrorista? Não foi essa a expressão usada por ele, é por minha conta. Mas como denominar um "foca" do jornalismo que, sem menos esperar, resolve aceitar defender uma causa inglória numa ação de invasão a uma emissora de rádio, para não se ver mal com os amigos?
Inocência talvez, claro. Patriotismo inconsequente, também. Mas seria um ato de terrorismo. A sorte foi que o plano "furou", Milton se livrou dessa incumbência que nem ele queria e temia e nós ganhamos um amigo. O Brasil, um brilhante jornalista.
Todos esses capítulos aqui apresentados, não em uma sequência, fazem parte do livro inédito que Milton Saldanha deve lançar em breve, com o título "Periferia da história" e que promete ser um grande sucesso, sem dúvida.
Abraços a todos!
Edward de Souza
Olá Saldanha
ResponderExcluirSeu relato lembra a história mexicana nos idos de 1910. Pancho Vila e Zapata, lutando contra a ditadura. Principalmente pela figura com os bigodes e as duas armas.
Jovens imberbes lutando por algo que não sabiam bem o que era, insuflados por pessoas com fins dúbios.
Enfim, uma obra que deve ser lida pelos jovens e adultos para que aprendam a raciocinar e chegarem a diferenciar o certo e o errado.
“Na Periferia da História” preenche uma lacuna. Mostra uma realidade que os inconseqüentes estão longe de imaginar.
Parabéns Milton. Continue a nos brindar com essas histórias.
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Olá Milton e Edward...
ResponderExcluirSabem vocês que sou assídua leitora do blog e estou aqui todas as manhãs. Como tenho memória privilegiada, recordo-me de uma série sua, Milton, sobre a perseguição que sofreu, quando trabalhava no jornal do ABC, Diário, isso? Você relatou, Milton, que até preso foi pelo DOI-CODI naquela época de ditadura severa, sem nada dever. Será que todas essas suas participações em movimentos, mesmo jovem ainda, não pesaram contra você? Mesmo não tendo participado dessa "fria" que conta hoje, seu nome é possível tenha sido veiculado. Pelo que li, você sempre esteve à frente de movimentos estudantís, somadas com essas outras façanhas, acabou sendo perseguido pelos agentes da ditadura, ou estou enganada?
Bjos,
Karina - Campinas - SP.
Olá, amigos!
ResponderExcluirArroubos de guri gaúcho, no más, hein, Milton? A intenção era boa, mas sem infraestrutura...Coisas da juventude.
Vendo a foto da Catedral de Santa Maria, lembrei-me das belíssimas pinturas de Aldo Locatelli no seu interior, realmente um primor! E estão totalmente restauradas pelo brilhante pintor Juan Amoretti que, por acaso, é o autor do meu retrato, que aparece nos comentários. Tinha 21 anos, recém tinha me formado em Comunicação. Minhas duas irmãs também foram retratadas por ele.
Espero que o teu livro, tão esperado, de que nos brindas com algumas passagens memoráveis, saia logo. Continua de pé a proposta para revisão...
Um abraço.
Õi Milton, também ampliei a foto para ver. Pra quem não sabe, é só clicar sobre ela que abre em tamanho bem maior. Deu pra ler em letras visíveis, o nome da Rádio Medianeira Ltda, colada à Catedral que é citada pela Nivia acima e que agora sei é Catedral de Santa Maria. Seria essa a rádio que vc iria invadir, Milton? Ou tinha outras na cidade?
ResponderExcluirBjos...
Martinha - SBC - Metodista
Viram só que gracinha a Nivia? Foi logo defendendo o conterrâneo, dizendo que tudo não passava de uma brincadeirinha de garoto. Por isso eu gosto de gaúchos, estão sempre defendendo um ao outro. Já o Edward foi logo chamando o Milton de terrorista, que coisa feia, Edward. Ainda bem que ele é seu amigo. Se não fosse... A Karina veio atrás e colocou até o Doi-Codi nos pés do pobre Milton. Viu o que dá contar segredos aqui no blog, Milton? Só falta o padre desancar o palavreado pra cima de vc e....Pronto!
ResponderExcluirBeijos, adorei seu relato....
Larissa - Cásper Líbero - SP.
Larissa, menina, não seja maldosa. Eu apenas disse que, caso o ato fosse consumado, seria taxado de terrorismo, ou estou errado? Queria que os militares chamassem isso do quê? Brincadeirinha de roda? Como eu disse, não virou nada, felizmente. E me esqueci de um detalhe. Além de ganharmos com isso o amigo e um grande jornalista, também temos hoje um extraordinário dançarino, não é mesmo, Milton?
ResponderExcluirOutra coisa que me esqueci. Era comum nessa época a invasão de emissora de rádio e nós tivemos um exemplo disso. Não sei se o Lavrado, Morgado, ou mesmo o Édison Motta vão se lembrar, mas certo dia dos anos 70, em plena ditadura militar, homens armados invadiram a Rádio Diário do Grande ABC. Eu não estava, mas lembro que prenderam no banheiro da rádio o Rolando Marques e o Agapito Assunção, que era o operador do horário. E deixaram uma fita girando com dizeres de ordem. O banheiro era pequeno e imaginem só o sufoco que esses nossos amigos passaram até ser liberados pela Polícia. Foi então que tiraram a fita do ar e restabeleceram a ordem na rádio.
E o Milton, nessa época, creio, não estava ainda no ABC. Ou será que estava? Fica agora mais uma dúvida. E não me critique, Larissa...
Beijos...
Edward de Souza
Sempre ouvi falar, Milton, que o estopim dos grandes acontecimentos no Brasil era o ABC, com suas greves, mobilização de trabalhadores, presença constante de tropas de choques e até a prisão do Lula nos começo de 80. Isso tudo a gente acompanhou. Vejo que o Sul do País fervia também na época da ditadura. Pelo seu relato, Santa Maria era um cidade em ebulição constante, com muita movimentação de soldados e combatentes contrários à ditadura. Mas essa que você ia entrar, sem dúvida, seria uma fria e tanto. Como o tal de Aires, certamente você não estaria hoje nos brindando com todas essas histórias.
ResponderExcluirAbraços...
Paolo Cabrero - Itu- S.Paulo
Milton, estou acompanhando mais esse capítulo inédito do seu livro e ficou uma curiosidade. E o tal de Clarimundo Flores, dono do jornal? Sobrou pra ele ou ficou por isso mesmo? Pelo seu relato, ele estava atolado até o pescoço com os enviados especiais para guerrilhas. Ou, como disse o Edward, atos terroristas contra os militares, não estava? Você não falou mais nada sobre ele e eu imaginei que, com a morte do Aires, descobririam sua participação na trama, foi isso.
ResponderExcluirBjos,
Cláudia - Cásper Líbero - SP.
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ResponderExcluir▒▒▒▒▒▒█▓▓▓▓▓▓▓▓▓▓▓▓▓▓▓█
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hello ewduar un abrazo y gracias por ser mi amigo, me encanta tu bigotitos jejejej un abrazote amix
Na década de 50, mais precisamente entre 1956 e 1964, os atos de terror eram comuns no centro de São Paulo e outras capitais.
ResponderExcluirEm plena democracia, os sindicatos, que não eram os dos metalúrgicos, insuflavam as multidões para o quebra-quebra. Ônibus e bondes eram apedrejados e incendiados (além de saques). Em conseqüência, as filas que se formavam para se pegar a condução de volta para casa, eram dissolvidas pelas tropas da Força Pública e agentes do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social).
Já comentei neste blog, que algumas vezes fui obrigado ir da Praça da Sé até o Jabaquara caminhando 12 quilômetros.
Naquela época eram comuns os paus-de-arara urbanos. Quem podia pagar pegava os lotações (De Sotto de oito lugares).
As greves eram sucessivas e até ginasianos faziam greve apenas por divertimento e para fazer balbúrdia.
Havia muitos motivos. Imperava o populismo!
Foram muitos anos de incertezas.
Quem eram os terroristas? Os baderneiros dos sindicatos e o próprio governo que tangia a polícia a seu bel-prazer.
Lembro-me dos “terroristas” agindo na Rádio Diário lá em São Bernardo. Foi um Deus-nos-acuda!
Até hoje, com sinceridade, não sei quem eram os bandidos e os mocinhos!
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Histórias da nossa História. Quantos heroísmos perdidos...
ResponderExcluirAbraços.
Olá amigos:
ResponderExcluirNão fosse do Milton Saldanha o artigo de hoje deste blog não teria o brilhantismo da narrativa esclarecedora e cativante.
Ao "santíssimo" padre Euvideo: obrigado reverendo pelo "pito" na troca de nome da Daniela por Daniel, com minhas desculpas a Daniela, que sei compreenderá a "gafe", ao tempo que entendeu meu singelo recado. Apenas um lembrete, caro padre: há mais de 15 anos não bebo sequer guaraná - sou diabético. Valeu padre, até porque sou o único neste espaço que defende v.sa. e justifica suas inumeras derrapadas.
abraços
Oswaldo Lavrado - SBCampo
Olá Milton, mais um relato impressionante. Ou seria uma aventura dos tempos de juventude? De qualquer forma, uma aventura bem arriscada. Pelo que lemos sobre os militares daqueles anos de ditadura, eles não perdoavam nada. Deu sorte não ter ido adiante.
ResponderExcluirBeijinhos, e conte mais histórias do seu livro, são ótimas!!!
Ana Caroline - Rib. Preto - SP.
Para nós, tudo dessa época é interessante, Milton. Principalmente no seu caso, cujo relato é exclusivamente sobre fatos ocorridos com vc na época da ditadura. Foge um pouco do que lemos e vamos enxergando o outro lado da nossa história. Gosto muito
ResponderExcluirde ler e sempre imprimo, digo sempre isso aqui. Bom para se ler mais tarde, com calma. E as férias estão chegando para nós, que delícia....
Beijos e parabéns pelo texto,
Thalita - Unisantos)- Santos - SP.
Que relato precioso, Milton! Trouxe-nos bastidores da história desconhecida por muitos brasileiros. Como afirma o prezado Paolo Cabrero, de Itu, imaginando que somente o ABC era um caldeirão naqueles tempos. Pelo que sei, vi e acompanhei, o ABC foi amortecido com a intervenção que os militares fizeram nos sindicatos. O Sul continuou fervendo devido ao carisma do Brizola. O ABC não chegou nem mesmo ser declarado área de segurança nacional como ocorreu com as capitais e a cidade portuária de Santos. Embora tivessemos aqui - como temos até hoje - uma importante refinaria. Uma incógnita: a região continuou elegendo prefeitos e vereadores durante todo o ciclo militar.
ResponderExcluirCompreendo perfeitamente a paixão e o envolvimento do Milton com a tentativa de reação ao golpe. Seria um movimento absolutamente legalista. Afinal, derrubaram o Jango rasgando a constituição. No entanto, quando somos jovens nos deixamos levar pelas emoções e colocamos a razão de lado. Lembra-me da greve dos jornalistas, em 1979, açodados pelo movimento dos metalúrgicos. Um dia, no sindicato, chegou um barbudinho desconhecido e abriu um mapa das oficinas da Folha e do Estadão que deveriam ser boicotadas. Embora jovem, achei aquilo ridículo - trabalhava no Jornal do Brasil nesta época como correspondente no ABC, já houvera trabalhado na Folha e sabia do número de câmaras de segurança que lá existiam. Caí fora. Não precisa dizer: a greve e o boicote foram um absoluto fracasso.
Parabéns Milton. Graças a Deus temos você vivo para nos trazer essas brilhantes histórias.
Abração,
édison motta
Santo André, SP
Querido irmão Oswaldo Lavrado, Eu desejo-lhe a paz de Deus, por que a paz dos homens eu não tenho. A única paz dos homens que eu tenho, são aquelas “paz” de pedreiro, que são usadas para locomover os entulhos. Se você quiser eu posso lhe arrumar uma, assim você ajuda eu remover uns entulhos atrás da igreja. Em troca eu vou rezar para você conseguir a vida eterna. Eu quis dar umas “paz” dessas pro Edward, e ele pulou fora, escorregou que nem bagre ensaboado.
ResponderExcluirMilton vamos levantar o IP do Edward e entregá-lo para a policia federal. Ele te chamou de terrorista!
Naquela época eu era coroinha dessa igreja ai, a matriz de Santa Maria. Eu fazia um trabalho secreto para o governo. Quando descobrimos que a radio ia ser tomada, (segundo algumas confissões que foram feitas a um falso padre da matriz de santa Maria), eu fui incumbido de minar a rádio. Coloquei em lugares estratégicos da emissora, cento e trinta e três quilos de trinitrotolueno (TNT), inclusive, dentro do microfone havia cem gramas. Tudo foi muito bem planejado. A hora que você fosse falar, a vibração da película do microfone ia acionar uma bobina de impacto, dando uma chicotada no projétil cilíndrico com tnt, cuidadosamente projetada nas dimensões do microfone, desencadeando assim uma reação em cadeia.
Foi mamão fazer isso, eu sabotei o microfone, e depois levei na promessa de arrumá-lo.
Só hoje é que eu tenho consciência que aquele explosivo poderia mandar quase que a cidade inteira pro ar.
Milton veja só o destino, naquela época eu podia ter desintegrado você, literalmente. Hoje eu posso rezar pra você conseguir a vida eterna.
Ta nas suas mãos, você é quem escolhe, com uma boa doação em dinheiro, é claro né.
“atenção estudantes de jornalismo, esse é um comentário fictício (ficção), portanto não imprimam, e nem leve para a faculdade, eu sou muito jovem ainda para freqüentar a academia dos imortais”.
Padre Euvidio.
Queridas amigas e amigos: Obrigado a todos pelos comentários. Sei que voltarei aqui, mas vou adiantar porque há muito o que comentar e explicar. Edward: a palavra "terrorista" foi inventada pela ditadura em 1968/69, quando começou a luta armada. Quem lutava? Jovens que estavam antes nas universidades e escolas secundárias, fazendo a agitação estudantil. A ditadura, que era armada até os dentes, inventou esse termo para desclassificar seus opositores precariamente armados. Para não tratá-los como soldados, ou guerrilheiros urbanos. Foram bem sucedidos na criação do termo, dentro da guerra psicológica, tanto que um jornalista fantástico como você, e meu querido amigo, anos depois, comete o mesmo equívoco. O termo não me ofende, porque jamais fui ou seria terrorista (na definição correta do termo). Apenas foi empregado incorretamente. Sobre a tomada da rádio em SBC: não era ainda Diário do Grande ABC, não fazia parte do grupo. Se chamava Independência. Foi tomada pelo Marighella, que deixou um gravdor com uma proclamação repetida dezenas de vezes. Eu era repórter do Diário Popular, estava de plantão, e recebi uma ligação de um militante informando sobre a ação. Eles queriam, claro, repercussão. O único jornal que publicou o manifesto inteiro e deu manchetão de capa foi o Diário da Noite, dirigido pelo meu ex-chefe Hermínio Sachetta, histórico membro do PCB. Os milicos ficaram furiosos e exigiram a demissão do Sachetta, aceita pelo jornal, que era dos Associados. J.Morgado: gostei da sua comparação com os jovens d arevolução mexicana. Só que lá as coisas foram muito mais dramáticas, é uma tremenda história, que recomendo ler. Karina: durante muitos anos guardei segredo sobre meu passado e minha vida. Eu precisava sobreviver, e se ficasse contando não teria arrumado os empregos que arrumei, fantásticos, como se pode ver pelo currículo ao pé do texto. Eu não era louco nem burro. Hoje, 63 anos, vida resolvida, poderia até parar de trabalhar se quisesse (mas não quero), posso contar tudo. Seria um crime morrer levando essas histórias, todas reais. Karina: do primeiro ao último dia fui contra a ditadura. Na campanha das Diretas Já comprei até megafone, que levava para as ruas. A ditadura teve várias e diferentes fases. Nossa oposição a ela também. Quando fui preso no DOI-CODI era outro momento completamente diferente deste inicial. E aí eu não era mais um garoto. (Vou mudar de espaço para não dar problema, continua...)
ResponderExcluirConclusão:
ResponderExcluirNivia Andres: a Catedral de Santa Maria, com os afrescos do Aldo Locatelli, é muito bonita. A foto e suas palavras me causaram grande saudade. Martinha: a rádio seria a Imembui, que ficava bem no centro, na frente da praça, porque era a mais potente e mais ouvida. Larissa: como disse acima, hoje não preciso mais guardar segredos, principalmente porque já se foram tantos anos, tudo isso é passado remoto. Paolo Cabrero: o RS sempre foi um Estado muito politizado, teve muitas revoluções regionais. A Guerra dos Farrapos, 10 anos, foi a mais longa da história brasileira. A tradição de luta vem de berço, faz parte da gênese do Rio Grande, tá no sangue do gaúcho. E tem a influência da fronteira, os argentinos foram sempre muito peleadores. O ABC, com todo respeito, nem existia quando os gaúchos já lutavam. E antes do ABC teve Osasco, com a célebre greve da Cobrasma. O Lula nem era de sindicato quando isso aconteceu. Prenderam todo mundo, fecharam o sindicato dos metalúrgicos de Osasco. Cláudia: o Aires morreu em combate, teve a morte que sempre procurou. Parece-me, hoje, que era um misto de bandido com certa consciência política, como foi o famoso Juliano, na Itália. O Clarimundo naquele tempo já tinha mais de 60 anos, era doente, asma, usava bombinha o tempo todo, mancava de uma perna (foi tiro), tinha uma marca de bala na testa. Olha só que figura. Escrevia super bem. Me adotou como filho, tinha grande afeição por mim. E respeitava minhas opiniões, a ponto de alterar seus textos. Doente, não podia ser preso em cela, ficou em prisão domiciliar, com soldado na porto do apartamento. Ele dava lanche para o soldado, tratava amistosamente. Depois fugiu e foi se esconder em Santo Angelo,deixando o jornal nas nossas mãos. Morreu lá na fronteira, soltamos uma edição toda em preto e branco, sinal de luto, falando sobre ele. Emocionado, sequer consegui escrever. O Tarso Genro fez um dos artigos, muito bonito. Oswaldo Lavrado e Thalita: obrigado! Ana Caroline: eu era jovem, é claro que fui evoluindo e amadurecendo, mas nunca abandonei minhas convicções. Sempre achei o capitalismo uma tragédia, tái o resultado, nas ruas, nas favelas, na violência, desemprego, etc. Os meus sonhos socialistas, por outro lado, foram caindo em outra realidade,que é o ser humano que estraga tudo. O leste europeu caiu e ninguém deu um único tiro para defender aquilo. As elites dirigentes, além de repressoras, estavam mergulhadas na mais pura corrupção. Hoje, não tenho mais utopias, é uma pena. Édison Motta, como sempre foi ao ponto, a gente combatia uma ilegalidade, que era a ditadura. Padre Euvidio, me diverti com seu texto.
Beijos!
Milton Saldanha
Olá Milton! Sempre tive minhas dúvidas com os jovens estudantes que combatiam a ditadura e com a palavra terrorismo. Eles, estudantes ou comunistas daqueles tempos jamais aceitaram o termo, conforme vc disse acima. E terrorismo existe no dicionário desde a época de D. Pedro. A palavra terrorismo, sempre soou forte. Mas busque, como eu, um dicionário e leia o seu significado que aí está: "Terrorismo é um método que consiste no uso de violência, física ou psicológica, por indivíduos, ou grupos políticos, contra a ordem estabelecida através de um ataque a um governo ou à população que o legitimou, de modo que os estragos psicológicos ultrapassem largamente o círculo das vítimas para incluir o resto do território. A guerra de guerrilhas é frequentemente associada ao terrorismo uma vez que dispõe de um pequeno contingente para atingir grandes fins fazendo uso cirúrgico da violência para combater forças maiores. Seu alvo, no entanto, são forças igualmente armadas procurando sempre minimizar os danos a civis para conseguir o apoio destes".
ResponderExcluirPronto, esse o dicionário. Agora me explique o que diferenciava os grupos de revolucionários (sic) daquela época que combatiam a ditadura, do significado dessa palavra. Afinal, esses grupos, que de estudantes tinham poucos, (eram mais anarquistas contratados que vinham de fora, vide caso Aires citado por vc), não usavam de violência contra a ordem estabelecida através de um ataque a um governo? Ou seria pacífica a invasão de uma rádio?
Abraços,
Pedro Paulo Locatelli - São Paulo
"Eu sou contra a violência porque parece fazer bem, mas o bem só é temporário; o mal que faz é que é permanente".
ResponderExcluirMahatma Gandhi
Olá Milton!
ResponderExcluirVou repetir o que eu disse em minha segunda intervenção nessa manhã, em resposta à Larissa, sobre o fato de eu ter dito que, caso consumasse a invasão de uma rádio, você seria taxado de terrorista.
LEIA COM ATENÇÃO E VOLTE PARA VER SE FOI ISSO MESMO QUE EU ESCREVI: "Larissa, menina, não seja maldosa. Eu apenas disse que, caso o ato fosse consumado, seria taxado de terrorismo, ou estou errado? Queria que os militares chamassem isso do quê? Brincadeirinha de roda?"
Viu? Queriam que os militares chamassem isso do quê? Portanto, eles, militares, chamariam o ato de terrorismo, não eu.
Agora, quanto ao caso acima do Senhor Locatelli, a briga é com o Milton, e voltou o terrorismo à baila. O espaço é democrático, portanto....
Abraços...
Edward de Souza
Caro Pedro Paulo Locatelli: o teor do seu texto não me deixa dúvidas de que estivemos em trincheiras opostas, e trincheira aqui é uma figura de linguagem, não precisa levar ao pé da letra. Se é para discutir semântica, vamos lá: a língua é dinâmica, não fica inerte nos verbetes dos dicionários. Os dois melhores, o Houaiss e o Aurélio, estão sempre ao meu lado, quando trabalho. Determinados termos, com o passar do tempo e o uso popular, ou adotado pela mídia, vão assumindo novas e diferentes conotações. E foi assim que a palavra terrorismo, desde a guerra civil na Argélia (contra os colonizadores franceses), passou a ser empregada e foi ganhando conotações não altruístas. Os caras, por exemplo, explodiam um restaurante onde estavam soldados franceses. Só que matavam junto civis inocentes. Desgastou a palavra. Quem lutava contra a ditadura aqui no Brasil buscava apoio e simpatia na opinião pública. Seria uma estupidez fazer qualquer ação contra civis, isso seria até anti-revolucionário. A palavra terrorismo já estava atrelada à imagem de irracionalidade. E foi por isso que os militares, de forma astuta, certamente orientados por especialistas em guerra psicológica, adotaram o termo. Era uma forma de jogar a opinião pública contra os insurgentes. Vamos analisar o seguinte agora: o estado, mesmo na ditadura militar, tinha leis. Leis da própria ditadura, que previam até pena de morte e julgamento formal na Auditoria Militar. Quando as execuções eram sumárias, e inclusive de presos, depois de torturados, esses militares cometiam terrorismo e afrontavam as leis e normas da própria ditadura. Se o amigo for bem informado, deve lembrar que além do terrorismo de estado, que teve seu auge na Operação Condor, tivemos o terrorismo também de direita, miliares e paramilitares que colocaram bomba na OAB do Rio e mataram uma senhora; colocaram bombas nas bancas de jornais, para intimidar jornaleiros e impedir a venda de jornais como Pasquim e outros de oposição; colocaram bomba no Estadão, no antigo prédiio do Centro; tentaram o atentado do Rio Centro,que teria sido um horror total se o tiro não tivesse saído pela culatra, com a bomba explodindo antes, dentro do carro, no colo do sargento, que morreu, enquanto o major saiu gravemente ferido. A Internet tem muita coisa sobre o Rio Centro, entrem lá, via sites de buscas, e fiquem estarrecidos com o crime que a extrema direita doente pretendia cometer. Aquilo sim foi terrorismo da pesada, meu caro leitor. Para finalizar, leia sobre o anarquismo antes de usar o termo indevidamente, senão vira o samba do criolo doido.
ResponderExcluirAbraços,
Milton Saldanha
Ôi Milton, também quero entrar com minha colher de pau na conversa. Olha, naqueles tempos que vc viveu e narra com maravilhoso brilhantismo, os estudantes agiam em revolta contra a ditadura, nada mais justo, penso. Em vários livros notei que muitos eram comunistas, mas não aceitavam a "pecha". Hoje, vários desses que davam uma de São Pedro, negando as condições partidárias à que pertenciam, se beneficiam entrando na Justiça e recebendo indenização e um "gordo" salário como perseguidos pela ditadura. Bela ideologia tinham, não é verdade? Mais ainda. Esses citados, existe excessões, quando interrogados, se diziam socialistas, jamais comunistas. Qual a razão dos jovens estudantes comunistas do seu tempo de bater no peito e dizer que eram socialistas, sabendo-se comunistas? Medo? Ora, que ficassem debaixo da cama em casa...
ResponderExcluirAbçs,
Daniela - Universidade Federal de Juiz de Fora
Calma crianças:
ResponderExcluirCaro amigo-irmão Edward.
Você está certo, a Rádio Diário foi invadida em 1968, nessa época eu estava na Rádio Cacique de São Caetano, começando carreira. No banheiro da Diário - um cúbiculo 2x2 - além do Rolando, do Agapito e do Paulo César, foram colocados o Sidney Lima (programador) a Elisa Andretta (secratária) e o boy da rádio, cujo nome não lembro. Ninguém sofreu qualquer tipo de agressão física, já que a emocional foi inevitavel. De resto seu relato é perfeito. Na Rádio Cacique a notícia chegou meio atrapalhada: Quem teria tomado a Diário ? os milicos ? os sindicalistas ?, que à época agitavam o ABC. A região fervilhava com o movimento dos metalúrgicos e de alguns políticos de esquerda.
O ABC era considerado estratégico já que aqui estava instalada toda indústria automobilística brasileira que, supunha-se, poderia ser transformada em indústria bélica. Isso, aliado aos movimentos trabalhistas e contra-revolucionários, deixavam o ABC na alça-de-mira da ditadura militar.
Emocionante o relato do Milton Saldanha. Quem trabalhou em rádio nessa época (muito mais do que nos jornais) sabia o que lhes esperava a qualquer momento, além da censura cotidiana.
Padre Euvideo, obrigado pelas oferendas mas, nestas alturas, acho que estou mesmo é necessitando de uma "pá de cal". Valeu "padrão".
Parabéns novamente Milton;
abraços
Oswaldo Lavrado - SBCampo
Daniela
ResponderExcluirOs comunistas, do PCB, não concordavam com a luta armada. Eram contra a ditadura, claro, mas não aceitavam esse caminho. Resumindo, rapidamente, houve então um racha e criaram o PCdoB, com a turma que queria partir para o pau. Estes fizeram a guerrilha do Araguaia. Não era ofensa pessoal a ninguém se dizer comunista ou socialista. A diferença era conceitual e por vezes, como falei, de estratégia. Eu, por exemplo, nunca fui comunista, senão teria me filiado ao partido, com certeza. Mas respeitei sempre as teses e formas de luta deles. Não sei se ajudou, isso é um assunto longo e complexo demais para explicar com poucas palavras.
Beijo!
Milton Saldanha
Vocês leram o comentário do padre! Isso sim que é um verdadeiro terrorista.
ResponderExcluirEle ia explodir a rádio com TNT, depois falou que não tinha consciência do tamanho da explosão.
Esse padre é mais esperto do que lambari na correnteza.
Ora padre 133 Kilos de tnt meu velho! Espero que você tinha as pernas boas para correr, senão ia rezar lá no alem.
Juca Tadeu de Mello - MG.
Em tempo: A invasão relatada acima pelo Edward e por nós, foi, como disse o Milton, na Rádio Independência de São Bernardo, então localizada na Rua Olavo Bilac, ao lado do hoje Terminal Rodoviário da cidade. A Rádio Independência, comprada pelo bernardense Nelson Guidetti, era da cidade Capivari e veio para São Bernardo em meados dos anos 60. Em 1970, foi adquirida pelo Diário do Grande ABC.
ResponderExcluirAbraços
Oswaldo Lavrado - SBCampo
Olham irmãos, cada um puxa a sardinha pro seu lado.
ResponderExcluirComunismo, socialismo, presidencialismo, marxismo, imperialismo, homossexualismo, enfim, tudo que termina em ismo, simboliza doença e desequilíbrio mental. Quando dizem que Deus é brasileiro, muitos dão risadas, imaginem se não fosse, estaríamos todos chorando com certeza.
Padre Euvidio.
Prezado Jornalista Milton Saldanha!
ResponderExcluirSua explicação não me convenceu. Por exemplo: "Determinados termos, com o passar do tempo e o uso popular, ou adotado pela mídia, vão assumindo novas e diferentes conotações", é fugir do real. Lembra-me a religião "Testemunhas de Jeová". Tudo que não interessa à eles e está citado na Bíblia, alegam com grande imponência: "isso foi abolido". Quando existe interesse e sabem como explicar determinadas passagens, nada de abolido, passa a ser válido o texto bíblico. É a mesma coisa o senhor dizer agora que terrorismo antes era uma coisa e hoje é outra. Um ato terrorista do passado e do presente é entendido da mesma forma, caro senhor.
Outra coisa, voltando ainda aos "Testemunhas de Jeová". Mais uma citação sua, no final do comentário: "A Internet tem muita coisa sobre o Rio Centro, entrem lá, via sites de buscas, e fiquem estarrecidos com o crime que a extrema direita doente pretendia cometer. Aquilo sim foi terrorismo da pesada, meu caro leitor."
É o seu modo de interpretar aquilo como terrorismo da pesada, não era dos militares, que entediam ser a ação uma jogada de mestre para jogar a culpa nos ombros dos revoltosos. Guerra é guerra, prezado jornalista. Estratégias tinham os dois lados e cada um usava o recurso disponível. Só tem uma coisa, voltando aos "testemunhas de Jeová". O senhor age igual. Para o senhor, se ocorresse o atentado do Rio Centro seria sim, um grande ato terrorista. Se fosse ao contrário, a palavra terrorismo teria outro sentido. Seria anarquia, talvez, bem mais brando...
Abraços,
Pedro Paulo Locatelli - São Paulo
Daniela, esqueci de contar mais um episódio muio importante. O PCB, como disse acima, era contra a luta armada. Mas isso não impediu que suas lideranças, desarmadas, fossem massacradas durante uma reunião que faziam numa casa da rua Pio XI, na Lapa, em São Paulo. A casa foi cercada na madrugada, poderiam ter dado voz de prisão, mas a ordem foi abrir fogo com armamento pesado. Poucos minutos antes o delator do grupo saiu da casa, como já tinha combinado com a repressão. Foi literalmente um massacre, amplamente divulgado pela imprensa e até hoje muito comentado. O exagero da violência, desnecessária, mostra bem o que era a ditadura.
ResponderExcluirMilton Saldanha
Olha gente entrem no meu blog e vejam a ficha criminal da Dilma Rousseff.
ResponderExcluirLá ela era citada como terrorista. Sai dessa Milton? Ela era do seu tempo.
É só clicar na cara do padre, que você sai lá, depois memórias de um padre.
Sr. Pedro Paulo:
ResponderExcluirSe o senhor justifica e defende a monstruosidade do ato terrorista que iriam fazer no Rio Centro, matando e ferindo centenas de jovens que curtiam um show musical, então desculpe, não há mais o que dialogar aqui.
Milton Saldanha
Esse Pedro Paulo, além de escrever mal, ser ignorante e misturar assuntos diferentes, é um nazista assumido. Muito bem, sr. Milton, não perca mais seu tempo com ele.
ResponderExcluirOlá Miltom e Edward...
ResponderExcluirRelato pontual e bastante polêmico,há fatos que até então era de meu total desconhecimento,obrigado por nos trazer fatos tão interessantes, e que vale a pena ser refletido.
Padre Euvídio:Discordo de que entre outros o homossexualismo seja uma doença ou desequilíbrio mental,vejo essas pessoas como seres humanos com direitos e deveres,se fala tanto em preconceito, acho que a igreja e seus representantes deveriam ser os primeiros em apoiar a escolha feita pela pessoa, mesmo que não aceite, que pelo menos respeite,me decepcionei,com seu relato.
Sou totalmente contra o aborto,mas a união entre homossexuais e outras acho normal,talvez pelo fato da igreja ter essa cabeça fechada é que esteja perdendo muitos fiéis.
Ana Célia de Freitas. Franca/SP.
Olha eu também não entendi nada do que o Pedro Paulo falou.
ResponderExcluirSerá que ele quis dizer que testemunha de Jeová é terrorista também.
Eu particularmente acho que os testemunhas de Jeová são terroristas.
Quantas vezes que eu levantei domingo de manhãzinha, depois de uma cachaçada violenta, amanhecendo na esbórnia, e tive que atende-los as oito da madruga. Isso sim que é um verdadeiro terrorismo!
Jornalista Milton Saldanha e Antenor Machado (puxa-saco de primeira).
ResponderExcluirNão é preciso responder à esse comentário, até porque não volto pra ler. Se falta capacidade ao senhor para responder meu questionamento, prezado jornalista, é só avisar que mudo de assunto, ou de blog, sem problemas. Não tenho realmente o estudo e nem a facilidade de me expressar, muito menos de escrever coisa que o senhor, por força da profissão, têm. Sou um comerciante bem sucedido, apesar dessa falha e dirijo uma empresa com mais de 800 funcionários, além de uma outra com 500 trabalhadores.
Quero apenas deixar claro aqui que, em momento algum eu disse que era a favor do ato terrorista do Rio Centro. Onde foi que o senhor leu isso? Eu disse que na época da ditadura, militares e comunistas como o senhor, tinham suas estratégias de guerra e as colocavam em prática, doesse a quem doesse. Ou o fato do senhor invadir uma rádio era um ato correto? Eu me envergonharia de assumir isso num blog com tantos leitores. Se militares invadissem uma rádio, aí então seria terrorismo?
Quanto ao puxa-saco do Antenor Machado, nada a responder a pessoas sem argumentos que se valem dos comentários de outros. É um sem personalidade, nada mais que isso.
Passar bem, senhor jornalista!
Pedro Paulo Locatelli - São Paulo
Creduuuuuu, que nojo, homem com homem, mulher com mulher, e tem gente que ainda apóia.
ResponderExcluirEu deixo de ser padre, mas nunca faria um casamento homossexual.
Eu acho uma aberração da natureza, e não compactuaria com isso.
Padre Euvido.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCalma senhor Pedro Paulo, o senhor é igualzinho eu.
ResponderExcluirO meu rebanho tem mais de cinco mil pessoas, e nenhuma é homossexual.
Não vai não Pedro! Fica, “mostra que se é machu”, ou não?
Oieeeeeeeeeeeeeeee.
ResponderExcluirMe desculpa Antenor Machado, mas o texto de Pedro Paulo não me parece de gente ignorante, não digo o conteúdo, mas as palavras foram bem utilizadas e escritas.
PAZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ
Ana Célia de Freitas.Franca/SP.
Ana Célia
ResponderExcluirExiste gosto para tudo. Se você gosta do texto e da argumentação dele, por favor, nunca me indique um livro.
Olá Milton, ânimos exasperados hoje no blog. E estão discutindo por coisa banal. Pelo seu relato, Milton, apenas um acontecimento corriqueiro na vida de um jovem que viveu os tempos ruins da ditadura militar, nada mais que isso. Um relato gostou de se ler.
ResponderExcluirNão vamos perder a paciência por isso, por favor. Gosto do blog e não quero vê-los brigando sem razão.
Beijos, com a paz reinando!
Fernanda - Rio de Janeiro
Senhor Antenor Machado, tenho dois bons livros para lhe indicar: "Como ter bons modos", o primeiro. O outro é: "aprenda a tratar bem as mulheres". Á venda nas melhores livrarias.
ResponderExcluirSevero Costa - Araçatuba - SP.
Mais uma vez eu estou aqui para pedir desculpas.
ResponderExcluirProfessor me desculpa. Eu não soube explicar bem. A palavra “ismo”, quando associada com outra dá um sentido de desequilíbrio, eu usei a palavra homossexualismo só para enriquecer o meu comentário, mas sem nenhuma intenção de ofender alguém.
Padre Euvidio.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBoa noite Senhor Antenor Machado...
ResponderExcluirTenho ótimos livros para indicar á você:
Anjos caídos:Içami Tiba.
Crônicas de Rubem Alves: religião,mundo moderno,sabedoria e sentimentos.
Memórias de um sargento de milícias:autor:Manuel Antonio de Almeida.literatura.
Poemas de Fernando Pessoa.
Flor de poemas: Cecília Meireles.
Acontece: Laé de Souza.
Algumas leituras são para emocionar, outras para rir,etc...
Qualquer coisa consulte o domínio público, é um site do governo federal que disponibiliza milhares de livros virtuais, vale a pena conferir...
Boa noite...
Ana Célia de Freitas. Franca/SP.
Nossa, Ana Célia, que mulher culta! Estou deveras impressionado.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns!
ResponderExcluirOlá Milton Saldanha, mais uma vez você surpreendeu.
Sua coerência entre concepção e prática é fantástica.
De fato sua história precisa ser contatada, pois ela retrata a história do Brasil. Aquela que não foi publicada nos livros e a escola não ensinou.
Aliás, além de uma bela história,você tem uma bela memória. Uma forma gostosa de escrever, ler seu texto é sempre um aprendizado. Compartilho com você de suas concepções.Difícil encontrar pessoas que traduzem em práticas a sua concepção e pelo que tenho acompanhado na sua história você é uma delas.Definições sobre o que é ser socialista, comunista, etc, nada resolvem, porém ter uma prática de respeito, de ética, de cidadania, essa sim parece ser a grande arma contra as diferenças socias e que podem trazer as mudanças na sociedade.
Angela Figueredo
Queridas amigas e amigos:
ResponderExcluirNovamente, obrigado a todos que comentaram. Acabei de chegar de um jantar (saboroso peixe assado), com uma amiga, e claro que vim correndo ver o blog. Com a felicidade de ler as palavras inteligentes e lúcidas da Angela Figueredo. Em pouco texto, Angela disse tudo e mais um pouco. Sinto-me orgulhoso de ter leitores como ela, e como muitos outros, habituais ou eventuais, que sabem ler e entender um texto e tudo aquilo que não está explicito nele, mas que fica por conta da inteligência do leitor. Aos leitores inteligentes, como a Angela e diversos outros que nos acompanham, minha sincera homenagem. Agora vou para o berço, feliz.
Beijos!
Milton Saldanha
sr machado, la vem o sr de novo desrrespeitando as pessoas; no caso a pessoa do pedro paulo. or sr sabia quem nem todas as pessoas teve a sua oportunida; de estudar e ser uma pessoa culta.....pelo menos seja educado e respeite a opinião dos outros. com toda a sua cultura e sabedoria é o que deveria estar fazendo.
ResponderExcluirum brasileiro - chapada dos viadeiros.
é sr saldanha quase entrou numa fria. e para esclarecimento de todos; os verdadeiros terroristas foram os militares, pois nós brasileiros tinha-mos uma constituição, e eles os militares não levaram em consideração este fato. por tanto quem lutou contra a ditadura no Brasil nada mas foi doque um contra revolucionário. mas isso os que lutaram por democrácia, que foram muito poucos. e o restante lutou por outra ditadura, " a comunista " esses eram não guerrilheiros, mais sim terroristas. recomendo a todos o livro de titulo "CAPARAÓ".
ResponderExcluirUM BRASILEIRO - CHAPADA DOS VIADEIROS.
Sr. Viadeiro
ResponderExcluirSou espírita, praticante, respeito todas as crenças e pessoas. O sr. está equivocado a meu respeito. Quem se mete a dar opinião, falando besteira, não pode depois reclamar. E minha cultura não é tudo isso, infelizmente.
"Às vezes, naquele minuto de
ResponderExcluiroração deixamos de tomar uma
atitude precipitada, de proferir
uma palavra agressiva, de
permitir que a cólera nos induza
a qualquer atitude infeliz..."
*Chico Xavier*
Meus queridos amigos, vocês sabiam que hoje é o dia mundial dos discos voadores? Talvez seja por isso que os ânimos estão tormentosos aqui ontem e hoje.
ResponderExcluirA nossas paciências parecem foram abduzidas por alienígenas. Acredito que esse espaço seja democrático, vou rezar para que forças ocultas não venham distorcer a nossa liberdade de expressão.
Padre Euvidio.
Prezado Jornalista!
ResponderExcluirLi alguns artigos seus, sempre ligados à ditadura e aos atos terroristas dos anos 60. Bons artigos, por sinal, gostei de ler. Uma pergunta, apenas por curiosidade. Por acaso o senhor é um dos aposentados políticos?
Uma boa tarde e me desculpe pela indiscrição...
Amélio Borges Fernandes - Barra do Garça
Sêo padre, ve si tira essa cara di bodi véio da tela. Não percebeu qui nós num aguenta o sinhor mais...
ResponderExcluirZóim - Buteco du Sací - Pinda
Estou aqui a convite do meu conterrâneo Juquinha de Delfinópolis. Eu não entendi muito bem, a algazarra que estão fazendo nesses comentários. Tenho poucos estudos, portanto são parcos os meus conhecimentos a respeito da nossa história.
ResponderExcluirAinda estou na duvida, se o senhor Milton queria ser um terrorista. Eu vejo o senhor Milton mais como uma vitima de um passado tenebroso, que poderia colocar em risco toda uma nação. Quanto os relatos do senhor Milton foram muito esclarecedores, para mim não ficou nenhuma duvida a respeito da sua integridade, e confesso com certa veemência que eu serei um dos primeiros a comprar seus livros.
Eteovaldo Tavares Delfinópolis MG.
Zoim, põem óculos meu filho!
ResponderExcluirEu sou muito lindo.
Eu me amo.
Padre Euvidio
ResponderExcluirParece que tem gente chegando depois e querendo jogar gasolina em fogo que já se apagou. Vamos com calma, gente, e mudando o disco para não encher o saco de todo mundo. Você é legal, padre, mas também não incentive provocações. Belas as palavras do Chico Xavier.
Liga naum seo padre, zoim, ainda + no buteco, deve ta zonzo, e de zoim fechado. Esse buteco lá de pinda, deve ser de quinta categoria, só vende pinga e cigarros do paraguay.
ResponderExcluirDona Maria, eu to quietinho aqui no meu canto, foram eles que me provocaram, e a senhora sabe que eu sou um desequilibrado mental. Já faz mais de cinco anos que eu fui proibido de rezar missa, por que eu agredi um infiel, que reclamava do meu latim. Os meus comentários aqui nesse blog estão sendo avaliados pelo clero. Portanto ajudem a me comportar. Eu to doido de vontade pra beber aqueles vinhos das missas de novo.
ResponderExcluirEsse padre é terrorista.
ResponderExcluirCuidado com ele.
Caro Amélio Borges Fernandes: sou anistiado sim e tenho uma aposentadoria com valor bem abaixo do teto convencional da Previdência, mesmo tendo recolhido a vida inteira para o INSS, inclusive durante cinco anos em que paguei carnê como autônomo. Todos os anos tem um congresso de anistiados e ex-presos políticos em Brasilia. Estive em dois. Num deles usei o microfone, isso foi público e está gravado, e fiz duras críticas ao pessoal que busca reparações em altos valores. Tinha gente naquele plenário querendo me estrangular. Disse, com todas as letras, que achava um absurdo constatar hoje situaões que criticamos e contra as quais lutamos no passado. Encontrei também gente oportunista reivindicando falsos direitos. Apresentei inclusive uma sugestão: que as reparações não pudessem, em nenhum caso, ultrapassar duas vezes o teto da Previdência. Novamente tinha gente querendo me matar, em alguns os olhos faiscavam. A lei foi mal feita e permitiu distorções realmente inaceitáveis. Tirando esses aspectos, dos exageros, entendo que em valores modestos e moralmente aceitáveis a reparação será sempre legítima e direito de quem sofreu danos morais, psicológicos e físicos, além de prejuízos em suas carreiras profissionais.
ResponderExcluirAbraço e obrigado pelo elogio inicial.
Milton Saldanha
sr machado o sr é ÉSPÍRITA?.....PRATICANTE...? então pratique a CARIDADE. seja mais calmo. e leia a pergunta 625 do livro dos ESPÍRITOS, mas não deixe de ler a resposta também. ah, não deixe de ler o capitolo V do EVANGELHO TAMBÉM. que a paz do sr JESUS seja em sua vida. um cordeal abraço de quem está tentando ser ESPÍTA praticante a mais de trinta anos. mas um dia vou conseguir.
ResponderExcluirum brasileiro - chapada dos viadeiros
Cá entre nós.
ResponderExcluirE que isso fique eternamente entre nós.
Não confessem, nem sob tortura física, que fui eu quem indiquei o endereço abaixo:
http://recantodasletras.uol.com.br/entrevistas/1460071
Vamos todos até lá!
E depois,
comentemos aqui.
Abração,
édison motta
Santo André,SP
Amigo e irmão Milton Saldanha:
ResponderExcluirO Blog está bombando! Pela diversidade, pluralidade e democracia.
Foi bom termos lutado por ela.
Viva nós, vida tudo, viva o chico barrigudo!
Abração,
édison motta
Santo André, SP
Milton,
ResponderExcluirO eterno preço de se expor é a dádiva de se deixar transformar, mesmo contra a própria vontade, em algo vulnerável às interpretações dos seres humanos.
Tenho você, amigo Milton, em elevadíssima conta. Maior do que o têm todos aqueles que o criticam.
Se o fazem,certamente é porque não o conhecem.
É isso ai!
A vida é a vida.
Blog é Blog.
Logo,logo, estaremos todos nós sujeitos à crucificação da opinião pública.
Da qual - cá entre nós os jornalistas - contribuimos, em nosso dia a dia, em nossos dias, meses e anos para ajudar a construir.
Estou com você caro Milton. Para o que der e vier.
E que venham!
Conte comigo!
Abração,
édison motta
Santo André, SP
Boa tarde zoim...
ResponderExcluirCoitadinho do padre, deixa ele, até que está bem engraçadinho.
Ana Célia de Freitas.Franca/SP.
Nossa dona Ana Célia, a senhora acabou comigo.
ResponderExcluirEngraçadinho é cachorro de madame!
Padre Euvidio Au! Au!
Grande Milton, com o teu talento provocaste todas as nuances de sentimentos...e, por certo, o troféu de maior número de comentários do blog! Que sucesso!
ResponderExcluirMeninos e meninas...
ResponderExcluirAcho que precisamos (urgente) digitar outros artigos mais amenos: Eu sobre as lambanças de nossas viagens com a rádio. Pode não ser didático, mas não acirra animos. Ou então o nosso Juliano Morgado falar sobre deliciosas e ingenuas pescarias. Acalma o espírito, alivia a alma e fortalece o coração. Certo Morgado ?
A liberdade de expressão implica em reações nem sempre de acordo com nossos desejos. Assim exige a democracia que tanto lutamos e que tantos outros tentaram ( e ainda tentam) derrubar.
Todas as opiniões devem ser respeitadas. Também é preciso tomar cuidado com o demônio do preconceito. Certo padre Euvideo ? (homossexualismo, testemunha de geová, espiritismo e o diabo a quatro ou a oito são válidos).
Alguém já dizia, com propriedade: Existem três opiniões - a minha, a sua e a certa -", portanto, exceto ataques pessoais, todos têm direito a expresão.
Este blog, em excelente hora criado pelo meu amigo-irmão Edward de Souza, deve (acho) ser utilizado para artigos, opiniões, relacionamento (calma padre, não é nada do que pensas), liberdade de pensamento e credos e acima de tudo para fortalecer a DEMOCRACIA.
abraços
Oswaldo Lavrado - SBCampo
jornalista/radialista
Ilustríssimo, digníssimo e admirável Oswaldo lavrado. Eu não tenho religião, já disse aqui infinidade de vezes que eu vou pelas ciências e pela filosofia. Um homossexual perante a filosofia espiritualista é um individuo que ocupa um físico, não adequado ao seu psiquismo. Ex: uma alma feminina em um corpo masculino, ou uma alma masculina em um corpo feminino. Geralmente essas almas estão passando por uma prova, justamente para resgatar um débito com a sexualidade, e também aprender a dar valor no físico que usa atualmente, mesmo não sendo o que queriam ter. Eu aprendi a respeitar esses irmãos de caminhada. Mas ainda não sou capaz de aceitar os que mutilam os corpos, transformando em uma verdadeira aberração da natureza. Vários exemplos foram vistos na parada gay. Você e nenhuma outra pessoa se querem vai conseguir mudar o meu pensamento a respeito do seres que por desequilíbrio tornam-se aberrações da natureza, deixando o nosso planeta em lastimável estado de piedade.
ResponderExcluirPeço a deus para nunca me enviar essas provas, reconheço que não sou forte suficientemente para lidar com um desequilíbrio dessa magnitude. Peço também a deus que de forças e compreensão para aqueles que estão passado por essas provas.
Atenciosamente padre EUVIDEO.
Queridas amigas e amigos, caríssimo amigo-irmão Édison Motta: agradeço pela solidariedade, que jamais dispensaria, mas só quero esclarecer que não estou me sentindo alvo de nada desconfortável, pelo contrário, li muita coisa estimulante, na indiscutível maioria dos comentários. Quem percorrer aqui os comentários verá que tive apenas uma polêmica com uma pessoa que certamente tem temperamento tão forte quanto o meu. Serenamente, respeito o direito dele ter suas opiniões, mesmo que me desagradem. Afinal, foi para isso que combatemos uma ditadura. Nosso diálogo foi ácido, sem dúvida, mas em nenhum momento nem ele, nem eu, perdemos a educação. E paramos a polêmica na hora certa, outras pessoas é que ficaram palpitando e atiçando fogo. As coisas que venho contando são partes de um livro que mistura o autor-personagem com fatos marcantes da história brasileira. Como sou um nome totalmente obscuro num contexto tão amplo, mero figurante, aí reside a originalidade do livro. Por isso se chama "Periferia da História". O autor não é um famoso contando os fatos, é um anônimo como qualquer brasileiro comum. Que teve a sorte de ser um garoto ligado em tudo e dono de uma memória assumidamente incrível. Até eu me surpreendo com esse dom. Nisso tudo minha participação foi sempre micro, até porque na maior parte do tempo são memórias de criança e depois de adolescente. Mesmo na fase adulta minha participação foi totalmente periférica, jamais tive qualquer importância política (ainda bem), e ai entra de novo o título do livor, auto-explicativo. O que quero dizer com tudo isso, gente, é que ficar discutindo a minha personalidade e preferências de pensamento é uma grande perda de tempo. O que interessa aqui é a História, cada episódio, principalmente aquilo que nunca foi contado em nenhum livro, em nenhuma palestra, em nenhuma aula. O que interessa é o Brasil, e não se eu tinha ou deixava de ter vocação para isso ou aquilo. Só esse entendimento vai tirar meu livro da periferia, ajudar a pensar grande, e colocá-lo como fonte de reflexão.
ResponderExcluirBeijos!
Milton Saldanha
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ResponderExcluirOlá pessoal!
ResponderExcluirEsta é a minha primeira visita a esse blog. Sou um boêmio de blogs. Passo a madrugada procurando blogs interessantes pra ler, depois que me aposentei, há quatro anos. Sou ex-delegado de polícia e preencho agora o meu tempo dessa forma. Confesso-lhes, nunca perdi tanto tempo, ou melhor ganhei tanto tempo, como aqui, nesse blog de jornalistas. Artigos interessantíssimos, alguns engraçados, outros polêmicos, como esse do Sr. Milton Saldanha e os comentários que quase me derrubam da cadeira de tanto rir. Existem personagens impagáveis que comentam e discutem entre si, sem sequer usar um só palavrão. Não se encontra isso em lugar algum, em blog nenhum. Até o Professor, com seu texto picante chamou minha atenção. O padre, uma graça. Sinceramente, sinto-me gratificado em conhecer esse blog. Já está em meus favoritos e meu computador trocou a página de entrada. Passa a ser esse blog, assim, sempre que ligar meu micro, a primeira coisa que vejo será ele.
Obrigado por esses momentos maravilhosos.
Arthur Marinho Nogueira - Rio de Janeiro
Sr. Arthur Marinho Nogueira, seja bem-vindo. Grande abraço!
ResponderExcluirMilton Saldanha