BAHIA DE TODOS OS SANTOS
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OSWALDO LAVRADO
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Começava o ano de 1984. O Santo André havia acabado de entrar na Primeira Divisão do Brasileirão e toda a região do ABC estava eufórica com a façanha do Ramalhão (apelido do clube). O primeiro jogo de uma maratona que só acabaria em julho, aconteceu no dia 29 de janeiro daquele ano. Foi na cidade de Alagoinhas (Bahia), cerca 100 quilômetros de Salvador.
A Rádio Diário passava por momentos conturbados em virtude de uma virada no comando interno da emissora. Essa mudança, ocorrida no final de dezembro de 83, provocou a demissão de companheiros (uns 30), que integravam vários departamentos (produção, programação, repórteres, locutores e operadores). O setor de esportes, com 20 profissionais, foi reduzido para 8, exatamente quando assumi o comando do setor.
A rádio tinha tradição em acompanhar os times do ABC e, com ou sem crise, iria transmitir os jogos do Santo André no Brasileirão. Até o dia 10 de janeiro, 19 dias antes da estréia do time na Bahia, o esporte não contava sequer com um patrocinador para "cacifar" a empreitada. Situação que impediria o deslocamento da equipe e, consequentemente, o cancelamento da primeira transmissão externa da emissora. Mas, a luz no final do túnel clareou e dois iluminados patrocinadores surgiram quase no apagar das luzes. Casas Bahia (sim, a sempre presente Casas Bahia, do solidário Samuel Klein), e as Lojas A Esportiva (da família Silvio Duarte, tradicional na região) patrocinaram a transmissão. De acordo com os recursos e condições da época escalamos a equipe que iria até Alagoinhas acompanhar o jogo do Santo André: Rolando Marques (narrador), o gaúcho Jurandir Martins (repórter) e o comentarista Oswaldo Lavrado - que não por acaso sou eu - estava de bom tamanho.
Embarcamos num vôo da Varig das 2h da madrugada (que à época ainda saia de Congonhas). Os bilhetes para viagens noturnas ofereciam um desconto de 20% e, como éramos um trio, a economia foi considerável. A viagem, com uma escala de quase 2h, no Galeão, no Rio de Janeiro, durou 3h30. Desembarcamos em Salvador por volta das 7h30 da manhã. No aeroporto 2 de Julho (atual Carlos Eduardo Magalhães), nos aguardava o gerente de esportes do Santo André, Roberto Nasser Bartoli, o Turcão, que hoje ocupa o cargo de diretor do Departamento de Lazer da Prefeitura de Santo André. Ao grupo, juntou-se o jornalista Divanei Guazzeli, enviado especial do Jornal Diário do Grande ABC, que faria a cobertura do jogo. Aboletados num táxi reservado pelo Turcão percorremos, num calor de quase 40 graus, a interminável avenida beira-mar de Salvador até a Praça Castro Alves, onde desembarcamos em uma garagem de ônibus da empresa Catuense, de propriedade do empresário Antônio Pena, magnata do transporte coletivo na Bahia e presidente da Catuense, time que o Santo André enfrentou em Alagoinhas.
Num ônibus meia-boca embarcamos eu, o Rolando e o Divanei. O Turcão e o Jurandir Martins, mais espertos enfrentaram de carro os 100 quilômetros da precária estrada que liga Salvador a Alagoinhas. Pior que a rodovia foi a via sacra no ônibus. Como era um sábado, tipo 12h, o coletivo parava onde havia alguém para embarcar (uma árvore ou um raro poste faziam a vez de uma parada convencional de ônibus). Crianças, adolescentes, adultos, sacos de farinha, um cão, um porco, algumas galinhas e uma cabra completavam a, para nós, inusitada carga do coletivo. Um calor infernal. A capacidade de 60/80 pessoas do ônibus pulou para 100 ou mais. No percurso, apenas as cidades de Camaçari (pólo petroquímico baiano) e a pequena Catu, que não possuía estádio, dai a Catuense jogar no município vizinho.
Após quase 3h de viagem, ufa!, chegamos a Alagoinhas. O motorista estacionou o veículo numa casa cercada por árvores para todos dos lados (também pertencia ao Antônio Pena), mas não ficamos lá. Saímos com a bagagem a procura de hotel. Só havia um na cidade e estava reservado à delegação do Santo André. Nestas alturas os relógios marcavam 21h. Com um jeitinho e após a aprovação do presidente do Santo André (Lourival Passarelli) e do técnico (Jair Picerni), o gerente do hotel arranjou um quarto onde nos instalamos - Eu, Rolando, Jurandir e Divanei. O "cicerone" Turcão sumiu. No domingo pela manhã, depois do café (café? deixa pra lá), topo com Miguel de Oliveira, massagista do Santo André, hoje no Palmeiras, que convida: "Lavrado, vem comigo que preciso encontrar gelo e o hotel não tem". Juntos percorremos, a pé, quase toda Alagoinhas e nada de achar o bendito gelo para o Miguel e seus jogadores. Os termômetros marcavam 41 graus na cidade. Pavio curto e com cara de poucos amigos o massagista do Santo André blasfemava: “que diabo de lugar é este que nem gelo tem?". Eu fiquei na minha uma vez que, como o Miguel, eu estava ressabiado com Alagoinhas. Salvo pelo gongo, Miguel de Oliveira conseguiu duas panelas com gelo, fornecidas pelo dono de um boteco (tirou da sua geladeira), que se apiedou com a angústia de meu amigo. Antes de chegar ao hotel passamos por uma feirinha, sem nenhuma banca, com toalhas e lençóis esparramados pelo paralelepípedo de uma rua imunda e calorenta. Sobre esses panos estavam espalhados sacos com farinha, rapadura, carne de todo tipo, frutas, verduras e outros alimentos. Ao lado, porcos, cabras, patos e galinhas (vivos) expostos para venda. Com o sol a pino, o mau cheiro era insuportável.
Bem, tipo 12h30 nossa equipe, já na companhia do pessoal da Rádio ABC de Santo André, rumou para o estádio. Para as duas e únicas rádios que estavam naquela praça de esportes havia linha de transmissão, instalada pela TeleBahia, mas não tinha terminal para o repórter de campo, que na Bahia e no Rio de Janeiro são chamados de repórter de pista. Após algum entrevero com a inexperiente turma da telefônica baiana, o problema foi resolvido e a Diário e a ABC conseguiram cumprir com seu dever "cívico" de transmitir a partida, que terminou com a vitória do Santo André sobre a Catuense por 1 a 0, gol do meia Rotta.
Dois ônibus apanharam a delegação do Santo André e também nós, das duas rádios. Sem ninguém consultar se a gente queria ou não, rumaram para a mesma casa, tipo mansão, com piscina interna e cercada por muitas árvores. Ali residia o glorioso Antônio Pena, já conhecido neste relato. O magnata havia convidado (ou obrigado), a turma de São Paulo, jogadores, comissão técnica, dirigentes do Santo André e nós, da Imprensa, para um jantar em sua casa. E que jantar... Numa sala enorme foram dispostas três grandes mesas com toalhas impecavelmente brancas e sobre as quais aportavam os mais variados tipos de comida baiana. O anfitrião não economizou nos detalhes. Mulheres vestidas de baianas (sic) pajeavam os convidados. Pratos de porcelana legítima, copos de cristal para cada tipo de bebida, que variava na qualidade e sabor. Tudo perfeito, não fosse um pequeno detalhe, fatal para nós paulistas: não havia nenhum tipo de talher, nem cadeiras. Os convivas se serviam, acreditem, com as mãos e comiam em pé.
A Rádio Diário passava por momentos conturbados em virtude de uma virada no comando interno da emissora. Essa mudança, ocorrida no final de dezembro de 83, provocou a demissão de companheiros (uns 30), que integravam vários departamentos (produção, programação, repórteres, locutores e operadores). O setor de esportes, com 20 profissionais, foi reduzido para 8, exatamente quando assumi o comando do setor.
A rádio tinha tradição em acompanhar os times do ABC e, com ou sem crise, iria transmitir os jogos do Santo André no Brasileirão. Até o dia 10 de janeiro, 19 dias antes da estréia do time na Bahia, o esporte não contava sequer com um patrocinador para "cacifar" a empreitada. Situação que impediria o deslocamento da equipe e, consequentemente, o cancelamento da primeira transmissão externa da emissora. Mas, a luz no final do túnel clareou e dois iluminados patrocinadores surgiram quase no apagar das luzes. Casas Bahia (sim, a sempre presente Casas Bahia, do solidário Samuel Klein), e as Lojas A Esportiva (da família Silvio Duarte, tradicional na região) patrocinaram a transmissão. De acordo com os recursos e condições da época escalamos a equipe que iria até Alagoinhas acompanhar o jogo do Santo André: Rolando Marques (narrador), o gaúcho Jurandir Martins (repórter) e o comentarista Oswaldo Lavrado - que não por acaso sou eu - estava de bom tamanho.
Embarcamos num vôo da Varig das 2h da madrugada (que à época ainda saia de Congonhas). Os bilhetes para viagens noturnas ofereciam um desconto de 20% e, como éramos um trio, a economia foi considerável. A viagem, com uma escala de quase 2h, no Galeão, no Rio de Janeiro, durou 3h30. Desembarcamos em Salvador por volta das 7h30 da manhã. No aeroporto 2 de Julho (atual Carlos Eduardo Magalhães), nos aguardava o gerente de esportes do Santo André, Roberto Nasser Bartoli, o Turcão, que hoje ocupa o cargo de diretor do Departamento de Lazer da Prefeitura de Santo André. Ao grupo, juntou-se o jornalista Divanei Guazzeli, enviado especial do Jornal Diário do Grande ABC, que faria a cobertura do jogo. Aboletados num táxi reservado pelo Turcão percorremos, num calor de quase 40 graus, a interminável avenida beira-mar de Salvador até a Praça Castro Alves, onde desembarcamos em uma garagem de ônibus da empresa Catuense, de propriedade do empresário Antônio Pena, magnata do transporte coletivo na Bahia e presidente da Catuense, time que o Santo André enfrentou em Alagoinhas.
Num ônibus meia-boca embarcamos eu, o Rolando e o Divanei. O Turcão e o Jurandir Martins, mais espertos enfrentaram de carro os 100 quilômetros da precária estrada que liga Salvador a Alagoinhas. Pior que a rodovia foi a via sacra no ônibus. Como era um sábado, tipo 12h, o coletivo parava onde havia alguém para embarcar (uma árvore ou um raro poste faziam a vez de uma parada convencional de ônibus). Crianças, adolescentes, adultos, sacos de farinha, um cão, um porco, algumas galinhas e uma cabra completavam a, para nós, inusitada carga do coletivo. Um calor infernal. A capacidade de 60/80 pessoas do ônibus pulou para 100 ou mais. No percurso, apenas as cidades de Camaçari (pólo petroquímico baiano) e a pequena Catu, que não possuía estádio, dai a Catuense jogar no município vizinho.
Após quase 3h de viagem, ufa!, chegamos a Alagoinhas. O motorista estacionou o veículo numa casa cercada por árvores para todos dos lados (também pertencia ao Antônio Pena), mas não ficamos lá. Saímos com a bagagem a procura de hotel. Só havia um na cidade e estava reservado à delegação do Santo André. Nestas alturas os relógios marcavam 21h. Com um jeitinho e após a aprovação do presidente do Santo André (Lourival Passarelli) e do técnico (Jair Picerni), o gerente do hotel arranjou um quarto onde nos instalamos - Eu, Rolando, Jurandir e Divanei. O "cicerone" Turcão sumiu. No domingo pela manhã, depois do café (café? deixa pra lá), topo com Miguel de Oliveira, massagista do Santo André, hoje no Palmeiras, que convida: "Lavrado, vem comigo que preciso encontrar gelo e o hotel não tem". Juntos percorremos, a pé, quase toda Alagoinhas e nada de achar o bendito gelo para o Miguel e seus jogadores. Os termômetros marcavam 41 graus na cidade. Pavio curto e com cara de poucos amigos o massagista do Santo André blasfemava: “que diabo de lugar é este que nem gelo tem?". Eu fiquei na minha uma vez que, como o Miguel, eu estava ressabiado com Alagoinhas. Salvo pelo gongo, Miguel de Oliveira conseguiu duas panelas com gelo, fornecidas pelo dono de um boteco (tirou da sua geladeira), que se apiedou com a angústia de meu amigo. Antes de chegar ao hotel passamos por uma feirinha, sem nenhuma banca, com toalhas e lençóis esparramados pelo paralelepípedo de uma rua imunda e calorenta. Sobre esses panos estavam espalhados sacos com farinha, rapadura, carne de todo tipo, frutas, verduras e outros alimentos. Ao lado, porcos, cabras, patos e galinhas (vivos) expostos para venda. Com o sol a pino, o mau cheiro era insuportável.
Bem, tipo 12h30 nossa equipe, já na companhia do pessoal da Rádio ABC de Santo André, rumou para o estádio. Para as duas e únicas rádios que estavam naquela praça de esportes havia linha de transmissão, instalada pela TeleBahia, mas não tinha terminal para o repórter de campo, que na Bahia e no Rio de Janeiro são chamados de repórter de pista. Após algum entrevero com a inexperiente turma da telefônica baiana, o problema foi resolvido e a Diário e a ABC conseguiram cumprir com seu dever "cívico" de transmitir a partida, que terminou com a vitória do Santo André sobre a Catuense por 1 a 0, gol do meia Rotta.
Dois ônibus apanharam a delegação do Santo André e também nós, das duas rádios. Sem ninguém consultar se a gente queria ou não, rumaram para a mesma casa, tipo mansão, com piscina interna e cercada por muitas árvores. Ali residia o glorioso Antônio Pena, já conhecido neste relato. O magnata havia convidado (ou obrigado), a turma de São Paulo, jogadores, comissão técnica, dirigentes do Santo André e nós, da Imprensa, para um jantar em sua casa. E que jantar... Numa sala enorme foram dispostas três grandes mesas com toalhas impecavelmente brancas e sobre as quais aportavam os mais variados tipos de comida baiana. O anfitrião não economizou nos detalhes. Mulheres vestidas de baianas (sic) pajeavam os convidados. Pratos de porcelana legítima, copos de cristal para cada tipo de bebida, que variava na qualidade e sabor. Tudo perfeito, não fosse um pequeno detalhe, fatal para nós paulistas: não havia nenhum tipo de talher, nem cadeiras. Os convivas se serviam, acreditem, com as mãos e comiam em pé.
Já passava da meia noite quando o empresário Antonio Pena colocou todos novamente nos dois ônibus, determinando aos motoristas que nos deixassem no aeroporto em Salvador, onde de madrugada retornamos, com escalas em Belo Horizonte e no Rio, a São Paulo, sem nenhum problema. Em Congonhas, claro, lá estava o nosso Lampião, motorista da rádio, sempre sorridente nos aguardando com a clássica pergunta: "e aí, tudo bem na viagem?" E a resposta de sempre, para encurtar conversa: "tudo Lampião, tudo."
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Oswaldo Lavrado - jornalista/radialista - trabalhou no Diário do Grande ABC, (rádio e jornal), e comandou a equipe de esportes da Rádio Diário por 10 anos. Atualmente é editor do semanário Folha do ABC.
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Oswaldo Lavrado - jornalista/radialista - trabalhou no Diário do Grande ABC, (rádio e jornal), e comandou a equipe de esportes da Rádio Diário por 10 anos. Atualmente é editor do semanário Folha do ABC.
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Bom Dia amigos do blog!
ResponderExcluirDessa viagem eu me livrei, mas fui o primeiro a ouvir a história, assim que a equipe dos craques do rádio pisou território paulista, sempre contada com muito humor pelo querido amigo-irmão Oswaldo Lavrado. Imaginem o Lavrado, num começo de noite, depois do programa esportivo da Rádio Diário, numa padaria de amigos na esquina da Praça central de São Bernardo, contando com detalhes os momentos engraçados e até constrangedores quando, numa mansão e com um farto jantar, foram todos eles obrigados a comer em pé e... Com as mãos! E a cara do “Turcão, um enorme brutamontes de dois metros de altura por dois de largura tentando arrumar talheres pra comer... sem sucesso! Impagável.
A viagem entre porcos, galinhas e cabras foi outro relato que não me esqueço. E Lavrado ia longe em sua narrativa. Contava que o saudoso Rolando Marques, um dos maiores nomes da radiofonia do ABC Paulista, que nos deixou nos anos 90, aos 51 anos de idade, sempre quieto, avesso a muita conversa, carregava um livro para ler e passar o tempo na maioria das viagens pela rádio. Com o Rolando viajei pouco, até porque dois locutores não tinham função nenhuma para um só jogo de futebol. Era ele, ou eu. Nessa viagem para Alagoinhas, Rolando, de acordo com a história de Lavrado na padaria, não conseguiu a tranquilidade que esperava. Vira e mexe uma galinha saltava sobre a careca do nosso saudoso amigo. Quando se levantava para espantar as penosas, enroscava-se numa cabra ou num porco e por pouco caia.
São muitas histórias que certamente irão para um livro que estamos preparando, cujos capítulos inéditos vão sendo mostrados nesse blog. Nessa viagem à Alagoinhas, percebam, poucas trapalhadas. Já imaginaram a razão, não? Eu não estava ao lado de Lavrado. Se estivesse, esse ônibus, cheio de porcos, cabras e galinhas teria sido incendiado, no mínimo. E o empresário, dono da cidade, teria que fabricar talheres, com certeza! Essas as gostosas histórias de rádio...
Abraços a todos e aguardem a próxima!
Edward de Souza
Bom dia Lavrado e Edward.
ResponderExcluirEu não havia lido o comentário do Edward, acima. Depois de ler o seu texto divertido, Lavrado, pensei comigo: "se o Edward estivesse junto, Alagoinhas não estaria mais no mapa( hahahahahahahaha). Que desespero, camarada. Nem gelo se encontra na cidade? Outra coisa. Comer em pé, vai lá, mas com as mãos, faça-me um favor!
Essas histórias de rádio são mesmo muito engraçadas, mas os convidei e renovo o convite, venham contá-los na churrascaria. As portas estão abertas pra vocês, já disse.
Abraços,
Paolo Cabrero - Itú - SP.
Ôi Lavrado, delícia essas histórias de rádio. Tem um colega de faculdade, o Carlinhos, Cacá, pra nós, que imprimi e coloca no mural lá na Metodista, quase sempre que vc escreve essas histórias. O pessoal faz a maior festa. Adorei essa de hoje...
ResponderExcluirBjos,
Andréa - Santo André - Metodista
Aqui estou meu amigo Lavrado. Depois de um longo e tenebroso inverno, retorno com forças renovadas.
ResponderExcluirLer suas histórias e as do Edward a respeito de viagens feitas a locais com culturas diferenciadas, como no caso essa que você está relatando, me faz lembrar as minhas excursões do passado pelo Brasil.
Na década de 40 e 50, aqui no Estado de São Paulo, os ônibus que faziam as ligações entre cidades, eram chamados de “jardineiras”. Geralmente, eram dotadas de bagageiros de teto. Entre o início e o fim da viagem se fazia inúmeras paradas. Ferramentas, animais, bicicletas, sacas de cereais, galinhas, porcos e tudo o mais o que se pode imaginar (parecia uma Arca-de-Noé, caipira) Crianças faziam suas necessidades fisiológicas no interior do transporte. Para isso usava-se o famoso urinol ou penico como quiserem. Depois era só pedir para o motorista dar uma paradinha e os dejetos eram jogados na beira da estrada.
Comer com as mãos era comum nessa época. O povo da roça era simples. Os meios de comunicação de massa não havia ainda os atingidos.
Os passageiros – caixeiros viajantes e outros viajavam com um avental que denominavam guarda-pó. O poeirão da estrada era violento!
Aqui a coisa mudou, mas continuou por esses brasis afora. Carne (de boi ou peixe) pendurada em varais no meio da rua principal das cidadezinhas ainda se via na década de 90, charqueando.
Comer com a mão é possível ver isso até aqui em São Paulo. Pessoas recém vindas do sertão – Cetro Oeste, Norte e Nordeste ainda usam os quatro dedos da mão direita para fazer um bolinho com a comida e jogá-la a boca. E fazem com uma satisfação!
Essas peripécias ocorridas no passado são muito importantes. Mostram o Brasil de ontem e de hoje e sua conseqüente evolução.
Obrigado Lavrado por mais essa narração. Gostoso de ler e de reviver nossas próprias experiências.
Um abraço
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Ôi Lavrado, me diga uma coisa, sou curiosa demais. Nessa casa onde foram recepcionados e obrigados a comer com a mão, como é que se serviam? Tinha que ter alguma coisa para se tirar a comida dos pratos, ou não tinha? Uma colher, concha, sei lá. Fiquei pensando, será que todo mundo enfiava as mãos nos pratos pra se servir? Eu morria de fome e não faria isso, penso...
ResponderExcluirBeijinhos,
Cindy - São Caetano - Metodista
Olá amigos e amigas do Blog:
ResponderExcluirEm viagem neste final de semana pela maravilhosa Ubatuba não tive acesso ao blog nos últimos dois dias. Recuperei tudo hoje, inclusive os comentários que foram postados em homenagem a Wanderley dos Santos.
O Lavrado nos contempla com mais uma de suas incríveis viagens para transmissão dos jogos de futebol. Quem acompanhava as partidas, pela Rádio Diario, mal poderia imaginar os percalços que eles enfrentavam nos bastidores.
Alagoinhas, caro Lavrado, mudou muito nos últimos tempos. Principalmente depois que a Schincariol construiu lá sua principal fábrica de cervejas para abastecer o Nordeste. A cidade fica à beira da BR 101 e sempre passo por lá, anualmente, quando vou de carro para Natal/RG. Costumo ficar hospedado numa pousada simples porém acolhedora, inclusive com as comidas baianas. Hoje o pessoal come com garfo e faca, pelo menos os que eu vi e conheci por lá.
Obrigado, Lavrado, por mais este relato. Sei que existem outros que estarão aqui graças à sua prodigiosa memória e grata colaboração.
Grande abraço,
édison motta
Santo André, SP
Sabe Lavrado, esses relatos gostosos seus sempre nos mostram coisas do nosso Brasil que é para se pensar. Uma cidade com estranhos costumes onde nem gelo se encontra. Comer em pé e com as mãos é copisa pra índio, desculpe-me. O Édison Motta esclareceu que hoje tudo está mudado, felizmente. Mas vc contou que isso existia em 1983, o que é um absurdo para a grandeza do nosso País. E lá (Alagoinhas) como em muitas cidades do interior baiano e pernambucano, tem o seu coronel. ACM reinou absoluto em toda a Bahia até sua morte. Legal essas histórias de rádio por isso, a gente se diverte e aprende mais sobre nosso Brasil!
ResponderExcluirBeijinhos,
Cláudia - Cásper Líbero - SP.
Oi gente, oi J. Morgado, satisfação em revelo virtualmente.
ResponderExcluirOlha senhor Oswaldo Lavrado, agora são exatamente, doze horas e vinte quatro minutos.
Eu estou com a barriga roncando, Ontem estava muito frio, e eu fiquei com preguiça de ir ao mato pegar lenha.
Acontece que eu fui fazer o rango, e não tinha essa energia colhida nos cerrados aqui da minha região.
Estava saindo agora para buscar uns gravetos para fazer o almoço, quando eu resolvi dar uma espiadela aqui no blog.
Essa história de uma mesa farta, ainda mais com a o cardápio baiano, me deu uma fome “trrrremenda”.
É totalmente o contrário da minha mesa, que não é farta, mais farta tudo.
Eu te juro que, com a fome de leão que eu estou, sou capaz de comer com as mãos, e ainda lamber os dedos.
Se por acaso a hora que eu for tirar uma cesta depois do almoço, e eu tiver pesadelos que eu estou saboreando uma comida baiana, e acordar com desejos, você meu caro amigo, vai ter que mandar uma dúzia de acarajés, via CDX aqui na capela pra mim!
Padre Euvidio.
Queridas amigas e amigos, dileto Oswaldo Lavrado: maravilhosa a história dessa viagem. Um retrato de época e de Brasil. Foi duro, difícil, sacrificado, mas essas coisas impagáveis valem a vida. É o que fica. O divertido e inusitado marca. Notem, quando tudo corre fácil e a gente fica num hotelão 5 estrelas esquece fácil. As grandes histórias estão sempre atreladas a algum tipo de sacrifício, e quando divertidas se tornam encantadoras, como esta contada pelo grande radialista Oswaldo Lavrado. Em 1972 coloquei uma mochila nas costas e no bolso a grana que estava separada para comprar um carro. Decidi conhecer a América do Sul. O carro era menos importante, poderia esperar. Foram dois meses na estrada. Na Bolívia usei até carroceria de caminhão. As cenas do Lavrado me lembraram aquelas jardineiras que até hoje a gente encontra aqui no nosso belíssimo continente. Numa das viagens tive que sentar, a pedido de uma índia, sobre um saco com muamba. Era muito frio, todo mundo, inclusive eu, usava poncho, que cobria tudo. Para esconder do fiscal. Eram porcarias, zípers, botões. Todo mundo carregava muamba na jardineira, o fiscal entrava e fingia que não tinha visto nada. Ainda bem, era gente muito pobre. Parabéns Oswaldo Lavrado, adorei mais este episódio.
ResponderExcluirBeijos!
Milton Saldanha
"A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitoria propriamente dita".
ResponderExcluirMahatma Gandhi
Boa tarde, lavrado.
ResponderExcluirAgora não tenho mais dúvidas. Foram vocês, grandes radialistas, os responsáveis pelo progresso de Alagoinhas. Com a busca incansável pelo gelo para se fazer uma boa caipirinha, vocês, nobres jornalistas, unidos ao massagista do clube, obrigaram as autoridades municipais daquela cidade baiana a investir. E o Édison Motta acaba de dar a notícia. Não só tem gelo como agora tem uma fábrica de cervejas. E ainda por cima, fábrica de talheres, para que ninguém mais coma com as mãos. Ou melhor, com as mãos terão que comer, mas usando garfos, facas e colheres, fique isso bem claro.
Faltou apenas uma fábrica de tequila, ou mesmo de uma boa cachaça seguindo os padrões de Salinas. Isso, com a próxima ida do Santo André a cidade, certamente acabará acontecendo.
Ficou uma dúvida. Não seria o Motta um dos sócios nesses empreendimentos em Alagoinhas? Afinal, adora uma hóstia bem gelada, já soube aqui.
Abraços Lavrado, parabéns pela crônica de hoje e desculpe-me pelas brincadeiras.
Laércio H. Pinto
Olá Oswaldo Lavrado!
ResponderExcluirViajei alguns dias, cheguei hoje pela manhã e vim ao blog ler as matérias atrasadas que escreveram e bem a tempo de ler essa engraçada sobre as viagens que faziam para transmissões de futebol. Não tem como não rir do seu relato, Lavrado. E cá entre nós, já imaginou se o anfitrião resolver servir uma bela sopa? O jeito seria virar o prato, fazer biquinho e entornar o líquido, tomando cuidado pra não sujar a roupa (rsssssssss....) Muito legal!
Bjos,
Karina - Campinas - SP.
Tudo bem, Karina?
ResponderExcluirVou acrescentar um pequeno detalhe nessa sua sopa. Para ficar bem mais engraçada a história, imagine você se a sopa fosse de... Mandioca! O Lavrado certamente iria bater o recorde mundial de corrida dos mil quilômetros rasos para homens. Lavrado "adora" mandiocas, pergunte à ele!
Beijos e fico feliz que esteja de volta ao blog. Já estava preocupado com sua ausência.
Edward de Souza
Ôi Oswaldo Lavrado e Edward!
ResponderExcluirEstava lendo sua história e depois os comentários. Um deles, J. Morgado, chamou minha atenção. Vovô contava que não faz muito tempo, aqui pelos lados de Franca, tinha muitos dessas "jardineiras" citadas pelo J. Morgado. Era assim, conforme você escreveu nesse seu relato de hoje. Repleta de porcos e galinhas. Penso que cabras não tinha, é muito dificil esse animal por essas bandas. O engraçado da história do vovô é que ele dizia sempre a mesma frase, quando falava dessas "jardineiras". Dizia ele, enquanto acendia seu cigarro de palhas: "o motorista adorava ver um galão de leite. Parava mesmo o ônibus" (sic). E a gente reclama hoje do progresso, não?
Muito engraçada sua história, dei boas risadas. Mamãe (Tânia) também gostou e lhe manda um abraço...
Ana Paula - Franca - SP.
Sêo Oswaldo e sêo Edward.
ResponderExcluirAqui é do buteco do Sací. Nois tiramos ele do computador, ele escreve muito errado e ninguem intendi nada. Só pra dizer pro sinhô que fazemos fila aqui no buteco pra lê suas história do rádio. O Sací descubriu que o sinhô gosta de mandioca e mandô avisá que frita todos os dias, da branca e da amarela. Quando o sinhô vier aqui em Pinda vai sê nosso cumvidado.
Abraços da patota do buteco do Sací- Pindamonhangaba. Escreve Vaca Preta.
Olá, amigos!
ResponderExcluirOs comentários excluídos foram meus. Cometi uma barbeiragem e publiquei duplamente. Fui excluir um e, inadvertidamente, retirei os dois. Bem-feito, agora tenho que escrever novamente!
Bela e engraçada história nos oferece hoje o Oswaldo Lavrado, retirada de suas memórias do rádio!
É certo que todos nós temos alguma recordação de peripécias que envolvem ônibus, especialmente quem mora no interior. Também já vivi algumas...
Certa vez, quando estudava em Santa Maria, peguei um ônibus lotado, com muitas pessoas em pé (o que agora é proibido...). Pois bem, a certa altura, entrou uma mulher jovem, com um bebezinho de poucos meses. Fiquei com pena e lhe ofereci o meu lugar. Ela não aceitou mas me deu o bebê. Fiquei louca de medo que ela descesse e não pegasse a criança. O que eu faria com um nenê perdido, àquelas alturas? Ainda bem que a senhora desceu em Jaguari e levou seu filhinho...
Claro, nessas viagens sempre havia sacos e mais sacos de milho, galinhas (vivas!) e mandioca (sei que adoras, Lavrado, segundo nos conta do Edward! ahahahah!)
Outra vez, entrou no ônibus uma mulher com um saco de estopa cheio de arruda, uma erva cujo cheiro não suporto, embora digam que afasta mau-olhado. A dita ficou sacudindo aquele saco durante boa parte do percurso. Eu, que viajava na janela, tive que abri-la, toda, pois era insuportável o "aroma"...
Uma pergunta que não quer calar: Quando poderemos ler o livro das aventuras de nossos mosqueteiros do rádio?
Queremos o livro, queremos o livro, queremos o livro!
Olha Oswaldo Lavrado, depois de ler todas essas histórias que vc conta sobre essas transmissões esportivas, vou lhe confessar uma coisa. Se eu ligar um radinho em casa e ouvir uma partida de futebol, mesmo não torcendo pra nenhum dos times, não desligo o rádio. Vou ouvir até o término da transmissão. Depois de tudo que passam para narrar um jogo, o mínimo que temos que ter é respeito pelo trabalho de vocês.
ResponderExcluirBeijinhos e parabéns pelo texto.
Daniela - Universidade Federal de Juiz de Fora/MG
Olá amigos,
ResponderExcluirEstou participando, ainda em fase experimental, da TV Sehal. Todos os dias, entre 17 e 18 hs comentamos os principais assuntos do dia, ao vivo.
Acessem e comentem:
www.sehal@sehal.com.br
Abração,
Édison Motta
Prezado Oswaldo Lavrado, meus cumprimentos pelas histórias que tem contado aqui no blog desse grande jornalista e radialista, Edward de Souza. Permita-me dizer-lhe que vocês formaram a melhor equipe de rádio que se teve notícia aqui na Região do ABC, O.K.? Sem nenhum puxa-saquismo. O grande Rolando Marques, ou Rolando Bufânio, seu nome verdadeiro, ao lado de Edward de Souza narrando jogos eram adrenalina pura. Dois vozeirões que enchiam nossos lares com seus gritos de gol e com a emoção transpirando pelos poros que contagiava quem estivesse ouvindo as transmissões esportivas dos "Craques do Rádio". Um som maravilhoso tornava a emissora líder da região e, muitas vezes, soube eu, derrubando audiências das chamadas poderosas de São Paulo. Você, caro Lavrado, imparcial, polêmico às vezes, foi o melhor comentarista de rádio que já ouvi. Nossa região está carente de talentos como vocês. Rolando se foi muito cedo, Edward nos trocou pela sua cidade, Franca, e você se enfiou no Jornal e se esqueceu dos milhares de ouvintes que ainda lhe admiram, caro amigo!
ResponderExcluirAos amigos que frequentam esse blog, fiz questão de deixar esse testemunho, para que saibam do enorme talento de todos vocês, componentes dessa brilhante e inesquecível equipe esportiva do Grupo Diário do Grande ABC. Deixo também meu abraço ao Professor Luís Carlos Maia, grande plantonista esportivo e ferrenho torcedor da Lusa, ao gaúcho Jurandir Martins, repórter de campo dos melhores, Sidnei Lima idem e aos demais amigos locutores, repórteres e técnicos de som que participavam dos "Craques do Rádio". Marcou época... Deixou muita saudade!
Abraços,
Antonio Luiz Barbosa - Santo André - SP.
Desde quando vcs começaram a contar essas histórias de rádio aqui no blog do Edward eu já percebia o sucesso que fariam. Não perco uma, Oswaldo Lavrado, e percebo, pelo depoimento acima, o quanto vcs são queridos no ABC, meus parabéns, merecem essas homenagens, sem dúvida.
ResponderExcluirSobre essa viagem a Alagoinhas (não conheço), sobrou ao menos alguma coisa de boa. Copos e pratos do maior luxo. Dificil seria todo mundo beber na garrafa, não é (rssssssss....). Pelo menos isso....
Bjos,
Marcia Regina - Franca - SP.
Caro Vaca Preta, como substituto do Sací, o senhor trocou seis por meia dúzia. Não seria melhor deixar o Sací continuar escrevendo?
ResponderExcluirMinhas bençãos ao buteco do Sací e que o vinho que lá esteja em estoque seja repartido com pobres padres neste inverno.
Padre Euvídio
Olá amigos...
ResponderExcluirPrimeiro os agradecimentos aos que, até agora, leram e comentaram nosso artigo;
1 - Se o Edward estivesse nessa viagem certamente teria depenado todas as galinhas e, desgustado. Pior era o porco que berrava a cada pisada no rabo. O nosso saudoso Rolando, o Edward sabe disse, além de extraodinário narrador, locutor e exepcional amigo-irmão, era espírita e todas a vezes que que a gente viajava a primeira coisa que ela fazia no aeroporto era comprar um livro espírita e ler durante a viagem. Para Alagoinhas não foi diferente. Devorou tranquilamente metade de um Allan Kardec no avião, mas a outra parte, na viagem de ônibus, as galinhas não deixaram;
2- Acho que não consegui explicar bem a história dos talheres: realmente não foram colocados talheres nesse jantar; sei lá se havia na casa do Antônio Pena (devia haver, claro); Nunca esqueço o Antonio Sola (comentarista da Rádio ABC, advogado de formação e já falecido), com um prato (arroz, feijão, farinha, uns pedaços de mandioca assada) na mão direita e um generoso naco de carne de carneiro - ao molho - na esquerda e... sem talher. Pra todos nós de São Paulo foi uma luta comer sem os apetrechos e ter que lambuzar as mãos na apetitosa iguaria servida. Imaginem a cena, já que o Solla era meio enjoadinho pra comer, tipo, digamos, Edward;
3 - Na pernada que demos a procura do gelo, o Miguel de Oliveira pediu alguns petiscos no boteco e o cidadão que arrumou o gelo lhe serviu talheres (um carfo faltando um dente, uma colher torta e uma faca cega), portanto havia talher na cidade.
4 - J. Morgado, bom retorno velho amigo: o ônibus que nos conduziu de Salvador a Alagoinhas era tipo fretamento, porém uma chaleira fervendo rompendo a estrada com seus "ilústres" passageiros - galinhas, porcos e cachorros - o ser humano ali era simples detalhe;
4 - Caro Motta, obrigado pela dica. Quando voltar lá levo o Edward comigo. Afinal abriram uma fábrica de cerveja na cidade. Precisa mais...?;
5 - Andréa - Acescente um abraço ao pessoal da Metô, aqui ao lado. Obrigado, menina;
6- Cláudia - apenas na casa do homem é que não foi servido talher. Ele, os jogadores do seu time, seus familiares e funcionários se serviam e comiam tranquilamente sem os apetrechos (e deram um show na arte);
7- Laércio - o que não faltou na cidade baiana e na casa do magnata foi cachaça, tinha pra todos os gostos;
8 - obrigado Ana Paula, renove os abraços à dona Tânia, sua mãe;
9 - Karina - Não era sopa, porém imagine panelas (das grandes) com carneiro ao molho e tijelas cheias de feijão com caldo ralinho pra "amassar" com as mãos com a farinha, de mandioca, claro.
10 - Cláudia - você deve ter notado que nas campanhas políticas, via TV, que todos os candidatos de norte a sul do Brasil, alardeiam que em suas cidades ou Estados a saúde é prioridade e que a população não tem o que reclamar, mas quando um deles - governador, senador, deputado, prefeito ou vereador - sente uma dor de barriga vêm se tratar no Einstein, Unicor, São Luiz ou Sírio Libanês, aqui em São Paulo.... entendeu, né.
11 - Para encerrar, por hora, não contei, no relato, que no percurso entre o aeroporto e a Praça Castro Alves, próximo ao Farol da Barra, o taxista sugeriu: " vamos bater uma e comer uma lambreta ?". Cada um de nós, Rolando, Divanei e eu, no banco de trás do táxi, nos olhamos interrogativos e desconfiados. Nada de mais, descobrimos depois, já num chalé da referida praia: bater uma é tomar cerveja; lambreta é uma comida, tipo caldo com frutos do mar, porém apimentado que só o diabo.
abraços, gente e obrigado
Oswaldo Lavrado - SBCampo
Ôi Oswaldo, como baiana da nata, deixe-me lhe corrigir. "Lambreta" na Bahia é o mesmo que ostra aqui para os paulistas. Vc, por tabela, acertou, disse um caldo, correto. Com frutos do mar, errado. Aí seria a "caldeirada".
ResponderExcluirJá que não entende bem de culinária baiana, vc nos compensou com uma boa história da terrinha.
Beijos,
Marina - Cásper Líbero - SP.
Pois é Lavrado, a Marina esclareceu o que é a tal de lambreta. Cada vez que ia a Salvador eu me empanturrava com as tais. É uma delícia.
ResponderExcluirEm Maceió, na Lagoa de Mundaú, em épocas áureas, havia também uma infinidade de restaurantes que serviam as ostras entre outros frutos do mar.
No Chile, entre as riquezas dos frutos do mar que só Pacífico pode nos fornecer, há as “matchas”.
Em viagem aquele lindo país, comi tanto que passei muito mal. Enquanto os companheiros se ilustravam através dos Telescópios instalados no Andes, eu simplesmente não agüentava ficar em pé.
Lembranças... Lembranças...
Repito Lavrado, você com suas histórias despertam as nossas recordações.
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Olá Lavrado!
ResponderExcluirE vai você me dizer que nos botecos da vida se come com faca e garfo? No máximo, palitinhos espalhados pelo prato. Treinados, com certeza você, Turcão e o Miguel de Oliveira não se apertaram em Alagoinhas.
Um abração,
Miguelzinho - São Bernardo
Olá amigos do blog...
ResponderExcluirLavrado, mais uma vez, surpreende com seus engraçados relatos, juro que jamais imaginei que repórter e jornalista passassem por tantas ciladas.Pensei que tudo fosse mais fácil, mas...
Ana Célia de Freitas.Franca/SP.
E descobri mais uma coisa do Lavrado, gente! Além de nos espionar com um binóculos do alto de sua janela, ele adora guaraná. Viram que onde quer que esteja sempre tem uma ao lado dele?
ResponderExcluirTatiana - Metodista - SBC
Pois é gente... beleza os comentários.
ResponderExcluir1 - Nivea - Em uma viagem de Santo Antônio da Platina até Andirá, no Paraná, num ônibus desses, lotado e chovendo muito, também levantei para dar lugar a uma mulher (acredito uns 40 anos). Assim que levantei sentou o marido dela, um de uns 50 anos, (pouco mais pouco menos), barba por fazer,chapéu de abas e cara de poucos amigos. Entre surpreso e irritado perguntei à mulher, que ficou em pé, se o marido era doente. Ela disse que não. O cara ouviu o papo e respondeu, rispido. "A mulher vai em pé". Como tenho um pouco de juízo fiquei na minha, viajei em pé até Andirá e o caboclo sentado. Nada mais foi dito, nem perguntado, nem deveria. O livro, você cobra do Edward. Obrigado pelos comentários;
2 -Daniel (Juiz de Fora que expulsou nossa São Bernardo do Campo) - obrigado, valeu amigo.
3 - Marina e Morgado - De fato não entendia e nem entendo da culinária baiana, nem paulista, nem gaúcha, nem alagoana, mas vocês tem razão. O diabo da Lambreta servida foi uma mistura de tranqueira que desceu queimando, maa nada que a gente não suportasse depois de bater umas cervejas. Valeu;
4 - A. Luiz Barbosa, da nossa Santo André - obrigado pelas referências. Felizmente tive a honra de trabalhar e comandar uma equipe que tinha Rolando Marques e Edward de Souza. Eles eram os astros, nos outros apenas coadjuvantes. Foram 23 (70/93) anos de ouro com Os Craques do Rádio, que gente como você (permita?) consagraou aqui no ABC. Obrigado amigão;
5 - Miguelzinho- você reparou no talher que o cara do boteco serviu ao seu xará Miguel de Oliveira?: um garfo faltando dente, uma colher torta e uma faca cega. O Miguel pediu duas salsichas com molho, que lhe foram servidas numa pequena tijela. No boteco do Saci, em Pinda, deve ter esse tipo de talher. Dai... valeu Miguel;
6 - Tatiana - Já estou sentindo saudades do pessoal da Metô, que na próxima semana entra nas férias de julho e não posso ver, via binóculo, a moçada que estuda aqui ao lado. Até o Bar da Praça fica mais solitário nas noites das sextas-feiras de julho e dezembro. Outra coisa, as vezes (raras é verdade) eu e o Edward tomavamos guaraná. Menina, fazia um mal danado. Certo Edward?. Obrigado garota e boas férias.
Valeu gente, gratos e até de repente.
Oswaldo Lavrado - SBCampo
Caro Oswaldo Lavrado, será que tomou guaraná demais esta noite passada? O tal de Daniel de Juiz de Fora é uma jovem. Identificou-se claramente como Daniela, não percebeu? Tadinha, vai morrer de vergonha. Outra coisa que notei e senti falta. Onde anda o professor João Paulo? Sumiu!? Ou não gostou da história hoje!!!!!!!!!
ResponderExcluirPadre Euvídio
Olá meus queridos, que alegria poder estar lendo estes fatos e estes momentos que marcaram a vida dos Craques do Rádio, e a de todos que acompanhavam as maravilhosas transmissões, e também a eterna saudade de meu pai Rolando Marques.
ResponderExcluirFico muito feliz em ler estas histórias, fico imaginando a cena e meu pai em meio a todos esses epsódios, mas tenho certeza que esta amizade que permaneceu entre vcs, foram nestes momentos de dificuldades que ganharam força e companheirismo, pois para nós que escutávamos as transmissões nunca podíamos imaginar que existiam tantas dificuldades assim, pois a harmonia de vcs era IMPAR.
Deixo meu abraço a todos, e meu carinho a todos que conhEceram essas feras do Rádio, e digo que temos muitas saudades desta equipe maravilhosa.
P.S >> DIA 9 DE JULHO COMPLETAM QUINZE ANOS DO DESENCARNE DE MEU PAI.
BJAUMMM PRA TODOS
VERA LUCIA BUFANIO