Édison Motta
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PORTA ABERTA
PORTA ABERTA
PARA O CRIME
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Final
Final
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Com todo respeito que devemos ter à religião das pessoas, os ventos do século XXI indicam que é preciso, ainda, remover muita sujeira escondida debaixo do tapete daquilo que convencionamos denominar sociedade. Se no primeiro mundo fatos estarrecedores como os relatados no artigo de ontem (logo abaixo) aconteceram, o que dizer daquilo que se passa entre nós, tupiniquins, sob a linha do equador? Alguém já se atreveu buscar informações concretas sobre o que acontece nas escolas públicas da periferia? Moralistas e puritanos de fachada não faltam. Não apenas entre padres e freiras. Pululam em nosso meio os falsos profetas do apocalipse que vendem espaços no céu em troca de generosas contribuições daqui, da vida terrena. Poucos se importam de verdade com a opressão a que estão submetidas milhares de vidas, na flor da puberdade. Os pequenos explorados não têm a quem recorrer. Nem mesmo junto às religiões.
Abusos contra crianças e adolescentes revelam a face terrível de barbárie de uma sociedade que se diz civilizada. Na Irlanda, as vítimas de ontem são hoje adultos. Tratando-se de um País com severas leis contra o crime carecemos de maiores informações sobre os desdobramentos que o trauma de muitas infâncias provocou na sociedade contemporânea. Mas não é difícil imaginar o que acontece aqui entre nós. No País da impunidade, os abusos sobre crianças se transformam num celeiro fértil para produção de criminosos. A revolta plantada na infância e a falta de perspectivas de ascensão social para a maioria de filhos do sexo inconseqüente entre adolescentes criam, progressivamente, o grande monstro que atormenta o nosso dia a dia, poluem a beleza da vida e nos faz a todos inseguros. O perigo nos espreita nas esquinas. Sobreviver nunca foi tão difícil!
O verdadeiro enfrentamento ao quadro de miséria que anda de mãos dadas com o crime em nosso país passa, necessariamente, pela discussão sobre controle da natalidade. Um tema tabu, proibido. Qualquer parlamentar que ouse tocar no assunto enfrentará um turbilhão de reações por parte da Igreja Católica e da bancada evangélica no Congresso. O papa condena a pílula e qualquer tipo de controle da natalidade no que se faz acompanhar de muitos pastores.
Cerca de 8.200 crianças nascem por dia no Brasil. Num país insistentemente desigual, cada um desses meninos e meninas já vem ao mundo com mais ou menos chances de superar a pobreza de acordo com sua etnia, a renda de sua família, a escolaridade de seus pais e a região onde nasceu. O relatório Situação da Infância e Adolescência Brasileiras da Unicef traz dados sobre as diferenças de acesso a serviços de saúde e educação entre crianças pobres e ricas, que vivem em áreas rurais ou urbanas, que crescem no Sul ou no Norte do país e mostra como estes fatores determinam as oportunidades que aquele bebê, que acaba de nascer, terá na vida.
Desses 8.200 brasileiros que nascem por dia, cerca de 1.500 são da região Nordeste. Cada um deles terá um quarto da chance de completar o primeiro ano de vida dos nascidos no Sul ou no Sudeste. Quase metade deles serão negros e terão duas vezes mais chance de não freqüentar o ensino fundamental, em comparação com as crianças brancas.
A violência praticada contra menores é apenas a ponta de um imenso iceberg da explosão demográfica em nosso território, alimentada com o bolsa-familia, de um lado e com a frenética construção de presídios no outro. Jamais seremos uma nação desenvolvida enquanto não rompermos esse ciclo vicioso.
Não é incrível que a distribuição de renda, no Brasil, através dos programas sociais do governo, incentivados pelas religiões e pelos políticos que delas se beneficiam esteja fundamentalmente assentada no tamanho da prole dos ajudados? Quais famílias têm o maior número de filhos senão as mais pobres? Falta educação e sobra manipulação política das massas. No meio disso tudo estamos nós, pobres mortais, as maiores vítimas desta sociedade encurralada.
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*Édison Motta, jornalista e publicitário é formado pela primeira turma de comunicação da Universidade Metodista. Foi repórter e redator da Folha de S.Paulo e Jornal do Brasil; editor-assistente do Estadão; repórter, chefe de reportagem, editor de geral (Sete Cidades) e editor-chefe do Diário do Grande ABC. Conquistou, com Ademir Médici o Prêmio Esso Regional de Jornalismo de 1976 com a série “Grande ABC, a metamorfose da industrialização”. Conquistou também o Prêmio Lions Nacional de Jornalismo e dois prêmios São Bernardo de Jornalismo, esses últimos com a parceria de Ademir Médici, Iara Heger e Alzira Rodrigues. Foi também assessor de comunicação social de dois ministérios: Ciência e Tecnologia e da Cultura. Atualmente dirige sua empresa Thomas Édison Comunicação.
Abusos contra crianças e adolescentes revelam a face terrível de barbárie de uma sociedade que se diz civilizada. Na Irlanda, as vítimas de ontem são hoje adultos. Tratando-se de um País com severas leis contra o crime carecemos de maiores informações sobre os desdobramentos que o trauma de muitas infâncias provocou na sociedade contemporânea. Mas não é difícil imaginar o que acontece aqui entre nós. No País da impunidade, os abusos sobre crianças se transformam num celeiro fértil para produção de criminosos. A revolta plantada na infância e a falta de perspectivas de ascensão social para a maioria de filhos do sexo inconseqüente entre adolescentes criam, progressivamente, o grande monstro que atormenta o nosso dia a dia, poluem a beleza da vida e nos faz a todos inseguros. O perigo nos espreita nas esquinas. Sobreviver nunca foi tão difícil!
O verdadeiro enfrentamento ao quadro de miséria que anda de mãos dadas com o crime em nosso país passa, necessariamente, pela discussão sobre controle da natalidade. Um tema tabu, proibido. Qualquer parlamentar que ouse tocar no assunto enfrentará um turbilhão de reações por parte da Igreja Católica e da bancada evangélica no Congresso. O papa condena a pílula e qualquer tipo de controle da natalidade no que se faz acompanhar de muitos pastores.
Cerca de 8.200 crianças nascem por dia no Brasil. Num país insistentemente desigual, cada um desses meninos e meninas já vem ao mundo com mais ou menos chances de superar a pobreza de acordo com sua etnia, a renda de sua família, a escolaridade de seus pais e a região onde nasceu. O relatório Situação da Infância e Adolescência Brasileiras da Unicef traz dados sobre as diferenças de acesso a serviços de saúde e educação entre crianças pobres e ricas, que vivem em áreas rurais ou urbanas, que crescem no Sul ou no Norte do país e mostra como estes fatores determinam as oportunidades que aquele bebê, que acaba de nascer, terá na vida.
Desses 8.200 brasileiros que nascem por dia, cerca de 1.500 são da região Nordeste. Cada um deles terá um quarto da chance de completar o primeiro ano de vida dos nascidos no Sul ou no Sudeste. Quase metade deles serão negros e terão duas vezes mais chance de não freqüentar o ensino fundamental, em comparação com as crianças brancas.
A violência praticada contra menores é apenas a ponta de um imenso iceberg da explosão demográfica em nosso território, alimentada com o bolsa-familia, de um lado e com a frenética construção de presídios no outro. Jamais seremos uma nação desenvolvida enquanto não rompermos esse ciclo vicioso.
Não é incrível que a distribuição de renda, no Brasil, através dos programas sociais do governo, incentivados pelas religiões e pelos políticos que delas se beneficiam esteja fundamentalmente assentada no tamanho da prole dos ajudados? Quais famílias têm o maior número de filhos senão as mais pobres? Falta educação e sobra manipulação política das massas. No meio disso tudo estamos nós, pobres mortais, as maiores vítimas desta sociedade encurralada.
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*Édison Motta, jornalista e publicitário é formado pela primeira turma de comunicação da Universidade Metodista. Foi repórter e redator da Folha de S.Paulo e Jornal do Brasil; editor-assistente do Estadão; repórter, chefe de reportagem, editor de geral (Sete Cidades) e editor-chefe do Diário do Grande ABC. Conquistou, com Ademir Médici o Prêmio Esso Regional de Jornalismo de 1976 com a série “Grande ABC, a metamorfose da industrialização”. Conquistou também o Prêmio Lions Nacional de Jornalismo e dois prêmios São Bernardo de Jornalismo, esses últimos com a parceria de Ademir Médici, Iara Heger e Alzira Rodrigues. Foi também assessor de comunicação social de dois ministérios: Ciência e Tecnologia e da Cultura. Atualmente dirige sua empresa Thomas Édison Comunicação.
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Bom dia Édison, Edward e amigos do blog. Ontem li a primeira parte desse seu artigo e deixei pra dar minha opinião hoje. Olha, não consigo entender como um país tão grande, rico em potencial, tem hoje uma população de miseráveis, velhos, doentes e crianças passando fome, sendo vendidas e exploradas sexualmente. Lembro-me da frase inesquecível de Olavo Bilac: "Criança, não verás nenhum país como este, ama com fé e orgulho a terra em que nasceste". Como podem ter fé às crianças brasileiras em sua maioria, muitas delas perambulam pelas ruas da cidade, pedindo a um e a outrem dinheiro para saciar a fome. E, quando não conseguem, se inserem no caminho da perdição e se sujeitam a exploração sexual. Lugar de crianças é na escola, mas as escolas do Estado e Município não oferecem atrativos como uma boa alimentação, lazer, recreação e tratamento médico e dentário dignos.
ResponderExcluirNeurônios debilitados pela fome, percepção mental enfraquecida vão aprender o quê? Olavo Bilac planejava para as crianças brasileiras um país mais humano, onde os pequeninos tivessem escola e lazer e não ser mais um farrapo humano que encontramos nas ruas catando lixo e alimentos deteriorados para sobreviver. É triste, mas é verdade. Nas campanhas políticas ouvimos muitas promessas mirabolantes, mas não pensaram e nem planejaram retirar as crianças das ruas e colocá-las em abrigo para estudar, aprender um ofício e tornar-se um cidadão digno. Ao contrário, são jogadas nas ruas e vendem bem cedo seus corpos para sobreviver. Muito triste esse quadro. Meus cumprimentos pela brilhante e corajosa matéria em duas partes, caro jornalista. Temos que mexer na ferida, quem sabe um dia esse País toma jeito!
Abçs
Fernanda - Rio de Janeiro
Ôi Édison...
ResponderExcluirFalta à sociedade brasileira muita coisa, inclusive vergonha na cara. Vergonha de reconhecer seus problemas e compreender que este país só se transformará se investirmos pesado na educação e cultura da população. Sei que este tema está na pauta das campanhas políticas, porém, não é por isto que falo. Quando digo problema de educação e também cultural é que são vários os sintomas da degeneração social que o país vive, onde a exploração sexual de crianças e adolescentes se inclui. Decorrem da ausência desta carência educacional e cultural. A questão da exploração das crianças e adolescentes é fruto de desestruturação cultural e não só de miséria social. A maioria das crianças e adolescentes é menina, ou seja, questão de preconceito sexual, do famoso machismo brasileiro; a maioria das meninas é mulata e negra, questão de preconceito racial, e, por fim, esta visão de poder do adulto sobre a criança, resultado de uma compreensão equivocada da vida, resultado de uma péssima educação. São questões culturais, de preconceitos. A sociedade brasileira tem que entender que quem muda um país é o seu povo e não o seu governo. Para haver uma nação é necessário que haja cidadãos que queiram que ela exista. Isto leva tempo. E nós precisamos gastar este tempo e não empurrar mais o nosso destino para o futuro.
Bjs,
Tânia Regina ( Cásper Líbero) SP.
èdison Motta,
ResponderExcluirEsquemas de exploração sexual de crianças e adolescentes em nosso País são mais uma vertente da violência do Estado capitalista contra os setores oprimidos. A exploração capitalista no nível mais cruel, que se aproveita da miséria material, do abandono, onde mais uma vez as principais vítimas são mulheres e negras.
Bjs,
Janeth ( Metodista) SBC
Meu amigo Motta, a continuidade de sua matéria não completa tudo o que se pode dizer a respeito da violência do descaso, do egoísmo, etc., que impera no mundo e em especial no nosso Brasil. E você com sua argúcia, competência e vivência jornalística sabe muito bem disso.
ResponderExcluirHaveria necessidade de muito, muito espaço para se descrever aqui as mazelas provocadas pelo homem.
Todos os dias se podem verificar através dos meios de comunicação, o que ocorre no mundo dos gananciosos, dos corruptos e dos corrompidos moralmente. Os corruptores, para se livrarem da aplicação das leis, não titubeia em usar seu vil metal para se livrar das conseqüências punitivas dessa mesma lei.
Como você disse, a sociedade, como o avestruz, esconde a cabeça no buraco para não ver o que se passa a sua volta, ou fica “em cima do muro”, esperando que outro tome a iniciativa e resolva o problema!
Uma matéria como esta, devia ser lida minuciosamente por todos os que aqui fazem comentários e se aterem a ocupar esse mesmo espaço, para esclarecer e sugerirem soluções que poderia ser lida por autoridades e pessoas que ajudariam de alguma forma a minorarem essas mazelas.
Discutir se “quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha” é fugir de discussões produtivas, não levando a nada!
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Pelo que se vê Édison Motta, o Governo brasileiro não tem condições de inserir as crianças e os adolescentes já envolvidos na prostituição em projetos de recuperação e redução de danos. Como vivemos em um momento em que o capitalismo demanda nossos sonhos, essas crianças e adolescentes não querem ganhar um salário mínimo oferecido pelo governo, até porque, mesmo em situações insalubres preferem utilizar as ruas como fonte de sobrevivência, ganhando mensalmente em média dez vezes mais do que o governo oferece em seus projetos.
ResponderExcluirNos estados mais pobres do Brasil, as propagandas de turismo mostram mulheres como chamariz em anúncios de agências internacionais que mandam turistas para conhecer o carnaval do Brasil e suas belas praias. A desfaçatez da indústria que alimenta o turismo sexual é visível na propaganda turística há muitos anos. O Brasil é apresentado no exterior como um país paradisíaco, onde se pode desfrutar de sol, praias e mulheres.
Observa-se que existe um grande interesse de crianças e adolescentes pelos turistas sexuais americanos e europeus, para a manutenção de um "status", por ser um envolvimento internacional e adquirir melhores condições de vida.
Sabe-se hoje que o turismo sexual, no Norte e Nordeste do Brasil, onde eu e o Lavrado por muitas vezes visitamos em coberturas de jogos do Campeonato Brasileiro, volta-se cada vez mais para crianças e adolescentes de ambos os sexos, com exploração das mais diversificadas formas.
Durante anos anestesiada diante da utilização indiscriminada de crianças e adolescentes como objetos sexuais, a sociedade brasileira parece ainda não ter noção da dimensão do problema. Mas, a exemplo das feministas que sempre denunciaram a prática do turismo sexual envolvendo mulheres, hoje em dia, felizmente, surgem movimentos específicos que denunciam e combatem o turismo sexual infanto-juvenil. É preciso nos engajarmos nessa luta e nada melhor do que denunciar essa prática.
Abraços amigo Édison Motta e parabéns pelos dois brilhantes artigos publicados nesse final de semana!
Edward de Souza
Matérias como essas publicadas no blog ajudam e muito nesta campanha contra a exploração de crianças e adolescentes. Permitam-me dar minha colaboração, postando uma forma de como podemos ajudar denunciando essas práticas abomináveis contra nossas crianças, anotem:
ResponderExcluirO Disque-Denúncia é uma central de atendimento telefônico que foi criada especialmente para ajudar a combater a violência e o turismo sexual infanto-juvenil. A iniciativa da Secretaria Especial dos Direitos Humanos e dos Ministérios da Saúde e Turismo foi ativada no dia 18 de maio, para comemorar o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Esse serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h. O telefone do Disque-Denúncia é 0800 990 500.
Bjos,
Gabriela ( Cásper Líbero) S.Paulo
Prezado Édison Motta,
ResponderExcluirque as "hóstias" não lhe sejam pesadas nesse final de semana. Meus cumprimentos pelos dois artigos que li com muita atenção. Veja, na minha opinião, nosso compromisso enquanto sociedade e de nossos governos enquanto Estado são: afastar as crianças e adolescentes da situação de exploração, assegurando o cumprimento dos seus direitos básicos: educação, saúde, moradia, convivência familiar e comunitária e atenção integral.
Quando atingirmos este patamar, saberemos que um outro mundo é possível, pois estaremos de fato cuidando do nosso futuro no Brasil.
Abraços e acione o piloto eletrônico neste sábado!
Paolo Cabrero - Itú - S. Paulo
Bom dia, Édison!
ResponderExcluirTexto inteligente e direto(os dois), aceite meus parabéns.
Bjos,
Andréa - Metodista- SBC.
Olá Édison
ResponderExcluirAcabo de ver no noticiário da UOL, que a conhecida garotinha de 7 anos Maísa, estrelinha explorada pelo programa Silvio Santos, finalmente está sendo alvo das autoridades judiciárias. Já não é sem tempo! Culpa dos pais, da mídia infame e daqueles que aplaudem a exposição de menores com alguma vocação artística.
Sem mais palavras!
J. Morgado
Édison Motta, concordo com você sobre pedofilia nas igrejas, na omissão do governo diante desse grave problema da exploração de sexo entre nossas crianças e adolescentes, mas falta também vergonha na cara de muitos pais, principalmente em certos estados pobres do nosso Brasil. Meu irmão trabalhou como camioneiro e viajou o Brasil de ponta a ponta e conta histórias de arrepiar qualquer um. No estado do Pará, entre muitos, numa pequena cidade, esse meu irmão, já aposentado, disse que certa feita foi aliciado pelo pai de uma menina, pasme, de 10 anos de idade. O safado queria que meu irmão mantivesse relações sexuais com sua filha a troco de 10 reais. Pior, dentro de sua casa e no quarto da menina. Como meu irmão, horrorizado, recusou, na época ele tinha uma menina nessa idade, o tal de "pai" fez outra oferta. Ficaria meu irmão com a esposa do safado, também por dez reais. As duas estavam ouvindo a conversa e esperando a decisão do meu irmão, com quem ele ficaria. Revoltado, meu irmão por pouco não bate nesse homem (deveria ter lhe dado uma surra) e abandonou o malandro falando sozinho. Faço aqui uma pergunta. Todo mundo sabe que isso acontece todos os dias naquele lado do Brasil e ninguém denuncia. Mais ainda. Muitos aceitam a oferta e transam com essas crianças. Vão me dizer aqui que é por causa da fome e da miséria ou é por falta de vergonha na cara?
ResponderExcluirHá que se dar um jeito nisso. O Sr. Lula não sabe, não ouve e nem vê os clamores desses inocentes violentados a troco de merrecas no Norte-Nordeste? Nossas autoridades são omissas, dão as costas a tudo isso. E nas estradas do Norte Nordeste? Meu irmão conta. Repleta de garotinhas de 10 a 13 anos em busca de programas. Ele conversou com uma, de 11 anos, que só naquele dia tinha saido com 10 homens para ganhar 5 reais por programa, pode isso? Esse o nosso Brasil. Demagogia muita, dia específico (18 de maio) para combater essa praga que nos envergonha, mas solução, nenhuma.
Otacílio Corrêa Mendes - Botucatú -SP.
Senhor Otacílio Corrêa Mendes, meus parabéns. Muito bem lembrado o seu comentário a respeito das crianças nordestinas exploradas pelos pais.
ResponderExcluirO problema de pedofilia, e exploração infantil é bem pior do que possamos imaginar.
Uma pessoa que eu conheço e sem nenhum escrúpulo, faz muitas viagens para o nordeste, e tira proveito dessas situações.
Ele me disse certa vez que quase comprou uma menina de onze anos por quinhentos reais.
O pai insistiu para que ele comprasse a menina.
Segundo meu amigo me disse, esse infeliz, o pai dessa criança, tinha nove filhos passando fome. E quando esse pai aflito foi questionado pelo meu amigo, ele disse: — Leve ela para o sul, e pode fazer o que quiser com ela. Eu tenho certeza que vai ser melhor pra ela.
Toda tentativa de comércio foi feita perante toda a família.
Esse conhecido disse-me ainda que dava pena de ver a menina agarrada as pernas da mãe, com medo de ser separada da família.
Graças a deus ele não a trouxe, mas tem muita gente capaz de fazer isso, e às vezes vender até os órgãos dessas crianças para o exterior.
Que equilíbrio psicológico vai ter uma criança dessas quando adulta? Como vamos conquistar o direito de uma sociedade justa e feliz? São mais fáceis os poderosos dessa terra erguer muros altos, com cercas elétricas e câmeras de segurança, em suas residências, do que investir no social, para as suas próprias seguranças.
Padre Euvidio
Padre Euvidio e Otacílio Corrêa Mendes estão certos. A situação no Norte e Nordeste é desse jeito mesmo, assustadora.
ResponderExcluirTambém aconteceu comigo. Na viagem que fizemos a Manaus, de carro, em 1975. Éramos quatro: nosso querido J.Morgado, colaborador emérito deste blog e mais dois amigos: o Brusca (Zileval Bruscagin, já falecido) e Maury de Campos Dotto, do nosso inesquecível e bom Diario do Grande ABC daqueles tempos.
Estávamos, eu e o Brusca, numa livraria no centro de Manaus quando uma mãe irrompeu, abordou-nos e implorou para que levassemos sua filha, de 12 anos, que a acompanhava.
Em tom de súplica a mãe disse que seria melhor para a filha e para a familia se a trouxéssemos conosco para São Paulo.Nem cobrava nada, apenas a carona para a filha.
Arrepiamos. Minha espinha gelou.
Acabava de se apresentar para nós, ali ao vivo e em cores cinzentas, há 34 anos, um lado tétrico do Brasil. Bem alí, diante de uma de suas maiores belezas naturais, o encontro das águas do Negro com o Solimões.
Sob estado de choque, deixamos a loja e a senhora falando sozinha, segurando a mão da filha.
Jamais esqueci aquilo...
Édison Motta
Santo André, SP
Horripilante ouvir depoimentos assim neste blog. Meu Deus! Onde estamos? Será que esses casos verídicos contados aqui não servem de exemplo para que essa "cambada" no poder tome providências mais enérgicas? Ou o Sêo Lula não lê blog? Aliás, ele não lê nada, não sabe!
ResponderExcluirO Senhor Otacílio levantou a lebre, o Padre Euvídio deu testemunhos e um jornalista (Édison Motta) sentiu todo esse drama na pele. É preciso se fazer alguma coisa, em nome de Deus!!! Vamos salvar nossas crianças enquanto é tempo....
Giovanna Figueira - Curitiba/PR
Boa noite, Senhora Giovanna!
ResponderExcluirNão conheço Curitiba, mas sei que se trata de uma cidade de primeiro mundo, então, talvez por essa razão, a senhora tenha se assustado tanto ao ler casos escabrosos como esses que ocorrem no Nordeste do País. Certo que aí, em Curitiba, não deve ter pai vendendo a filha por 1o reais, nem entregando a esposa, conforme disse o Senhor Otacílio. Mas duvido que, de madrugada, nas ruas ou avenidas de sua cidade, não tenha alguma garota de menor idade vendendo seu corpo. Experimente sair com seu carro de madrugada dona Giovanna, e a senhora vai se assustar.
Abraços,
Elias Henrique Mattos - São Paulo -SP.
São exatamente vinte e uma horas e vinte e quatro minutos do dia vinte e seis de abril de dois mil e nove.
ResponderExcluirNesse exato momento uma pessoa influente na família, quando ouvia os meus comentários a respeito da matéria postada nesse blog me disse: — eu só acredito na virgem Maria e em Jesus cristo. Ai eu a interpelei:—o que a virgem Maria e Jesus fez por você?, Ela respondeu: – a virgem Maria salvou o meu filho de uma cirurgia, e Jesus é o filho dela.
Puxa vida! Pensei eu. As nossas necessidades eminentes estão nas mãos de seres que já se foram há muito tempo. Será que não somos capazes de eliminar essas causas por nossas próprias condições de seres evoluídos que achamos que somos. Meu deus até quando!
Padre
Édison Motta, Edward e demais amigos do Blog.
ResponderExcluirO que vou aqui relatar, sei de antemão que alguns leitores condenarão e outros aplaudirão.
Minha profissão me fêz ser uma pessôa "durona", mas mesmo assim,quando me deparava com uma ocorrência de estupro,me entristecia, principalmente se fosse envolvendo menóres
A nóssa obrigação e dever, éra sobretudo resguardar a integridade fisica do autor, quando o mesmo estivésse detido e sob nóssa guarda..
Mas confésso, em nenhum dos casos de estupro que atendí, o "tarado" como se dizia ântigamente, deixou de levar uma bôas bordoadas antes de ser encaminhado ao Distrito.
Porém, para o vagabundo,o piór ainda estava por vir.
Depois de devidamente autuado pela Autoridade Policial, éra o estuprador enviado a céla na cadeia e o carcereiro então dava o aviso aos demais prêsos !hei pessoal, este cara é tarado!
Pronto, a fésta estava feita e no dia seguinte o estuprador já tinha "arranjado" um marido e sem
perdão.
Mas por causa dos tais Direitos Humanos e da Pastoral Carcerária (olha eles ai de novo), tal procedimento por parte da Policia foi proibido, ficando os estupradores em célas e presidios especiais, para não mais sofrerem "agressões" fisicas, como as que haviam cometido.
Nesse tempo, ainda éra dificíl a população se deparar com esses casos, mas hoje em dia, estupros e violência contra menóres passou a ser quase que corriqueiro e os bandidos sabendo que estarão protegidos, agem com mais ousadia.
Pena de mórte para esse tipo de crime é o que defendo urgênte.
desculpem o relato fórte e emocional.
Abraços
Edward,pelo Blog
Édison Motta pelo artigo
Leitores pela participaçaõ
Um ótimo domingo a todos.
Admir Morgado
Praia Grande SP
Olá, amigos!
ResponderExcluirNão pude participar antes, mas como já disse ontem, o Édison Motta escreveu tudo em seu artigo, além das excelentes participações dos colegas, com opiniões muito contundentes.
A sociedade não pode mais fechar os olhos para esse tipo de massacre, que acontece todos os dias, pertinho de nós. Um sofrimento atroz que nos diminui enquanto pessoas. Serviu para a reflexão de todos, creio. e para atitudes coletivas urgentes.
Um abraço a todos.Parabéns ao Édison pela sensibilidade na abordagem.
Bom domingo.
Bom dia a todos!
ResponderExcluirLi o relato do senhor Otacílio Corrêa, de Botucatu. Realmente triste saber que no Norte-Nordeste crianças são negociadas para o sexo pelos próprios pais por 5 ou 10 reais. Só não concordo quando o Senhor Otacilio diz que isso é falta de vergonha na cara. Pimenta nos olhos dos outros não arde, Senhor Otacílio. Và viver em condições miseráveis para o senhor ver. A fome e o desespero batem no fundo da alma e, sem pensar, o senhor vende até a mãe. Por isso eu acho que a culpa é do Governo. Não tem uma política social adequada. Só eleitoreira, essa tal bolsa família.Um dos melhores programas sociais que nosso Brasil já teve foi em épocas passadas, a LBA, que a maldita corja do Collor se incumbiu de estragar, para posteriormente ser extinto por FHC. Esse programa, formado por assistentes sociais de todo o Brsil, realmente socorria esse povo sofrido dessa região. E hoje? Soltam 100 reais por cabeça, mas nem pra todos, e compram os votos desses incautos. Finalizando, Senhor Otacilio, a fome e a miséria é terrível....
Maria Odete Pimenta - Rio de Janeiro