terça-feira, 23 de novembro de 2010

SEGUNDA-FEIRA, 22 DE NOVEMBRO DE 2010

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As escolas nunca estiveram tão vulneráveis à violência. O palco da sabedoria se transformou num espaço da indisciplina. Estudar também não é preciso, porque a repetência escolar está proibida pelas autoridades de ensino. Não dão o menor respeito ao professor, ao diretor e aos funcionários dos estabelecimentos educacionais. A agressão contra eles está se tornando prática comum e não há nada que se possa fazer para puni-los. São menores de idade e estão preparados para fazer dos professores suas vítimas. Quem estuda nos colégios particulares é protegido por um esquema que inclui câmeras, crachás eletrônicos e vigias disfarçados. Nas escolas públicas, é a polícia que garante a segurança dos alunos, mas apenas do lado de fora. Só que as ameaças, há muito tempo, já ultrapassaram os muros.
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Dia desses recebi um e-mail mostrando como nós, os nascidos antes da década de cinquenta éramos felizes. Não tivemos psicólogos, aparelhos nos dentes, vacina contra tudo, nem aulas de judô, inglês ou de prevenção às drogas. Agora chega às manchetes outro mal que nunca assolou os de minha geração e que atende pelo sofisticado nome de “bullying” e já mereceu manchetes policiais até na nossa pacata província de bons costumes e pouca violência. “Bullying” vem do inglês significando ”valentão”, ”arruaceiro”, aquele garoto forte que todos nós conhecemos nas escolas que dava porrada em todo mundo, tomava o lanche e ameaçava os mais fracos com fantasias sexuais terríveis. Toda escola tinha um e todos nós, os magros (na época) e pacíficos, tremíamos diante dele como diante do diabo, mas isso nascia e morria no âmbito escolar e um dia o valentão sumia sem deixar traumas.

Como nos Estados Unidos tudo é diferente, “bullying” virou tema de estudo, matéria de psicólogos e sociólogos que tentam explicar como esses “bad-boys” podem levar os mais fracos a atos extremos de violência como matar colegas e professores naquelas chacinas escolares bem ao gosto dos americanos e que a gente assistia pensando que nunca chegaria aqui. Como sempre o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil, o “bullying” chegou às nossas escolas, provocando revolta dos humilhados que recorrem à rede da internet para fazerem suas ameaças veladas de revolta e vingança. Recentemente um garoto de treze anos foi atacado, encharcado de gasolina e virou uma pira humana. As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.

Quando a brincadeira chega a esse ponto de assustar pais e alunos, deixa de ser brincadeira e passa a ser delito, tentativa de assassinato, coação ou qualquer outro nome do vasto repertório jurídico nacional. E, como tal, deve ser combatido com forças para que não finque raízes em nossas escolas nem termine por levar a vítimas fatais. Triste País este, que fez de nossa Educação um arremedo de fonte do saber. Impor limites e fortalecer laços de amor e solidariedade são imprescindíveis na difícil missão de criar filhos e com eles os valores necessários e tão escassos neste milênio. É inadiável a reconstrução da família, sob pena de derrocada total.

O FIM DE UMA GERAÇÃO

A continuar assim, dentro de alguns anos faltará uma geração no Brasil, uma geração que se perdeu na droga, no crime e na repressão policial. Diariamente os jornais e televisões nos mostram centenas de adolescentes mortos pela periferia das cidades brasileiras, meninos que oscilam entre 13 e 16 anos e que encontram a morte em briga de quadrilhas, ajustes de contas ou em enfrentamento com as forças policiais. Essa geração que poderia e deveria ser o futuro brasileiro é um imenso cemitério de cruzes brancas marcando o nosso desprezo por toda uma juventude. Esses meninos morrem porque temos uma perversa distribuição de renda, bolsões de pobreza, mas e principalmente porque não lhe acenamos com outras oportunidades que não o crime e a droga. Eles não encontram nos bairros onde moram educação e motivação para frequentar escolas e assim são atraídos pelo crime, mais lucrativo, mais urgente e mais glamoroso.

O que os governos estão fazendo com as novas gerações é um verdadeiro crime porque não as prepara para o futuro. Basta fazer qualquer pergunta a um desses estudantes e certamente não saberão responder, por mais simples que ela seja. Afinal de contas, o que estava errado no sistema educacional do passado para ter havido uma mudança radical e tão irresponsável? Que modernismo é esse que está criando uma geração de criaturas à margem do saber e do caráter bem formado?

Desde que Darcy Ribeiro (foto) com Leonel Brizola pensaram os Cieps - um projeto pedagógico visionário e revolucionário no Brasil de assistência em tempo integral a crianças, incluindo atividades recreativas e culturais para além do ensino formal - ninguém mais quis alimentar nem reforçar essa idéia e os meninos são atraídos facilmente para a vida aparentemente fácil do tráfico nas horas vazias em que enchem as ruas e onde iniciam sua prática criminosa. Não que a escola integral fosse a cura milagrosa para todos os males, mas ela daria ao mesmo tempo, educação, alimentação, cuidados médicos e principalmente encaminharia o jovem para uma profissão oferecendo-lhe ao menos uma alternativa ao dinheiro abundante do crime. No entanto, nosso governo prefere investir em cadeias e centros prisionais do que em educação. Em Franca, existe a ameaça do fechamento de seis escolas tradicionais, o que é um absurdo. E ficamos a assistir, impassíveis, essa geração ter seus sonhos e sua vida roubados nas noites escuras do crime como se não fosse problema nosso nem tivéssemos que responder no futuro por toda essa geração que deixamos perecer apenas por não lhe oferecer alternativas à morte.
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*Edward de Souza é radialista e jornalista
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36 comentários:

  1. Boa tarde, amigos (as)...
    Esta postagem estava programada para a tarde de ontem, domingo, mas foram muitos os problemas encontrados que acabaram impossibilitando esta edição. Os mesmos problemas aconteceram na manhã desta segunda-feira, mas como sou teimoso, dizem que todos do signo de touro o são, insisti e acabei conseguindo editar o texto com algumas ilustrações. Não como pretendia, mas o suficiente para que todos possam ler e comentar sobre os problemas que afligem nossa juventude, agravada com a violência que invade nossas escolas, agora com um nome estranho, bullying. A palavra deriva de bully, que significa "valentão" (quem comete as agressões, humilhações, etc) ou "to bully", que significa agredir, humilhar, etc. O bullying é o conjunto de ações desse aluno agressor. Bullying é o que o alvo dessas ações sofre.

    Agradeço a todas as manifestações de carinho ocorridas na postagem de ontem, domingo, quando anunciei aqui que estamos prestes a comemorar 200 mil visitas neste blog e 500 postagens. A Andressa ontem quis saber qual o número atual de postagens, para que possa seguir e se arriscou até a contar uma a uma. Não precisa, Andressa. Não há segredo. Com esta que você lê hoje, que assino, estamos registrando 498 postagens. Portanto faltam duas para completarmos as 500. Garcia Netto e Milton Saldanha, últimos a comentarem na manhã de hoje a postagem anterior, um caloroso abraço e obrigado pelo apoio de sempre.

    Volto logo mais para comentarmos o assunto postado nesta segunda.

    Um forte abraço...

    Edward de Souza

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  2. Brilhante e completa crônica do Edward de Souza, que nos deixa quase nada a comentar sem cair em repetição. Conseguiu, numa garfada só, resumir toda a crise da educação em nosso país. Sei com muita clareza quando e como começou essa crise, privilegiado pela memória: ela se inicia com o desmonte do ensino público de qualidade e pela priorização das áreas de exatas e completo sucateamento da área de humanas. Ambas deveriam ter merecido a mesma atenção, mas não foi assim, seguindo o modelo aqui citado pelo Edward dos Estados Unidos. O fechamento do curso Clássico, alternativa ao antigo Cientifíco, foi um crime contra a educação no Brasil. Este é um grande exemplo do que estou dizendo, senão maior exemplo. A cabeça do poder, a partir do regime militar, foi criar um Brasil potência com quadros técnicos. Já os humanistas só incomodavam, com idéias impertinentes, de valorização do homem. Isso foi parte do processo, claro, mas de grande influência. O sucateamento da escola pública, que foi padrão exemplar no passado, nos levou a esse caos descrito nesta crônica realista e, mais do que nunca, atual.
    Abraços!
    Milton Saldanha

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Olá Edward, há quem diga que a violência data desde o início do mundo. E até hoje não fomos inteligentes o suficente para mudar esse estado de coisas... Para que isso acabe, será necessário uma nova doutrina de educação em todo o planeta, totalmente direcionada à paz e o amor fraterno. A sua mensagem de ontem, domingo, tem sim, a ver com o assunto de hoje. Precisamos parar para pensar e seria ótimo se fizessemos uma utopia mundial por um dia, e então realizarmos um balanço de nossas vidas. Esta violência em nossas escolas atinge índices alarmantes e assusta. A continuar assim, você tem razão, nossa geração estará fadada ao desaparecimento, com todos os seus "sonhos roubados".

    Não faz muito tempo, estudantes, filhos de pessoas abastadas de Brasília, mataram um índio Pataxó, jogando álcool em seu corpo e ateando fogo. Nenhum deles fui punido, afinal os pais tinham dinheiro e acabaram soltos. A impunidade precisa acabar neste país, colabora com o aumento do quadro de violência. Não tinha ouvido nada ainda sobre o tal "bullying", Edward. Era o que faltava para aumentar ainda mais a violência em nossas escolas. A família tem muito a colaborar na educação dos filhos para evitar que essa onda do mal continue a crescer. Parabéns pelo texto e vamos juntos comemorar as 200 mil visitas e as 500 postagens. Esse blog é maravilhoso e bem comandado por você, Edward.

    Beijos,

    Tânia Regina - Ribeirão Preto - SP.

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  5. As travessuras fazem parte da infância e juventude. Todos nós, mais velhos, teremos certamente muitas para contar. Porém, o que me assusta hoje é que alguns não fazem travessuras normais da idade e sim crimes, com perversidade inacreditável e chocante frieza. Esses rapazes que sairam espancando pessoas na Av. Paulista, sem nenhum motivo, e que deveriam estar presos, são todos filhos de familias de alto poder aquisitivo. O que fizeram os pais? Colocaram água fria e tentaram minimizar os bárbaros crimes, que levaram suas vítimas a hospitais. Os pais, portanto, são piores que os filhos. Não dá para esperar nada dessa gente, a não ser que piorem ainda mais.
    Abraços!
    Milton Saldanha

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  6. Um "juiz" colocou imediatamente na rua esses marginais canalhas que cito acima. Se fossem garotos pobres, da periferia, estariam até agora em cana e colocados entre outros bandidos. Ou estou mentindo?
    Milton Saldanha

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  7. Boa tarde, Edward!
    Concordo com o Milton Saldanha, crime e impunidade envolvendo filhos de poderosos, infelizmente, não constitui exceção na história policial brasileira. A Tânia, em seu comentário acima, citou o famoso caso do índio pataxó, pobre coitado, queimado vivo por estudantes "filhinhos de papai". Se eu não estiver enganada, entre eles estava o filho de um Ministro e de um Juiz de Direito. A Justiça no Brasil, com as raras e honrosas exceções de sempre está a serviço de interesses escusos. Como no Brasil menores não podem ser penalizados, os pais deveriam ser responsabilizados e punidos por todos estes atos bárbaros que ocorrem em nossas escolas e relatados pelo Edward. Quem sabe assim, Milton e Edward, aprendem a educar melhor seus filhos.

    Bjos,

    Vanessa - UNICAMP - Campinas - SP

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  8. O “bullying” precisa deixar de ser uma tese acadêmica, de frequentar o noticiário indignando os expectadores ou até mesmo o noticiário policial - como se dá nos trotes violentos e sem sentido em algumas Universidades - para se tornar desde logo objeto de campanha nas salas de aula já nas primeiras séries do ensino. Não com palestras sonolentas cheias de lugares comuns, mas campanha permanente de conscientização e instrução com material didático de fácil compreensão, como forma de alertar principalmente os virtuais ou contumazes agressores do mal que fazem às suas vítimas. Incentivar o respeito dentro de um conceito amplo de amizade, falando da paz e até mesmo da preservação ambiental que também aí se insere.

    E nesse contexto, a atenção permanente da escola em coibir os abusos, reunir pais – que devem estar atentos - e alunos e dizer de modo categórico àqueles que a valentia dos seus filhos provém de distúrbios que precisam ser psicologicamente analisados e às vítimas do “bullying” todo o apoio da escola e dos professores. O trabalho é de base e deve começar agora, hoje, como uma reação a esse estágio obscuro que vivemos e, pior, no meio de tantas tragédias começamos a não mais nos indignar, a considerar eventos normais da vida. Meus cumprimentos, jornalista Edward de Souza, por esta crônica de importância para todos nós.

    Milton Martins - Advogado militante, formado na PUC-SP.

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  9. A violência em nossas escolas, Edward, tem se tornado uma grande preocupação, pois a prática disseminou-se consideravelmente nos últimos anos, deixando a sociedade em alerta. Recentemente, li em jornais o caso de um estudante de 15 anos, que recebeu pelo celular, imagens em que ele é agredido covardemente por um grupo de “meninos”, a 50 metros de sua escola. Isso Edward, já tem um nome ainda mais sofisticado, chamam de ciberbullying (bullying distribuído via ferramentas tecnológicas, como mensagem de texto via celular, e-mails, sites e blogs). Sempre com a intenção de intimidar a vítima. E muitos destes garotos ficam com vergonha de contar aos pais que estão sendo agredidos e ameaçados nas escolas. Mudam o comportamento, tornam-se tristes, ficam com medo de ir à escola, inventam doenças como dor de cabeça, dor de estômago, diarréia, e às vezes alegam que não tem aula naquele dia, ou então, chegam até a porta da escola, mas quando percebem algum agressor, voltam. Com o passar dos dias, podem até se matar, conforme você relata em seu texto. Cultivar o amor e ensinar aos filhos respeito ao próximo é a maneira de contribuímos por dias melhores.

    Bjos,

    Larissa – Santo André – SP.

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  10. Oi Edward, eu confesso que sofri muita humilhação quando criança na escola, talvez por isso a minha timidez exagerada na puberdade! As escolas, percebo, não vêem isso como um acontecimento que pode gerar graves problemas psicológicos, por isso não agem como deveriam. Em alguns estabelecimentos de ensino, professores não têm condições de impor uma disciplina e muito menos o respeito devido aos semelhantes O ser humano não é particularmente perverso, mas numa coletividade, quando pode se exibir ou precisa se afirmar, ganha potencialidades cruéis. Quando é aplaudido no desatino pode se transformar num sádico. Esse círculo vicioso vem tomando conta de nossas escolas, infelizmente. Para pequenos estudantes, está se tornando um castigo ir a escola. E nós sabemos que sem estudo não há futuro, não há destino. É mesmo para se preocupar com esta nova geração, Edward.

    Samantha - SBC - SP

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  11. Olá Edward

    Lendo e analisando seu magnífico texto, além dos comentários colocados pelos leitores assíduos deste blog, entendo que não há muito mais a comentar.
    A humanidade de hoje, na primeira década do século XXI, continua tão violenta e sórdida como sempre foi.
    Os pais que deveriam consertar os problemas criados pelos avôs, bisavós, tataravós... Insistem em cometer os mesmos erros e aumentá-los com sua insensatez e egoísmo.
    A palavra disciplina é pejorativa no entender da mocidade de hoje e demais segmentos.
    O Saldanha disse bem. No nosso tempo...
    Sim no nosso tempo, o professor era respeitado como mestre que era. A classe levantava-se quando o professor ou professora entrava na classe. O Hino Nacional era cantado e as datas nacionais sempre lembradas.
    Volto mais tarde.

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  12. A precariedade nas relações sociais e a carência de políticas públicas preventivas abrem canais para que a violência se instale dentro e fora da escola. Além disso, o tráfico de drogas faz ponto nas portas de nossas escolas, Edward. O professor se torna impotente à medida que os alunos fazem parte do tráfico, e os pais não estão nem ai para o que acontece com seus filhos, a começar de suas próprias casas. Até os programas infantis que as crianças assistem são violentos, com aqueles desenhos animados horríveis, além dos jogos de computador, com temas de guerra e outros do gênero. A escola precisa ser repensada para os dias atuais, visando às necessidades do jovem num processo formativo. É preciso aproximar os pais da escola e pensar, conjuntamente, na resolução deste e de outros conflitos.

    Parabéns pela crônica, precisa!

    Abçs

    Birola – Votuporanga – SP.

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  13. Edward, é importante ressaltar que a violência escolar quase sempre está acompanhada de outros fatores. Não é algo que surge e termina dentro da sala de aula. É apenas uma das facetas dos variados tipos de violência que acercam o jovem diariamente: a violência familiar, social, estatal, verbal, física, comportamental, entre tantas outras. O aluno influenciado por esses tipos de violência em casa ou na rua é meio de transporte para que ela adentre as escolas. Precisamos eliminar esta mancha das salas de aula e consequentemente de nossa sociedade. A reconstrução destes valores é de inteira responsabilidade da família. Os pais são o ente afetuoso e os primeiros na evolução e formação do caráter e personalidade de sua prole. Cabe a eles a missão de educar e criar cidadãos livres e não criminosos.

    Bjos, Parabéns pelo texto!

    Tatiana – Metodista - SBC

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  14. Boa noite pessoal.
    Infelizmente o bullying está dentro e fora dos muros escolares,é uma prática criminosa, mas que muitos acham ser apenas "brincadeiras de adolescentes".
    O pior de tudo que as implicações são muito graves,as relações sociais ficam prejudicadas,dificuldades em lidar com perdas, auto estima baixíssima...
    Infelizmente a meu ver a tendência é piorar cada vez mais, e vários fatores contribuem para tal,os alunos sabem de cor e salteado seus direitos (portanto os deveres eles nem querem saber)os Professores por sua vez (são vítimas) do descaso desse governo que implantou a tal progressão continuada,o ECA deveria ser alterado,pois não contribui em nada, quem disse que trabalhar e estudar faz mal, ou atrapalha os estudos? Trabalho desde os 8 nos de idade,somos uma família de 10 irmãos e perdemos nosso pai ainda pequenos,somos adultos e responsáveis,apenas alguns de meus irmãos não fizeram faculdade pelo fato de que décadas atrás era bem mais difícil,hoje a facilidade é bem maior.Só quem vive a realidade de uma sala de aula,pode dizer quanta coisa absurda acontece lá dentro,coisas inacreditáveis.
    Na minha geração e de alguns amigos desse blog, Professor era um ser sagrado,de respeito,um mestre,hoje coitado se falar um pouquinho mais alto apanha,e ainda corre o risco de no outro dia os pais cobrar qualquer ação que o coitadinho do filhinho foi reclamar,mas participar de reuniões,olhar os cadernos dos filhos e acompanhar de perto seu comportamento eles dizem não ter tempo,e sobra tudo para o Professor que hoje acaba sendo um pouco: médico, psicólogo, enferemeiro,pai, mãe, pedagogo...
    O Brasil só vai mudar essa triste realidade quando a Educação for realmente prioridade, mas não só no discurso bonito desses governos,pois no papel é tudo lindo, mas na prática a realidade é bem diferente.
    Quanto ao fechamento de sete escolares municipais aqui em Franca (vão municipalizar) para mim não foi nenhuma surpresa, estavam apenas esperando as eleições para darem a cartada final,o PSDB acabou com o ensino,e acredito que esse fato seja irreversível.
    Parabéns Edward pelas 200 mil visitas e 500 postagens,isso mostra que esse espaço trata diversidade de assuntos com seriedade e acima de tudo, respeita (mesmo que não concorde)com as opiniões de todos.
    Beijossssssssssssssss.

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  15. Boa noite, Edward!
    A realidade dura é que se a educação não for percebida e tratada como a matriz de construção e de recuperação da infância e da juventude, não adiantarão bolsas-família, bolsas-escolas e bolsas-gás. Um jovem que hoje espanca seus companheiros de escola, como os tais bullying e agride professores, é o mesmo que irá assaltar, atirar e matar sem remorsos, amanhã. Falta-lhe aquela humanidade da família, que ele certamente, não teve. A família ainda é força predominante na condição de instituição secular e formadora de uma sociedade coesa, solidária e com justiça social. O desajuste familiar e social, fruto da automação humana é algo cruel e atinge em cheio a evolução e desenvolvimento da prole, com a falta de afeto, diálogo e de exemplo estruturante em matéria de ética, moral e solidariedade. Esses valores se aprendem em casa e se consolidam na escola. Em casa eles normalmente não existem. Na escola, muito menos. Ensinar dois mais dois não significa nada, se não vier acompanhado de leituras construtivas e de educação construtiva. Nota 10 para sua crônica, impecável.

    Bjos,

    Michelle – Florianópolis - SC

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  16. Olá Ana Célia, seu comentário sobre a violência em nossas escolas é muito importante neste blog. Que eu saiba, temos apenas você e o nosso querido Birola, como professores neste espaço. Sei o nome completo do Birola, mas não estou autorizado por ele a dizer, com isso continuo chamando-o pelo pseudônimo que criou neste espaço. Concordo com você que o Governo do Estado, nas mãos do PSDB, mostra-se um fracasso em relação ao nosso ensino. Insiste na tal progressão continuada do ensino e agora na tal municipalização das escolas. Em meu texto, Ana Célia, coloquei que seis escola de Franca será fechadas, mas você, acertadamente, comenta que são sete escolas, algumas tradicionais, não é isso? José Serra, que disputou as eleições presidenciais duas vezes sentiu na pele a rejeição que teve por parte dos professores e de quem não concorda com os métodos de ensino adotados por ele. Afinal de contas, o que estava errado no sistema educacional do passado para ter havido uma mudança radical e tão irresponsável? Que modernismo é esse que está criando uma geração de criaturas à margem do saber e do caráter bem formado?

    Você comenta que os professores eram respeitados em sua época de estudante e isso era verdade. O J. Morgado já disse acima, a gente se levantava respeitosamente logo que um professor ou professora entrava na sala de aula. Hoje, você sabe Ana Célia, não dão o menor respeito ao professor, ao diretor e aos funcionários dos estabelecimentos educacionais. Há falta de professores e seria necessário recrutar milhares deles para ocupar o magistério. E por que não há professores suficientes? Primeiro porque a profissão, por seu baixo valor salarial, deixou de ser atrativa. E, em segundo lugar, porque não são mais profissionais respeitados, como no passado, e temem por suas vidas, expostas à violência de uma sala de aula. A agressão contra eles está se tornando prática comum e não há nada que se possa fazer para punir estes “estudantes”, que bem poderiam ser chamados de “bullyings”. São menores de idade e estão preparados para fazer dos colegas indefesos e dos professores suas vítimas.

    Como escrevi na crônica, Ana Célia, A continuar assim, dentro de alguns anos faltará uma geração no Brasil, uma geração que se perdeu na droga, no crime e na repressão policial.

    Obrigado pela sua participação, amiga e conterrânea!

    Edward de Souza

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  17. Amigo Edward.
    O comentário que fiz na postagem anterior, tem um pouco a ver com o claro texto de hoje.
    Acho que você coloca muito bem uma preocupação por muitos sofrida.
    Na verdade concordo com tudo que disse, no entanto,quero crer que a culpa não cabe somente ao Estado. Ao abrir um vasto leque dos efeitos que nos tem levado a lamentar as constantes ocorrencias se repetindo diuturnamente, quero contribuir apontando:
    1º desídia de pais assumindo defesa de filhos em erro, seja na escola ou na comunidade.
    2º liberalidade concedida por pais aos filhos, eximindo-se de suas responsabidades.
    3º protecionismo da legislação inibindo justa e necessária punição para quem não respeite os principios de cadania e a pessoa.
    4º legisladores demagogos usando argumentos em nome de um estatuto da criança. Aprovaram até uma lei que proibe trabalho de adolescente
    para que esses fiquem mais tempo nas ruas quebrando vidraças, fumando craque. Eu nunca tive conhecimento de alguem que cedo trabalhou tivesse tempo para virar bandido.
    Finalizando, percebo que o descalabro não é uma exclusividade brasileira, grassa em todo o mundo.
    Este novo mundo, lamento, navega na embarcação esquecida e, ignorante do que seja a instiuição familia.Com ela, será mais fácil a conquista de boa disciplina, do amor e fraternidade. Garcia Netto

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  18. Olá Crianças...........
    Edward as primeiras escolas da lista entre elas:Caetano Petraglia e Coronel Francisco Martins, escolas tradicionais, as melhores e conceituadas,o pior é ouvir a dirigente regional de ensino Ivani Marchesi com a maior cara de pau que o motivo é pelo fato de não haver aluno suficiente e portanto serão fechadas, quando sabemos muito bem, que a lista de espera para essas escolas são extensas.
    E o Professor coitado, fica na expectativa.Mas o senhor prefeito gosta de dizer que Professora não ganha mal, ela é mal casada.Faça uma pesquisa com os adolescentes, ninguém diz querer ingressar no magistério,pois não há nada atrativo,os que lá estão,grande parte é por ainda pensar que o futuro será melhor, que ainda tem jeito.
    Mas com essa geração de adolescentes descompromissados?Que tudo quer partir pra briga? Sem falar nessa porcaria de televisão que passa uns programas que deveriam ser tolidos, e os pais não dosam aquilo que os pequenos devem assistir.
    Beijossssssssssss.

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  19. Ana Célia.
    Um abraço. Você andava um pouco sumida. É bom tê-la por cá. Tenho acompanhado sua intervenção no Carta do Leitor. Garcia Netto

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  20. Olá Michelle, eu estava postando meu comentário, dirigido para a Ana Célia, quando você deixou o seu, muito obrigado pela presença e pela lucidez do texto. Concordo plenamente com você, quando diz que
    "valores se aprendem em casa e se consolidam na escola".
    O meu abraço também ao amigo e conterrâneo Garcia Netto. Perfeito, Garcia, não se pode ignorar a instituição família. Sem ela vamos continuar a conviver com toda esta violência que se espalha pelo Mundo.

    Abraços...

    Edward de Souza

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  21. Amigos do blog de ouro,boa noite.
    Edward, seu artigo de hoje está completo.O que poderemos esperar de uma juventude despreparada e criada sem redeas,senão violencia ?
    Nas escolas hoje em dia quem manda na verdade são os alunos.Os professores,diretores e serventes são obrigados a obedece-los sob pena de serem advertidos, possivelmente dispensados e até processados penalmente em caso do uso de maior rigor para dominar a classe.
    J.Morgado,Milton Saldanha e os mais àntigos entre os quais me encontro,sabemos o que éra o ensino antigamente.Depois dos país quem cuidava da educação de alunos eram os professores e ái do aluno que os desrespeitasse,sofria castigos os mais sevéros possiveis e ainda ao chegarem em casa havia o repeteco,ou seja a surra educativa para todos ,éra a coisa mais comum de acontecer.(apanhei muito) kkk
    Não se via ou ouvia falar de algum garoto ou garota que tivesse apanhado dos pais fosse denuncia-los como é feito atualmente.
    Os culpados desse estado de coisas são a meu vêr : os país que perderam a autoridade,as leis que protegem seus filhos,os responsaveis pelo ensino público e o tal de ECA,esse sim o principal culpado.Um orgão dirigido por imbecis e incompetentes.A menór culpa tem os professores que hoje são reféns das "crianças"sob sua responsabilidade.
    O bullying está em evidência no mundo inteiro,tornando-se assunto da midia quase que diariamente e ninguem sabe como acabar com o problema.....Sinais dos tempos

    Abraços Edward pelo artigo e pelo "nosso" blog já chegando a 200 mil visitas.
    Abraços aos demais participantes.

    Admir Morgado
    Praia Grande SP

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  22. Olá amigo Admir, um forte abraço. Hoje quem manda na sala de aula é o aluno, se o professor não gostar, apanha. E esse caso de bullying, cá entre nós, só tem hoje o nome em inglês. Sempre existiu nas escolas do século passado. O problema é que naquela época, o fanfarrão que sempre batia nos magrinhos e fracotes, um belo dia encontrava o dele e sossegava o rabicó numa bacia com salmoura. Outra coisa, jamais um deles agrediu um professor, que sempre era respeitado por todos. Muito menos se metia com drogas. Em minha juventude, nunca ouvi falar em crack (não existia), muito menos em cocaína e outros tipos de drogas. Por último, ninguém usava armas como hoje em dia, em que menores levam até revólveres dos pais nas escolas e ameaçam Deus e o mundo. Apreenderam um menino, dia destes, com 12 anos de idade e com um 38 cano curto carregado com seis balas, pode? No pátio de uma escola em Franca. Estava a fim de passar fogo na professora porque havia sido repreendido no dia anterior. Felizmente foi surpreendido antes que ocorresse a tragédia.

    Abraços que está na hora da criança ir para a caminha!

    Edward de Souza

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  23. Só para descontrair um pouco....Aproveitando que o Edward foi pra caminha.

    Um dia, na sala de aula, o professor estava explicando a teoria da evolução aos alunos. Ele perguntou a um dos estudantes:
    - Tomás, vês a árvore lá fora?
    - Sim, respondeu o menino.
    O Professor voltou a perguntar:
    - Vês a Grama?
    E o menino respondeu prontamente:
    - Sim.
    Então o professor mandou Tomás sair da sala e lhe disse para olhar pra cima e ver se ele enxergava o céu. Tomás entrou e disse:
    - Sim, professor, eu vi o céu.
    - Viste a Deus? Perguntou o professor.
    O menino respondeu que não. O professor, olhando para os demais alunos disse:
    - É disso que eu estou falando! Tomás não pode ver a Deus, porque Deus não está ali! Podemos concluir então que Deus não existe.

    Nesse momento Pedrinho se levantou e pediu permissão ao professor para fazer mais algumas perguntas a Tomás.
    - Tomás,vês a grama lá fora?
    - Sim.
    - Vês as árvores?
    - Sim.
    - Vês o céu?
    - Sim.
    - Vês o professor?
    - Sim.
    - Vês o cérebro dele?
    - Não - disse Tomás.
    Pedrinho então, dirigindo-se aos seus companheiros, disse:
    - Colegas, de acordo com o que aprendemos hoje, concluímos que o professor não tem cérebro.

    (Pedrinho tambem é cultura)

    Abraços a todos

    Admir Morgado
    Praia Grande SP

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  24. Esta foto principal que ilustra seu belo texto de hoje, Edward, mostra os dias em que vivemos. Uma escola, fechada por grades, com uma enorme faixa pedindo paz, sob os olhares curiosos e assustados de três crianças. Em um País onde o Big Brother (grande irmão) assume os mais altos índices de audiência, não é de se estranhar que as faixas pedindo paz e as câmeras chegassem também ao espaço das escolas. Se não cuidarmos, logo estarão nas privadas de nossas casas. A escola, antes um lugar do diálogo, do convencimento pelos argumentos, da conversão pelo exemplo, pela disciplina individual e pelo permanente debate, por causa da violência transformou-se em um mundo vigiado, que pena. Onde vamos parar?

    Bjos e vamos em busca de mais conquistas para este nosso blog querido. Vem aí as 200 mil visitas, bem pertinho, e as 500 postagens, faltam duas, de acordo com sua informação, Edward.

    Beijinhos,

    Daniela - Rio de Janeiro

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  25. Boa noite!
    Mais uma vez fui interpelado, depois de três cirurgias e uma palestra nesta segunda-feira, pelo meu amado mestre Dr. Miguel Arcanjo, (médico psiquiatra e professor de medicina da Universidade de São Paulo), que exigia a minha contribuição cientifica nos termos abordados sobre a violência, pelo brilhante Jornalista Edward de Souza, nesse conceituadíssimo blog.
    A psicopatologia, nesses últimos 10 anos, adquiriu conhecimentos que correspondem a 90% do que havia sido conhecido em toda história da humanidade em termos de neurofisiologia. Isso, evidentemente, repercute num substancial incremento sobre o entendimento acerca da pessoa humana e de seu comportamento. Não é raro que o paciente com Transtorno Explosivo Intermitente descreva os episódios agressivos como "surtos" ou "ataques" nos quais o comportamento explosivo é precedido por um sentimento de tensão ou excitação, sendo imediatamente seguido por uma sensação de alívio. Posteriormente, o indivíduo pode sentir remorso, arrependimento ou embaraço pelo comportamento agressivo e suas consequências. Entre os episódios explosivos podem persistir como traços de personalidade, sinais de impulsividade, agressividade generalizada, baixa tolerância à frustrações, e ainda irritabilidade.

    Imagens funcionais obtidas por PET (positron emission tomography) têm sido usadas para investigar possíveis alterações na função do cérebro das pessoas portadoras de distúrbios caracterizados por excessiva violência e agressividade. Algumas pesquisas nessa área têm mostrado porcentagem alta de um nível diminuído do funcionamento cerebral no córtex pré-frontal em pessoas criminosas violentas em relação às pessoas normais. Isso pode ser um indício de algum déficit neurológico relacionado à violência. o dano funcional no córtex pré-frontal pode resultar em impulsividade, perda do autocontrole, imaturidade, emocionalidade alterada, e incapacidade para modificar o comportamento, o que pode facilitar os atos agressivos. Outras anormalidades observadas pelas imagens funcionais cerebrais (PET) do cérebro de estudantes violentos incluiu um metabolismo reduzido no giro parietal superior, giro angular esquerdo, corpo caloso, e assimetrias anormais de atividade na amígdala, tálamo, e lobo temporal medial. É bastante provável que essas alterações sejam relacionadas à violência, já que essa região faz parte do chamado sistema límbico, responsável pelas emoções e pelo comportamento emocional.

    Outras áreas cerebrais, como a região órbito-frontal e as áreas ventromediais frontais podem estar relacionadas ao comportamento violento. Mais uma característica interessante nesses estudos é que os psicopatas com alterações funcionais órbito-frontais ou ventromediais mostravam uma preocupação exagerada com parceiros sexuais, comportando-se de uma forma promíscua e impessoal, juntamente com acentuada falta de julgamento ético e social. Nos casos mais característicos costuma haver alterações eletroencefalográficas inespecíficas, como por exemplo, lentificação da atividade. Sinais de alterações do metabolismo da serotonina têm sido encontrados no líqüor de alguns indivíduos impulsivos e sujeitos a ataques coléricos, mas o relacionamento específico desses achados com o Transtorno Explosivo Intermitente ainda não foi possível de estabelecer. O DSM-IV refere ainda a possibilidade de histórias de condições neurológicas associadas ao Transtorno Explosivo Intermitente, como por exemplo, traumatismos cranianos e episódios de inconsciência ou convulsões febris na infância.

    Portanto, espero ter elucidado os seguidores desse blog de acordo com os meus parcos conhecimentos sobre agressividade estudantil e generalizada.

    Atenciosamente,

    Dr. Sebastião Honório – Catedrático na área psíquica humana de razões involuntárias. Professor de Psiquiatria e medicina da USP – neurocirurgião - psicologia e distúrbios sexuais.

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  26. Boa noite, Edward.
    Não sei o que levou o companheiro Lula a deixar de lado os sérios problemas internacionais que lhe preocupam para levar ao Con gresso, que acabou aprovando, criminalizar o ato de bater em crianças. Uma simples tapinha, um puxão de orelhas pode levar o infausto pai às barras da Justiça e até a prisão. Se era polêmica que Lula pretendia, ele acertou em cheio, pois logo apareceram os defensores e detratores da medida que torna um assunto doméstico numa questão nacional.

    Dizia minha avó em sua sabedoria quase centenária que das tapas “só se perdem as que sobem” e parece que tinha razão. Andei levando minhas sovas na infância e nem por isso sou mais ou menos neurótico do que já deveria ser. Pessoalmente nunca bati em filhos, como, aliás, nunca bati em ninguém, porque considero que o diálogo é uma forma mais racional de se chegar ao fim de um problema, mas acredito que essa é uma decisão de cada pai, de cada casal e que nosso governo e nosso Congresso têm questões muito mais pertinentes a tratar do que essa.

    Acho que temos outras urgências, como a violência nas escolas, brilhantemente relatada em sua crônica, que não sejam as tapas de amor e cuidado dos pais, e essas urgências mereceriam muito mais a atenção dos nossos gestores do que esse trivial quadro familiar. Chega do Estado em nossas vidas, cobrando impostos, proibindo isso e aquilo, fechando escolas e construindo presídios e agora querendo dizer como criar nossos filhos.

    Abraços, parabéns pela crônica.

    Laércio H. Pinto - São Paulo - SP.

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  27. Bom dia, Edward!
    Não há mais como esconder ou minimizar o problema. Os educadores se tornaram reféns de estudantes que não aceitam ser contrariados e, hoje, dominam o ambiente escolar, protagonizando situações que envolvem agressão verbal e física, além de ameaças constantes. É a inversão de valores em um problema complexo que envolve segurança pública, mas passa pela responsabilidade dos pais, que não podem se destituir da função educativa dos filhos. É preciso reconstruir a ideia de que na sala de aula, a maior autoridade é o professor. Mas isso, ao que parece, está cada dia mais difícil.

    Já na prática do bullying, Edward, a família deve ser responsabilizada pelos atos do agressor e pela incapacidade de defesa do agredido. Afinal, não é à toa que existe a frase: família é a base da educação. Ainda tem pai que, ao invés de dialogar, bate e, quando deveria reprimir, tolera. É aí que surgem os autores das humilhações. Como estão em conflito interno, agridem para se expressar. As escolas públicas e privadas precisam dialogar abertamente sobre o tema e formar os professores para lidar com esse tipo de violência. Viver uma cultura de paz e de respeito ao ser humano, em sua plenitude, é condição básica para o exercício do direito à educação para todos e todas.

    Parabéns pelo texto, Edward. Continuo na expectativa para ajudar a apagar as velinhas do bolo desta dupla comemoração, das 500 postagens e das 200 mil visitas.

    Bj

    Gabriela – Cásper Líbero - SP

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  28. Olá
    Obrigada pela visita no meu blog.
    Bem eu sou educadora, e gostei do seu post. É a realidade que encontramos nas escolas. Eu tenho um blog que criei para os meus alunos tbm. Mas está meio desatualizado.
    Boa semana!!!

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  29. Olá Amigos

    Bom dia

    Lendo todos os comentários aqui expostos, verifica-se a unanimidade a respeito do fortalecimento da família, célula mater da sociedade.
    Infelizmente, a tecnocracia vem aos poucos derrubando conceitos que são e deveriam ser preservados.
    Neste caso, as religiões sérias têm papel fundamental na preservação de muitos valores humanos.
    Garanto que os adeptos do “bullyng” e outras práticas violentas não sabem nem o que é religião e muitos menos são seguidores de qualquer doutrina moralista.

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  30. Edward, bom dia!
    É com perplexidade e de mão atadas que estamos assistindo a toda esta violência que explode em nossas escolas, sem que providências enérgicas sejam tomadas pelos nossos governantes. Tudo isso se resume neste trecho que extraí desta sua brilhante crônica: "Triste País este, que fez de nossa Educação um arremedo de fonte do saber. Impor limites e fortalecer laços de amor e solidariedade são imprescindíveis na difícil missão de criar filhos e com eles os valores necessários e tão escassos neste milênio. É inadiável a reconstrução da família, sob pena de derrocada total".

    Bjos,

    Andressa - Cásper Líbero - SP.

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  31. Oi Edward, verdade que a educação deve ser dada em casa e complementada na escola, tal como os ensinamentos acadêmicos devem ser ministrados na escola e acompanhados em casa. Quando isto não acontece, os jovens ficam entregues a eles próprios e a "deseducação" persiste. A responsabilização do todo é necessária (pais ou encarregados de educação, professores e alunos). Responsabilização com medidas punitivas severas, em casos como estes praticados pelos tais “bullyings” nas escolas. Tive um professor, que ainda hoje respeito muito, que afirmava: “quando falham os novos métodos, devemos regressar pontualmente às velhas pedagogias”.

    Parabéns pelo texto, Edward.

    Bj

    Priscila – Metodista - SBC

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  32. Edward, a degradação do sistema de ensino é um reflexo dos problemas sociais do país. Os fenômenos estão intimamente ligados e as escolas não são nenhum oásis isolado do todo que é a sociedade brasileira. Temos um sistema de ensino corrompido por sucessivas políticas de desastre no sistema educacional. Tal como Pilatos, os governantes lavam as mãos e a solução, dizem, é devolver o respeito e a autoridade aos professores. Se uma classe profissional é enxovalhada em praça pública, como tem ocorrido, como poderão eles ser respeitados? Os professores estão cansados de tanta injúria e de tanta mentira. Gostei muito de sua crônica, meus parabéns!

    Bj

    Anna Claudia – Uberaba - MG

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  33. Olá Edward!
    Para se ter uma ideia de como é sério o bullying nas escolas, quero deixar aqui dois tristes exemplos de tragédias por causa destas agressões que ocorrem diariamente em nossos estabelecimentos de ensino. Em janeiro do ano passado, Edmar Aparecido Freitas, de 18 anos, entrou no colégio onde tinha estudado, em Taiúva (SP), e feriu oito pessoas com disparos de um revólver calibre 38. Em seguida, se matou. Obeso, ele havia passado a vida escolar sendo vítima de apelidos humilhantes e alvo de gargalhadas e sussurros pelos corredores.

    Atitude semelhante tiveram dois adolescentes norte-americanos na escola de Ensino Médio Columbine, no Colorado (EUA), em abril de 199 . Após matar 13 pessoas e deixar dezenas de feridos, eles também cometeram suicídio quando se viram cercados pela polícia. Assim como o garoto brasileiro, os jovens americanos eram ridicularizados pelos colegas. Os exemplos de Edmar e dos garotos de Columbine, que tiveram reações extremadas, são um alerta para os educadores. Os meninos não quiseram atingir esse ou aquele estudante. O objetivo deles era matar a escola em que viveram momentos de profunda infelicidade e onde todos foram omissos ao seu sofrimento.

    Para se refletir!

    Ana Caroline - Ribeirão Preto - SP.

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  34. Meu caro Edward de Souza, parabéns por esse artigo importante que resultou em todos estes bons comentários que acabei de ler. Achei interessante o comentário do Laércio H. Pinto, sobre a proibição de ser dar tapas nos filhos. Nos meus tempos de criança, quando praticava um ato errado na escola, era repreendido pela professora ou professor, agachava a cabeça e ficava vermelho de vergonha. Teve casos de amigos meus ficarem de joelhos em grãos de milho na escola, comigo nunca aconteceu, por um ato de desobediência e muitas e muitas vezes tivemos nossas orelhinhas puxadas pelo professores ou professoras. Os professores não fazem mais isso hoje. Desistiram de chamar a atenção dos alunos com medo de ser agredidos. E quantos já não o foram? E em casa também não tinha moleza, aprontou a varinha de marmelo comia solta nas pernas. E como doía. Cheguei a ficar até na salmoura, socorrido pela minha mãe, um dia todo, depois de uma surra dada pelo meu pai. Nem por isso deixei de amar meus pais, nem me tornei um rebelde. Virei homem. Quanto aos professores e professoras que me castigaram por alguma coisa errada, sou grato a eles e feliz hoje por ter entendido que tudo que fizeram foi pelo meu bem.

    Nos tempos em que vivemos tudo é bem mais complicado. Nem grãos de milho nas escolas, muito mesmo um simples tapinha em casa. Por qualquer tapinha, os pais podem ser levados a Delegacia e passarem por constrangimentos, isso se não resolverem publicar sua foto como agressor, num jornal qualquer. Por isso este estado de violência que não tem fim. Filhos mal educados em casa e nas escolas, afinal, professor não é nenhum doido de repreender um aluno, muito menos puxar sua orelha, pode apanhar ou ser morto na saída da escola. Grãos de milho, só para dar às galinhas. Esse nosso triste quadro, prezado Edward

    Um abraço,

    Miguel Falamansa – Botucatu – SP.

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  35. Olá Garcia Netto.
    Também tenho acompanhado seus textos toda semana,o de hoje:Esses Francanos,merece ser lido e relido, e assim como você, vou festejar o aniversário de minha amada cidade no dia 28.
    Beijossssssssssss.

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  36. Olá, pessoal, só hoje pude colocar a leitura do blog em dia. Parabéns pelo tema, Edward!

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