Na década de 70 frequentei algumas vezes as cabeceiras do Rio Garça, localizadas na região de Tesouro, Mato Grosso. Essa corrente é um afluente do Araguaia e desemboca na localidade de Barra do Garças, hoje uma cidade de crescimento e progresso rápido. O município de Tesouro está localizado na região sul de Mato Grosso á 365 km de Cuiabá, capital do Estado, 150 km de Rondonópolis, 40 km de Guiratinga e a 143 km pela rodovia BR 070, que passa em Primavera do Leste. Se bem que quem sai de São Paulo não precisa, necessariamente, passar por aquela capital do Brasil Central. Lugar mágico, de grande potencial hídrico, banhado pelo rio Garças, Tesouro é repleto de cachoeiras, rios e córregos e bom para pescas, banhos refrescantes ou para a apreciação, pura e simples, de suas belas paisagens. Na época, apenas uma pequena pensão abrigava os pescadores que ali iam ter. Hoje, segundo informações, há hotéis e pousadas esperando turistas de todas as partes devido às belezas naturais. Região de gado e garimpo, principalmente diamantes, há até momentos históricos preservados como foi o caso da Coluna Prestes que por ali passou e deixou na lembrança dos habitantes e seus descendentes, interessantes histórias. Falarei sobre minhas pescarias no passado, pois não tenho informações sobre o que acontece hoje ali.
Impressionante a quantidade de pintados (cacharas), barbados e outros peixes de couro que se fisgava. Entretanto, os maiores exemplares não passavam de doze quilos. Mas é justamente por essa razão e devido ainda a situação do rio nessa localidade, correndo entre montanhas e com muitas corredeiras, que a pesca esportiva era muito emocionante. Os pesqueiros eram procurados ao fim de cada corredeira, onde havia poços profundos. Muitas vezes era necessário entrar na água para se fazer bons lances. O material leve, carretilha ou molinete médio e linha de diâmetro 0,50 mm, proporcionava ao pescador momentos de gostosa tensão emocional. Certa ocasião fisguei um pintado de bom tamanho. O material usado era uma carretilha Mar e a linha de diâmetro 0,40 mm. A luta com o peixe já durava uns 10 minutos quando, lentamente, consegui trazê-lo para a margem. Cansado de dar e recolher linha firmei o caniço para encalhar o peixe na praia. Desesperado, o peixe num último esforço conseguiu romper a linha. Se tivesse munido de um bicheiro ou um puçá, o peixe não teria escapado.
Naquela época e naquele lugar, a isca mais apropriada para a pescaria do pintado era o muçum. Com um tolete era possível se pescar cinco ou seis pintados, uma vez que sendo esta bastante dura, quando mordida violentamente pelo peixe escapa do anzol e sobe pela linha, ou seja, escorrega do anzol deslizando linha acima. Essa era uma das preferidas não só do pintado como de outros peixes de couro. O barbado, chamado de barba-chata na região do Rio Garça, atacava vorazmente a isca constituída de muçum.
O muçum podia ser encontrado na região em pequenas lagoas e riachos, mas eram de tamanho bem pequeno, ao contrário dos que eram levados de São Paulo, mais precisamente comprados dos criadores do ABC.
Cortados em toletes de oito centímetros, o muçum sangra abundantemente, atraindo de imediato os peixes de couro, entres eles o cobiçado pintado. Dois muçuns de tamanho médio davam para pescar o dia inteiro.
O tipo de pescaria ideal naquela região do Garça era e, acredito até hoje, a de barranco, nas proximidades dos poços existentes no fim das corredeiras, mas, o uso de barco com motor de rabeta curta trazia conforto e podia-se percorrer vários poços num só dia e assim efetuar pescarias mais producentes, além de diversificar o aprisionamento de espécies.
Em uma de minhas pescarias, realizada em um mês de outubro, uma linha 0,90 mm rompeu-se facilmente na junção com o encaste. O peixe era um barbado de mais ou menos dez quilos. Isso ficou patente, quando, duas horas depois da fuga do peixe, consegui fisgá-lo novamente. O anzol e o encaste com o pedaço de linha e até a isca estavam fincados na goela do dito cujo. Os companheiros ficaram abismados não acreditando no que viam. Mas o fato de se fisgar o mesmo peixe duas vezes não é raro, principalmente quando a espécie é de couro.
As corredeiras são inúmeras e proporcionavam ao pescador a esportividade esperada quando tinha peixe na linha. Os pintados, uma vez fisgados procuravam as fortes correntes, obrigando o pescador a um esforço maior. Os pescadores que pescavam com linha de mão (ou linha-larga), acompanhavam o peixe rio abaixo ou acima, dando e recolhendo linha para cansar o bicho. O cuidado era maior, pois quando o pintado de aproximava da margem costumava correr novamente tentando se libertar do anzol. Nessa corrida, a linha queima os dedos do pescador, daí, a necessidade de usar luvas ou mesmo uma dedeira para proteger o dedo indicador, evitando-se assim queimaduras e cortes profundos.
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*J. Morgado é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, escrevendo crônicas, contos, artigos e matérias especiais. Contato com o jornalista pelo e-mail: jgarcelan@uol.com.br
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Naquela época e naquele lugar, a isca mais apropriada para a pescaria do pintado era o muçum. Com um tolete era possível se pescar cinco ou seis pintados, uma vez que sendo esta bastante dura, quando mordida violentamente pelo peixe escapa do anzol e sobe pela linha, ou seja, escorrega do anzol deslizando linha acima. Essa era uma das preferidas não só do pintado como de outros peixes de couro. O barbado, chamado de barba-chata na região do Rio Garça, atacava vorazmente a isca constituída de muçum.
O muçum podia ser encontrado na região em pequenas lagoas e riachos, mas eram de tamanho bem pequeno, ao contrário dos que eram levados de São Paulo, mais precisamente comprados dos criadores do ABC.
Cortados em toletes de oito centímetros, o muçum sangra abundantemente, atraindo de imediato os peixes de couro, entres eles o cobiçado pintado. Dois muçuns de tamanho médio davam para pescar o dia inteiro.
O tipo de pescaria ideal naquela região do Garça era e, acredito até hoje, a de barranco, nas proximidades dos poços existentes no fim das corredeiras, mas, o uso de barco com motor de rabeta curta trazia conforto e podia-se percorrer vários poços num só dia e assim efetuar pescarias mais producentes, além de diversificar o aprisionamento de espécies.
Em uma de minhas pescarias, realizada em um mês de outubro, uma linha 0,90 mm rompeu-se facilmente na junção com o encaste. O peixe era um barbado de mais ou menos dez quilos. Isso ficou patente, quando, duas horas depois da fuga do peixe, consegui fisgá-lo novamente. O anzol e o encaste com o pedaço de linha e até a isca estavam fincados na goela do dito cujo. Os companheiros ficaram abismados não acreditando no que viam. Mas o fato de se fisgar o mesmo peixe duas vezes não é raro, principalmente quando a espécie é de couro.
As corredeiras são inúmeras e proporcionavam ao pescador a esportividade esperada quando tinha peixe na linha. Os pintados, uma vez fisgados procuravam as fortes correntes, obrigando o pescador a um esforço maior. Os pescadores que pescavam com linha de mão (ou linha-larga), acompanhavam o peixe rio abaixo ou acima, dando e recolhendo linha para cansar o bicho. O cuidado era maior, pois quando o pintado de aproximava da margem costumava correr novamente tentando se libertar do anzol. Nessa corrida, a linha queima os dedos do pescador, daí, a necessidade de usar luvas ou mesmo uma dedeira para proteger o dedo indicador, evitando-se assim queimaduras e cortes profundos.
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*J. Morgado é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, escrevendo crônicas, contos, artigos e matérias especiais. Contato com o jornalista pelo e-mail: jgarcelan@uol.com.br
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Ôi Edward, tudo bem?
ResponderExcluirOlha, sei que vc tem razão, depois de muitas invasões que aconteceram aqui no blog, mas estamos tão acostumadas a postar comentários diretos, interagir, que perde um pouco a graça ter os comentários moderados. Claro, vc não tem tempo de ficar o dia todo ligado, liberando comentários, por isso eles demoram e a gente nunca sabe se vão ou não ser publicados.
Sei não, mas vc poderia fazer mais uma tentativa, encontrar uma fórmula de impedir esses desqualificados de perturbarem nosso blog, enfim... Desculpe-me, não tenho o direito de me intrometer, foi apenas meu ponto de vista.
J. Morgado, li todo o seu artigo, tá bom? Ainda serei uma grande pescadora, mesmo que seja com uma nota de cinquenta pendurada no anzol, na peixaria do Carrefour em Santo André (rssssssss...). Não entendo nada de pescaria, já disse isso, mas gosto muito das histórias que vc conta. E a gente acaba conhecendo lugares maravilhosos deste nosso País.
Bjos,
Liliana Diniz - FUABC - Santo André
Bom dia amigos (as) deste blog...
ResponderExcluirOlá Liliana. Primeiro meus cumprimentos. Soube ontem, conversando com seu pai por telefone, que você acaba de passar para o quinto ano de medicina. Já era de se esperar. Culta, inteligente e dedicada, certamente você irá terminar nesse próximo ano o curso com brilhantismo, nesta que é considerada uma das melhores faculdades de medicina do País. Meus cumprimentos sinceros e saiba que estou muito feliz com seu sucesso.
Agora, uma proposta. Que tal você moderar os comentários para mim, Já que neste final de ano, e não me venha com desculpas, você não vai fazer mais nada?Brincadeirinha... Sabe, sei que você tem razão e percebi que os comentários estão rareando. Todos estão mal acostumados aqui nesse blog que é nosso. Mas, vou tentar mais uma vez, pelo menos em uma parte do dia e no começo da noite, deixar os comentários liberados, vamos ver no que vai dar. Depois das 21 horas eles obrigatoriamente serão moderados. Covardes atacam sempre pela madrugada, na calada da noite.
J. Morgado, meu irmão. Ontem não teve jeito. Não consegui falar com você pelo telefone de forma alguma. Quando você me ligava caia. Quando eu ligava para você, estava sua linha ocupada. Fazer o quê? Mais tarde lhe telefono, mais sei que o que queria foi resolvido, ótimo. Assim que abri minha correspondência encontrei seu artigo e, como sempre, fico maravilhado com sua narração sobre suas velhas e boas pescarias. E as fotos que me enviou são sensacionais, pena que o espaço é pequeno e não posso mostrá-las em toda a sua grandeza. Mas, valeu o belo artigo que, tenho certeza, vai encontrar repercussão entre nossos amigos (as) leitores. Vou liberar agora os comentários, fiquem a vontade!
Um forte abraço a todos...
Edward de Souza
Bom dia J. Morgado e Edward!
ResponderExcluirEu nem sabia que os comentários não estavam sendo diretamente publicados. Não ligo para isso e participaria da mesma forma, até porque gosto muito, não só do artigo quinzenal de J. Morgado, às sextas-feiras, como também sobre as pescarias. Como fico preso hoje em dia trabalhando, sinto-me compensado ao ler os artigos sobre essas pescarias maravilhosas em lugares tão lindos que só mesmo o Brasil para ter. E como temos abundância de rios, peixes, florestas, faunas, pássaros, enfim...
Lembrei-me daquela piada: Deus fez do Brasil um paraíso, pena foi o povinho que aqui colocou. Se quiserem mudar para políticos, podem também.
Abraços...
Eurípedes Sampaio - Jundiaí - SP.
Olá menina Liliana
ResponderExcluirParabéns pela conquista. Mais um ano vencido. Em breve teremos, tenho certeza, uma excelente médica para nos atender.
Especialize-se em endocrinologia e eu a ensinarei a pescar. Estamos combinados?
Um forte e fraterno abraço
Paz. Muita Paz
J. Morgado
Olá J. Morgado, bom dia!
ResponderExcluirBela aventura relatada no blog de hoje. E começando a semana pescando, só mesmo para quem pode. Coisa de rico! O que achei interessante em seu relato de hoje foi sobre o peixe de 10 quilos que você pescou duas vezes. Uma pergunta: como é que você soube que era o mesmo peixe? Não estou duvidando de seu relato, fique bem claro, mas isso ficou martelando minha cuca. Será que o peixe tinha alguma característica especial que pode ser identificado ao ser fisgado pela segunda vez?
Abçs........
Miguel Falamansa - Botucatu - SP.
Olá Miguel Falamansa
ResponderExcluirBom que você tenha gostado. Se você reler o artigo, verá que lá está escrito o seguinte:
“O anzol e o encaste com o pedaço de linha e até a isca estavam fincados na goela do dito cujo. Os companheiros ficaram abismados não acreditando no que viam. Mas o fato de se fisgar o mesmo peixe duas vezes não é raro, principalmente quando a espécie é de couro”.
Um abraço
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Ai, J. Morgado, tadinho do peixe. Sofreu duas vezes. Também, quem mandou ser tão burrinho assim. Cair na mesma armadilha duas vezes só mesmo lá na Santa Terrinha, de onde vieram meus avós. Eu não seria uma boa pescadora. Se eu pescar um peixão assim, caio na água junto com ele e sou carregada, cruzes! Mas gosto de ler suas crônicas, quem sabe um dia eu resolva arriscar ou então faço como a Liliana, coloco uma nota de 50 reais no anzol e vou pescar no mercado, tudo é possível. Falar na Liliana, parabéns, querida que você tenha muuuuuuuito sucesso, você merece. Eu fui ao seu blog e a sugestão dada pelo J. Morgado deve ser aceita por você, afinal, lá você fala sobre o açucar, um doce veneno, não é isso? Endocrinolista cuida de diabetes, uma dos maiores males de hoje em dia, certo?
ResponderExcluirBeijos,
Gabriela - Cásper Líbero - SP.
Putzzzzzzzzzz.... Corrigindo. Onde leram Endocrinolista, corrijam e entendam: endocrinologista, por favor!
ResponderExcluirBejos,
Gabriela
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBom dia J. Morgado, quase boa tarde já!
ResponderExcluirFalar sobre pescarias para mim não tem coisa melhor. Compro revistas sobre pescas e leio todos os artigos que vejo em jornais sobre esse esporte, meu preferido. E faço minhas pescarias com amigos constantemente, muitas lá no Araguaia e outras pelo lado do Rio Miranda, também no Mato Grosso. Só que agora, já era, a pesca está proibida. Só no ano que vem, que pena!
Esse tempo em que você pescava e podia trazer peixes aos montes também já era. Outro dia fui ao Samburá, J Morgado, aqui pelos lados de Minas Gerais e só podia trazer um peixe de, no máximo 5 quilos. Se pegarem com mais a coisa fica feia. O jeito foi comermos no rancho mesmo. Podem ter até suas razões para evitar a pesca indiscriminada, mas só 5 quilinhos?????? Pelo menos até uns 30 quilos não faria tanto estrago, penso. Parabéns pelo artigo!
Irineu Massini Torres - Uberlândia/MG
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBoa tarde Juliano!!!
ResponderExcluirFico lembrando a frase do maior pescador de todos, quando encontrou Pedro:
- " Venha e me siga, de agora em diante serás pescador de almas"
Esta é sem dúvida a mais dificil de todas pescarias, no entanto, a que mais nos felicita....
um abraço meu chapa!!!!
Prezado Mestre João Paulo de Oliveira! Bom que a quase doutora Liliana fique sabendo que os problemas nossos, meu, seu, do J. Morgado, Oswaldo Lavrado, Milton Saldanha, Édison Motta são outros: as juntas. Só juntar tudo e jogar fora, não se aproveita muita coisa não, com certeza! Hehehehehehehehehehehe....
ResponderExcluirQuanto aos sinais em duplicata que estão surgindo em seu computador, necessário é chamar com urgência um técnico para que configure seu teclado ao micro. Se isso não surtir bons resultados, faça com fiz nesse final de semana. Jogue o teclado velho fora e compre um da Microsoft, com três anos de garantia nas Lojas Americanas, que tem o melhor preço do mercado. Será que vão me dar uma comissão pela publicidade? O engraçado é que assim que o teclado novo chegou, o velho parou de apresentar problemas. Nem troquei ainda.
Um forte abraço que vou encarar a luta deste começo de semana e volto logo mais no final da tarde.
Edward de Souza
Olá J. Morgado, tens razão. Acabo de ler com muita calma o texto novamente. Havia numa explicação lógica que não percebi.
ResponderExcluirObrigado pela ajuda e desculpe-me pela falha na leitura.
Abçs,
Miguel Falamansa - Botucatu - SP
Olá J. Morgado, posso fazer uma pergunta? Li todo seu texto e gostei, vamos aprendendo, senão a pescar, pelo menos um pouco sobre as belezas do nosso Brasil, que é lindo! Quem é aquele pescador segurando uma vara com peixes? É algum amigo seu? Com vc não se parece, a não ser que tenha mudado muito, comparando aquele foto com a sua.
ResponderExcluirBeijinhos!!!
Andressa - Cásper Líbero - SP.
Andressa, acho que o J. Morgado deve estar na praia pescando, não vai lhe dar essa resposta tão cedo, mas creio que esse da foto também não é ele não. Numa dessas suas matérias de pescaria fizeram uma pergunta para saber se ele estava em uma das fotos. Lembro-me bem, respondeu que o fotógrafo era ele, logo... O duro é saber quem é o dito cujo, mas certamente não é nenhum conhecido nosso, podes crer.
ResponderExcluirO gostoso é curtir o relato que ele faz sempre dessas pescarias. E dessa vez com peixes. Pelas fotos foi uma bela pescaria. O Irineu acima reclama que só pode transportar hoje em dia 5 quilos de peixes. Desculpe-me Irineu, mas está de bom tamanho. O que tem de neguinho usando rede para pescar é uma grandeza. Acabam com a pesca por causa da ganância. Se deixar levam pra casa 500 quilos. É o mal do brasileiro. Tem que andar no freio, senão acabam nossos peixes dos rios.
Um abraço pra vocês!
Laércio H. Pinto - SP.
Não importa o que você faça no domingo. A segunda é sempre de ressaca. Esse ditado eu ouvia sempre do meu avô e me lembrei dele ao ler a crônica de J. Morgado nesse blog. Nada melhor para se curar a tristeza de uma segunda-feira do que ler um artigo sobre pescaria. Enquanto lia, as imagens corriam em minha mente e ia recordando minhas velhas pescarias. Bons tempos com poucas proibições e muitos peixes. Menino ainda, nos córregos perto de minha casa no interior a gente já pegava lambarís de bom tamanho, o prata, o chamado rabo vermelho, gambevas, mandís e bagres. Hoje, esses córregos, se não desapareceram, são pequenos fios de água poluída cortando algumas ruelas sem asfalto, se é que ainda tem. Os rios em que pescávamos eram ricos em piaus, dourados, piaparas e até jaús enormes, alguns do tamanho de um homem. Hoje em dia, pescarias só tem graça se for mesmo num lugar como esse, descrito pelo Morgado, de resto, mesmo em algumas partes do Mato Grosso, como Coxim e o Miranda, tudo virou exploração ao turismo. Peixe que é bom... Nada."
ResponderExcluirObrigado!
Thiago Cortes Mendes - Ribeirão Preto - SP.
Olá Senhor Morgado!
ResponderExcluirGosto muito de ler seus artigos. Sou descendente de japonês (meus pais são japoneses) está claro pelo sobrenome, isso, por si só é prova de que gosto de pescaria. Acho que não tem um japonês que não goste de pesca. Em seu artigo de hoje fiquei curioso em saber o que é o tal de muçum. Reconheço que nunca ouvi falar sobre essa isca. Ela ainda é fácil de ser encontrada?
Muito obrigado,
Tanaka - Osasco - SP.
Ôi pessoal, muito obrigada pelos cumprimentos, mas é cedo, estou ainda terminando a faculdade e depois partindo para mais um bom tempo de especialização. O J. Morgado deu uma sugestão, endocrinologista, quem sabe. Se eu aceitar aprendo a pescar? Olha que aceito a proposta, J. Morgado. O duro vai ser encontrar tempo.
ResponderExcluirO professor João Paulo deu outras sugestões. Inclusive cardiologia, que estou mais propensa a encarar. Caro professor, endocrinologista também pode cuidar de sua hipertensão arterial, como várias outras especialidades médicas, também podem. Não precisa ser um cardiologista. Claro, só se for mesmo problema cardíaco aí sim é sua área específica. Já os endocrinologistas são treinados para conhecer e tratar os problemas hormonais e restabelecer o equilíbrio do sistema endócrino.
Também realizam investigação básica para compreender o funcionamento e os problemas das glândulas. Por sua vez, uma investigação clínica permite desenvolver melhores formas de diagnosticar e tratar as doenças desta área, nomeadamente:
· diabetes
· doenças da tiróide
· doenças do metabolismo
· menopausa
· osteoporose
· hipertensão arterial
· dislipidemias (colesterol e/ou triglicerídeos)
· infertilidade e contracepção
· baixa estatura/alterações do crescimento
· tumores benignos e malignos das glândulas
· outros distúrbios hormonais
Viram? fascinante essa área da medicina. O problema é que os endocrinologistas depois da formação pré-graduada nas faculdades, e do internato geral (comum a todos os médicos) frequentam um período de especialização de cinco anos. Este período cobre áreas como a medicina interna, a pediatria, e ginecologia/obstetrícia e, naturalmente, privilegia a aprendizagem específica do diagnóstico e tratamento das perturbações hormonais. Vamos ver, tudo tem seu tempo, mas agradeço as sugestões. Quando puderem entrem no meu bloguinho e leiam o artigo que fala do perigo do açucar, tá bom?
Beijos a todos e obrigada!
Liliana Diniz - FUABC - Santo André - SP.
Olá amigos
ResponderExcluirEstamos em plena piracema. Uma época em que os peixes estão desovando para perpetuar as espécies. Raramente abocanham o anzol. Os inescrupulosos usam tarrafas, redes e outras artimanhas burlando a lei e diminuído drasticamente a fauna ictiológica fluvial.
Por incrível que possa parecer, o único peixe que pega ou pegava no anzol nesta época no Pantanal é a piranha. Fisguei piranhas em novembro, dezembro e janeiro. Até hoje não encontrei explicações para esse fenômeno.
A necessidade de se limitar a quantidade de peixes é necessária. O pescador amador vai à busca de emoções. O que interessa é a “briga”. Quanto mais leve o material (linhas finas, carretilhas ou molinetes pequenos etc.) maior chance para a presa e mais prazer na pescaria. É prazeroso soltar o peixe de volta ao seu habitat. O espécime assim contribuirá na próxima piracema para produzir milhares de peixinhos.
Relato neste espaço, minhas pescarias no passado. Deixei de pescar no Pantanal e outros rios em 1983.
Arrependo-me (se bem que inevitável) de ser um dos primeiro a divulgar o potencial turístico daquele paraíso e de outros locais.
Sempre fui o fotógrafo de minhas excursões de pesca. Já apareci em algumas fotos e o rapaz segurando aquela penca de matrinchãs (um peixe altamente esportivo da bacia amazônica) é um desses inúmeros companheiros que encontrei ao longo de minhas aventuras haliêuticas.
Estou à disposição para responder qualquer pergunta.
Paz. Muita paz.
J. Morgado
Boa tarde prezado J. Morgado! Acompanhei com atenção seu artigo sobre pescaria aqui na minha região. Permita-me falar um pouco de Tesouro, uma cidade que nasceu do garimpo. O Rio Garças era repleto de veios diamantíferos, localizado fora das rotas mais comerciais ou mesmo logísticas, por isso sempre ficou fora do tal desenvolvimento urbano.
ResponderExcluirA questão é que, com a decadência da atividade garimpeira vários municípios perderam vitalidade econômica e consequente fragilização cultural - já não retinham expectativas e os jovens que podiam sair não vacilavam. a porta de saída era o único caminho.
Alguns municípios estão reagindo e reordenando suas vocações. Turismo e cultura são segmentos que cabem bem em vários lugares por aqui de abundante riqueza natural. são saídas novas para muitos municípios que estão se reerguendo com outro tipo de política. Turismo bem orientado e valorização da produção cultural local geram atividade econômica sem poluir o meio ambiente. A pesca ainda é abundante, mas com severo policiamento para se evitar a destruição do meio ambiente. Ainda vale a pena vir pescar por aqui, J. Morgado. A natureza foi generosa com essa região.
Eduardo Ferreira - Cuiabá - (MT)
Olá Tanaka
ResponderExcluirAprendi muito com pescadores japoneses, principalmente quando pescava no Casqueiro e demais canais da região. Enquanto eu pegava bagres e outros peixinhos eles se fartavam em fisgar belos robalos.
Um dia uma gentil japonesa me ensinou o segredo e também passei a pescar os cobiçados peixes.
Muçum é um peixe de coloração amarela também chamado de peixe-cobra e enguia de água doce.
Um abraço
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Eu sempre pesquei em rios do nosso interior, nunca tive a oportunidade de fazer uma pescaria assim, chamada grande, mas deve ser uma delícia. Não por problemas financeiros, mas por falta de companhia. Ir para um lugar como esse, Rio da Garça seria bom com amigos que gostam de pescar e que conhecem um pouco o lugar. Ou, ao menos, tenham experiência. No mínimo temos que ficar uma semana num lugar assim, não Senhor J. Morgado? Outra coisa. Não gosto de hotéis com TV, frigobar e muito conforto não. Beira de rio tem que ser armando barraca mesmo, bem ao estilo de antigamente. Pescar hospedado em hotéis de luxo, como hoje acontece muito, não me agrada. O contato com a natureza não tem preço e isso só mesmo acampando no mato para se ouvir os pássaros e acompanhar o nascer e por do sol. Aí é uma pescaria.
ResponderExcluirUma boa noite pra todos!
Wendell Marques Sotto - Limeira -SP.
Boa noite, J. Morgado!
ResponderExcluirNão fossem os pernilongos eu me candidataria a ir a uma pescaria num lugar tão bonito assim, como esse descrito em seu texto. Pior é que sou alérgica a picadas de pernilongos. Meus pais colocaram protetores em todas as janelas de casa, além do que ainda uso aquele aparelhinho de se colocar na tomada, com um refil, para evitar a entrada de pernilongos em casa. Com o calor que tem feito aqui em Juiz de Fora, pernilongos estão brigando por sangue fresco.
Leio sempre seus textos sobre pescarias porque adoro conhecer um pouco mais do nosso Brasil e seus lugares encantadores. E pensar que não sabemos valorizar o que é nosso.... Uma pena!
Liliana, meus cumprimentos por mais essa etapa que venceu em seus estudos, tá? E como todos estão dando sugestões, eis a minha: dermatologia. Quem sabe você encontre um remédio que me livre dessa alergia a pernilongos.
Bjos,
Bruna - Universidade Federal de Juiz de Fora/MG
Caro J.Morgado,
ResponderExcluirSeu texto me embalou e me vi pescando. Parabéns!
A pesca é um esporte maravilhoso.
Abraços
Luiz Antônio de Queiroz
Olá J. Morgado.
ResponderExcluirTodas as vezes que como um pintado na brasa aqui na churrascaria lembro-me de você e das suas histórias sobre essas velhas e boas pescarias. Não tem coisa melhor para espantar de vez o stress do que uma pescaria, convenhamos. E estou louquinho para reunir meu grupo de amigos e programar uma, assim que a pesca for liberada, isso só ano que vem. Enquanto isso, fico lendo seus artigos para matar a vontade. Gostei muito das fotos. Eu sempre clico nelas para ampliar. Fiz isso com a primeira também. É maravilhosa ampliada. Tenho certeza que é o Rio Araguaia, já estive por lá.
Abraços, amigo!
Paolo Cabrero - Itu - SP.
Olá Wendell
ResponderExcluirVocê tem razão quanto ao acampamento na barranca de um rio piscoso. Um dia escreverei um artigo sobre isso.
Acordar com o canto dos pássaros, o cantochão dos bugios e os alaridos dos araquãns e araras.
Os macacos fazendo algazarra nas árvores próximas e vez ou outra o berro de uma onça... Que saudade.
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Senhor J. Morgado, pare de nos assustar. Estamos com a boa intenção de aprender a pescar para fazer a média como nossos futuros maridos e o senhor faz isso? Onde já se viu! Primeiro a Bruna nos espantou com seus pernilongos, agora o senhor com o berro de uma onça? Cruzesssssss... Não quero mais aprender a pescar e vou morrer solteirinha, ahhhh, se vou!
ResponderExcluirBjos,
Tatiana - Metodista - SBC
Olá meus amigos (as)
ResponderExcluirVou interromper esse gostoso papo de pescaria para deixar um recado. Até o momento a Drª Marcia Costa Ribeiro Conrado, escolhida pelos jurados deste blog para receber o livro da escritora Isabel Allende, "Inés da minha alma", não entrou em contato conosco. Pedimos que a Drª Marcia se comunique o mais urgente possível para fornecer seu endereço e receber seu brinde através do e-mail: edwardsouza@terra.com.br
Caso a ganhadora do livro não se manifeste, ele será sorteado novamente no fim de semana e entregue para outro (a) ganhador(a).
Grato...
Edward de Souza
Oi Morgado. De pescaria eu não sei nada; mas gosto de comer frito, assado feito moqueca e outras formas. Um abraço.
ResponderExcluirUm brasileiro – Chapada dos Veadeiros – Alto Paraíso – GO.
Eu adoraria saber pescar Sr Morgado. Mas fiquei traumatizada quando no começo da idade adulta. Meu irmãozinho, alem de estar numa boa maré, deixou até de ir pescar suas “sereias,” para me ensinar a pescar. Pegamos o material de pesca do papai escondido. Mas deu o maior bode; embaracei um carretel inteirinho de linha do me pai, meu irmão quase me matou. E para o meu pai me matar também o coitado do meu irmãozinho passou o resto da tarde desembaraçando um carretel inteirinho da bendita linha do papai. Boa matéria Morgado. Mas hoje, para mim, peixe só pronto para comer. Abraços.
ResponderExcluirSBC.
Olá J.Morgado...
ResponderExcluirSeus textos como sempre valem a pena ser lidos.
Mas não tenho paciência para pescar,sou muito ansiosa,mas adoro um peixinho frito,cozido,assado...
Abrçossssssssssss.
ANA CÉLIA DE FREITAS.
Juliano Morgado e demais amigos do blog de ouro, bôa noite..
ResponderExcluirSempre que o amigo Juliano relata aqui no blog as suas historias de pescarias aprendemos algo sõbre esse espórte sadio.
Na matéria de hoje, ficamos sabendo e conhecendo a melhór isca (muçum) para a pesca nos rios do Pantanal, bem como quais rodovias e caminhos para se chegar a um bom local, que o amigo J.Morgado nos ensina detalhadamente.
Ensina também qual linha, carretilha ou molinete se usa, que lugar melhór para uma bôa pesca, se em terra ou embarcada, enfim, tudo o que um bom pescador amador deve saber para uma ótima pescaria.
Quanto a pescar o mesmo peixe por DUAS vêzes,posso assegurar aos amigos do blog, ser verdade,pois eu também copnsegui éssa façanha em minhas pescarias aqui na minha praia, ao fisgar uma "perna de moça" (ESSE É O NÓME DO PEIXE) de rasoavel tamanho, quando tentava retira-la da agua a mesma escapou levando consigo o "chicote",um apetrecho de uso na pésca de praia, e que colocamos duas iscas em dois anzois.
Passados alguns minutos, ao lançar nóvamente a linha com outras iscas, senti que um peixe havia fisgado, imediatamente comecei a recolher a linha,notando pela força que o peixe éra grande.
Qual não foi a minha surprêsa e dos demais amigos que comigo pescavam quando ao conseguir tirar o bicho da agua, vinha enroscado em sua bôca o MESMO chicote que eu havia perdido juntamente com o peixe uns minutos antes.
(Não é história de pescador)
O fato foi comentado durante uns quatro dias por todos que presenciaram a proesa.
Abraços amigos e uma ótima semana a todos.
Admir Morgado
Praia Grande SP
Uma vez eu fui pescar no Rio Pardo, em Ribeirão Preto e não pegava nada. Por volta das 5 da tarde, desiludido, resolvi tirar as varas de espera para ir embora. Foi quando, ao retirar a primeira, senti um peso enorme e um puxão que quase me derrubou dentro do rio. Segurei firme e depois de muito tempo consegui tirar um belo espécime de dourado. Pesava mais de 10 quilos. Fui tirar a outra vara e a mesma coisa aconteceu. Mais uns 10 minutos e tirei outro dourado de 1o quilos. Assim foi acontecendo com todas as varas de espera, tinha dez delas. Em cada uma um dourado de 10 quilos. Soube mais tarde, informado por um amigo veterinário, que esses dourados eram todos de uma família só, podem acreditar. Dei 8 deles para amigos meus, um fiz assado, usando o forno da padaria que fica na esquina de casa e o outro eu congelei. 20 dias depois tornei a assá-lo na padaria.
ResponderExcluirFilho do Abílio Pirú - Franca - SP.
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ResponderExcluirOlá, Morgado e amigos do blog!
ResponderExcluirVocê, Morgado, tem o condão de nos enfeitiçar, com belas histórias sobre pescarias, guardadas na sua memória.
Não tenho a mínima habilidade com apetrechos de pesca, mas aprecio o ambiente em que se dá esse esporte que, pelo visto, fascina a todos. A Natureza é pródiga, em que pese o furor com que se empenham em destruí-la. Noto que você é um preservacionista, bom entendedor dessa arte e ainda tem muito a contar, através de sua memória privilegiada, das vibrantes pescarias que já realizou.
É sempre um prazer redobrado ler as suas crônicas, tão belas e cheias de aventuras.
Abraço, e continue contando!
Seu Juliano
ResponderExcluirGosto de ouvir e ler suas histórias de pescarias.
Anderson – São Vicente - SP
Prezado J. Morgado, minha frustação é nunca ter feito uma grande pescaria, do porte dessa, por exemplo, no Rio Garça. Sempre em pequenos rios aqui perto da minha cidade. Moro em Batatais, não sei se o senhor conhece. Perto da cidade passa o Rio Sapucaí, que fica na divisa com a cidade de Franca. Mais à frente, o Rio Pardo, esse na divisa com Ribeirão Preto. São os dois únicos que conheço e que já pesquei. Se bem que nos bons tempos, piaus, piaparas e dourados eram fáceis de ser fisgados. Hoje a realidade é outra, os peixes, parece-me, sumiram, não se ouve mais dizer que pescaram, por exemplo, um dourado. Espécime em extinção nesses dois rios que citei. Uma pena!
ResponderExcluirBom seu artigo, gostei muito.
Luiz Antonio Baldochi - Batatais - SP.
Olá Luiz Antonio Baldochi
ResponderExcluirVocê acaba de me proporcionar uma surpresa agradável. Residi em Batatais oito anos. Mudei-me para o litoral em 1997. Estive nessa linda cidade há pouco mais de um mês revendo amigos. Foram anos felizes na Rua Artur Lopes de Oliveira no bairro do Riachuelo.
Muitos foram os convites para pescar no Sapucaí. Já havia deixado de pescar, mas visitava sempre esse rio, principalmente quando ia a Franca.
Já o Pardo, em épocas remotas, fiz grandes pescarias. É uma pena que a ganância do homem tudo destrói.
Um abraço
Paz. Muita Paz.
J. Morgado