
O revide não é ato de um cristão. No Novo Testamento assim está escrito: “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, orientai-o com espírito de mansidão, velando por vós mesmos para que não sejais igualmente tentados”. (Paulo. Gálatas, 6:1.).

O orgulho e seus filhos diletos, entre eles a hipocrisia, imperam em um mundo perfeito, maculado por uma humanidade insensata. “Dar a outra Face” para essa mesma humanidade é sinal de covardia. Entretanto não poderia haver maior ato de coragem ao fazê-lo. Em “Evangelho Segundo o Espiritismo”, no capítulo XII, ”Amai Vossos Inimigos”, item 11, “O DUELO” (Livraria Allan Kardec Editora), apesar de ser, para alguns, um capítulo ultrapassado, nunca foi tão atual como o é nos dias de hoje. Na época os duelos físicos (pistolas e espadas) eram comuns, mas eles continuam verbalmente, ocasionando discórdias e tragédias. “(...) Refleti um pouco: por causa de uma palavra, as vezes dita irrefletidamente, ou quase inofensiva, da parte de um dos vossos irmãos, inflama-se o vosso orgulho, respondeis de modo irritado, e daí uma provocação” (...). Frases como essa, nos mostram que duelamos todos os dias com insultos ou objetos. Não temos a coragem de nos resguardar ou dar a outra face. O orgulho fala mais alto e as tragédias e desentendimentos se sucedem. Enfim, podemos almejar por paz, se cada um de nós não está contribuindo para que isso aconteça?

“Dar a outra face” não é seguir literalmente o que diz a frase. É ser corajoso e mostrar que aqui estamos para evoluir moral e intelectualmente. É dizer que com truculência verbal ou física a paz está longe de ser alcançada. “Não existe um caminho para a paz; a paz é o caminho” (Mahatma Gandhi).
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