PARTE XVIII
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SÉRIE
“TRAPALHADAS DE UM FOCA”
CAPÍTULO V
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Foca "mata" cinco
para ganhar manchete
Foca "mata" cinco
para ganhar manchete
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Oswaldo Lavrado
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É inegável que uma redação de jornal já teve muito mais charme, hoje perdeu boa parte de sua "aura". Mas, um jornal sempre precisará de bons repórteres, que saibam apurar e escrever com talento. Todo jornalismo se propõe a investigar, e uma das qualidades que caracteriza um bom repórter é este sexto sentido, aliado a uma boa dose de ceticismo. Ele não sabe, não crê, e são suas dúvidas que vão levá-lo a ter sucesso na apuração, ou então fracassar e receber o desprezo da chefia do jornal, exatamente o caso relatado nesta terça-feira pelo jornalista e radialista Oswaldo Lavrado, que tira do fundo do baú esse relato envolvendo um principiante no jornalismo, ou foca, como é mais conhecido, de nome Mazolla. Acompanhem o relato de Lavrado ao blog.
Começo dos anos 70, o Dersa - Desenvolvimento Rodoviário S.A. - construía a primeira pista da Rodovia dos Imigrantes, que liga São Paulo ao Litoral, passando por Diadema e São Bernardo. Uma noite fria de sábado, apenas dois repórteres estavam de plantão no Diário do Grande ABC. Eu (Lavrado), que aguardava os resultados dos jogos de futebol da noite para preencher 40 linhas da página de esportes e o Mazolla, repórter da editoria de polícia, comandada então pelo Renato Campos. O Mazolla era mesmo o que se poderia chamar de foca, já que havia entrado no Diário há poucos dias e nunca tinha trabalhado em outro veículo de comunicação. Por volta das 23h, ele recebe a informação que um dos viadutos (aqueles enormes) em construção na Imigrantes havia desabado. Rápido, acordou o Zé Natal, motorista que cochilava no terraço da casinha, então redação do Diário, e acionou o fotógrafo, que não era outro senão o nosso glorioso João Colovatti. Aboletados no fusca do Diário, os três rumaram para o trecho do acidente na Imigrantes, que fica em São Bernardo. No local, bombeiros, ambulâncias, médicos, polícia, outros trabalhadores da obra e grande volume de entulho do viaduto desabado. Sem muita experiência como repórter, Mazolla perguntou para um “peão” da obra quantas pessoas estavam sob os escombros: "olha moço, acho que morreram uns 10", respondeu o operário sem muita convicção. Colovatti estava ocupado em registrar os "melhores" lances com sua potente Nikon. Sem encontrar nenhum corpo, o matreiro fotógrafo imaginou que se 10 pessoas tivessem morrido, como supunha o Mazolla, os corpos deveriam estar no IML de São Bernardo, já que o trecho acidentado fica no município.
A mando do Colovatti, os três partiram para o IML na Vila Euclides, região central da cidade. Quase uma hora da manhã, apenas uma luz na guarita indicava que havia alguém no IML. Colovatti chamou o vigia que foi até o grande portão. "Por favor, disse Colovatti, chegaram aqui alguns corpos do acidente da Imigrantes?". O vigilante, sonolento, respondeu: “Olha moço, hoje só chegou o corpo de um rapaz esfaqueado no Baeta Neves (bairro de São Bernardo)". Colovatti não acreditou e tentou entrar no IML. Assustado com a parafernália do fotógrafo, principalmente com a Nikon que mais parecia um canhão portátil, o guarda se afastou um pouco e ameaçou: "aqui ninguém entra e se insistir sou obrigado a atirar no senhor", mostrando um revólver calibre 38. Sem alternativa, os três - Zé Natal, Mazolla e Colovatti - retornaram ao Diário, cuja edição de domingo estava para ser concluída. Na redação, Mazolla redigiu, na velha Olivetti, 50 linhas sobre o assunto em questão e correu para a oficina. Chamou o chefe e determinou: "minha reportagem será a manchete da primeira página", e assim foi. Eu já havia encerrado meu plantão e sai com o Colovatti, o Mazolla e o Zé Natal a procura do primeiro boteco aberto na avenida D. Pedro II. Já era madrugada de domingo e ninguém é de ferro. O assunto, até porque o Mazolla não deixava ser outro, foi o acidente e a matéria sobre a queda do viaduto. Mazolla, que como eu residia em São Caetano, foi pra casa, orgulhoso de sua primeira manchete no Diário.
No dia seguinte, domingo, de fato o Diário estampou na primeira página: “Queda de viaduto na Imigrantes deixa 5 mortos”. Receoso que o número fornecido pelo trabalhador da obra não era confiável, o repórter foquinha optou por uma média imaginária e colocou 5 mortos, no chute, como chamamos um texto forçado.
Na segunda-feira, Mazolla chegou de peito estufado para seu trabalho no Diário. Assim que colocou os pés na redação foi informado pela jovem da recepção que deveria ir urgente à sala do José Louzeiro, então chefe de redação do Diário. Certo que receberia fartos elogios do chefão, Mazolla pra lá se dirigiu. Faiscando pelas ventas, Louzeiro recebeu o repórter com um caminhão de pedras nas mãos. "O senhor viu o que fez, leia os outros jornais," fuzilou. Em seguida atirou na direção do trêmulo repórter dois dos principais jornais de São Paulo e do Brasil. Eram essas as manchetes. Estadão: ”Desabamento de viaduto na Imigrantes deixa um morto." Folha de São Paulo: “Viaduto desaba na Imigrantes e mata um." Mazolla, que não havia lido jornais no domingo, a não ser o Diário do Grande ABC, estremeceu. No dia anterior, domingo, fez a festa, mostrando orgulhoso a manchete do Diário, com seu nome estampado abaixo do título, para a esposa e amigos do bairro. Na frente do irado José Louzeiro, com os jornais de São Paulo nas mãos desmentindo sua matéria, estava pálido e não sabia como se safar da situação constrangedora. Antes de sair da sala do chefe recebeu outra incumbência, digna do irritado, mas também gozador chefe de reportagem do jornal. Com o dedo em riste, Louzeiro determinou: "Olha, "sêo" Mazolla, como o jornal não desmente suas notícias, ainda mais uma manchete de domingo, o senhor volte ao local do acidente na Imigrantes e mate pelo menos mais 4 pessoas, para justificar sua brilhante manchete". Renato Campos, que chegava à redação nesse momento, foi quem aliviou a situação do Mazolla que, em verdade, não ficou muito tempo no Diário. Dizem que fez um curso de educação física e foi trabalhar nessa área em um clube esportivo do ABC.
Começo dos anos 70, o Dersa - Desenvolvimento Rodoviário S.A. - construía a primeira pista da Rodovia dos Imigrantes, que liga São Paulo ao Litoral, passando por Diadema e São Bernardo. Uma noite fria de sábado, apenas dois repórteres estavam de plantão no Diário do Grande ABC. Eu (Lavrado), que aguardava os resultados dos jogos de futebol da noite para preencher 40 linhas da página de esportes e o Mazolla, repórter da editoria de polícia, comandada então pelo Renato Campos. O Mazolla era mesmo o que se poderia chamar de foca, já que havia entrado no Diário há poucos dias e nunca tinha trabalhado em outro veículo de comunicação. Por volta das 23h, ele recebe a informação que um dos viadutos (aqueles enormes) em construção na Imigrantes havia desabado. Rápido, acordou o Zé Natal, motorista que cochilava no terraço da casinha, então redação do Diário, e acionou o fotógrafo, que não era outro senão o nosso glorioso João Colovatti. Aboletados no fusca do Diário, os três rumaram para o trecho do acidente na Imigrantes, que fica em São Bernardo. No local, bombeiros, ambulâncias, médicos, polícia, outros trabalhadores da obra e grande volume de entulho do viaduto desabado. Sem muita experiência como repórter, Mazolla perguntou para um “peão” da obra quantas pessoas estavam sob os escombros: "olha moço, acho que morreram uns 10", respondeu o operário sem muita convicção. Colovatti estava ocupado em registrar os "melhores" lances com sua potente Nikon. Sem encontrar nenhum corpo, o matreiro fotógrafo imaginou que se 10 pessoas tivessem morrido, como supunha o Mazolla, os corpos deveriam estar no IML de São Bernardo, já que o trecho acidentado fica no município.
A mando do Colovatti, os três partiram para o IML na Vila Euclides, região central da cidade. Quase uma hora da manhã, apenas uma luz na guarita indicava que havia alguém no IML. Colovatti chamou o vigia que foi até o grande portão. "Por favor, disse Colovatti, chegaram aqui alguns corpos do acidente da Imigrantes?". O vigilante, sonolento, respondeu: “Olha moço, hoje só chegou o corpo de um rapaz esfaqueado no Baeta Neves (bairro de São Bernardo)". Colovatti não acreditou e tentou entrar no IML. Assustado com a parafernália do fotógrafo, principalmente com a Nikon que mais parecia um canhão portátil, o guarda se afastou um pouco e ameaçou: "aqui ninguém entra e se insistir sou obrigado a atirar no senhor", mostrando um revólver calibre 38. Sem alternativa, os três - Zé Natal, Mazolla e Colovatti - retornaram ao Diário, cuja edição de domingo estava para ser concluída. Na redação, Mazolla redigiu, na velha Olivetti, 50 linhas sobre o assunto em questão e correu para a oficina. Chamou o chefe e determinou: "minha reportagem será a manchete da primeira página", e assim foi. Eu já havia encerrado meu plantão e sai com o Colovatti, o Mazolla e o Zé Natal a procura do primeiro boteco aberto na avenida D. Pedro II. Já era madrugada de domingo e ninguém é de ferro. O assunto, até porque o Mazolla não deixava ser outro, foi o acidente e a matéria sobre a queda do viaduto. Mazolla, que como eu residia em São Caetano, foi pra casa, orgulhoso de sua primeira manchete no Diário.
No dia seguinte, domingo, de fato o Diário estampou na primeira página: “Queda de viaduto na Imigrantes deixa 5 mortos”. Receoso que o número fornecido pelo trabalhador da obra não era confiável, o repórter foquinha optou por uma média imaginária e colocou 5 mortos, no chute, como chamamos um texto forçado.
Na segunda-feira, Mazolla chegou de peito estufado para seu trabalho no Diário. Assim que colocou os pés na redação foi informado pela jovem da recepção que deveria ir urgente à sala do José Louzeiro, então chefe de redação do Diário. Certo que receberia fartos elogios do chefão, Mazolla pra lá se dirigiu. Faiscando pelas ventas, Louzeiro recebeu o repórter com um caminhão de pedras nas mãos. "O senhor viu o que fez, leia os outros jornais," fuzilou. Em seguida atirou na direção do trêmulo repórter dois dos principais jornais de São Paulo e do Brasil. Eram essas as manchetes. Estadão: ”Desabamento de viaduto na Imigrantes deixa um morto." Folha de São Paulo: “Viaduto desaba na Imigrantes e mata um." Mazolla, que não havia lido jornais no domingo, a não ser o Diário do Grande ABC, estremeceu. No dia anterior, domingo, fez a festa, mostrando orgulhoso a manchete do Diário, com seu nome estampado abaixo do título, para a esposa e amigos do bairro. Na frente do irado José Louzeiro, com os jornais de São Paulo nas mãos desmentindo sua matéria, estava pálido e não sabia como se safar da situação constrangedora. Antes de sair da sala do chefe recebeu outra incumbência, digna do irritado, mas também gozador chefe de reportagem do jornal. Com o dedo em riste, Louzeiro determinou: "Olha, "sêo" Mazolla, como o jornal não desmente suas notícias, ainda mais uma manchete de domingo, o senhor volte ao local do acidente na Imigrantes e mate pelo menos mais 4 pessoas, para justificar sua brilhante manchete". Renato Campos, que chegava à redação nesse momento, foi quem aliviou a situação do Mazolla que, em verdade, não ficou muito tempo no Diário. Dizem que fez um curso de educação física e foi trabalhar nessa área em um clube esportivo do ABC.
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Oswaldo Lavrado é jornalista e radialista. Comandou durante anos a famosa equipe esportiva “Os craques do rádio”, da extinta Rádio Diário do Grande ABC. Atualmente assina uma coluna esportiva no Jornal Folha do ABC, de São Bernardo do Campo.
Oswaldo Lavrado é jornalista e radialista. Comandou durante anos a famosa equipe esportiva “Os craques do rádio”, da extinta Rádio Diário do Grande ABC. Atualmente assina uma coluna esportiva no Jornal Folha do ABC, de São Bernardo do Campo.
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Édison Motta participa nesta terça-feira, às 20 horas, do Programa Show+, veiculado pela Rede TV + (canal 8 na TV a Cabo). O jornalista falará sobre a cidade de Santo André, traçando perfis históricos e atuais da cidade, numa espécie de homenagem que o programa deseja prestar ao município pelos 456 anos de fundação, completados amanhã, quarta-feira. Não percam.
Édison Motta participa nesta terça-feira, às 20 horas, do Programa Show+, veiculado pela Rede TV + (canal 8 na TV a Cabo). O jornalista falará sobre a cidade de Santo André, traçando perfis históricos e atuais da cidade, numa espécie de homenagem que o programa deseja prestar ao município pelos 456 anos de fundação, completados amanhã, quarta-feira. Não percam.
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APRENDA A FAZER COMENTÁRIOS NO BLOG: Não é preciso nenhuma inscrição para deixar seus comentários neste blog. Basta seguir estas explicações. Ao final de cada matéria, do lado direito, colado a um envelope com seta preta, está escrito comentários, com o número de acessos do lado. Clique duas vezes e aguarde abrir a tela, onde poderá escrever seu comentário. Feito isso, role a barra de ferramentas até o fim. Você encontrará, em cima de “publicar comentário", a opção URL. Marque-a. Surgirá uma linha, onde você deverá postar seu nome ou apelido e cidade, de quiser. Feito isso, do lado direito clique em “visualizar”. Role mais uma vez a barra de ferramentas para baixo, até encontrar, em letras amarelas, o seu texto. Confira e clique em “publicar comentário”. Aguarde o aviso de confirmação. Pronto, seu comentário está na página.
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Edward de Souza.
Pois é, o Mazolla errou de jornal. Deveria ter ido para outros mais sensacionalistas. Não vou mencionar nenhum para não ferir suscetibilidades. Nesses outros sempre havia cadáveres de estoque. E o João... Mmmm, o João...
ResponderExcluirMuito bom Lavrado.
J. Morgado
Mongaguá - SP
O editor-chefe do jornal não foi camarada com o pobre foca Mazolla, afinal, ele teve a informação de um trabalhador na obra que havia morrido dez pessoas. Foi consciente, publicou só a metade. Duro foi a pauta que recebeu de castigo. Matar mais 4 para completar o número publicado (rssssssssssssss......). Uma delícia essas histórias aqui nesse blog.
ResponderExcluirBeijihos a todos,
Gabi - Cásper Líbero - São Paulo
Será que vão me chamar de cruel? Mesmo assim vou arriscar e deixar meu ponto de vista. Eu estou no segundo ano de jornalismo aqui em Santa Catarina, na Universidade Federal, portanto, sem nenhuma experiência ainda como jornalista profissional. Mas o que esse moço fez não se deve fazer nunca. Ele forçou uma manchete e foi, no mínimo, irresponsável. Passível de demissão. O dever dele, como repórter, seria ir em busca de informações precisas, não as conseguindo, escrever apenas o que apurou. Não acham? Desculpem-me se peguei pesado, mas é o que penso.
ResponderExcluirAbraços a todos e cumprimentos pela série magnífica!!!
Tatiana M. Kerlitz - Santa Catarina
Lembro muito bem dessa "barriga" do Mazzola. Aliás, lembro também do próprio. Um boa gente, sem vocação para o jornalismo, porém esforçado. Convivi algum tempo com ele depois que voltei ao Diário, em 1974. Ele foi transformado numa espécie de faz-tudo da redação, sempre em tarefas menores, nada que exigisse muita responsabilidade. Assim mesmo, não perdeu o entusiasmo e sua maior paixão era estar entre os jornalistas. Na última vez que o encontrei, há mais de 20 anos, ele estava com a família, num restaurante da Rota do Frango com Polenta, em São Bernardo e fez uma grande festa comigo. Apresentou-me ao filho, à esposa e pediu que eu confirmasse que ele havia sido repórter do Diario do Grande ABC. O que fiz, com prazer, acrescentando alguns elogios, sem mencionar sua foquice.
ResponderExcluirComo jornalista, Mazzola não deu certo. Acabou sendo dono de uma pequena academia de educação-fisica. Aliás, apesar de um pouco baixo, Mazzola era um "armário" musculoso. Pinta de guarda-costas.
Ocorre que o Mazzola não esteve sozinho naquela grande gafe. Boa parte da imprensa paulista e brasileira, especialmente do interior do Estado, noticiou 11 mortos no acidente.
Nesta época, 1973, eu estava na Folha de S.Paulo. Trabalhava na reportagem geral e minha área preferencial era o trânsito e transportes. Isso fazia com que eu encontrasse, pelo menos umas duas ou tres vezes por semana, com o Secretário de Transportes do Estado, Paulo Maluf. É isso mesmo, Maluf antes de iniciar sua polêmica carreira política. Naquele momento, sua maior obra era justamente a construção da Rodovia dos Imigrantes.
Ele tinha seu projeto político e pretendia ser governador, o que acabou acontecendo, entre 1979 e 1982. Para tanto, naquele momento,se aproximava de prefeitos e vereadores de todo o Estado.E adorava quando eu aparecia: sempre tinha uma notícia "em primeira mão" para a Folha.
Após o desabamento do viaduto, na construção da Imigrantes, ocorrido num sábado, fui procurá-lo na manhã da segunda-feira. O homem estava furioso. Devido à manchete do Mazzola e, principalmente, a um dos primeiros boletins da Rádio Eldorado - do grupo do estadão, dos Mesquita,seus inimigos fidalgais - que anunciara 11 mortos no acidente. Depois a emissora corrigiu e acabou ficando com o único defundo encontrado. Mas Maluf não se conformava porque muitos jornais e emissoras do interior, que funcionavam à base de radio-escuta, entraram na onda do primero boletim da Eldorado e tascaram manchetes com a informação dos 11 mortos.
Portanto, neste caso, o Mazzola não esteve sozinho.A foqueada foi nacional.
Abraços,
édison motta
Santo André, SP
Será que o jornal perde credibilidade quando dá uma mancada dessas? Ontem de manhã o “bom dia Brasil” da rede globo, um repórter disse no inicio que o terremoto acontecido na Itália teria matado quarenta pessoas, e no final do jornal, a jornalista Renata disse que eram quarenta mil pessoas. Fiquei aguardando uma retificação do bom dia Brasil, mas não aconteceu. Será que o chefe da globo pediu para que ela fosse lá em Atila e matasse os trinta e nove mil e sessenta pessoas restantes?
ResponderExcluirValentim Miron Franca S.P.
Desculpem uma retificação. A cidade do terremoto chama-se Áquila, e quarenta mil menos quarenta é trinta e nove mil novecentos e sessenta. Tive que fazer essa correção antes do Edward ler o meu comentário anterior, se não eu estaria perdido. Ele é perfeccionista, me corrige em tudo.
ResponderExcluirValentim miron
Deu sorte, Valentim. Eu já ia lhe lascar a bucha quando você se auto corrigiu. Sorte maior teve porque o Heitor só aparece depois do almoço. Ele espinafra mesmo, sem dó. Veja bem, meu caro Valentim. Conforme você sabe, comecei minha vida profissional trabalhando em emissoras de rádio, depois TV. Em 1971 gravei a chamada do Jornal Nacional, que tinha patrocínio do Banco Português. Essa gravação ficou no ar quase três anos. Eu já havia saido da Globo, mas recebia por fora só para que a chamada permanecesse no ar. Nessa época da TV Globo eu tinha pouco mais de 20 anos. Gravando, saia certo, claro, mas o que a gente errava para gravar não estava escrito. Um pouco por nervosismo, outro por falhas técnicas e assim por diante. Essa chamada do Jornal Nacional tinha 1 minuto apenas, perdi cinco horas para gravá-la, para Edição Nacional. O Lombardi, que continua com o Silvio Santos trabalhava comigo e era outro que sofria para gravar. Houve uma puxada de fôlego aqui, um suspiro dali e o danado do Ney Teixeira, diretor da Globo na época, fazia a gente gravar novamente. Porque lhe digo isso? Erros cometidos em jornais, não tem como você apagar. Só mandando o repórter matar o restante mesmo, como fez Louzeiro. Em TV e rádio, sendo ao vivo, o recurso hoje é aceito. Como faz William Bonner: "desculpem a nossa falha", corrige e pronto. Se a Renata não fez isso, errou duas vezes e a Globo também, ao não corrigir a mancada dessa bela apresentadora e grande profissional. Mais um exemplo: na Globo-CBN, e você me disse que ouvia em Franca minhas participações, eu falava quase sempre de improviso, e quase nunca errava. Quando acontecia, eu mesmo corrigia e tocava o barco, como se não tivesse acontecido nada. A Renata tem uma coisa. É assessorada de perto, tem o Renato Machado ao seu lado (ainda é ele?) e lê o que está escrito numa lauda que lhe entregam. Não pode errar. Ou será que foi um foca na redação que passou esse número absurdo de mortos à apresentadora?
ResponderExcluirPara terminar, essa história de que papel aceita tudo não existe para jornal. Errou, melhor deixar quieto, essa minha teoria. Até porque, meu amigo Valentim, quem leu o jornal de hoje, pode não ler o de amanhã, assim, se houver uma correção, outros pessoas que não sabiam ficam sabendo do seu erro.
Deixo meu abraço ao querido Oswaldo lavrado, radialista dos bons que errava pouco, ou quase nada. Aproveito para cumprimentá-lo pelo bom artigo de hoje.
Edward de Souza
Já não posso culpar tanto o repórter, depois de ler os comentários do Édison Motta. Ao que parece, todo mundo errou. Mas afinal, Oswaldo Lavrado, quantos morreram? E o Mazolla, matou os outros que faltavam? (rsssss). No rodapé da coluna vi que o jornalista Édison vai se apresentar hoje na TV Mais. Acho que esse programa é apresentado pelo Darcio arruda, eu já vi. Vou poder conhecer o nosso jornalista, porque vou grudar na telinha e avisar minhas amigas. O dia que for o Edward e o Milton Saldanha me avisem, hein!
ResponderExcluirBjos,
Martinha - Metodista -S.Bernardo
O tal de Mazzola, de acordo com o que li na matéria do Oswaldo, não nasceu para ser jornalista, definitivamente. Bom pra ele, que seguiu outra profissão. Que bagunça aprontou, hein! Não sei, sou foquinha ainda, mas se fosse hoje, em qualquer jornal esssa aprontada seria demissão na hora, não?
ResponderExcluirCada vez melhor o blog. Estou adorando.
Melissa - Metodista -SBC
Ôi, gente,
ResponderExcluirPercebo que o nosso blog tá bem agitadinho hoje, ou é minha impressão. Só li o texto do Oswaldo Lavrado e já imprimi, como sempre faço. Depois vou ler os comentários ptra ver o que rola, mas deve ser coisa brava, até a carinha do Edward eu já aqui. Qui será??? Ahhhhh... Um dos nossos professores aqui do blog, o Édison vai hoje pra TV? Eu assino TV a cabo, mas não sei se pega aqui em Santos, se pegar, vou ver. Vou anotar o nome e número do canal. Quanto ao foquinha de hoje, só me fez recordar uma marca de milho famosa que minha gosta de usar aqui em casa. Como jornalista, um desastre, credo em cruzes!!! Onde já se viu aprontar uma dessa!!! Ficou uma dúvida e deixo a pergunta para um dos nossos professores, pode ser até para o Édison ou o Milton Saldanha que desapareceu depois da série que escreveu. Naqueles tempos, polícia, bombeiros, funerária, essa Dersa, ninguém dava informações? O que custava dizerem quantos morreram? Era dificil trabalhar assim,né? Quem sou eu pra falar, uma foqguinha, mas gosto de saber e perguntar.
Beijinhos que vou ver que briga é essa que arrumaram aqui.
Thalita - Santos
Fico pensando, onde será que encontram tantas histórias assim de foquinhas como eu (rsssssss). Ou não se faz mais focas como antes, ou andaram exterminando muitos deles, tadinhos. O Oswaldo Lavrado disse que o Mazzola era amigo dele e saiam até juntos de madrugada. Entõa, Lavrado. Se o coitado do Mazzola não fosse seu amigo, hein? (rssssssss).
ResponderExcluirBeijinhos,
Karina - Campinas
Nem vou comentar se o foquinha estava certo ou errado, mas que dei boas risadas, isso dei. Essa do editor mandar o pobre repórter matar quatro, foi demais. Fico imginando a cara de tacho dele na frente do chefe. Legal Oswaldo Lavrado, como todas as outras que li aqui.
ResponderExcluirAna Caroline - Ribeirão Preto
Martinha e Thalita,
ResponderExcluirSempre houve bombeiros e polícia. A cooperação deles com os jornalistas também é antiga, até porque interessa aos policias manterem boas relações com a imprensa. No caso da queda do viaduto em construção na Imigrantes, o horário foi ingrato. Aconteceu numa noite de sábado. O fechamento das edições de domingo é antecipado porque os jornais são mais volumosos,tornando a distribuição mais difícil.Retardar a impressão é algo de muita responsabilidade porque envolve custos e prejuizos para a empresa.
É um perigo notícias que vc ouve, lê ou vê no sábado à noite. Desconfie sempre pois, geralmente, carecem de melhor apuração.
As edições dominicais trazem várias matérias "frias", preparadas antecipadamente durante a semana, para preencher o espaço.Raras são as notícias atuais.No sábado, geralmente, as redações mantém apenas um plantão policial. Se houver necessidade, o editor convoca o pessoal para cobrir o evento, se a mangitude assim o exigir.
Obrigado, desde já, pela audiência ao programa desta noite na TV Mais. Não sei se vão transmitir ao vivo para Santos. Geralmente, eles reprisam em outros dias e outros horários. Para o pessoal do ABC vai valer à pena sintonizar o canal 8 da TV a cabo, a partir das 20 h.Vou contar algumas histórias interessantes sobre João Ramalho, o fundador de Santo André, a cidade que amanhã comemora 456 anos. Ele foi o primeiro homem branco a subir a Serra do Mar e alcançar o Planalto de Piratininga, onde so existiam indios tupiniquins.Chegou antes de Cabral ao Brasil, aprendeu rapidamente o idioma tupi, apaixonou-se por Bartira, filha do cacique Tibiriça mas, tinha um apetite sexual incontrolável. Além de Bartira, fez filhos em suas irmãs, primas, cunhadas. Seduziu praticamente todas as mulheres da aldeia,exceto a sogra.
Era um judeu alto, cristão novo, certamente bonito e bom de papo.Provavelmente fugido da inquisição.Sabe-se lá o que aprontou em Portugal antes.Morreu lúcido,na casa de um sobrinho, no Vale do Paraiba,com mais de 100 anos de idade.
Constata-se então que, desde os tempos imemoriais, sexo é saúde!
Assim nasceu o Brasil.
Abração,
édison motta
Em tempo: sobre a entrevista de hoje.Quem está fora do ABC poderá vê-la, dentro de uma semana, no site da emissora: www.redetvmais.com.br
ResponderExcluirAbração,
édison motta
Minha primeira visita e mais de uma hora lendo artigos que me agradaram muito. Certamente, pelo visto, escrito por extraordinários profissionais de imprensa. Sou comerciante, mas formado em advogacia, tenho lojas de artigos masculinos no centro de Belo Horizonte e pouco tempo para lidar com a internet. Meu filho, o Marcelo, colocou-me na frente do computador e ensinou-me a lhes escrever essa mensagem. Recebam meus cumprimentos pelo excelente trabalho e a certeza de que gostei do que li aqui. Esses dois casos escritos pelos senhores Edward e Oswaldo são impagáveis.
ResponderExcluirSandro Marques Pereira - Belo Horizonte
Depois de ler essa história do jornalista Lavrado ergo as mãos aos céus e agradeço a Deus não ter seguido a carreira de jornalista. Sempre foi meu sonho, mas vendo o sacrifício dos repórteres, não me arrependo. Meu tio, Dimas Espírito Santo, pode ser que conheçam, foi um conhecido jornalista que morava no ABC, onde fica o Diário, destas histórias que li. Mas, pelo que conta minha mãe, ele nunca trabalhou nesse jornal. Trabalhou na Folha de São Paulo. É falecido faz um bom tempo.
ResponderExcluirGostei de ler essas histórias, acompanhado de minha mãe. Ela queria ver se o nome de meu tio tinha sido mencionado.
Obrigado,
Jeferson - Araçatuba/SP.
Boa noite...
ResponderExcluirQue história hein...magnífica, mas coitado deve ter passado por maus pedaços, mas que não erra?
Abraços.
Ana Célia de Freitas.Franca/SP.
Desde ontem, quando vim ao blog pela primeira vez, já o adotei como um dos meus favoritos. E adorei esse caso contado pelo Oswaldo lavrado. Amanhã é feriado aqui em Santo André e, pelo jeito, vai todo mundo esticar.
ResponderExcluirBjos,
Paula - Santo André - SP.
Edward meu amigo.
ResponderExcluirFiquei rindo sozinho ao imaginar as cenas descritas nesse seu artigo, a começar pela mentira inocente do "peão", que matou dez de uma vêz. A passagem do João Colovatti pelo necrotério,fugindo com mêdo do "38", a satisfaçaõ do coitado do "foca" em saber que sua noticia sairia na primeira página, e a cara que o infeliz déve ter feito com a carraspana que tomou do chéfe. São de fato histórias veridicas,porém muito engraçadas e que nos fazem viajar no tempo.
Parabéns amigo, seu Blog está cada dia melhór.
Abraços e sucesso sempre.
Admir Morgado.
Praia Grande SP
Sandro Marques e Jeferson:
ResponderExcluirA primeira vez, a gente nunca esquece. Seja pelo desajeito da ocasião, da situação ou do momento. Ela simplesmente acontece.
Dê parabéns, em meu nome pessoal e de muitos outros tantos viciados neste blog, ao Marcelo caro Sandro. Ele remete minh'alma de jornalista ao epicentro do terremoto. Foi gentil, cortez, educado, sereno, apropriado para quem é filho.Diga-se, a propósito, um filho a quem você muito ama. Creio seja por ai,amigo,por onde acontece - em minha ignora e ainda tênue percepção pessoal - o velho e, por vezes desprezado, verdadeiro amor. É éssa amalgama que liga a ambos. E é por aí que nós vamos.
Para você, novo amigo Jeferson: Em primeiro lugar muito obrigado, a você e à maravilhosa viúva de meu pessoal amigo Dimas do Espírito Santo. Porque, como o próprio nome indica, ele tinha uma luz pessoal que apontava o caminho que seu próprio nome sugeria. Acreditem: fui amigo pessoal de Dimas do Espítito Santo. Grande homem, grande pai, eterno marido e, para mim, grande profissional, um verdadeiro e autêntico professor. Com quem aprendi que a humildade de reconhecer seus mestres publicamente é o primeiro passo da transparência que tanto se espera dos humanos.
Um grande Viva! à internet para todos nos.
Sejamos felizes.
Pelo simples fato de existirmos.
E de podermos com partilhar, juntos,esses preciosos momentos.
Abração,
édison motta